sexta-feira, 28 de setembro de 2018

APÓS O GOLPE, NORDESTE CONCENTRA 60% DOS DESALENTADOS DO PAÍS

As mulheres salvaram o Brasil em 2018



Prezado(a) Glauco, 

#EleNão

Que fique registrado desde já:
As mulheres salvaram o Brasil em 2018

O movimento #EleNão que extrapolou as fronteiras nacionais, conquistando apoio de mulheres do mundo todo; o grupo Mulheres contra Bolsonaro no Facebook; a militância aguerrida, cotidiana, nas ruas e nas redes; todas as manifestações organizadas pelas mulheres brasileiras foram, estão sendo e serão, não tenho dúvidas, cruciais no estancamento da marcha fascista.

Ensinando a todos, que crescemos em meio a inúmeros privilégios desta cultura machista, elas conseguiram criar uma rede nacional e internacional em torno de um propósito superior às disputas partidárias: a defesa dos valores civilizatórios. As mulheres brasileiras mudaram o rumo desta eleição. Elas deram o tom: do Oiapoque ao Chuí, é possível ouvir “ele não”.

Principais vítimas de um Brasil que custa em manter sua civilidade, elas dizem não à misoginia de Jair Bolsonaro, expressa em várias ocasiões, por exemplo, sua incitação ao estupro. Fazem por si mesmas, neste momento, justiça à deputada Maria do Rosário.

As mulheres brasileiras nos ensinam, como ninguém mais poderia, a repudiar qualquer governo regido pela violência. Pelos filhos que criam, muitas vezes sozinhas, elas sabem. Sabem que desajustadas não são suas crianças, que educam com tanta dignidade; mas sim o general Mourão impedido de abrir a boca.

Pelos maridos e namorados que as ameaçam, pelo estupro e feminicídio que tanto as vitima, elas sabem. E dizem um gigantesco NÃO! à cultura da violência, da liberação do porte de armas à tortura, na qual se baseia o discurso e prática da candidatura Bolsonaro, vide a agressão a uma das organizadoras da página com mais de 2 milhões de membros no Facebook.

Sim, elas sabem e nos ensinam a repudiar qualquer governo que justifique a remuneração distinta entre gêneros, chegando ao absurdo de dizer “devem ganhar menos porque engravidam”. Sabem e nos ensinam a repudiar qualquer Estado que ameace prendê-las caso precisem interromper gestações indesejadas, porque aborto é questão de saúde pública.

E não nos enganemos: o grito de repúdio a Jair Bolsonaro é também um grito de repúdio às práticas sexistas, ao assédio tão normalizado entre nós, às brincadeiras maldosas, à tentativa de desqualifica-las, à interrupção quando elas falam, postura tão corriqueira nas entrevistas do candidato. #EleNão é tudo isso e mais um pouco.

É a demarcação de uma linha civilizatória.

Jair Bolsonaro e sua trupe terão de engolir, nas urnas, sua misoginia. Quanto a nós que não odiamos, mas amamos as mulheres e queremos para nossas filhas, irmãs, esposas e mães uma sociedade sem machismo, resta-nos aprender e, sobretudo, aplaudir a garra, a coragem e a inteligência política das mulheres brasileiras.



#EleNao - Mulheres contra Bolsonaro: veja a lista com os locais dos eventos agendados para o dia 29/09: ∴ No Brasil (clique aqui) | ∴ Pelo mundo (clique aqui)


Para ajudar nessa luta, protagonizada por elas, Carta Maior lança a editoria #EleNão, com análises 100% escritas por mulheres. Não deixem de ler “Com quantas ´fraquejadas´ se faz uma revolução” de Mariana Ferraz Paulino e  #EleNão: brasileiras protagonizam campanha de dimensões internacionais de Erika Morhy, convidando todas para os atos programados no próximo sábado, 29 de setembro, em todo país.





Aproveito e peço, encarecidamente, a todos que contribuam com a continuidade deste projeto. Torne-se parceiro da Carta Maior (confira aqui as possibilidades de doação) e nos permita continuar na trincheira por um Brasil mais justo, mais humano, mais igualitário.

