quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

Informativo Semanal do Prof. Ernesto Germano Pares, nº 1002

 


 

 

 


O desfecho que falta!

O desejo maior da população brasileira que conseguiu se livrar do sacripanta que gastou milhões de reais com cartão corporativo para seu prazer e financiar motociatas é ver o canalha na prisão. E isto está perto de acontecer.

No início desta semana, quatro deputados federais do PT protocolaram representação criminal na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o bandido e sua ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos e senadora eleita Damares Alves (Republicanos-DF) por suspeita de crime de genocídio contra os povos Yanomâmis em Roraima.

Os deputados afirmam que a atitude do criminoso contribuiu de maneira decisiva para a “contaminação dos rios (mercúrio) e, consequentemente, resultou nos impactos na alimentação (pesca) e nas condições de sanitárias (saúde) dos povos tradicionais que vivem e sobrevivem nas áreas onde não deveria haver garimpos, legais ou ilegais”.

A representação também inclui todos os ex-presidentes da Funai durante o governo do sacripanta – no período de janeiro de 2019 a dezembro de 2022. Assinam a representação os parlamentares Alencar Santana (PT-SP), Maria do Rosário (PT-RS), Reginaldo Lopes (PT-MG) e Zeca Dirceu (PT-PR).

As provas existem! É desumana a situação dos indígenas da etnia Yanomami na zona rural de Boa Vista (RR), constatou o presidente Lula (PT) após verificar pessoalmente, no sábado (21) as denúncias sobre desnutrição e contaminações graves que já haviam sido denunciadas mais de uma vez por ativistas e lideranças indígenas ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que não tomou nenhuma providência.

“É desumano o que eu vi aqui”, disse Lula, que responsabilizou diretamente o ex-presidente pela tragédia humanitária.

O governo do crápula ignorou ao menos 21 pedidos formais de ajuda aos Yanomami, segundo levantamento do The Intercept Brasil, de agosto do ano passado, que tomou como base ofícios encaminhados por uma associação indígena a diversos órgãos, denunciando invasões de garimpeiros ao território indígena. Nas peças encaminhadas à Funai, Ministério Público e Exército, a Hutukara Associação Yanomami já alertava que os conflitos poderiam “atingir a proporção de genocídio”, diz a reportagem publicada em agosto de 2022.

O Ministério da Saúde decretou estado de emergência para “planejar, organizar, coordenar e controlar as medidas a serem empregadas” para reverter as consequências da falta de assistência sanitária que atinge a população Yanomami. A portaria foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), na noite de ontem (20).

O 02 é fugitivo. O filho 02 do sacripanta, também conhecido como “Carluxo Cabeção” é um fugitivo da Justiça.

Foi o próprio Carluxo quem disse que “o Rio de Janeiro é a primeira cidade do país que possui um vereador federal”. Ele passou quase todo o seu mandato em Brasília, despachando no gabinete do pai. Mas sua história é bem estranha e pouco conhecida pelo seu envolvimento com as conhecidas “rachadinhas” e por ter sido o criador do “gabinete do ódio” que se especializou em espalhar Fake News.

Hoje ele vive em Atlanta, capital da Geórgia, nos EUA. O pai, canalha-mor, vive agora na Flórida (EUA) e pode ser extraditado porque o prazo do seu visto diplomático vencerá na próxima semana. Estarão preparando novo golpe para não voltar?

Carluxo ou 02, como o pai apelidou os quatro filhos, segundo denúncias, era o responsável por diversas contas nas redes sociais que disseminavam conteúdo falso e foi apontado como cérebro do “Gabinete do Ódio”, grupo que, sob as ordens do Palácio do Planalto, espalharia fake news e afirmações agressivas contra adversários do atual governo, segundo relatório do juiz Aírton da Veiga, auxiliar do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O juiz relatou a “presença de fortes indícios e significativas provas apontando para a existência de uma verdadeira ‘organização criminosa’ de forte atuação digital e com núcleos de ‘produção’, de ‘publicação’ de ‘financiamento’ e ‘político’ (…) com a nítida finalidade de atentar contra a Democracia e o Estado de Direito”. Segundo Aírton da Veiga, a operação da PF visava atacar o núcleo de financiamento. 

Em abril de 2020, a Polícia Federal identificou o “Cabeção” como um dos responsáveis por chefiar as milícias digitais que disparam fake news nas redes sociais, em inquérito sobre atos antidemocráticos do STF.

