domingo, 7 de julho de 2019

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Datafolha: para 58%, decisões de Moro devem ser revistas

Datafolha: para 58%, decisões de Moro devem ser revistas

Pesquisa Datafolha divulgada neste sábado mostra que 58% acham que a conduta de Sérgio Moro revelada pela Vaza Jato foi inadequada, ante 31% que a aprova; outros 58% dizem que, se comprovadas irregularidades, decisões de Moro devem ser revistas
(Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
247 - Pesquisa do instituto Datafolha divulgada neste sábado (6) mostra que a maioria da população brasileira reprova a conduta do ex-juiz Sérgio Moro, atual ministro da Justiça, ao se comportar como coordenador do Ministério Público nas ações da Lava Jato. 
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Segundo o jornalista Igor Gielow, da Folha de S. Paulo, entre os que ouviram falar do caso, 58% acham que a conduta de Moro foi inadequada, ante 31% que a aprova. Não sabem avaliar 11% dos ouvidos.
Também são 58% os que dizem acreditar que, se comprovadas irregularidades, eventuais decisões de Moro na Lava Jato devem ser revistas. Para 30%, o ganho no combate à corrupção compensa eventuais excessos cometidos.
A aprovação pessoal de Moro, segundo o Datafolha, caiu de 59% para 52% em relação à pesquisa mais recente, feita há três meses. Entretanto, para 54%, não há motivo para sua saída, enquanto 38% acham que sim.  
Segundo os dados do Datafolha, apesar das ilegalidades apresentadas pela Vaza Jato, 54% da população considera justa a prisão política do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O percentual é o mesmo do levantamento feito em abril. 42% da população classifica a prisão como injusta, percentual que era 40% em abril. 
A prisão de Lula é considerada justa pelos mais ricos, que ganham acima de 10 salários mínimos (67%), e injusta pelos mais pobres (51%). Regionalmente,  56% dos nordestinos condenam a prisão de Lula, enquanto 63% dos sulistas a aplaudem.
A pesquisa do Datafolha foi feita em 4 e 5 de julho, com 2.086 entrevistados com mais de 16 anos, e em 130 cidades. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou menos.  

Moro mandou Deltan vazar dados sigilosos sobre a Venezuela

Moro mandou Deltan vazar dados sigilosos sobre a Venezuela

O novo capítulo da Vaza Jato revela que o ex-juiz Sergio Moro mandou o procurador Deltan Dallagnol vazar dados sobre pagamentos da Odebrecht na Venezuela para desestabilizar o regime de Nicolás Maduro. Na força-tarefa, outros procuradores eram contra e expressavam o receio de que essa atitude estimulasse uma guerra civil no país vizinho
247 – "Integrantes da força-tarefa da Operação Lava Jato se mobilizaram para expor informações sigilosas sobre corrupção na Venezuela após receber uma sugestão do então juiz federal Sergio Moro em agosto de 2017, segundo mensagens privadas trocadas pelos procuradores na época", aponta reportagem da Folha de S. Paulo, em nova parceria com o Intercept, de Glenn Greenwald.
"Talvez seja o caso de tornar pública a delação da Odebrecht sobre propinas na Venezuela", disse Moro a Deltan, em mensagem postada no Telegram. "Isso está aqui ou na PGR?"
"Haverá críticas e um preço, mas vale pagar para expor e contribuir com os venezuelanos", respondeu Deltan. "Naõ dá para tornar público simplesmente porque violaria acordo, mas dá pra enviar informação espontãnea [à Venezuela] e isso torna provável que em algum lugar no caminho alguém possa tornar público", disse. "Paralelamente, vamos avaliar se cabe acusação."
Enquanto Moro e Dallagnol tramavam uma ação contra a Venezuela, membros da força-tarefa expressaram preocupação com os riscos. "Vejam que uma guerra civil lá é possível e qq ação nossa pode levar a mais convulsão social e mais mortes", escreveu Paulo Galvão. "Imagina se ajuizamos e o maluco manda prender todos os brasieliros no territorio venezuelano", disse Athayde Ribeiro Costa.