sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

LULA À MILITÂNCIA: É PRECISO EXPLICAR AO POVO POR QUE “LULA LIVRE”

HADDAD CHEGA AO CEARÁ PARA ABRIR CARAVANA PELA LIBERDADE DE LULA

RICARDO KOTSCHO: Bastaram 45 dias para Bolsonaro provar que não tem condições de governar

Por Ricardo Kotscho, no Balaio do Kotscho e para o Jornalistas pela Democracia
Quinta-feira, 14 de fevereiro de 2018.
Está na hora de falar português claro, com todas as letras: o capitão reformado Jair Messias Bolsonaro já provou, apenas 45 dias após a sua posse, que não tem a menor condição de governar o país por quatro anos.
O batalhão de generais que ele levou para o governo já sabe disso.
Eleito presidente da República sem participar de debates, sem apresentar qualquer plano concreto de governo, apenas atacando os adversários e repetindo bordões imbecis nas redes sociais, era uma caixa preta levada pelo voto ao Palácio do Planalto para derrotar o PT.
Agora, que o país vai descobrindo, a cada dia mais assombrado, de quem se trata, não adianta repetir que "é preciso torcer para dar certo porque estamos todos no mesmo avião".
Não tem como dar certo. Bolsonaro vai pilotando a esmo, sem qualquer plano de voo, desviando das nuvens pesadas em meio a tempestades que ele mesmo e seus celerados filhos não cansam de provocar.
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Os militares que o apoiaram sabiam muito bem quem era o capitão reformado pelo Exército aos 33 anos por atos de indisciplina, não podem alegar inocência.
Bastava consultar seu prontuário no breve tempo em que serviu ao Exército.
Mesmo sabendo o risco que corriam, foi a forma encontrada pelos militares e seus aliados daqui e de fora para voltarem ao poder, apenas 34 anos após o fim da ditadura.
Definido pelo general Ernesto Geisel como "mau militar", Bolsonaro passou sete mandatos escondido no baixo clero da Câmara, sem fazer nada que preste, e resolveu ser candidato apenas por capricho para combater seus inimigos reais ou imaginários.
Fez da campanha eleitoral uma guerra, imitando arminhas com as mãos, e ameaçando fuzilar a petralhada.
Uma vez no poder, continua sua guerrilha nas redes sociais, sob o comando do filho Carlos, mais conhecido por Carlucho, o 02, chamado pelo presidente de "meu pitbull".
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Ao retornar a Brasília nesta quarta-feira, depois de passar 17 dias internado num hospital em São Paulo, recuperando-se da terceira cirurgia, sem passar o cargo para o vice, em quem ele e os filhos não confiam, Bolsonaro encontrou um banzé armado no Palácio do Planalto.
O 02 resolveu detonar pelo twitter o secretário-geral da Presidência, Gustavo Bebianno, dono do cofre da campanha do PSL, denunciado por variadas falcatruas com a verba do fundo eleitoral.
Em mais uma entrevista à Record, Bolsonaro apoiou o filho e resolveu carbonizar o seu ministro mais próximo, dando uma ideia do clima no Palácio do Planalto.
Bebianno, que deve saber demais, não pediu demissão nem foi demitido até a hora em que escrevo este texto.
Como devem se sentir agora os outros auxiliares do presidente, que nem conhecia a maioria deles, e foi montando seu ministério meio a olho, catando o que de pior encontrou em cada área?
Este já é de longe o pior ministério da história da República. E vai governar com o pior Congresso e o pior Supremo Tribunal Federal que já tivemos.
Com a revelação do laranjal de candidatos bancados com dinheiro público, desviado para gráficas fantasmas, sabemos agora como foi montado o esquema da "nova política", que levou uma manada de cacarecos para Brasília.
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Antes que se pudesse imaginar, eles já estão se engalfinhando por nacos de poder no governo e no Congresso, num clima de desconfiança generalizada, todos andando de costas para a parede.
Twitter, WhatsApp, Facebook, tudo isso pode ser muito bom e bonito para eleger um presidente pelas redes sociais, mas é impossível governar com um celular na mão, sem ter a menor ideia do que se pretende fazer para enfrentar os gravíssimos problemas sociais e econômicos do país.
A impressão que me dá é que Jair Bolsonaro não esperava ganhar a eleição quando se lançou candidato e agora já deve estar arrependido de ter vencido.
De crise em crise, de recuo em recuo, de trombada em trombada, a caixa preta desse circo de horrores vai sendo aberta para espanto do mundo civilizado.
Das duas uma: ou os generais vão tutelar o ex-capitão por mais quatro anos ou o país enfrentará uma crise institucional sem precedentes.
A primeira providência deveria ser tirar os celulares das mãos dos Bolsonaros.
Vida que segue.
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Mais que desrespeito: AFRONTA.