Pegar todos eles. O presidente do STF, desembargador Alexandre de Moraes, autorizou ações de busca e apreensão em imóveis do ex-governador do Distrito Federal (DF), Ibaneis Rocha e de seu ex-secretário executivo de Segurança Pública, Fernando de Souza Oliveira, informam fontes oficiais.

Agentes da Procuradoria-Geral da República (PGR) e da Polícia Federal cumpriram cinco mandados de busca e apreensão no Palácio do Buriti, sede do DF em Brasília, escritório de advocacia, casa do ex-governador Bolsonaro, Secretaria de Segurança Pública e na residência do ex-funcionário.

Os dois réus estão sendo investigados pelo Ministério Público para apurar a conduta dos comandantes estaduais que permitiram o assalto às três sedes emblemáticas do poder político em Brasília: Palácio do Planalto, Congresso e Supremo Tribunal Federal.

O mandado de busca e apreensão contra Ibaneis e de Souza Oliveira foi requerido pelo Grupo Estratégico de Combate a Atos Antidemocráticos da PGR como parte das investigações relacionadas ao assalto realizado por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro contra três autoridades públicas no dia 8 de janeiro.

Lula exonera chefe do Exército! Lula da Silva (PT) demitiu, no sábado (21), o comandante do Exército, general Júlio Cesar de Arruda. Ele foi empossado interinamente no cargo em 30 de dezembro do ano passado, ainda no governo do canalha, em um acerto com a equipe de transição para que a troca do comando ocorresse antes da posse do novo governo. No lugar de Arruda à frente da corporação assumirá o também general Tomás Miguel Ribeiro Paiva.

Paiva foi destaque de noticiários durante a semana depois de, na quarta-feira (18), ter feito declarações incisivas contra os atos de terrorismo contra as sedes dos Três Poderes, em Brasília. Em sua fala, ele cobrava respeito ao resultado das eleições de outubro. “Democracia pressupõe liberdade, garantias individuais […] e alternância do poder”, disse o então comandante militar do Sudeste.

Ele falava durante cerimônia, em São Paulo, em homenagem aos militares brasileiros mortos no Haiti. Em seu discurso, Paiva conclamou o Exército a respeitar o resultado da eleição que levou Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência da República. “(Democracia) também é o regime do povo (…) É o voto. E quando a gente vota, tem que respeitar o resultado da urna. Não interessa. Tem que respeitar. É essa a convicção que a gente tem que ter, mesmo que a gente não goste”, afirmou.

Lula participa da Celac. O presidente brasileiro desembarcou na noite de domingo na capital argentina para participar da VII Cúpula de Chefes de Estado da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) e realizar um encontro com seu homólogo argentino Alberto Fernandez.

À margem da nova cúpula da Celac, o presidente brasileiro teve um encontro com seu homólogo Alberto Fernández e a vice-presidente Cristina Fernández.

Do governo argentino indicaram que os dois líderes pretendem avançar nas discussões sobre uma moeda sul-americana comum

“Decidimos avançar nas discussões sobre uma moeda sul-americana comum que possa ser utilizada tanto para fluxos financeiros quanto comerciais, reduzindo custos operacionais e reduzindo nossa vulnerabilidade externa”, afirma um comunicado do governo de Alberto Fernández.

Eles também expressam sua condenação a todas as formas de extremismo antidemocrático e violência política e defenderão a consolidação da paz e da democracia na região.

Em primeiro evento de sua viagem à Argentina, Lula foi recebido pelo anfitrião Alberto Fernández na Casa Rosada na tarde de segunda-feira (23).

O encontro serviu para a assinatura de diversos acordos entre os dos países, e também para uma reunião entre Lula e Fernández, que terminou com uma coletiva de imprensa conjunta entre os dois mandatários.

Antes da entrevista, os presidentes deram declarações sobre a importância da reaproximação dos dois países a partir dos seus governos, já que essa relação se tornou mais distante durante o governo de Jair Bolsonaro, que manteve uma postura hostil com Buenos Aires devido a suas diferenças ideológicas com o governo de Fernández.

Em sua declaração, Lula enfatizou justamente essa reaproximação e disse que “o Brasil está outra vez de braços abertos aos amigos argentinos”. O mandatário brasileiro ressaltou que “Brasil e Argentina nunca devem estar distantes, nem nos aspectos econômicos, nem nos aspectos comerciais, sociais, científicos, esportivos e culturais”.

