quinta-feira, 12 de maio de 2016

Livro A onda conservadora: ensaios sobre os atuais tempos sombrios no Brasil

Livro A onda conservadora: ensaios sobre os atuais tempos sombrios no Brasil


Fonte: NPC

O que a perseguição política faz.




Fonte: NPC

Médico cubano que atua na Amazônia











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Fonte: NPC

O povo brasileiro não está representado no Congresso

O povo brasileiro não está representado no Congresso


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Logo depois da votação pelo andamento do processo de impeachment, comentários nas redes sociais apontavam para o perfil dos parlamentares ouvidos naquele domingo. A maioria era de homens brancos que justificavam seu voto em nome da família tradicional. Um gráfico, que circulou pelo facebook, comparava o percentual de mulheres, negros, jovens e indígenas que compõem a sociedade brasileira e a quase inexistência destes grupos na Câmara dos Deputados. A representação, ou não, do povo brasileiro no Congresso é uma boa pauta a ser explorada pelos veículos de comunicação de sindicatos e movimentos populares.

Fonte: NPC

Vídeo de menos de 2 minutos mostra repercussão internacional do golpe no Brasil

Vídeo de menos de 2 minutos mostra repercussão internacional do golpe no Brasil

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Está circulando, pela internet, um vídeo curto bastante didático sobre a cobertura do impeachment pela imprensa internacional. Veículos como The New York Times, The Independent, CNN e El Paísdenunciam como esse processo é ilegitímo e anti-democrático. O escritor português Miguel Sousa Tavares chegou a dizer que foi uma “assembleia geral de bandidos, comandada por um bandido chamado Eduardo Cunha”. Para assistir, clique em https://www.youtube.com/watch?v=FbPX9RK-rEA


Fonte: NPC

Nota: em seguida ao vídeo acima há um outro que também merece ser visto.

'Quero saber qual é a postura da União Europeia' sobre impeachment no Brasil, diz eurodeputado


'Quero saber qual é a postura da União Europeia' sobre impeachment no Brasil, diz eurodeputado

Vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores do Parlamento Europeu, Javier Couso enviou carta à chefe da diplomacia europeia e falou de 'golpe brando' no Brasil

Clique para acessar todas as matérias e artigos de Opera Mundi e Samuel sobre o processo de impeachment


O eurodeputado espanhol Javier Couso, membro da coalizão Esquerda Unida e vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores do Parlamento Europeu, enviou nesta segunda-feira (02/05) uma carta à chefe da diplomacia da União Europeia, Federica Mogherini, pedindo que o bloco se posicione oficialmente sobre o processo de impeachment da presidente do Brasil, Dilma Rousseff.
“Quero saber qual é a postura da União Europeia em tudo isso [situação política no Brasil]”, disse Couso na carta. “A UE precisa ter um posicionamento claro diante do que está ocorrendo, porque está pondo em risco a democracia brasileira”.
EFE

Em carta, vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores do Parlamento Europeu pediu posicionamento da UE sobre impeachment
Couso se refere ao impeachment como “golpe brando” e pergunta se a UE está acompanhando a crise política brasileira, que “desestabiliza a sexta economia do mundo”. O eurodeputado disse ainda que o processo contra a presidente Dilma está interrompendo “a normalidade institucional” do país e a oposição tem a única intenção de “ganhar por trapaça o que não conseguiu ganhar nas urnas”.

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Segundo Couso, os parlamentares brasileiros que são favoráveis ao impeachment “contam com o apoio do setor empresarial, financeiro e midiático” e “tentam tirar do poder um governo eleito democraticamente pelo povo brasileiro, com mais de 54 milhões de votos”.
“Boa parte desses deputados que votaram para derrubar Dilma estão sendo investigados por corrupção. É um escândalo”, disse o eurodeputado.
Em 20 de abril, três dias após a Câmara dos Deputados votar a favor da admissibilidade do processo de impeachment, a deputada portuguesa Joana Mortágua, do Bloco de Esquerda, fez um pronunciamento na Assembleia da República no qual chamou a votação na Câmara de “degradante espetáculo” e mencionou que o nome do vice-presidente Michel Temer foi citado em investigações da Operação Lava Jato. “Para encobrir o nepotismo e proteger os seus próprios interesses os golpistas não se limitaram a opor-se ao governo, atiraram à Constituição e, com ela, à democracia”, disse Mortágua.

Fonte: Opera Mundi

Enquanto ainda há muita fome no mundo....


