terça-feira, 10 de setembro de 2019

Infantilidade de Bolsonaro bota fogo na Amazônia

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O desafio de vencer o cachorro louco

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O desafio de vencer o cachorro louco

Uma das características do mundo contemporâneo é a crise dos partidos políticos. Nós a sentimos aguda, mas é fenômeno que se abate sobre o sistema ocidental sem deter-se ante limitações ideológicas ou geopolíticas. Como sobrecarga traz consigo – simbiose entre causa e efeito – a decadência do liberalismo político e a emergência de governos que transitam da direita (Donald Trump) à extrema-direita, muito bem representada pelos regimes de Benjamin Nethanyahu, Recep Erdogán e Viktor Urbán. Nossa contribuição a esse álbum é o bolsonarismo. É a nova fase do conservadorismo brasileiro que se afasta do centro, reduzido a um vácuo, enquanto cresce a movimentação dos círculos de direita em todos os campos da sociedade.
Depois da debacle dos partidos tradicionais da França, da Itália, da Espanha e da Grécia – à esquerda e à direita –, está no horizonte a crise inglesa. Acelerada pelo desastrado Boris Johnson e o impasse em torno do Brexit, ela ilustra também a crise do bipartidarismo, que já há muito atingiu a infuncional democracia representativa dos EUA, de que a eleição de Trump, nas condições conhecidas, é apenas um subproduto. A face brasileira da crise – crise da democracia representativa, crise da política -- é pontuada pela eleição do capitão Bolsonaro, o ápice da disfunção geral dos nossos partidos (nomeadamente dos partidos da centro-direita mas não só deles, literalmente fulminados, cedendo espaço a aglomerações de ocasião, meramente jurídicas, heterogêneas, sem inserção nacional, sem militância organizada, finalmente sem linha programática, transformando o Congresso Nacional em um imenso “baixo clero”.
Nas eleições de 2018 as esquerdas e as forças progressistas de um modo geral foram derrotadas, mas a centro-direita, PSDB à frente, foi simplesmente eliminada, facilitando a polarização que ajudou a campanha do capitão, e na qual ele investe como esteio de seu governo. A polarização é igualmente fruto desse vazio, pois as forças antípodas, sem terem com quem firmar alianças, também são forçadas ao isolamento.
Por variados motivos, no vazio partidário, amplo, a vida política brasileira se viu polarizada, nas eleições e depois, entre extrema-direita e esquerda, ou, em termos mais simples, entre anti-lulismo e lulismo, e desse caldo, com outras tantas interferências, emergiu o bolsonarismo. É este o quadro que o capitão presidente quer ver congelado, e daí decorre a estratégia/tática de, com apenas oito meses de desastrado governo, colocar na pauta política sua reeleição, na expectativa de afastar concorrentes do campo conservador, mas ensejando a disputa em campo aberto.
Sua suposição é aritmética, pois em sua ótica o eleitorado brasileiro estaria dividido entre um terço que vota pela esquerda, um terço que acompanharia o capitão até às últimas consequências, a bolha à qual se dirige, e um terço que estaria alheio aos números anteriores, forcejando por um espaço próprio na direita e na centro-direita. Nesse cenário, anunciam os futurólogos o dictak de 2022, a esquerda terá candidatura própria, possivelmente saída dos quadros do PT; a bolsa bolsonarista já teria o capitão em campanha, e no terço que giraria entre a direita e a centro-direita o espaço estaria sendo disputado pelo governador de São Paulo e um apresentador de TV.
Ou seja, o jogo já estaria dado.
Mas todos sabem que há um longo caminho até a próxima eleição presidencial, e no meio do caminho temos 2020.