Na etapa de perguntas dos jornalistas, Lula falou sobre o projeto de criação de uma moeda única dos países da América do Sul, que funcionaria somente para as grandes transações comerciais.

“Em 2008, houve uma primeira experiência nesse sentido, mais tímida, que não foi adiante (…) mas desta vez eu espero que os ministros de Economia dos nossos países apresentem propostas que possam fazer com que esse projeto funcione, porque seria ideal que nós possamos fazer nosso comércio usando as nossas moedas nacionais, sem ter que passar pelo dólar”, explicou.

Lula também falou sobre a retomada das relações com a Venezuela, situação questionada por um jornalista argentino. “Vamos a recuperar as relações entre duas nações livres e independentes (…) o que eu quero para o Brasil eu quero também para a Venezuela, respeito à soberania e à autodeterminação dos povos”, ressaltou o mandatário brasileiro.

Lula pede desculpas. Em encontro com seu homólogo da Argentina Alberto Fernández, dentro da Casa Rosada, na segunda-feira (23), Lula pediu desculpas ao povo argentino “pelas grosserias” do sacripanta que governou o Brasil, sem mencionar o seu nome diretamente.

“Estou pedindo desculpas ao povo argentino por todas as grosserias que o último presidente do Brasil, que eu trato como genocida por causa da falta de cuidado que teve com a pandemia, por todas as ofensas que fez contra Fernández”, afirmou.

O presidente brasileiro completou a fala, enfatizando que “um país que tem a grandeza do Brasil não tem o direito de procurar inimigos, precisa buscar amigos e sócios. O Brasil está outra vez de braços abertos para acolher os companheiros argentinos”.

Moeda comercial. Brasil e Argentina vão anunciar em breve o início dos trabalhos preparatórios para a adoção de uma moeda única, informou o jornal Financial Times, citando fontes.

Após quase quatro anos de distanciamento ideológico, Brasil e Argentina voltaram a se aproximar com a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. E, na segunda-feira (23), Lula já acordou em Buenos Aires para seu primeiro encontro internacional, com Alberto Fernández, presidente argentino.

Segundo publicação do jornal Financial Times, Brasil e Argentina estão perto de anunciar um trabalho em conjunto para a adoção de uma moeda única para os negócios entre os países.

A ideia não seria unificar as moedas dos países, muito menos acabar com o real e o peso argentino, mas sim implementar uma unidade monetária paralela para facilitar as transações comerciais das nações vizinhas e, consequentemente, diminuir a dependência do dólar.

O economista Fábio Sobral, professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), afirma que, após um período de afastamento, o movimento de reaproximação é “muito bem-vindo”.

Segundo o especialista, há uma dimensão geopolítica importante em uma aliança do Brasil com a Argentina, pois juntos os países podem ajudar a fortalecer as relações da América do Sul com a China.

Ele aponta que a Argentina já tem se aproximado da China, que atualmente é seu principal parceiro comercial. Além disso, o país vizinho é candidato a aderir ao BRICS, podendo ter o apoio do Brasil. O professor lembra que, antes do conflito na Ucrânia, "a Argentina chegou a buscar a própria Rússia como um parceiro privilegiado, já que o Brasil se ausentava".

Uma visão do futuro. A crescente cooperação entre a China e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) favorece a inserção global da América Latina, destacou o especialista argentino Marcelo Rodríguez nesta segunda-feira.

“O fórum que reúne as duas partes tem tido o maior número de reuniões e maior dinamismo desde a sua criação e é chamado a desempenhar um papel muito importante na inserção da América Latina na nova ordem internacional que se configura”, disse o acadêmico em entrevista à Xinhua.

Rodríguez, diretor do Centro de Estudos e Formação Marxista (Cefma) Héctor P. Agosti, da Argentina, destacou que a formação do fórum China–Celac é muito “importante, porque foi o primeiro que se conseguiu sem a presença de Estados Unidos”.

“A ligação entre a China e os países da região por meio da plataforma oferecida pela Celac diz muito simbolicamente, mas vai além porque também há fatos concretos, com acordos e propostas para aprofundar a cooperação entre as partes”, observou o especialista.

Lula defende a proposta. Lula disse que é possível discutir a adoção de um acordo de livre comércio entre a China e o Mercosul (bloco econômico que engloba Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, além de países associados).

