domingo, 2 de junho de 2013

O exemplo de Cuba

Cuba ou a globalização da solidariedade: a Operação Milagre
 
As medidas que Cuba e Venezuela lançaram em 2004 possibilitaram que 2 milhões de pobres recuperassem a visão
 
 
Salim Lamrani | Paris    Opera Mundi - Brasil - 01/06/2013




 
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), há atualmente cerca de 285 milhões de pessoas vítimas de deficiência visual no mundo – entre elas, 39 milhões de cegos e 246 milhões que apresentam uma diminuição da acuidade visual. Quase 90% delas vivem em países do Terceiro Mundo. As principais causas de deficiência visual são os defeitos de refração não corrigidos (miopia, hipermetropia e astigmatismo, com 43%), a catarata (33%) e o glaucoma (2%). Cerca de 80% das deficiências visuais são curáveis, observa a organização, e acrescenta que “a catarata continua sendo a primeira causa de cegueira”. Essas enfermidades oculares afetam, em primeiro lugar (65%), pessoas de mais de 50 anos (20% da população mundial), uma porcentagem que crescerá com o envelhecimento da população, mas também 19 milhões de crianças.
 
Diante dessa constatação, no marco da Alba, Cuba e Venezuela decidiram lançar em julho de 2004 uma ampla campanha continental sob o nome Operação Milagre. Consiste em operar gratuitamente os latino-americanos pobres que têm cataratas ou outras enfermidades oculares, mas estão impossibilitados de pagar uma operação que custa entre 5 e 10 mil dólares, segundo os países. Essa missão humanitária se estendeu a outras latitudes (África, Ásia). A Operação Milagre inclui a participação de 165 instituições cubanas. Dispõe de 49 centros oftalmológicos em 15 países da América Latina e do Caribe (Cuba, Venezuela, Equador, Haiti, Honduras, Panamá, Guatemala, São Vicente e Granatinas, Guiana, Paraguai, Granada, Nicarágua e Uruguai).
 
Em janeiro de 2008, foi alcançada a cifra de um milhão de pessoas operadas.  Em 2011, mais de dois milhões de pessoas oriundas de 35 países haviam recuperado a visão.  No marco dos acordos da Alba, a população venezuelana foi a primeira a se beneficiar da missão, com mais de 178.000 operações realizadas. A Bolívia também se beneficiou amplamente da cooperação médica cubana, com 600.105 pessoas operadas.  O presidente boliviano, Evo Morales, saudou a presença dos médicos cubanos, assim como o papel integrador e solidário da Alba.


Outros países também se beneficiaram do internacionalismo humanitário da Operação Milagre. Dessa forma, 100.000 equatorianos,  61.000 nicaraguenses,  61.000 jamaicanos,  50.000 panamenhos,  48.255 brasileiros, 35.245 argentinos, 22.280 peruanos e 312 paraguaios  recuperaram a visão. Inclusive cidadãos norte-americanos oriundos dos setores menos privilegiados se beneficiaram da Operação Milagre. 


