quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Como candidato de Lula, Haddad já lidera corrida presidencial, com 22%


CUT/VOX POPULI

Como candidato de Lula, Haddad já lidera corrida presidencial, com 22%

Ex-ministro passa Bolsonaro, supera ser "desconhecido" no Nordeste, onde alcança 31% das intenções de voto, e venceria todos os adversários no segundo turno
por CartaCapital publicado 13/09/2018 08h56, última modificação 13/09/2018 11h56
RICARDO STUCKERT / IL
Eleições 2018 Haddad
Fernando Haddad anuncia candidatura como Presidente. Primeira pesquisa depois já aponta liderança entre eleitores
CartaCapital – A nova pesquisa CUT/Vox Populi confirma o poder de transferência de voto de Lula, preso em Curitiba e impedido de concorrer à presidência da República pelo Tribunal Superior Eleitoral. Quando claramente apresentado aos eleitores como o candidato do ex-presidente, o petista Fernando Haddad alcança 22% de intenção de votos e assume a liderança na disputa.
Jair Bolsonaro, do PSL, aparece em segundo, com 18%. Ciro Gomes, do PDT, registra 10%, enquanto Marina Silva, da Rede, e Geraldo Alckmin, do PSDB, aparecem com 5% e 4%, respectivamente. Brancos e nulos somam 21%.
O Vox Populi ouviu 2 mil eleitores em 121 municípios entre 7 e 11 de setembro. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para cima ou para baixo. O índice de confiança chega a 95%.
O instituto tomou a decisão de associar Haddad diretamente a Lula no questionário, ao contrário das demais empresas de pesquisa. Segundo Marcos Coimbra, diretor do Vox Populi, não se trata de uma indução, mas de fornecer o máximo de informação ao eleitor. “Esconder o fato de que o ex-prefeito foi indicado e tem o apoio do ex-presidente tornaria irreal o resultado de qualquer levantamento. É uma referência relevante para uma parcela significativa dos cidadãos. Chega perto de 40% a porção do eleitorado que afirma votar ou poder votar em um nome apoiado por Lula”.
intenção de votos
Um pouco mais da metade dos entrevistados (53%) reconhece Haddad como o candidato do ex-presidente. O petista, confirmado na terça-feira 11 como o cabeça de chapa na coligação com o PCdoB, também é o menos conhecido entre os postulantes a ocupar o Palácio do Planalto: 42% informam saber de quem se trata e outros 37% afirmam conhece-lo só de nome.
O desconhecimento é maior justamente na parcela mais propensa a seguir a recomendação de voto de Lula, os mais pobres e menos escolarizados. De maio para cá, decresceu sensivelmente o percentual de brasileiros que afirmam não saber que o ex-presidente está impedido de disputar a eleição: de 39% para 16%.
Ainda assim, é em meio a este público que Haddad registra grandes avanços. Na comparação com a pesquisa de julho, mês no qual o PT ainda nutria esperanças de garantir Lula na disputa, o ex-prefeito passou de 15% para 24% entre os eleitores com ensino fundamental e de 15% para 25% entre aqueles que ganham até dois salários mínimos. O petista chega a 31% no Nordeste e tem seu pior desempenho na região Sul (11%), mesmo quando associado ao ex-presidente.
rejeição
Ciro Gomes é o menos rejeitado (34%) entre os cinco candidatos mais bem posicionados. Haddad tem a segunda menor taxa, 38%. No outro extremo, com 57%, aparece Bolsonaro.
O deputado, internado desde a sexta-feira 7 no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, registra contudo o maior percentual de menções espontâneas (13%), contra 4% de Ciro e Haddad, 3% de Marina e 2% de Alckmin.
O fato de as citações espontâneas se aproximarem da porcentagem registrada por Bolsonaro nas respostas estimuladas demonstra, ao mesmo tempo, um teto do candidato do PSL e uma resiliência que tende a leva-lo à próxima fase da disputa presidencial.
O Vox realizou diversas simulações de segundo turno. Bolsonaro venceria Alckmin (25% a 18%), empataria tecnicamente com Marina (24% a 26%) e perderia para Ciro (22% a 32%) e Haddad (24% a 36%). O pedetista e o petista vencem os demais. O instituto não fez a simulação de um confronto entre os dois.