Para o presidente brasileiro, antes é preciso destravar a ratificação do acordo entre o Mercosul e a União Europeia (UE). Aprovado em 2019, após 20 anos de negociações, esse acordo comercial precisa ser ratificado pelos parlamentos de todos os países dos dois blocos para entrar em vigor. No entanto, diversos países europeus suspenderam a aprovação do acordo, o que exigirá negociações adicionais.

“Vamos intensificar as discussões com a União Europeia e vamos firmar esse acordo para que a gente possa discutir apenas um possível acordo entre China e Mercosul, e eu acho que é possível”, disse em declaração à imprensa ao lado de Lacalle Pou.

Venezuela apoia moeda única. O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou na segunda-feira seu apoio à iniciativa apresentada pelos seus homólogos da Argentina, Alberto Fernández, e do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, sobre a criação de uma moeda comum para a região.

“Hoje, o presidente Lula da Silva e o presidente Alberto Fernández anunciaram que vão abrir caminho para a criação de uma moeda comum sul-americana. Eu anuncio que a Venezuela está pronta e apoiamos a iniciativa de criar uma moeda latino-americana e caribenha”, afirmou. ele disse.

No marco da Grande Marcha Nacional contra as medidas coercitivas unilaterais impostas pelos Estados Unidos (EUA) à Venezuela, o chefe de Estado celebrou a iniciativa e declarou “independência, união e libertação da América Latina e Caribe”.

Importância do Brasil. O discurso de Lula durante a sétima edição da Cúpula da Comunidade dos Países Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), nesta terça-feira (24/01), foi enfocado em ressaltar a importância que o novo governo brasileiro dá ao seu retorno ao organismo após o afastamento promovido pelo sacripanta, e também a convicção do atual mandatário em voltar a protagonizar iniciativas de integração entre os países da região.

“Ao longo dos sucessivos governos brasileiros desde a redemocratização nos empenhamos com afinco e com sentido de missão em prol da integração regional e na consolidação de uma região pacífica, baseada em relações marcadas pelo diálogo e pela cooperação”, enfatizou Lula, para reforçar, em seguida, que este retorno à Celac marca “um reencontro do Brasil consigo mesmo”.

“O Brasil está de volta à região e pronto para trabalhar lado a lado com todos vocês, com um sentido muito forte de solidariedade, diálogo e cooperação”, acrescentou.

“Celac sem Brasil é vazia”. O retorno do Brasil à Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) foi aplaudido pelos líderes na abertura da cúpula na terça-feira (24) em Buenos Aires.

Durante a abertura do foro, os aplausos foram pedidos pelo presidente da Argentina, Alberto Fernández, afirmando que, sem o Brasil, a Celac fica “vazia”.

A participação do Brasil na organização havia sido rompida no governo do ex-capitão, mas retornou após a posse de Lula. “Sem dúvida, uma Celac sem o Brasil é muito mais vazia, com a qual sua presença hoje nos completa”, afirmou o presidente argentino.

No discurso de abertura, Fernández alertou sobre o avanço da ultradireita em diferentes partes do mundo e especialmente na região latino-americana, pedindo o fortalecimento da "institucionalidade e da democracia diante de uma direita fascista".

O presidente apontou a necessidade de não permitir que a extrema direita “ponha em risco a institucionalidade de nossos povos”.

Lula restabelece relações com Cuba. Lula e o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, tiveram uma reunião bilateral na terça-feira (24), durante a sétima edição da Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).

Este é o primeiro encontro entre os dois mandatários e o primeiro diálogo de Lula com um líder cubano neste seu terceiro mandato.

Em seus dois primeiros períodos no Palácio do Planalto, Lula teve diferentes reuniões com dois presidentes que governaram Cuba no período: o líder histórico da Revolução Cubana, Fidel Castro, e seu irmão, Raúl Castro, que assumiu o poder em 2008.

Segundo a agência cubana Prensa Latina, Lula e Díaz-Canel conversaram sobre políticas para reforçar a integração entre os países da América Latina, além de possíveis acordos comerciais e de ajuda mútua no setor da saúde.

A agência também ressaltou que os dois presidentes já haviam trocado telefonemas ao menos duas vezes durante este mês: no dia seguinte à posse de Lula e após a tentativa de golpe de Estado por parte dos fascistas no Brasil, no dia 8 de janeiro, quando o mandatário cubano expressou seu apoio ao homólogo brasileiro.