Grande abraço,

Joaquim Ernesto Palhares
Diretor da Carta Maior
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A escalada dos desafios

 
 

A escalada dos desafios

“Derrotar as forças golpistas nestas eleições é fundamental. Porém, ainda que tenhamos uma possível e ansiada vitória estaremos ganhando uma importante batalha, numa guerra prolongada, onde a força motriz dos setores populares encontra-se extremamente fragilizada, limitando nossas possiblidades de avanço e nos colocando crescentes desafios” Ricardo Gebrim (www.brasildefato.com.br).
O panorama sugerido para a sucessão  presidencial deste outubro, dizem os intérpretes das sucessivas sondagens de intenção de voto, sugere, ao lado da consolidação da candidatura de extrema-direita (o fato novo dessas eleições), o avanço da resistência democrática, pois assim traduzo o crescimento das candidaturas de Fernando Haddad e Ciro Gomes, indicador de um segundo turno plebiscitário entre democracia e fascismo, com anunciada tendência de derrota (é ainda a voz das pesquisas) do atraso, da xenofobia, do totalitarismo e da revivescência de um militarismo que supúnhamos ao menos contido nos limites da legalidade.
Essa leitura, ainda que prazerosamente correta, não encerra, porém, a verdade toda, porque o processo político em curso não se reduz ao pronunciamento eleitoral, ainda quando prometidamente favorável, como nos lembram os desdobramentos das eleições de 2014, dos quais, aliás, ainda não nos vimos livres.
Mais ainda, o processo político e a luta que nele se trava anunciam uma guerra prolongada para a qual as grandes massas precisam estar alertadas, prevenidas e apetrechadas ideologicamente, superando, no plano da ação, as deficiências expostas na luta contra o golpe e na defesa de Lula – ao final processado, condenado, encarcerado e, finalmente, afastado da disputa presidencial. Sua exclusão, nas condições conhecidas, ademais de violência contra seus direitos e a ordem constitucional, implicou o exílio de 40% do eleitorado brasileiro, pois era a quanto montavam os brasileiros que anunciavam o voto no ex-presidente.
O maior de todos os desafios à frente das forças democráticas, doravante mais do que nunca,   é a organização de base, mas, ao fim e ao cabo, tratar-se-á, ainda, o projeto organizacional, de desafio político que dificilmente será enfrentado com eficiência  se às lideranças  políticas faltar clareza sobre o caráter da luta.
Desconfio, porém, que essa dificuldade de interpretar o processo social, evidente desde pelo menos os idos de 2013, são persistentes entre os principais quadros partidários da esquerda brasileira. Tragédia sobre tragédia será a suposição de que o eventual e desejadíssimo sucesso eleitoral implique a superação da crise política.
O  pleito deste 2018, visto de per si,  nada obstante sua importância no quadro geral da luta estratégica,  constituirá tão somente o ponto de partida sem o qual as forças democráticas não terão condições de enfrentar o projeto autoritário. Em síntese: vencê-lo representará importante vitória tática em largo processo estratégico que recomenda a revisão dos projetos, táticas e alianças dos governos de centro-esquerda, de especial o projeto eleitoral de 2014 e o governo que dele emergiu, natimorto.
Essa discussão permanece em aberto.
Do processo político em curso as direções políticas precisam  ter consciência e clareza, esmiuçando suas entranhas;  esse processo carece de ser discutido com todas as forças do movimento social, ou seja, precisa ser objeto da avaliação crítica coletiva.  É preciso abrir a discussão  para  além das limitações partidárias do campo das atuais esquerdas brasileiras.
O primeiro turno deve ser buscado como passaporte indeclinável – pois sem a ultrapassagem dessa etapa não haverá o passo seguinte – para a disputa eleitoral decisiva, quando o candidato das forças democráticas, representando e defendendo   um projeto diferenciado, precisará de uma vitória em tal ordem de votos que os simples números em sua nudez possam ser lidos como claro e contundente veto popular às ameaças golpistas e reacionárias presentes. Esse grito será, ao mesmo tempo, clara e calorosa exigência de retomada do projeto de democracia social, se as poderosas forças antagônicas virem nessa manifestação um vigoroso dictatum das grandes massas.
Para cumprir esse papel, fundamental, todavia, o pronunciamento eleitoral precisará significar o referendo popular às teses que os candidatos do campo progressista precisam  desenvolver e discutir com todos os rr e ss. Ao fim e ao cabo,  as circunstâncias que exigem o pedido do voto são as mesmas que exigem o convencimento político como seu condicionante.
E, amanhã, um governo coerente com o discurso de campanha.
Se os números são necessários e insubstituíveis, não são ainda suficientes, pois o salto qualitativo dependerá do apoio das multidões no pós-eleitoral (aquele que nos faltou em 2015), assegurando a posse e, a partir daí, a governança, mas não qualquer governança, e sim aquela que assegure a consolidação democrática, a desmontagem do legado antinacional e antipopular do governo perjuro, e a realização das reformas realmente estruturais que abram caminho para o desenvolvimento com distribuição de renda e, seu corolário, a justiça social.
Mas a tarefa ainda não estará conclusa pois restará o enfrentamento ideológico da emergência do pensamento fascista que hoje em um pleito presidencial pode representar o apoio em algo superior a um terço do eleitorado brasileiro e cujas teses – apresentadas sem rebuços, inegavelmente –, tem respaldo e eco junto a significativos contingentes da população brasileira,  falando mesmo ao coração das camadas periféricas, aosmais pobres e mesmo aos mais discriminados, cujo protesto e justa sede de reparação não encontrou no discurso da esquerda e dos democratas o adequado canal de expressão.
O voto nulo, ou o voto em Cacareco, é, hoje, o voto na opção totalitária. Em qualquer hipótese irresponsável.
Um governo com tais características e tal compromisso – e outro não nos anima – enfrentará a revivescência da saturnal dos ódios,  a sabotagem da banca e a intolerância geral de um empresariado viciado no rentismo, a hostilidade de um Congresso controlado por oligarquias de toda ordem, forças armadas reacionárias e pouco afeitas aos limites da ordem constitucional e da disciplina, um poder judiciário judicante, operando segundo os interesses da classe dominante, uma imprensa política e ideologicamente monopolizada pelos interesses do andar de cima, alienada dos interesses nacionais.
Como enfrentar esse Moloch poderosíssimo?
Uma coisa é certa: não será – eis a lição da História – mediante mais um acordo de cúpula, uma negociação (abertura para as negociatas) de cima para baixo alimentada pela ilusão da conciliação de classe quando mais estão aguçadas as contradições de interesse  entre o trabalho e o capital, entre a produção e o rentismo, entre o desenvolvimento e a especulação, entre  a ascensão dos despossuídos e a concentração de renda, entre o interesse nacional e as exigências de um sistema internacional desesperado por alternativas de realização de lucros.
O enfrentamento será possível na medida em que a campanha eleitoral se desenvolva politicamente mirando o aqui e agora mas vendo o futuro, com menos personalismo e mais proposição programática, mantendo mobilizadas as massas em torno da restauração dos direitos suprimidos pela sanha patronal, ponto de partida para novas conquistas.
Todo governo é também um projeto pedagógico.

