quinta-feira, 16 de novembro de 2017

PT pede a Dodge que investigue Globo por propina à Fifa

PT pede a Dodge que investigue Globo por propina à Fifa

A Procuradoria Geral da República, tão ágil, rápida e furiosa quando se trata de apurar qualquer pedalinho que ache que pode ser usado para atingir Lula vai ter que se mexer – nem que seja para dizer que “não vem ao caso – diante do escândalo mundial das propinas nas transmissões esportivas, que acerta em cheio a Rede Globo. A direção do PT, em outras épocas preocupada em não quebrar os cristais  com a monopolista da TV brasileira, tomou coragem e vai apresentar à Procuradora Raquel Dodge, uma representação criminal para que seja apurada oficialmente a notícia de que a Globo praticou crime, valendo-se de empresas e bancos em paraísos fiscais, para obter vantagens ilícitas na compra de direitos de transmissão de torneios internacionais de futebol.
A representação tem base nas delações do empresário Alejandro Burzaco a um tribunal norte americano de que a Globo e a Televisa pagaram pelo menos R$ 50 milhões a dirigentes da Fifa para deter a exclusividade de direitos, no Brasil e no México, das Copas de 2026 e 2030.
Ao anunciar a ação, o PT argumenta que o “delator citou nomes, valores, locais de encontro, contratos, configurando sem dúvida os chamados ‘indícios robustos’ de prática criminosa, expressão que os comentaristas da Globo gostam de utilizar, de forma leviana, para se referir às acusações por delações contra o PT e contra Lula.
É inexplicável para o Brasil que o escândalo da FIFA seja investigado judicialmente nos Estados Unidos, na Suíça, na França e em outros países, há três anos, e tudo o que temos aqui seja uma suposta “investigação interna” em que a Globo tenha apurado em silêncio e absolvido a si mesma.
É absurdo, mas não surpreendente. Afinal, o veredito supremo de tudo neste país é deles, do Supremo Tribunal dos Marinho, que é quem pretende governar o povo brasileiro.

Só falta o mpf dizer que Lula recebeu propina de D. Pedro I ou que Lula tem terrenos na lua

MP pede bloqueio de bens de Lula “por convicção”, diz defesa

A defesa do ex-presidente Lula divulgou, há pouco, nota em que diz que o pedido de bloqueio de R$ 24 milhões de bens (quais?) de Lula e do filho”não indica provas” e que parte de “certezas delirantes sobre a “influência” de Lula na compra de caças” da empresa sueca SAAB para  a Força Aérea Brasileira, já no Governo Dilma”.
Os advogados de Lula lembraram que todos os depoimentos dados no processo – inclusive o do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, da ex-presidenta Dilma Rousseff e do ex-comandante da Aeronáutica, Brigadeiro Juniti Saito – afirmaram que as decisões sobre o equipamento são técnicas, tomadas num processo de análise que leva anos, exclusivamente por especialistas da FAB.
Leia a nota da defesa de Lula, que vai se manifestar ao juiz contestanto o pedido do MPF:
“Não tem qualquer base jurídica e materialidade o pedido de bloqueio de bens formulado pelo Ministério Público Federal contra o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu filho Luis Claudio Lula da Silva nos autos do Processo nº 0076573-40.2016.4.01.3400, em trâmite perante a 10ª. Vara Federal de Brasília.
O pedido foi apresentado em 27/09/2017, quando já tinham sido ouvidas as testemunhas selecionadas pela acusação (22/06) e parte das testemunhas selecionadas pela defesa (18/07, 1º/08, 10/08; 17/08 e 23/08). Como não poderia deixar de ser, nenhum dos depoimentos coletados ao longo das audiências confirmou as descabidas hipóteses acusatórias descritas na denúncia e por isso sequer foram referidos no requerimento.
Não há no pedido apresentado pelo MPF indicação de provas a respeito das afirmações ali contidas, que partem de certezas delirantes sobre a “influência” de Lula na compra de caças pelo País e na ausência de veto em relação a um dos artigos de uma medida provisória (MP 627/2013).
As testemunhas ouvidas, como os ex-Presidentes Fernando Henrique Cardoso e Dilma Rousseff, os ex-Ministros da Defesa Nelson Jobim e Celso Amorim, o Brigadeiro Juniti Saito, dentre outras, esclareceram (i) que a compra dos caças suecos pelo Brasil em dezembro de 2013 seguiu orientação contida em parecer técnico das Forças Armadas e que (ii) o artigo 100 da Medida Provisória 627/2013 prorrogou incentivos fiscais instituídos durante o governo do ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso, objetivando o desenvolvimento das regiões norte, nordeste e centro-oeste.
As provas existentes nos autos, portanto, mostram com absoluta segurança que o ex-Presidente Lula e Luis Claudio não tiveram qualquer participação da compra dos caças suecos, tampouco na sanção presidencial do artigo 100 da Medida Provisória 627/2013. Mostram, ainda, que Luis Claudio prestou os serviços de marketing esportivo contratados pela empresa Marcondes e Mautoni e tinha expertise na área, adquirida em trabalhos realizados em algumas das maiores equipes de futebol do País e, ainda, na organização e implementação de um campeonato nacional de futebol americano. Lula jamais recebeu valores da Marcondes e Mautoni ou de terceiros por ela representados.
Essa ação penal integra o rol de ações propostas contra Lula e seus familiares sem qualquer materialidade, com o objetivo de perseguição política.