A verdadeira face do golpe. O golpe de Estado no Peru, que levou o presidente democraticamente eleito, Pedro Castillo, para a prisão, foi todo orquestrado pelos EUA. Como sempre acontece na Nossa América. Os novos governantes do Peru, a golpista Dina Boluarte e o general José Williams, já assassinaram mais de 60 manifestantes contrários ao golpe.

Foi o próprio secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, quem apoiou Boluarte na realização de “reformas” no meio de uma grave crise institucional, política, económica e institucional, receando a incursão de empresas chinesas na exploração de matérias-primas e recursos estratégicos.

O Peru foi apresentado como um exemplo de sucesso do mundo neoliberal, apesar (ou graças à) corrupção comprovada de seus últimos presidentes, mas aos poucos também aprofundou suas relações com a China  Com uma legislação permeável a lobbies empresariais, hoje o Peru recebe investimentos da Espanha (petróleo e gás), Reino Unido, Suíça, Japão, Coreia do Sul e até mesmo de países latino-americanos como Brasil, México, Chile e Argentina.

Mas os investimentos estratégicos vêm dos EUA por meio de empresas como a Cerro Verde e a Southern Copper Corporation, que atuam na exploração de cobre, mineral do qual o Peru é o segundo maior exportador do mundo. Mas às empresas estadunidenses uniram-se à canadiana Plateau Energy, que descobriu urânio em 2017 no sul, em Macuyani. Muita coisa mudou com a descoberta do lítio pela estadunidense Lithium em Falchani, talvez o sexto maior depósito do mundo.

Entenderam a razão do golpe contra Pedro Castillo e o apoio à Dina Baluarte?

Grande marcha nacional. Milhares de peruanos realizam, na terça-feira (24), uma nova grande marcha nacional exigindo a renúncia da presidente designada Dina Boluarte, a quem culpam pela repressão aos protestos que deixaram pelo menos 62 pessoas assassinadas.

Estudantes, camponeses, indígenas e outros grupos populares anunciaram que começarão a se reunir às 16h00, horário local (21h00, horário de Brasília), na terça-feira, na praça 2 de Mayo.

O presidente da Assembleia Regional Juvenil de Cusco, Mauro Marucho, em entrevista à teleSUR, denunciou que a repressão policial “está se tornando cada vez mais aguda, há 62 mortes por impactos de projéteis em todo o país”.

Repressão policial. As forças de segurança peruanas reprimiram violentamente os manifestantes que participaram da grande marcha nacional realizada nas ruas do centro de Lima na terça-feira, com saldo de vários feridos e detidos.

Mídias e organizações independentes, como a Coordinadora 14N (@coordinadora14n), denunciaram em suas redes sociais a forma como policiais dispararam chumbinhos e bombas de gás lacrimogêneo contra os participantes do protesto que exigia a renúncia de Dina Boluarte.

As fontes contaram pelo menos quatro pessoas que foram atendidas pelas brigadas de primeiros socorros por ferimentos com projéteis, enquanto alertaram que havia pelo menos seis detidos em uma delegacia.

O usuário da rede Twitter Alex Febrero (@AlexFebrero_) documentou a “brutal repressão em frente à Clínica Internacional, Alfonso Ugarte. Os manifestantes avançavam de forma pacífica. Há uma pessoa ferida."

Nesta terça-feira e de Buenos Aires, capital da Argentina, onde foi realizada a VII Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), a presidente de Honduras, Xiomara Castro, se solidarizou com Castillo, que está preso desde 7 em dezembro passado acusado de suposta rebelião.

Neste contexto, o Presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, depois de condenar a repressão policial contra os manifestantes no Peru, instou os Estados membros da Celac a assinarem um acordo para exigir a liberdade de Pedro Castillo.

Parlamentares pedem afastamento. Um grupo de parlamentares apresentou nesta quarta-feira moção de vacância contra a nomeada presidente do Peru, Dina Boluarte, por incapacidade moral.

Esta iniciativa, apresentada pelo legislador Nieves Limachi do Peru Democrático e apoiada por outros parlamentares, surgiu no contexto de protestos em várias regiões do país para exigir a renúncia de Boluarte, bem como forte repressão das forças de segurança contra mobilizações.