 
O caso mais emblemático, sem dúvida, é o de Mario Terán, ex-suboficial boliviano aposentado, que assassinou Ernesto Che Guevara em 9 de outubro de 1967 na escola de La Higuera, na Bolívia. Vivia então no anonimato, em Santa Cruz. Sobrevivia graças a sua pequena aposentadoria de ex-soldado e havia perdido a visão por conta de uma catarata que não pôde tratar por falta de recursos.  Graças à Operação Milagre, Terán pôde se libertar se seu problema. Pablo Ortiz, jornalista boliviano que trabalha para o jornal El Deber de Santa Cruz, retratou a história: “Terán tinha problemas de catarata e operou graças à Missão Milagre, a médicos cubanos, de modo totalmente gratuito”. Deu mais detalhes: Esse sujeito é um total desconhecido. Ninguém sabe quem é. Está completamente arruinado e se apresentou no hospital da Operação Milagre. Ninguém o reconheceu e o operaram. Foi seu próprio filho quem nos contou, e veio ao jornal para fazer esse agradecimento público”.
Em 2009, por ocasião da intervenção cirúrgica número 10.000, realizada no Centro Oftalmológico José Martí, a Operação Milagre recebeu o Prêmio de Excelência Cidadã, no Uruguai, do Centro Latino-americano de Desenvolvimento (CELADE), que patrocina a Organização dos Estados Americanos (OEA), por seus valores solidários e humanos.
A imprensa canadense relatou, inclusive, que alguns súditos da Coroa britânica carentes de recursos econômicos preferiram ir se curar e serem operados em Cuba, famosa pela excelência de seu sistema de saúde e por seus preços atrativos para os ocidentais.
A Operação Milagre é um exemplo concreto de uma política social eficaz levada a cabo por nações do Terceiro Mundo a favor dos mais pobres. É também uma lição para os países ricos e um chamado a mais solidariedade para com aqueles que Víctor Hugo chamava de a “cariátide”.
* Doutor em Estudos Ibéricos e Latino-americanos da Universidade Paris Sorbonne-Paris IV, Salim Lamrani é professor titular da Universidade de la Reunión e jornalista, especialista nas relações entre Cuba e Estados Unidos. Seu último livro é intitulado The economic war against Cuba. A historical and legal perspective on the U.S. Blockade (A guerra econômica contra Cuba. Uma perspectiva histórica e legal sobre o bloqueio norte-americano), Nova York, Monthly Review Press, 2013, com um prólogo de Wayne S. Smith e prefácio de Paul Estrade.
 

 
 
 
 
Hospital na cidade cubana de Jaguey Grande: formação constante de médicos
Operación Milagro Venezuela
 
Operación Milagro - Haiti
 
Operación Milagro - Paraguay
 
Operación Milagro - El Salvador
 
 
Operación Milagro - México
 
Operación Milagro - Ecuador
 



 


 

PODRIDÃO!

Amigo(a) leitor(a)

Como você aplicaria R$ 310 milhões em políticas públicas para um povo tão carente como o nosso?
Preste atenção também na podridão da mídia: o uso do termo chavista, totalmente deturpado. O chavismo jamais será tolerado pelos que chafurdam na lama. No caso da matéria poderia ser escrito, aí estaria correto, fernandismo ou sarneyismo.
Glauco Gouvêa









Em 5 meses, TJ paga R$ 87 mi em alimentação


O Tribunal de Justiça de São Paulo, maior corte estadual do País - 353 desembargadores, 2 mil juízes, 50 mil servidores e orçamento de R$ 7,6 bilhões - já empenhou e liquidou em apenas cinco meses do ano R$ 87,092 milhões para despesas com auxílio-alimentação. A dotação para essa rubrica, até o fim de 2013, alcança R$ 310 milhões. Desembargadores da ala independente da toga sustentam que o presidente, Ivan Sartori, está em campanha aberta pela reeleição e, por isso, abriu os cofres da instituição como nunca antes.

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Esses magistrados alegam que Sartori quer se perpetuar no poder, implantando um "modelo chavista" na corte. Sartori também autorizou, a título de indenizações e restituições trabalhistas - férias e licença-prêmio acumuladas -, a liberação de R$ 120,7 milhões nos primeiros cinco meses em benefício de seus pares e de funcionários.

O pleito para escolher o mandatário máximo do tribunal será em dezembro, mas o tema já domina os bastidores nas Seções de Direito Público, Privado e Criminal. Veteranos e prestigiados desembargadores repudiam eventual tentativa de reeleição de Sartori. Alegam que a Lei Orgânica da Magistratura Nacional (Loman), artigo 102, e a tradição, sobretudo, vetam a recondução, barrando a politização nos tribunais.

"Não é viável e não é da tradição a reeleição", alerta um magistrado da Seção Criminal. "Não vejo razão para ele (Sartori) buscar a recondução, independentemente se é bom ou ruim para o tribunal." Outro desembargador, do Direito Público, pondera. "Sou a favor da reeleição, mas não que mudem a regra no meio do jogo. Não vale chavismo."