PRISÃO POLÍTICA 'Nós provamos a inocência de Lula', afirmam advogados


PRISÃO POLÍTICA

'Nós provamos a inocência de Lula', afirmam advogados

Cristiano Zanin e Valeska Teixeira, advogados do ex-presidente, estão em Genebra para dialogar com o Comitê de Direitos Humanos da ONU
por Redação RBA publicado 13/09/2018 15h55
REPRODUÇÃO/FACEBOOK/LULA
defesa lula
Cristiano: 'Suposta corrupção não pode ser um motivo para promover a perseguição política'
São Paulo – “O Brasil tem de fazer uma reflexão se quer participar da comunidade internacional ou usar mais uma vez o escudo da soberania para deixar de cumprir essa obrigação”, afirmou hoje (13) o advogado de defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Cristiano Zanin, em coletiva de imprensa na sede da Organização das Nações unidas (ONU), em Genebra. Ele falou sobre a decisão do país de não cumprir a liminar do Comitê de Direitos Humanos da ONU, concedida em 17 de agosto, que preserva o direito do ex-presidente participar das eleições.
Antes de Zanin, a também advogada de defesa Valeska Teixeira explicou como todo o processo que levou Lula a ser preso na sede da Polícia Federal em Curitiba, em 7 de abril, tem sido marcado por ilegalidades, incluindo uma escuta telefônica de conversa entre o ex-presidente e a então presidenta Dilma Rousseff vazada para a imprensa no início de 2016. “Nós denunciamos que Lula não teve seus direitos políticos respeitados; ele não pode votar e nem ser votado”, disse Valeska.
“A suposta corrupção não pode ser um motivo para promover a perseguição política”, afirmou ainda a advogada de defesa. A coletiva contou com a participação diplomata Paulo Sérgio Pinheiro, ex-secretário de Estado de Direitos Humanos durante o governo de Fernando Henrique Cardoso e atual presidente da Comissão de Investigação sobre a Síria na ONU.
Valeska caracterizou o processo que levou Lula à prisão como um abuso dentro do processo judicial, com objetivos políticos. “Não foi um julgamento, não tem nada a ver com corrupção. Nós provamos a inocência dele. Lula está arbitrariamente na prisão, não foi encontrada sua culpa”, afirmou.
A defesa do ex-presidente ainda acrescentou que amanhã, em Genebra, o Comitê de Direitos Humanos da ONU realizará um debate, às 16h, sobre o processo que levou Lula à prisão.
https://youtu.be/lgkXTWC4Xeo