Zeca Dirceu: No governo Bolsonaro, EUA acima de tudo; até isenção de visto unilateral para americanos entrarem no Brasil

VIOMUNDO 
Diário da Resistência
    

Zeca Dirceu: No governo Bolsonaro, EUA acima de tudo; até isenção de visto unilateral para americanos entrarem no Brasil
O ministro Ernesto Araújo e o secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, durante entrevista coletiva no Palácio do Itamaraty. Foto Marcelo Camargo/Agência Brasil
POLÍTICA

Zeca Dirceu: No governo Bolsonaro, EUA acima de tudo; até isenção de visto unilateral para americanos entrarem no Brasil


15/02/2019 - 22h36
“No governo de Bolsonaro, EUA acima de tudo”
Em detrimento de relações multilaterais, o governo de Bolsonaro começou a montar uma estrutura especial para tratar de uma agenda unilateral com os EUA
Na sanha de voltar às ações da política externa para priorizar relações com os Estados Unidos, o governo de Bolsonaro começa a montar uma estrutura, dentro do Ministério das Relações Exteriores, especialmente para tratar de uma agenda unilateral com o país norte-americano, que ganhou pela primeira vez um departamento próprio no Itamaraty.
A medida reflete mudanças e já aponta que teremos um governo que deixa em segundo plano os países da América do Sul e a integração regional. Também perde espaço com o bloco do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), importante para o Brasil fazer crescer sua economia e ter maior participação na economia global.
Além das políticas equivocadas e desconhecimento internacional, como o anúncio da mudança da embaixada de Israel de Tel Aviv para Jerusalém, abalando relações comerciais com o mundo Árabe, que já acarretou no veto da Arábia Saudita de importar carne de frango de mais de 20 frigoríficos brasileiros.
Para entender esse prejuízo, saiba que, em 2017, a balança comercial com os 22 países que formam a Liga Árabe teve superávit (exportações maiores que importações) de US$ 7,1 bilhões para o Brasil, um recorde positivo com a Liga.
No mesmo ano, o comércio com Israel registrou uma balança deficitária de US$ 419 milhões.
Uma cooperação na área militar tende a tornar as forças brasileiras uma espécie de  auxiliar dos EUA
São erros que tiram o Brasil do papel de protagonista no cenário internacional, que conquistou por meio das relações multilaterais com todos esses países.
Passamos de um tempo em que o Brasil tinha voz nessas relações, que construíram um papel de destaque e liderança a partir de articulações com a União das Nações Sul-Americanas (Unasul) e os Brics, e estamos entrando em um tempo de subserviência diante dos EUA.
Como parte desse esforço para agradar o tio Sam, o governo brasileiro quer incluir nas suas novas propostas a isenção do visto para entrada no país para cidadãos americanos, de forma unilateral, o que colide com aplicação histórica do princípio da reciprocidade.
Ou seja, o Brasil só concederia isenção de vistos para países que também concedem esse direito a cidadãos brasileiros.
Mas teremos outras preocupações, depois de recuar em janeiro sobre o uso da base de Alcântara por outros países, o governo volta a renegociar o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST), para ceder a base de Alcântara, com uma série de exigências impostas pelos americanos, inclusive políticas, com fins militares, ainda não totalmente claros.
Uma cooperação na área militar tende a tornar as forças brasileiras uma espécie de braço auxiliar dos EUA.
Tudo indica, ainda, que todas essas medidas terão interferências na crise venezuelana, onde o Brasil mantinha sua função de “conciliador” da região, e passar a se somar a voz de Donald Trump contra a Venezuela.
Pelo andamento dos discursos e visitas do chanceler Ernesto Araújo aos EUA e dos acordos que começam a ser desenhados, e se o governo continuar a derrubar tarifas, barreiras que ainda protegem o mercado nacional e cooperações com outros países, veremos o Mercosul enfraquecido e sem força competitiva.
O Brasil continuará perdendo sua liderança e destaque entre as dez maiores forças políticas e econômicas no mundo e, internamente, teremos perdas financeiras nas nossas indústrias exportadoras, nossa produção ficará encalhada, o que pode gerar fechamento de empresas, extinção de milhares de postos de trabalho, ou seja, mais desemprego e mais recessão na nossa economia.
*Zeca Dirceu é deputado federal pelo PT/PR.