"Não sei", esquivou-se Sartori, indagado se é candidato a mais dois anos no posto. Mas, no melhor estilo populista, não esconde que a ideia o seduz. "Se quiserem a minha permanência, eu fico (veja abaixo)."

A fonte dos recursos distribuídos por Sartori é o Fundo Especial de Despesa (FED), que abriga receitas que entram diretamente para o tribunal - parte das taxas de concursos e judiciária, taxas de permanência dos depósitos judiciais e venda de material inservível.
O FED foi criado para modernização dos fóruns. Em dezembro, sob gestão do presidente Barros Munhoz (PSDB) - réu em ações por improbidade e amigo de Sartori-, a Assembleia aprovou projeto autorizando o TJ a usar o Fundo para pagar benefícios ao pessoal.

'PAC do Sartori'. O argumento central do grupo que defende a reeleição de Sartori é que sua obra não pode ser interrompida e um sucessor à beira da aposentadoria não teria o vigor necessário. Sartori tem o seu PAC. O "Programa Fórum São Paulo" prevê, em 5 anos - investimento anual de R$ 200 milhões -, ampliação e reforma de prédios e construção de novos edifícios para desembargadores.

Sartori tem feito palanque eleitoral das sessões do Órgão Especial, colegiado de cúpula que reúne 25 desembargadores. No dia 15, estrategicamente tocou num ponto que anima a toga. "O dinheiro do Fundo vai indo bem. Sem o Fundo o tribunal não sobrevive. Mas precisamos agir com prudência. Temos que pôr em dia as férias dos funcionários e dos juízes. Temos servidores passando fome."

Com ares de estadista, falou das costuras políticas. "Para fazer orçamento real precisamos de pontes políticas, com o governo e a Assembleia. Tem que ter coragem para lidar com essa parte política. O governo tem sido sensível. O presidente já recebe no começo do ano uma conta inicial. Situação delicada para o presidente, sempre com a guilhotina no pescoço."
Sartori disse ao Estado, por e-mail, que o Fundo "tem sido usado com parcimônia", quando se trata de indenização de pessoal, autorizada pela Lei 8.876/94, com redação das Leis 12.395/06 e 14.943/13. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Para os que têm preconceito contra o ateismo

“Um homem sábio”, José Mujica e o papa Francisco conversam na Santa Sé

1/6/2013 13:46
Por Redação, com agências internacionais - do Vaticano


Mujica e o papa Francisco conversaram longamente na manhã deste sábado, no Vaticano
Mujica e o papa Francisco conversaram longamente na manhã deste sábado, no Vaticano
Presidente do Uruguai e ateu convicto, o agricultor José Mujica foi recebido neste sábado, na Santa Sé. O papa Francisco cumprimentou-o no Palácio Apostólico do Vaticano, e disse que o governante era um “homem sábio”. Segundo o porta-voz da Igreja Católica, Federico Lombardi, a audiência entre o pontífice argentino e o presidente durou cerca de 45 minutos e, após ela, Francisco disse estar “muito contente por ter se reunido com um homem sábio”.
Mujica, de 78 anos, e o papa argentino trocaram um abraço e, antes de começar a reunião, ambos lembraram um “amigo em comum” já falecido, o escritor e teólogo uruguaio Alberto Methol Ferré. Sobre o escritor uruguaio, Mujica disse que o autor “nos abriu a mente”, enquanto o papa afirmou que o intelectual “nos ajudou a pensar”.
Em um dos encontros privados mais longos que Francisco manteve com um líder político, papa e Mujica mostraram grande sintonia e cordialidade. A audiência começou como estava previsto, às 11h (6h de Brasília). O presidente do Uruguai deu ao papa uma estatueta em estilo gaúcho e um livro do próprio Alberto Methol Ferré e de Alver Metalli, A América Latina no século XXI.
O papa retribuiu a cortesia ao líder uruguaio com uma cópia do documento com as conclusões da Assembleia de Bispos Latino-Americanos, realizada em Aparecida, no Brasil.
Em comunicado divulgado após o encontro, a Santa Sé disse que o presidente do Uruguai também se reuniu neste sábado com os secretários de Estado e para as Relações com os Estados do Vaticano, Tarcisio Bertone e Dominique Mamberti, respectivamente.
Foi o primeiro encontro entre o presidente do Uruguai e o argentino Jorge Mario Bergoglio desde que este foi eleito papa em 13 de março, pois Mujica optou por não comparecer à cerimônia de início do pontificado celebrada seis dias depois na Praça de São Pedro, no Vaticano.