Entre os fundamentos desta moção de vacância estão as manifestações realizadas contra o governo peruano, pelo avanço das eleições gerais, uma Assembleia Constituinte e pela liberdade do ex-presidente Pedro Castillo.

Outro ponto a que se refere o documento é que “nosso país está sendo sangrado pela má gestão do governo e das forças de ordem dirigidas pela senhora Boluarte Zegarra”.

Em Lima, manifestantes protestaram em frente à Embaixada dos Estados Unidos (EUA) no país, posicionando-se para expressar suas demandas e exigir justiça para as vítimas da repressão.

Vai “botar o galho dentro”? A golpista peruana, Dina Boluarte, pediu ao Congresso na sexta-feira (27) que aprove a antecipação das eleições gerais no país para dezembro de 2023, como forma de contornar a crise política que se iniciou em dezembro, após a destituição do ex-presidente Pedro Castillo.

Em cerimônia realizada no Aeroporto Militar de Lima, Boluarte instou o Legislativo a modificar o projeto que tramita atualmente, que antecipa as eleições em apenas dois anos – ou seja, o próximo pleito que deveria acontecer em abril de 2026 seria reprogramado para abril de 2024.

Segundo ela, as manifestações que vêm ocorrendo com frequência no país desde dezembro indicam que a população está exigindo a realização das próximas eleições ainda no ano de 2023.

Boluarte instou os líderes dos partidos Força Popular [direita fujimorista] e Aliança para o Progresso [ultraliberal] a “honrar o compromisso que já haviam expressado, de apoiar essa proposta [de um adiantamento das eleições para 2023], pois não há condições de fazer o país voltar à normalidade de outra forma”.

A presidente também questionou os partidos de esquerda por condicionar o apoio à proposta de adiantamento das eleições à realização, no mesmo dia do pleito, de um referendo sobre a convocação de uma assembleia constituinte no país – a atual carta magna peruana foi imposta em 1993 pelo então ditador Alberto Fujimori.

Será que ela está preocupada com o que aconteceu com Jeanine Añez, a golpista boliviana que agora está na cadeia?

Mas não é bem isso! A quadrilha de Fujimori não dorme. Na noite de sexta-feira (27) o parlamento unicameral do país votou um primeiro projeto nesse sentido, que previa a realização do pleito no próximo mês de outubro, mas a iniciativa foi rejeitada, em sessão que terminou apenas no sábado de madrugada.

O projeto obteve apenas 45 votos favoráveis, enquanto os contrários foram 65 – também houve duas abstenções e 18 ausências. Eram necessários 87 para a aprovação, já que se tratava de uma reforma constitucional.

A oposição de esquerda votou contra o projeto, que classificou como uma “proposta fraudulenta”, já que incluía um mecanismo que obstruiria a realização de um referendo para assembleia constituinte, que é outra demanda importante dos movimentos sociais que vêm se manifestando recentemente.

O autor da iniciativa votada nesta sexta foi o congressista Hernando Guerra García, do partido Força Popular (direita fujimorista). O texto falava em um primeiro turno presidencial em outubro e um possível segundo turno em novembro.

Também segundo o projeto, o mandato da presidente Dina Boluarte terminaria no dia 31 de dezembro deste ano, e o vencedor das eleições iniciaria no dia seguinte, o primeiro de 2024, seu período de cinco anos, até 2029.

No entanto, há outro projeto tramitando no legislativo, que fala em eleições gerais em dezembro de 2023 [para presidente e todo o Legislativo] junto com um referendo para que a cidadania decida se deve ser convocada uma assembleia constituinte, para substituir a atual carta magna imposta em 1993 pelo então ditador Alberto Fujimori.

Pesadelo em Washington. Em recente declaração, o presidente venezuelano, Maduro, sugeriu a criação de um bloco latino-americano e a aproximação com Rússia e China na defesa de um mundo multipolar.

No último dia 12, Maduro sugeriu, durante discurso na Assembleia Nacional, a formação de um “bloco político” de países latino-americanos e mencionou conversas sobre o tema com os presidentes da Argentina, Alberto Fernández, da Colômbia, Gustavo Petro, e do Brasil, Lula da Silva. Para o presidente venezuelano, a aproximação desses países, ao lado de Rússia e China, poderia fortalecer a ideia de um “mundo multipolar e multicêntrico”.