Crise de sinceridade de Sardenberg: “compra-se a reforma”

Crise de sinceridade de Sardenberg: “compra-se a reforma”

Algo aconteceu ontem  para levar o ultramercadista  Carlos Alberto Sardenberg, onipresente membro da equipe econômica da Globo , a uma crise de sinceridade em seu artigo de hoje.
Diz que a reforma da previdência não tem 308 votos sinceros de que precisa para aprovar – sinceridade não tem nem 100 votos para coisa alguma por lá.
Diz que “a proposta só passa com votos fisiológicos. E esse tipo de voto se compra,” dando como exemplo o Ministério das Cidades e as verbas do “Minha Casa, Minha Vida”.
Quantos votos pela reforma da Previdência vale uma carta dessa?
É esse tipo de conta que o presidente Temer e seu time da política estão anotando.
Dirão: realismo pragmático. O importante é que o cara vote, não interessando se é por consciência ou por negócio
É também o que pensa o mercado. Vai até mais longe: o governo Temer tem corrupção? Passa projetos no balcão de negócios? Compra votos?
Sim, mas entrega as reformas ou ao menos parte delas? Se entregar, tal é o pragmatismo do mercado, está bom. É feio, não ajuda o saneamento das instituições, mas, segue o pragmatismo, pode-se deixar isso para mais tarde.
Como é o mercado o que importa, o “saneamento das instituições” já não vem ao caso e a compra de votos passa a ser o jeito de salvar o país, na visão do mercado. Mais especificamente, de ganhar muito.
Diz que o “centro” político pode se beneficiar disso, mas reconhece que a coisa está difícil pelo lado de lá, “porque o presidente pode adquirir o voto de um deputado, mas não o dos eleitores desse deputado”.
Diz que a crise interna do PSDB o partido “atrapalha o país”, diz que Henrique Meirelles pode se tornar um candidato viável (para  o mercado pu para o eleitor?) “se arranjar partidos e coligações”, o que , para Luciano Huck, “é difícil”.
Difícil? Quem fala é “a casa”? Mas “a casa” não tinha verbalizado,por Merval Pereira, que quem tinha chances era justamente Huck, porque podia fazer uma “campanha populista” porque “conserta carro e distribui casa”?
Some isso às sugestões, sopradas para jornalistas, de que a mulher de Huck, Angélica, estaria resistindo à aventura, porque ficaria também fora do ar e dos negócios de publicidade e é possível imaginar que se esteja articulado o “minha mulher não deixa” como saída para buscar outro nome.
Joaquim Barbosa voltou ao mercado.
Onde, diz Sardenberg, na sua espantosa sinceridade, temos  um “balcão de negócios, de votos e papéis da Bolsa.