Como funcionam a mídia podre, abominável, corrupta, etc e seus beneficiários e apoiadores


Emir Sader e o extermínio de ornitorrincos no Brasil

1/6/2013 13:00
Por Emir Sader - do Rio de Janeiro

Só para constar, antes que iniciem alguma campanha por aí: Não existem ornitorrincos no Brasil. Eles são nativos da Austrália e estão preservados da extinção
Só para constar, antes que iniciem alguma campanha por aí: Não existem ornitorrincos no Brasil. Eles são nativos da Austrália e estão preservados da extinção
As coisas funcionam assim: Um domingo a Veja denuncia que o governo teria pronto um plano para eliminar todos os ornitorrincos do território nacional.
À noite, o Fantástico, com uma reportagem cheia de detalhes, dando a impressão que já a tinha preparada, rogando aos espectadores para que façam algo para parar o extermínio. E, enquanto soa uma música dramática de fundo, diz que não façam por cada um de nós, mas pelos ornitorrincos.
No dia seguinte, a Folha intitula: “Feroz investida do governo contra os ornitorrincos”. “Ameaça de extinção”
Na terça, o Jô coloca a pergunta: Vão desaparecer os ornitorrincos? Como os brasileiros não reagem frente à extinção dos ornitorrincos?
Miriam Porcão fala da escassez dos ornitorrincos, com seus reflexos na inflação e na pressão para novo aumento da taxa de juros.
FHC escreve sobre a indiferença do Lula e a incompetência gerencial do governo para proteger a vida de um animal que marcou tão profundamente a identidade nacional como o ornitorrinco.
Aécio diz que está disposto a por em prática um choque de gestão, similar ao que realizou em Minas, onde a reprodução dos ornitorrincos está assegurada.
Marina diz que a ameaça de extinção dos ornitorrincos é parte essencial do plano do governo da Dilma de extinção do meio ambiente. Que assim que terminar de conseguir as assinaturas para ser candidata, vai apelar a organismos internacionais a que intervenham no Brasil para evitar a extinção dos ornitorrincos.
Marcelo Freixo denuncia que são milícias pagas pelo governo os que estão executando, fria e sistematicamente, os ornitorrincos.
Em editorial, o Estadão afirma que o extermínio dos ornitorrincos faz parte do plano de extinção da imprensa livre no Brasil e que convocará reunião extraordinária da SIP para discutir o tema.
Um repórter do Jornal Nacional aborda o ministro da Agricultura, perguntando os motivos pelos quais o governo decidiu terminar com os ornitorrincos, ao que o ministro, depois de olhar o microfone, para saber se é do CQC, respondeu: Mas se aqui não há ornitorrincos! O repórter comenta para a câmera: No governo, não querem admitir a existência do plano de extermínio dos ornitorrincos, que já está sendo posto em prática.
Começam a circular mensagens na internet, que dizem: “Hoje todos somos ornitorrincos” e “Se tocam em um ornitorrinco, tocam a todos nós”.
Heloisa Helena declara que os ornitorrincos são só o princípio e que o governo não tem limites na sua atuação criminosa, os coalas e os ursos pandas que se cuidem.
Uma ONG com sede em Washington lança uma campanha com o lema: “Fjght against Brazilian dictatorship!! Save the ornitorrincs!!
O Globo, Folha e o Estadão com a mesma manchete: Sugestivo silêncio da presidente confirma culpabilidade.
Colunista do UOL diz que, de fonte segura, lhe disseram que o governo, diante da péssima repercussão do seu plano de exterminar os ornitorrincos, decidiu retroceder.
Todos os jornais editorializam, no final da semana, que os ornitorrincos do Brasil estão salvos, graças à heroica campanha da imprensa livre.
(Este artigo é a simples tradução e adaptação dos nomes para personagens locais, de um texto que corre nas redes da Argentina. As coisas funcionam assim lá e aqui)
Emir Sader é jornalista e escritor.