As mais recentes pesquisas de opinião (Datafolha, CNT/MDA e Vox Populi), dizem que parte do eleitorado do capitão começa a migrar da avaliação de “ótimo/bom” para “regular/ruim”; será um campo para colheitas da direita e da esquerda, sobretudo com a lentidão da retomada da atividade econômica.
É evidente que qualquer discussão sobre o pleito de 2022, à qual, aliás, se dedicam presentemente as colunas dos comentaristas políticos, é, mais do que precipitada, exercício de pura imaginação. Mas sua referência serve como pano de fundo para a análise das estratégias do capitão, preocupado em conservar o poder que, se soube conquistar com os meios de que lançou mão, mostra-se a cada dia mais incapaz de manter, na medida em que se insiste em se comportar como o chefe de facção que sempre foi, repelindo o papel de estadista, incompatível com sua inanidade política. Neste ponto temos o primeiro dos objetivos do debate em torno de uma eleição fora do horizonte: garantir o aqui e agora, isto é, a mantença do governo, dizendo às suas tropas que só haverá amanhã se o hoje for assegurado. E um dos primeiros desafios é, repete-se, convencer aliados de que não haverá bolsonarismo sem Bolsonaro. A estratégia visa a desestimular os que, satisfeitos com a média da política econômica ultraliberal – a reforma da previdência em seu final, a desestatização como principio e as privatizações como método, a reforma tributária prometida – temem, crescentemente, as consequências da incurável incapacidade do capitão de exercer a presidência, o destempero que chega às raias da insânia, como, após a querela contra o presidente da França, as diatribes contra a Alemanha e a Noruega, a descabida e insólita agressão à ex-presidente do Chile, Alta Comissária da Organização das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet.
A reeleição, ao final das contas, não é crucial, mas tática a serviço da estratégia de salvar um governo que parece esgotar-se todo dia.
Prometendo o futuro como paga à solidariedade no presente, Bolsonaro tem à frente um leque de desafios, e o primeiro deles é, como sempre, o desafio da economia, que o “Posto Ipiranga” ainda não conseguiu tirar do marasmo. Boa parte de seu eleitorado fiel, que intenta conservar, está exposto à carestia e pode se indispor se emprego e renda não vierem logo: tiro em bandido e censura a beijo gay agradam a muitos, mas não enchem a barriga de ninguém. Para além da grande bolha do inexcedível capitão, há, disputado pela centro-esquerda e pela direita liberal, um imenso eleitorado que deve trazer dificuldades e limitações crescentes para o jeito bolsonarista de governar. O desprestígio internacional, também crescente (em cenário já desfavorável por muitos outros motivos), pode sensibilizar o público nativo, a começar pela influente classe média. Um resultado previsível na Argentina e outro surpreendente nos EUA dariam sua contribuição ao caldo.
Enquanto isso, a oposição, ainda vivendo a crise de seus partidos, joga ora parada, ora no contra-ataque, estratégia aconselhável quando o time, afinado, dispõe de ataque rápido e goleadores. Este não parece ser o caso, e assim ficamos na dependência dos erros – múltiplos, reiterativos e frequentes –, do capitão, nem sempre, porém, bem aproveitados. Não parece, no entanto, aconselhável à oposição supor que o provável fracasso do capitão fará o eleitorado cair naturalmente no seu colo, muito menos há razões objetivas para supor que a esquerda esteja preparada para falar (e atuar) numa eventual e provável crise institucional. Continuam a esquerda carente de uma plataforma unificadora de palavras de ordem mais gerais que o necessário e urgente “Lula livre”, para esse que certamente é o desafio mais agudo: constituir-se, perante a sociedade, em alternativa viável ao bolsonarismo, qualquer que seja o desfecho das crises que vivemos em cascata desde a posse do capitão.