Toffoli assume STF e defende respeito a tratados internacionais


ALTERAÇÃO

Toffoli assume STF e defende respeito a tratados internacionais

Ministro será o presidente do Supremo Tribunal Federal pelos próximos 2 anos. Mais jovem a ocupar tal posição, ele elogiou os tratados mesmo tendo se manifestado contra a candidatura de Lula
por Redação RBA publicado 13/09/2018 20h44, última modificação 13/09/2018 20h51
REPRODUÇÃO/TV JUSTIÇA
toffoli posse.jpg
Toffoli: 'O virtual já é real. Precisamos nos comunicar mais e melhor'
São Paulo – O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli tomou posse hoje (13) da presidência da corte e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Em seu discurso de posse, ao citar um livro de Celso de Mello, ministro decano da Corte, defendeu o respeito a tratados internacionais. Mas votou hoje contra novo recurso da defesa de Lula no plenário virtual, que buscava reverter decisão de abril deste ano, quando o STF negou habeas corpus ao ex-presidente. A votação já tinha quatro (de onze) votos negando a soltura de Lula.
Com a condenação em segunda instância e a privação de liberdade, Lula foi impedido de disputar a eleição, contrariamente ao que determinou o Comitê de Direitos Humanos da ONU, em liminar concedida no dia 17 de agosto.
O mandato de Toffoli tem duração de dois anos. Ele substitui a ministra Cármen Lúcia, que iniciou a sessão solene por volta das 17h30. Estiveram no ato diversas autoridades, como o presidente Michel Temer (MDB), o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), e a Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge.
Toffoli nasceu em Marília, no interior de São Paulo. Aos 18 anos, se mudou para a capital para cursar direito na Universidade de São Paulo, onde foi presidente do centro acadêmico da renomada instituição do Largo São Francisco. Após se graduar, trabalhou como consultor jurídico de entidades sociais. Em seguida, trabalhou na Assembleia Legislativa, na Câmara dos Deputados e seguiu para a Advocacia-Geral da União. Tomou posse como ministro do STF em 2009.
Após Cármen Lúcia passar a presidência da mesa ao ministro, ele empossou Luiz Fux como vice-presidente do STF e do CNJ. Durante a cerimônia, o primeiro a discursar foi o ministro Luís Roberto Barroso, que falou em nome dos demais membros da corte. “Toffoli e eu fazemos parte de uma geração que lutou pela transição democrática brasileira”, disse o ministro. Toffoli é o jurista mais jovem ao assumir o cargo, com 50 anos. As palavras iniciais de Barroso foram ditas na presença de diversas autoridades militares, como o comandante do Exército Brasileiro, general Eduardo Villas Bôas.
Barroso citou pautas progressistas defendidas por Toffoli no tribunal. “Atuou com descortino em temas importantes como a defesa de cotas para afrodescendentes, a demarcação de terras indígenas e de quilombos, a defesa das pesquisas com células-tronco embrionárias e a defesa do direito dos transgêneros na alteração de seu prenome e de classificação de gênero em seu registro civil.” Também lembrou da defesa de Toffoli pela legalidade das delações premiadas. Por fim, Barroso lamentou o protagonismo político que o STF ganhou nos últimos anos. “A Constituição acrescentou ao STF a missão de funcionar como tribunal penal de primeiro grau para uma imensa quantidade de autoridades (…). Foram estes os casos que deram superexposição ao tribunal. Não foi a defesa da democracia ou dos direitos humanos, e sim essa competência que ele não deveria ter.”
A posse de Toffoli ocorre em um momento conturbado do Judiciário, com a cobrança de setores políticos e da sociedade pela votação de duas Ações Declaratórias de Constitucionalidade (ADCs), que tratam sobre a legalidade da prisão após condenação em segunda instância. A expectativa é que ele não coloque em pauta neste momento eleitoral, já que as ações podem influenciar na prisão do ex-presidente Luiz Inácio lula da Silva, que não teve seu processo tramitado em julgado. “São muitos os desafios pela frente”, definiu Barroso.
Após Barroso, Raquel Dodge falou em nome do Ministério Público. A procuradora está no centro de polêmicas, como o arquivamento de processo contra o tucano Aécio Neves e a defesa de que o Judiciário ignore decisão do Conselho de Direitos Humanos da ONU de que Lula tivesse seus direitos políticos garantidos. Em seu discurso, ela se furtou a apenas tecer elogios ao Supremo, reforçar a importância da corte e desejar um bom biênio a Toffoli.
Então, o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia, fez seu discurso mais combativo. “Otávio Mangabeira comparava a democracia a uma planta tenra, que precisa ser regada constantemente para florescer e tornar-se um dia árvore forte e frondosa. A nossa, sem dúvidas, ainda está naquele estágio inicial que reclama cuidados excessivos sob pena de não vingar. O insumo essencial neste momento é o da moderação (…), não há veneno maior para a democracia do que a radicalização. Quando este ambiente se instala, e já estamos vivenciando, a primeira ausência é a da razão. Não podemos permitir que isso avance e se consolide. Este é o mais complexo e turbulento período desde a redemocratização. Crise política, econômica, social e moral.”

Palavra do presidente

Toffoli iniciou sua fala sobre o fortalecimento da democracia e das instituições. Disse que o caminho é a educação. “A ausência de educação de qualidade e abrangente sempre foi o grande obstáculo à construção de nossa cidadania. Um permanente fator de exclusão e desigualdade social, política e econômica”, argumentou.
“Somos todos agentes da inclusão social. Vejam que na última semana, estudo denominado ‘Um Olhar sobre a Educação’, divulgado pela OCDE, aponta que mais da metade dos brasileiros, 52%, com idade entre 25 e 64 anos, não concluíram, sequer, o ensino médio. Promover o desenvolvimento e inclusão econômica, sem educação, é pretender colher os frutos sem preparar a sementeira”, completou.
Sobre o papel do Supremo, o novo presidente o classificou como “moderador dos conflitos sociais e econômicos. Garantidor dos direitos fundamentais e da dignidade da pessoa humana. Protetor dos vulneráveis e das minorias. O timoneiro, seguro e prudente, de um novo poder Judiciário”.
O presidente do Supremo disse que o país não está em crise, mas em transformação. Ele citou o músico e poeta Renato Russo. “O futuro não é mais como era antigamente.” Depois disso, reafirmou palavras do escritor Umberto Eco. “Estamos em uma espécie de balsa que nos levará a um presente sem nome”. Neste contexto, falou sobre a necessidade de modernização das instituições. “O virtual já é real (…), precisamos nos comunicar mais e melhor. Democratização da linguagem jurídica”, definiu.