Do preconceito e da alienação

   

Frei Betto questiona: O que é Arte?

1/6/2013 12:43
Por Frei Betto - do Rio de Janeiro

Arte e Cultura: liberdade
Arte e Cultura: liberdade
Sabemos, hoje, reconhecer uma obra de arte? O que conta mais, a fama do artista ou a qualidade da obra? Quem decide o valor de uma obra, o prestígio alcançado por ela na mídia ou seus atributos estéticos?
O jornal Washington Post decidiu testar gosto e cultura artísticos do público. Levou um violinista para uma estação de metrô da capital dos EUA. Durante 45 minutos, ele tocou Partita para violino no. 2 de Bach; Ave Maria de Schubert; e peças de Manuel Ponce, Massenet e, de novo, Bach.
Eram oito horas de uma manhã fria. Milhares de pessoas circulavam pelo metrô. Quatro minutos após iniciar o concerto subterrâneo, o músico viu cair a seus pés seu primeiro dólar, atirado por uma mulher que não parou. Quem mais lhe deu atenção foi um menino que teria entre três e quatro anos de idade. Porém, a mãe o arrastou, embora ele mantivesse o rosto virado para o violinista enquanto se distanciava.
Durante todo o tempo do concerto improvisado, apenas sete pessoas pararam um instante para escutar. Cerca de vinte jogaram dinheiro sem deter o passo. Ao todo, trinta e dois dólares e dezessete centavos no pote a seus pés. Quando cessou a música, ninguém aplaudiu.
O músico era o estadunidense Joshua Bell que, dois dias antes, havia dado um concerto no Teatro de Boston, lotado de apreciadores que pagaram US$ 100 por um ingresso. Seu violino era um Stradivarius fabricado em 1713 e adquirido por quase US$ 4 milhões. Bell é professor no Massachusetts Institute Technology e na Royal Academy of Music de Londres.
Bell fez, em solo, a trilha sonora dos filmes O violino vermelho, que mereceu o Oscar, e Mulheres de lavanda. Sua primeira gravação, em 2003, pela Sony Classical, foi Romance of the violin, que vendeu 5 milhões de cópias.
Bell é um músico de prestígio internacional. No entanto, nessa sociedade neoliberal hegemonizada pelo paradigma do mercado, ele era um “produto” colocado na prateleira errada. Estava no metrô. Como se o fato de estar em local público tornasse sua música de menos qualidade. Estivesse um músico medíocre no palco do Teatro de Boston com certeza teria sido ovacionado.
Fica uma pergunta: temos prestado atenção na qualidade das coisas? Ou nossas cabeças são feitas pela mídia estimuladora do consumismo, que nos impõe gato por lebre?
Van Gogh jamais vendeu uma tela enquanto viveu, exceto a que seu irmão Theo, que era marchand, comprou na tentativa de ajudá-lo. Sem dinheiro para pagar o médico, o pintor presenteou-o com a tela Rapaz de quepe. O doutor, do alto de seu preconceito elitista, considerou que nada de valor poderia sair dos pincéis de um louco… Aproveitou o quadro para tapar um buraco no galinheiro de sua casa… Há pouco esta tela foi vendida por US$ 15 milhões!
Frei Betto é escritor, autor do romance Aldeia do Silêncio (Rocco), entre outros livros.
http://www.freibetto.org/> twitter:@freibetto.