O STF e a traição à democracia –(1)  Após impedir a candidatura do ex-presidente Lula, o STF dá mais um passo – e outros podem ser esperados – na sua continuada traição aos fundamentos da soberania popular. Assim, em decisão de poucos dias passados, afastou do pleito de outubro 3,4 milhões de eleitores, cujos títulos foram cancelados porque seus titulares não compareceram à revisão ou ao cadastramento biométrico. Depois  de afastar do pleito seu principal concorrente, o Supremo, corre para impedir que parte do eleitorado do ex-presidente exerça o direito de votar: não por coincidência,  as inscrições canceladas estão concentradas nas regiões Norte e Nordeste. A Bahia, reduto eleitoral do PT, é o Estado com maior número de títulos cancelados, cerca de 587 mil (Estadão, 27/9/18, p A11). Para que o leitor tenha ideia dessa violência,  lembremos  – e o plenário do STF foi advertido pelo ministro Ricardo Lewandowski – que o segundo turno de 2014 entre Aécio Neves e Dilma Rousseff foi decidido por 3,5 milhões de votos… (2) Preso desde abril, o ex-presidente da República e dirigente partidário, não logrou obter de seus juízes-carcereiros o direito a dar uma entrevista à imprensa. Informa o Valor (edição de 27.9.2018), porém, que o esfaqueador do capitão ‘não precisou de72 horas para conseguir a autorização que lhe permitirá dar não apenas uma, mas duas entrevistas”.
As eleições não estão definidas. O locutor do telejornal TVNews, anuncia, como bordão, que as eleições não estão definidas, pois ‘muita coisa ainda pode ocorrer’. É verdade. Mas além do imponderável, o perigo está no que pode ser provável. Lembremos: o empresário Abílio Diniz foi sequestrado no dia 11 de dezembro de 1989 mas só foi revelado após sua libertação, no dia 16 de dezembro, véspera do segundo turno das eleições disputadas por Luís Inácio Lula da Silva e Fernando Collor. A mídia   da época suscitou o envolvimento do PT na ação de sequestro, usando ‘fontes da polícia’. Após a vitória de Collor, as acusações foram desmentidas.
Roberto Amaral
 
 

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Roberto Amaral é escritor e ex-ministro de Ciência e Tecnologia

CRIME DE LESA-PÁTRIA Cadê os "defensores da Pátria"? TODOS CALADOS!