Pergunta que não pode calar:
- Quem mandou matar Marielle Franco?
Roberto Amaral
 
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Roberto Amaral é escritor e ex-ministro de Ciência e Tecnologia
 
  

Bloomberg: discursos de Bolsonaro são fagulhas com que os fazendeiros queimam a Amazônia

Bloomberg: discursos de Bolsonaro são fagulhas com que os fazendeiros queimam a Amazônia

A agência de notícias Bloomberg publicou artigo em que aponta como o discurso de Jair Bolsonaro insufla a ação de fazendeiros que se sentem autorizados a fazer o desmatamento com fogo na Floresta Amazônica
Da Bloomberg, com tradução de Regina Aquino - Uma hora de estrada poeirenta abaixo, a partir da cidade brasileira de Porto Velho, Irany Paradela usa um frágil ancinho para limpar um terreno carbonizado. O fogo que ela e seu marido tocaram na vegetação “se tornou uma besta real”, disse a proprietária de 48 anos de idade. “ Nós não conseguimos apagá-lo”.
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O tamanho pode não ter sido intencional mas não era inteiramente indesejável. “ Algumas vezes você precisa tocar fogo”, disse Paradela. “ Quem tem máquinas para limpar a terra?”
A Amazônia está se queimando por semanas e muitos incêndios, em um dos mais devastados estados do Brasil, Rondônia, foram provocados por pequenos fazendeiros como Paradela, os quais ganham precariamente sua subsistência, as margens da floresta, com uma agricultura do tipo cortar-e-queimar. Isolados e independentes eles estão imunes as pressões de Brasília e para além dela. E o endosso explícito do Presidente Jair Bolsonaro os encoraja a queimar mais do que eles tem feito, em anos.
Nos primeiros oito meses de 2019, o Brasil teve quase 94.000 focos de incêndio, o maior desde 2010. Mais da metade ocorreu no bioma da Amazônia, um viveiro de biodiversidade cuja preservação é essencial para controlar as mudanças climáticas.
Bolsonaro tem dito que o desenvolvimento da economia local tem preferência sobre os interesse globais. Não importa a onda de indignação dos ambientalistas nas esquinas ricas do Rio de Janeiro e São Paulo – sem mencionar França e EUA – Bolsonaro acredita que ele tem o apoio da região e o suporte tácito de muitos conterrâneos.
Como a Floresta Amazônica depende de um poucos Governos instáveis: um resumo.
“Ele está nos defendendo” disse Valéria Souza, uma secretaria de serraria de 27 anos de idade na empoeirada cidade de Vila Samuel. Giovani Rabel, que aluga equipamentos pesados na região, recordou seus gritos de alegria quando votou em Bolsonaro. O homem de 44 anos de idade se regozija com um governo que celebra o trabalho cruel de desenvolvimento da maior floresta tropical do mundo.
Boa parte da Amazônia foi colonizada durante o regime ditatorial militar ocorrido entre 1964 e 1985. Sob o mote “uma terra sem homens para homens sem terra”, meeiros eram encorajados a se aventurar em estados a noroeste do país, como o de Rondônia, aonde eles teriam que tornar os terrenos produtivos para ganhar os títulos de posse. Ainda hoje, por volta de 80% das propriedade em Rondônia são menores que 100 hectares (250 acres), de acordo com Moises Fernandes, um consultor ambientalista e agrônomo cujos pais migraram para a Amazônia vindos do Sul do Brasil.
“A colonização foi feita com motosserra, fogo e casco de vaca,“ele disse em uma entrevista em Porto Velho, a capital de Rondônia.
Hoje o governo proporciona a estes pequenos proprietários quase nada em subsídios, créditos, assistência técnica, tecnologia ou equipamento, ele conta.