Avenida Paulista será palco de Festival Lula Livre no próximo domingo


SÃO PAULO

Avenida Paulista será palco de Festival Lula Livre no próximo domingo

Evento, que começa às 12h, é organizado por artistas e pela Frente Brasil Popular. Otto, Ana Cañas, Dexter, Odair José e Marcelo Jeneci, entre outros, estão confirmados
por Redação RBA publicado 13/09/2018 14h35
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Festival Lula Livre
Evento também inclui na programação apresentações culturais e shows, além da presença de movimentos populares
São Paulo – A segunda edição do Festival Lula Livre será realizada neste domingo (16), na Avenida Paulista, em São Paulo. Artistas como Otto, Ana Cañas, Dexter, Edgard Scandurra, Odair José e Marcelo Jeneci, entre outros, já estão confirmados no evento, que pede a liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O festival é organizado por vários artistas e pela Frente Brasil Popular. A primeira edição foi no Rio de Janeiro, em 28 de julho, e reuniu cerca de 60 mil pessoas, que puderam assistir a apresentações de Gilberto Gil e Chico Buarque.
Em entrevista ao Brasil de Fato, Ana Flávia Marx, da Frente Brasil Popular, afirma que o evento tem como objetivo denunciar riscos à democracia brasileira no atual momento histórico. "O presidente é um preso político, ele foi barrado na disputa eleitoral porque estava em primeiro nas pesquisas. A mídia esconde essa situação do país, o nosso Estado está longe de ser democrático e de direito, então a gente tem todos os motivos para ir pra rua fazer a nossa manifestação."
O evento na capital paulista também inclui na programação apresentações culturais e shows, além da presença de movimentos populares em apoio a Lula. O começo está programado para as 12h, na esquina da Paulista com a Alameda Ministro Rocha Azevedo.
Ainda entre os artistas confirmados, estão Aila, Aline Calixto, Ave Terrena, Ceumar, Cia Ôh de Casa, Dessa Brandão, Ekena, Francis Hime e Olívia Hime, Ianomanos, Igor Veloso, Ilú Oba di Min, Malur Avelar, Marcelo Pretto, Mario Deganelli, Negro Léo, Renata Carvalho, Renegado, Stella, Taciane e a Gang 90 e Tamoyo.

ALERTA Mundo precisa do Brasil com democracia, diz ex-primeiro-ministro francês


ALERTA

Mundo precisa do Brasil com democracia, diz ex-primeiro-ministro francês

Dominique Villepin destacou os avanços sociais no Brasil nas últimas décadas e manifestou preocupação com o crescimento de propostas autoritárias e supremacistas em todo o mundo
por Redação RBA publicado 13/09/2018 15h26
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Dominique Villepin
"Compartilhar um futuro melhor" é o que faz a força de uma Nação, destacou Villepin
São Paulo – O ex-primeiro-ministro francês Dominique Villepin afirmou nesta quinta-feira (13) que o mundo atravessa um período de turbulência, com o crescimento de tendências autoritárias em muitas regiões, da ampliação das desigualdades entre os países e dentro de cada país, como efeitos negativos da globalização. "Nesse contexto, precisamos do Brasil como grande ator democrático e como ardente defensor do multilateralismo", afirmou Villepin, ao lado do ex-ministro das Relações Exteriores e da Defesa, Celso Amorim, em entrevista coletiva.
Os dois participam, nesta sexta-feira (14) do seminário Ameaças à Democracia e a Ordem Multipolar, promovido pela Fundação Perseu Abramo, juntamente com outros pensadores e políticos de prestígio internacional, como o intelectual e ativista político norte-americano Noam Chomsky e os ex-primeiros-ministros da Espanha e da Itália, José Luís Rodrigues Zapatero e Massimo D’Alema, dentre outros.
Villepin, que ganhou destaque internacional quando se opôs à invasão norte-americana do Iraque sem o aval da Organização das Nações Unidas, em 2003, viu o crescimento da influência do Brasil no cenário internacional durante os governos do ex-presidente Lula. "Vi o aumento da influência do Brasil com o crescimento dos Brics. Vi o engajamento do país para consolidar a paz e a democracia no mundo, desenvolver suas relações com os países do Oriente Médio, afirmar um papel de iniciativa com relação à América Latina, e se abrir muito mais a suas relações com a África." 
O ex-primeiro-ministro francês também destacou "a abertura da democracia" brasileira nesse período. "Deste ponto de vista, os anos do presidente Lula foram realmente decisivos em termos de educação, saúde, reformas e desenvolvimento da sociedade brasileira. O acesso dos brasileiros a mais direitos e a mais oportunidades é um elemento importante dessas mudanças que foram empreendidas. E o que faz uma nação forte é esse sentimento de compartilhar um futuro melhor."