O desabafo de um homem que Bolsonaro desejou que tivesse morrido sob tortura: “psicopata”

O desabafo de um homem que Bolsonaro desejou que tivesse morrido sob tortura: “psicopata”
Publicado por Diario do Centro do Mundo - 27 de setembro de 2018
Publicado no Facebook de Aluízio Palmar

POR ALUíZIO PALMAR


Não se trata de política.

É algo mais sério. É questão de caráter.

No ano de 2011, eu fui convidado para falar numa reunião da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal.

Durante minha fala, eu contei que um dos envolvidos em torturas na cidade de Foz do Iguaçu, o então tenente Espedito Ostroviski, disse, por ocasião de minha prisão, que a minha mulher não teria a filha que estava esperando. Que eles “dariam um jeito” assim que ela fosse presa.


No momento em que eu contava esse fato ocorrido em 1969, o deputado Jair Bolsonaro, apontando o dedo pra mim, disse aos gritos que eu não poderia ter sobrevivido à tortura. Que deveriam ter me matado. E acrescentou, “só matando para que os comunistas não tenham filhos, pois a ideologia passa pelo sangue”.

Então, se dependesse desse monstro, eu não teria minhas filhas, nem meu filho, netos e netas.

Portanto, não quero estar no mesmo espaço que as pessoas que apoiam esse psicopata. Não quero que os apoiadores de Bolsonaro entrem em minha casa, nem que telefonem. 


Oxalá, que nem passem pela minha rua. 

É uma questão de caráter. Não compactuo com pessoas que apoiam alguém que desejou minha morte e que minhas filhas, filho, netas e netos não viessem à vida.

Bolsonaro “não aceita” derrota nas urnas e sugere golpe ESTÁ DELIRANDO! Manicômio já!

Bolsonaro “não aceita” derrota nas urnas e sugere golpe

Jair Bolsonaro entrou na espiral de delírio furioso em que os loucos entram quando são contrariados.
Disse hoje, segundo registra a Folha, em entrevista ao Brasil Urgente, de José Luiz Datena, que  “pelo que vejo nas ruas, não aceito resultado diferente da minha eleição”.
(observação necessária: o sr. Bolsonaro, internado, não vê nada nas ruas há 22 dias).
Bolsonaro ressalva que “não pode falar pelos comandantes militares”, mas sugere que terá apoio para este inconformismo com a derrota.
Caso contrário, diz ele, “as Forças Armadas não tomariam iniciativa [de repelir o resultado da eleição]. Mas na primeira falta, poderia acontecer [uma reação] com o PT errando, sim”.
” Nós, das Formas Armadas, somos avalistas da Constituição.”
Nós, das Forças Armadas, quem, cara pálida? Você é um sujeito que está fora do serviço ativo há 30 anos, um mero capitão que escapou de uma punição disciplinar pela tangente, por querer explodir bomba em quartel.
Fez sua vida política frequentando formatura de cabo, de sargento, de tenente, ajudando a deformar o pensamento de militares para que se julguem não os defensores, mas os tutores da nação, ajudado pela tolerância de chefes militares que lhe permitiram a ação subversiva.
O autoritarismo de Bolsonaro, na iminência da derrota, transborda. Diz que mandou o General Hamílton Mourão “ficar quieto”  porque “estava atrapalhando”.
– Um vice geralmente não apita nada, mas atrapalha muito”.
Os senhores oficiais-generais do Exército Brasileiro, da Marinha e da Aeronáutica estão ouvindo bem o que diz este tipo? É para “não apitarem nada” que estão dando corda a este sujeito?
O Marechal Lott, o legalista que assegurou a posse de Juscelino Kubtischek deve estar se revirando no túmulo.
Já teria mandado um major – nada além de um major, posto imediatamente mais alto – recolher detido este sujeito ao Hospital Central do Exército.
Ou ao Sanatório Militar de Itatiaia, lugar de recuperação que, aliás, teve um dia como almoxarife o então Tenente Leônidas Cardoso, pai do Presidente Fernando Henrique Cardoso.
Ele, certamente, não deixaria zerar o estoque de calmantes necessários ao ex-capitão.