Embora nada oficial tenha sido anunciado, o novo governo brasileiro sinaliza uma política internacional de integração regional e fortalecimento do BRICS — que ensaia uma expansão que pode incluir a Argentina. A Sputnik Brasil ouviu especialistas para discutir os limites e as possibilidades em torno de um eventual alinhamento entre os países latino-americanos, Moscou e Pequim.

Desde a campanha presidencial, Lula tem sinalizado ao mundo a intenção de investir na integração regional e no fortalecimento do BRICS. As primeiras ações do chanceler brasileiro, Mauro Vieira, como a reinserção do Brasil na Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) e um discurso de inauguração com promessas de liderar a região, confirmam a tendência.

China x EUA! A República Popular da China e os Estados Unidos da América não são parceiros, não são economias que competem em um ambiente de livre mercado, fora de tensões ou possibilidades de confrontos além dos comerciais e diplomáticos.

China e Estados Unidos são rivais, antagônicos, adversários com trancos e barrancos para se tornarem inimigos de morte

Como poderiam ser parceiros um casal de países com um enorme potencial demográfico, financeiro, militar e com ambições destinadas a satisfazer as necessidades de suas indústrias na busca incessante por mercados de diversas formas? Um deles, os Estados Unidos, que acredita ser possível continuar com sua política de cenoura e pau, e o outro, a China, ativa financiadora dessas infraestruturas e necessidades almejadas pelos países da América Latina, África e Ásia, fundamentalmente onde a política é aquela da carteira ampla. Não há possibilidade de sermos sócios quando o que está em disputa, aliás, são estratégias de desenvolvimento diametralmente opostas. Um Estados Unidos ossificado, sujeito ao seu papel crônico de potência hegemônica dominante, com claro eixo de seguir o caminho da unipolaridade. A outra, a China, situada nos antípodas,

A realidade das disputas entre os EUA e a República Popular da China já se estende a grandes áreas do planeta. Por exemplo, no Mar da China Meridional, onde as pressões contra o governo de Xi Jinping, de Washington e seus parceiros regionais como Japão, Taiwan, Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia, dispararam alarmes geopolíticos globais. Esse objetivo de controle das rotas marítimas está ali expresso, começando pelo Estreito de Malaca, continuando pelo Estreito de Ormuz e Bab el Mandeb, que dá entrada no Mar Vermelho e com ele o Canal de Suez, que forçou a China, em agosto 2017 para instalar sua primeira base militar fora do território chinês, neste caso no chifre africano, no pequeno Djibuti. O que para a mídia ocidental, Descreveram-no como um posto militar estabelecido pelo país no Oceano Índico, para beneficiar os seus próprios interesses na competição entre as grandes potências.

E a disputa não é apenas comercial, política ou diplomática. Os aspectos militares já se fazem sentir no dia-a-dia, seja através de decisões como a dos Estados Unidos ao decidir criar o AUKUS – pacto trilateral de segurança – com a Grã-Bretanha e a Austrália, dotando este país de três porta-aviões propulsados ​​num futuro próximo trazer energia nuclear para aquela região e o perigo que isso representa do ponto de vista das tensões. Exercícios navais de grande escala apelidados de “Cooperação Naval 2022” foram realizados no final de dezembro de 2022 entre a China e a Rússia no Mar da China Meridional, de Zhoushan a Taizhou, na província de Zhejiang, no leste da China, a cerca de 500 quilômetros da costa norte da ilha de Taiwan, a fim de desenvolver estratégias de defesa para suas costas em direção ao Pacífico.

Zelenski = Temer + sacripanta! O Projeto de Lei 5.371 elimina o direito à negociação coletiva para pequenas e médias empresas, ou seja, para empresas com menos de 250 funcionários. Nesses casos, os empregadores terão liberdade para negociar salários, jornada de trabalho e condições contratuais com o trabalhador individualmente.

Para se ter uma ideia, na Ucrânia 70% dos trabalhadores trabalham em pequenas e médias empresas.

A nova legislação trabalhista também legaliza os chamados contratos de “hora zero”, nos quais os empregadores podem dispor dos trabalhadores à vontade. Desta forma, os colaboradores só têm garantido um mínimo de 32 horas de trabalho por mês dependendo da “demanda” que se faz necessária. A empresa pode ter até 10% da força de trabalho com esse tipo de contrato.

Outro dos pontos conflitantes tem a ver com os bens dos sindicatos, que podem ser confiscados pelo Estado e corre-se o risco de acabarem privatizados nas mãos dos oligarcas.