Preocupações

Villepin afirmou que ele, assim como outros observadores internacionais, tem tido "inquietações" e "preocupações" com os rumos da democracia brasileira. O mesmo tipo de sentimento, segundo ele, que há no mundo em relação ao governo de Donald Trump e com o aumento dos regimes liberais e governos ditatoriais ao redor do mundo. "É também a mesma preocupação com o que está acontecendo na Europa, com o aumento dos partidos de extrema-direita, populistas e conservadores", disse. 
Segundo ele, essas tendências autoritárias, que ele caracteriza como "supremacistas" e "populismo conservador", são baseadas na "vontade" de alguns países, grupos sociais ou pessoas de se afirmarem perante os demais a partir de critérios raciais, por exemplo. 
Para o Brasil, Villepin afirmou que regras legais não funcionam se não tiverem o espírito de progresso e de reformas voltadas para o povo. Sem o respeito às leis, as reformas também não duram, afirmou o ex-líder europeu, que defendeu o Estado de Direito e o fortalecimento de instituições "imparciais", que são, segundo ele, o "coração da democracia".
Amorim destacou a presença das personalidades estrangeiras que vão participar do seminário. "Ao contrário de nós, brasileiros, que muitas vezes temos uma visão muito minúscula do nosso país, eles sabem da importância do Brasil no cenário internacional. Não só pelo tamanho, que já seria uma razão, mas porque o Brasil tem tradições democráticas, alguns delas que estão sendo violentadas." 

Confira a íntegra da entrevista com Villepin e Amorim


https://youtu.be/rxMmm0AIoFk

#LULALIVRE Italiano diz que juristas europeus veem prisão de Lula como ‘monstruosidade’

#LULALIVRE

Italiano diz que juristas europeus veem prisão de Lula como ‘monstruosidade’

Afirmação foi feita pelo ex-primeiro-ministro Massimo D’Alema, depois de visita na sede da PF em Curitiba. Já para representante do México, ex-presidente mantém espírito combativo ‘de sempre’
por Redação RBA publicado 13/09/2018 18h55
MAURO CALOVE
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D´Alema e Cárdenas: Lula mantém o espírito, a coragem, a visão e a mesma vontade de servir ao povo brasileiro
São Paulo – Em visita ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na sede da Polícia Federal, em Curitiba, na tarde desta quinta-feira (13), o ex-primeiro-ministro da Itália Massimo D’Alema afirmou que os juristas europeus consideram sua prisão uma monstruosidade jurídica. “A repercussão da prisão na Europa não chegou a atingir a imagem de Lula. Os juristas europeus constataram que a condenação veio em um processo em que não foram garantidos os direitos dele e não existem provas que o incriminam. Condenar Lula a 12 anos é uma monstruosidade, esse é o pensamento dos juristas europeus”, afirmou à imprensa ao deixar a Superintendência da PF.
“Encontrei Lula muitas vezes na minha vida e nunca imaginei encontrá-lo como prisioneiro. Em todos os encontros, aqui e no Planalto, ele mantém o mesmo espírito, a mesma coragem, a mesma visão, e a mesma vontade de servir ao povo brasileiro. E apesar da injustiça que sofreu, ele é um homem sereno que continuará a ser muito precioso para este país, depois de ter sido o melhor presidente que o Brasil já teve”, afirmou ainda o representante da Itália.
“Eu acho que também é isso que explica a solidariedade que o povo tem para com Lula e que há em todo o mundo, mesmo em ambientes que não são de esquerda, pelo que ele soube merecer. Então, surge como revolta a crueldade a que ele está sendo submetido”, destacou D’Alema.
Já o ex-governador do Distrito Federal do México Cuauhtémoc Cárdenas Solórzano, que também participou da visita, disse que encontrou Lula com “o mesmo espírito combativo de sempre”. Segundo ele, a situação do ex-presidente é de plena injustiça. “Temos confiança que a luta dele é também uma luta do povo brasileiro contra as injustiças que estão cometendo”, declarou.