“Incêndios são um tipo de desespero,” disse Luis Novoa, um professor da Universidade Federal de Rondônia que coordena um grupo de pesquisa nos territórios da Amazônia. Os fazendeiros vivem a tentativa de “ ganhar a vida ou se tornar rico - a miragem de vir para a Amazônia e ficar rico”.
Governos brasileiros anteriores direcionaram bilhões de reais para o setor agrícola como forma de conter as fronteiras da floresta aos espaços já livres para cultivo de soja e pasto para o gado. Mas também, fortaleceram as regulações ambientais e demarcações de áreas para conservação. Essas iniciativas preservaram essencialmente a floresta tropical, deixando muitos pioneiros se sentindo despossuídos e desamparados.
Bolsonaro não tem tentado manter esse equilíbrio, ao contrário ressuscita a visão da era ditatorial de abertura da áreas de proteção da Amazônia para o desenvolvimento. Ele defende os fazendeiros, ao dizer que não se pode ganhar a vida honestamente diante de restrições ambientais repressivas.
Uma pesquisa de opinião do Datafolha publicada no domingo mostra que a maioria dos Brasileiros desaprova as políticas do presidente para a Amazônia. Em particular, no entanto, Bolsonaro tem grau de aprovação ligeiramente mais alto no Norte, aonde está a Amazônia.
Os governadores da região organizaram uma reunião de emergência, na semana passada, para discutir sobre os incêndios. Alguns questionam o estilo de Bolsonaro mas nenhum se opõe a sua decisão de priorizar o desenvolvimento econômico.
“Existem pessoas necessitadas nesse estados”, disse o governador de Rondônia, Marcos Rocha. “ Nós temos tido presidentes que sempre se preocuparam com a preservação ambiental. Agora temos um presidente que se preocupa com as pessoas.”
No interior da região, as comunidades indígenas estão sofrendo a pressão maior dos planos de desenvolvimento de Bolsonaro.
Invasões de potenciais fazendeiros tem se tornado mais frequentes desde 2015, de acordo com Adriano Karipuna, um líder e porta-voz indígena em Porto Velho, mas eles tem se intensificado desde que o povo passou a acreditar que Bolsonaro ganharia a eleição do ano passado.
Invasores de terras queimaram a guarita de segurança localizada nos arredores do território Karipuna - o líder carrega o nome de sua tribo - e ocuparam a única estrada para a vila deles.
“Bolsonaro está se aproveitando de um desejo que está em suas mentes há muito tempo”, ele disse.
A retórica renovada de expansão tem desencadeado um desejo reprimido de confrontar a legislação, disse Tatiana Versiani, uma promotora pública de equipe da Força Tarefa na Amazônia, que lida com crimes ambientais. Ela fala, entre acessos de tosse, numa entrevista no escritório em Rondônia : a fumaça foi tão intensa que ela contraiu pneumonia.
A legislação do Brasil está entre as mais rigorosas do mundo mas sua execução é uma trabalho de Sísifo nesta enorme e inacessível região. Alguns grandes fazendeiros queimam e desmatam mas aqueles que exportam não podem arriscar sua reputação e mercados, disse Novoa. Ainda que se beneficiem, no longo prazo, comprando dos pequenos proprietários que limpam seus terrenos com fogo.
Para André Lino Dias de Carvalho, de 69 anos, um pequeno fazendeiro em Rondônia, a ameaça de sanções pelas agências ambientais é ridícula. Dois anos atrás ele e sua esposa compraram 100 hectares de floresta densa, e ele convidou madeireiros para remover dúzias de caminhões carregados de madeira. Então, ele ateou fogo nos arbustos, ele conta isso enquanto passeia pela propriedade, se balançando sobre os troncos de árvore queimados.
“Quando Deus expulsou o homem do Eden, ele disse, ‘Tu deverás descer a terra, tu deverás cultivar a terra e com o suor de seu rosto produzirás o pão nosso de cada dia”’, disse Lino. “ Como você vai colher se você não tem lugar para plantar?”