EUA x América Latina! A general estadunidense Laura Richardson, chefe do Comando Sul, não economizou com sinceridade: sem eufemismos, ela se referiu à riqueza de recursos naturais da América Latina e como estes são uma questão de “segurança nacional” para seu país, em seu “jogo” contra seus adversários geopolíticos, China e Rússia.

Por que essa região é importante? Com todos os seus ricos recursos e elementos de terras raras, você tem o triângulo de lítio, que é necessário para a tecnologia de hoje. 60% do lítio mundial está no triângulo do lítio: Argentina, Bolívia, Chile", afirmou.

Após esta enumeração dos recursos naturais estratégicos da região, destacou que “temos 31 por cento da água doce do mundo nesta região. Com esse inventário, os EUA têm muito o que fazer”. O que preocupa é o “nós temos”: Richardson sustenta que a água da região da América Latina e Caribe pertence ao seu país, deixando explícito o caráter de pilhagem e pilhagem com seu suposto quintal.

Concluiu dizendo que os EUA têm “muito a fazer” e que “esta região importa’ porque ‘tem muito a ver com a segurança nacional e temos de começar o nosso jogo”, disse, referindo-se à sua disputa geopolítica que ele mantém, com a China e, em menor medida, a Rússia, por esses recursos.

Obviamente, os Estados Unidos não veem a América Latina como vizinha nem buscam proteger um projeto multinacional de desenvolvimento. Richarson fala em “controlar a região” a qualquer custo por suas ricas reservas de lítio, petróleo, ouro, cobre e água.

Chegaram ao limite? Os EUA atingiram seu limite de dívida na quinta-feira (25), levando o Departamento do Tesouro a tomar “medidas extraordinárias” para continuar financiando o Governo Federal. A secretária do Tesouro, Janet Yellen, anunciou em uma carta ao presidente da Câmara, Kevin McCarthy, que seu Departamento colocaria freios temporários em novos investimentos em alguns fundos de aposentadoria do governo até 5 de junho.

Yellen disse que tais medidas podem permitir que o governo pague suas contas até junho. Ao mesmo tempo, a secretária disse que haveria “considerável incerteza” em torno dessas ações, caso o Congresso não aprovasse uma legislação para aumentar o teto da dívida, atualmente de US$ 31,4 trilhões.

O valor é 1,22 vezes maior que o Produto Interno Bruto (PIB, total de produtos e serviços no ano) dos Estados Unidos, avaliado em US$ 25,7 trilhões no terceiro trimestre de 2022.

No país da liberdade (01). Um tiroteio em massa perto da cidade americana de Los Angeles deixou um saldo preliminar de pelo menos 10 mortos e cerca de 16 feridos.

Segundo a mídia local, o tiroteio ocorreu na cidade de Monterey Park, às 22h, em meio às comemorações do Ano Novo Chinês.

As autoridades policiais apelaram à comunidade para que permaneça nas suas casas, uma vez que ainda não prenderam o autor do massacre.

No país da liberdade (02). Pelo menos 12 pessoas ficaram feridas em um tiroteio ocorrido na madrugada de domingo em um bar em Baton Rouge, capital da Louisiana, nos EUA.

Segundo o sargento L'Jean McKneely Jr, do Departamento de Polícia local, o incidente ocorreu por volta de 1h30 (horário local) dentro do The Dior Bar and Lounge, localizado na Bennington Avenue, perto de College Drive.

As autoridades informaram que as equipes de emergência transferiram pelo menos cinco vítimas para um hospital, três delas em estado crítico. Enquanto isso, inúmeras vítimas chegaram ao hospital em seus veículos pessoais.

No país da liberdade (03). Um total de 10 pessoas foram mortas em três tiroteios ocorridos na segunda-feira em diferentes cidades dos Estados Unidos (EUA), em fatos ocorridos apenas dois dias após o ataque com arma de fogo na Califórnia que deixou 11 mortos.

O evento que mais deixou vítimas nesta segunda-feira ocorreu na cidade litorânea de Half Moon Bay, na península de San Francisco, estado da Califórnia, onde foram descobertas sete vítimas fatais.

A polícia informou que uma pessoa identificada como Zhao Chunli, de 67 anos, foi presa por este tiroteio, que se entregou aos agentes de segurança. Seus motivos para realizar o ataque ainda não foram revelados.

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