Zé de Abreu: Moro merece prisão perpétua por Alta Traição à Pátria

Zé de Abreu: Moro merece prisão perpétua por Alta Traição à Pátria

O ator Zé de Abreu foi ao Twitter repercutir o novo capítulo da Vaza Jato e pediu prisão perpétua do atual ministro da Justiça, Sérgio Moro
247 - O ator Zé de Abreu, por meio de sua conta oficial no Twitter, expressou sua indignação com a maneira fraudulenta com que agiu a operação Lava Jato.
Zé disse que Moro derrubou a ex-presidente Dilma, levando Temer ao poder, e prendeu Lula, abrindo caminho para Bolsonaro chegar à presidência. Por isso, defendeu a prisão perpétua do atual ministro da Justiça e Seguranã Pública, Sérgio Moro, por Alta Trição à Pátria.

Ex-lavajatista, Randolfe cobra demissão de Moro

Ex-lavajatista, Randolfe cobra demissão de Moro

Um dos mais ferrenhos defensores da Lava Jato no Congresso Nacional, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou que as revelações da Vaza Jato "demonstram claros ataques ao Estado Democrático de Direito" e defendeu que "Lula precisa ter um julgamento justo e já passa da hora do ministro Sergio Moro pedir demissão"
(Foto: Geraldo Magela/Agencia Senado)
247 - O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que foi uma dos mais ferrenhos defensores da Lava Jato no Congresso Nacional, comentou os novos trechos da Vaza Jato divulgados pela Folha de S. Paulo em parceria do o The Intercept, neste domingo (8).
"A reportagem publicada hoje pela Folha de S. Paulo traz informações graves que demonstram claros ataques ao Estado Democrático de Direito. Lula precisa ter um julgamento justo e já passa da hora do ministro Sergio Moro pedir demissão. A lei é para todos!", escreveu o senador em sua página nas redes sociais.
A frase "a lei é para todos" foi utilizada por diversas vezes pelos procuradores da Lava Jato de Curitiba para sustentar os abusos cometidos pela operação.
O editor do The Intercept, Gleen Greenwald, comentou o post do senador. "Randolfe tem sido um dos defensores mais vocais de Lata Jato. Mas como ele é um ser humano racional que forma opiniões com base em fatos, e não um ideólogo que se recusa a reconhecer fatos que contradizem suas opiniões, entendeu a corrupção mostrada pela #VazaJato desde o início", escreveu o jornalista.

Moro chefiou operação criminosa contra a democracia, diz nota do PT

Moro chefiou operação criminosa contra a democracia, diz nota do PT

"O Brasil não aceita mais conviver com a mentira e a injustiça contra sua maior liderança popular. O estado de direito não pode mais continuar suspenso para um cidadão, chamado Luiz Inácio Lula da Silva, por causa de interesses políticos, econômicos e midiáticos. E a democracia não pode mais ser refém dessa farsa, da qual tantos participaram por ação e até por omissão", aponta o texto assinado pela deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente do partido
Nota oficial do Partido dos Trabalhadores – As novas revelações sobre as conversas secretas de Sérgio Moro com os procuradores e policiais federais da Lava Jato confirmam que ele comandou uma verdadeira organização criminosa para atacar o processo democrático no Brasil. Fizeram espionagem política dos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff, de ministros e ex-ministros, além de grampear ilegalmente as conversas de Lula com seus advogados.
Está comprovado, mais uma vez, que o ex-presidente só aceitou a nomeação para chefiar a Casa Civil, em março de 2016, porque tinha compromisso com a pacificação do país e com a superação dos desafios econômicos e políticos do governo. Não fugiu nem tentou jamais fugir da Justiça. As conversas que a Lava Jato escondeu provam, mais uma vez, como era falsa a tese de “desvio de finalidade”, utilizada para proibir a nomeação de Lula.
Essa farsa criminosa foi urdida em conjunto por Moro, Deltan Dallagnol, o delegado Luciano Flores, atual chefe da PF no Paraná, e seus colegas das forças-tarefas. Em cumplicidade com a Rede Globo, manipularam um grampo ilegal da presidenta da República para roubar os direitos políticos de Lula, para cassar a competência de Dilma de nomear ministros e para desfechar o golpe do impeachment.
Agentes do estado mentiram para a Procuradoria-Geral da República (PGR), para o Supremo Tribunal Federal (STF) e para o país, como se constata na reportagem da Folha de S. Paulo e do The Intercept Brasil. Traíram o compromisso com a Constituição, com a verdade e com o país para alcançar objetivos políticos. Não têm condições de exercer qualquer função pública e é inadiável que respondam na Justiça pelos crimes cometidos.
As revelações deste domingo somam-se aos robustos argumentos apresentados pela defesa de Lula ao STF, mostrando que é inadiável reconhecer a parcialidade de Moro e dos procuradores, anular um processo viciado desde o início e garantir o direito de Lula a um julgamento justo.
O Brasil não aceita mais conviver com a mentira e a injustiça contra sua maior liderança popular. O estado de direito não pode mais continuar suspenso para um cidadão, chamado Luiz Inácio Lula da Silva, por causa de interesses políticos, econômicos e midiáticos. E a democracia não pode mais ser refém dessa farsa, da qual tantos participaram por ação e até por omissão.
O Brasil só vai reencontrar a paz quando restabelecermos o estado de direito e a democracia na plenitude, com Lula livre. Só assim poderemos superar a gravíssima crise social, econômica, politica e de perda da soberania em que o país foi colocado pelos que prenderam Lula e abriram caminho para o governo de extrema-direita que destrói e envergonha o Brasil.
Pela Justiça, pela democracia e pelos direitos do povo!
A verdade vencerá!
Lula Livre!
Gleisi Hoffmann, presidenta nacional do PT
Brasília, 8 de setembro de 2019