Austrália vai infectar bacia hidrográfica com vírus da herpes para combater superpopulação de carpas

Segundo governo federal, outros animais não serão afetados; projeto terá início em 2018 e espera eliminar até 95% da população de carpas
O governo da Austrália anunciou no domingo (01/05) que infectará a bacia hidrográfica de Murray-Darling — maior do país, com quase 3.400 quilômetros — com um tipo específico do vírus da herpes para tentar combater a superpopulação de carpas nos rios da bacia. De acordo com o ministro da Ciência, Cristopher Pyne, a medida não prejudicará o ecossistema do ambiente.
“A herpes ataca os rins, pele e guelras das carpas, eventualmente fazendo com que parem de respirar. Os peixes ficam com o vírus durante uma semana antes de começaram a apresentar qualquer sintoma até que, de repente, eles morrem em 24 horas”, explicou Pyne durante entrevista coletiva na cidade de Adelaide.

Chris Hills/FlickrCC

Austrália lançará herpes em rios para combater superpopulação de carpas
De acordo com estudos realizados por mais de uma década em galinhas, camundongos, sapos, tartarugas e outros peixes pelo instituto federal de pesquisa científica e industrial, o CSIRO (Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation), o vírus é inofensivo para humanos e animais que não sejam carpas.
O projeto terá um custo total estimado em 15 milhões de dólares australianos (mais de R$ 40 milhões), que será direcionado principalmente para a remoção dos peixes mortos. O Ministério da Ciência acredita que o vírus eliminará enre 70% e 95% da população de carpas nos próximos 30 anos.

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A medida será implantada apenas em 2018, pois ainda é necessário planejar o que será feito com os peixes mortos e como serão removidos.  “De repente, haverá literalmente centenas, se não milhares, de toneladas de carpas mortas na bacia de Murray-Darling”, disse Pyne.
“Precisamos ter um programa de limpeza. Precisamos de um programa de consulta à comunidade. Precisamos potencialmente de mudanças legislativas”, reforçou o ministro.
“Obviamente também discutiremos se os peixes poderão ser utilizados como fertilizantes ou transformados em ração para cães, ou se deverão ser enterrados para poderem retornar para a natureza”, afirmou.
A carpa se tornou uma peste na Austrália por volta da década de 1970 e destrói o ecossistema dos rios em que vive consumindo a maior parte dos recursos disponíveis, o que provoca a morte dos outros animais. O dano causado pela carpas gera um prejuízo anual de 500 milhões de dólares australianos (cerca de R$ 1,3 bilhão) para o país.

Fonte: Opera Mundi

A hora e o risco de descartar Cunha



A hora e o risco de descartar Cunha

Tereza Cruvinel


São claros e vários os sinais de que, já tendo Eduardo Cunha feito o “serviço sujo” de abrir caminho para o golpe na noite do cinismo de 17 de abril, os vencedores agora buscam meios para descartá-lo. Temer e seus parceiros do eventual “governo de salvação nacional”, expressão de Fernando Henrique, não acham prudente mantê-lo como segundo na linha sucessória na Presidência. Mas esta operação embute riscos muito altos para o próprio Temer. Cunha não aceitará ser atirado ao lixo como bagaço de laranja que já deu caldo. E vingança é com ele mesmo. Que o digam Dilma e o PT.

Aos sinais. Neste sábado, 30, a Folha de São Paulo publicou o editorial “Chega de Cunha” cobrando providências do STF e louvando a disposição anunciada pelo ministro Teori Zavascki, de pedir celeridade ao plenário no exame do pedido de afastamento de Cunha da presidência da Câmara, apresentado pelo procurador-geral Rodrigo Janot em dezembro. O título é sugestivo. Para ser mais explícito, faltou uma palavrinha: “Agora, chega de Cunha”. Agora que ele, saciando seu desejo de vingança contra o PT e servindo ao projeto golpista, cumpriu zelosamente a tarefa: acolheu o pedido de impeachment, montou a comissão mais conveniente, amarrou os votos de sua base servil e comandou o espetáculo que envergonhou o Brasil.

Na mesma edição da Folha a colunista Mônica Bérgamo informou que, diante da cobrança que será feita ao plenário do STF por Teori, os ministros já discutiriam a melhor forma de afastar Cunha. Avaliando que a destituição do presidente de outro poder seria muito traumática, pensaram numa fórmula jaboticaba: ele seria afastado apenas nos dias em que, tornando-se presidente, Temer tivesse que deixar o país. Isso contentaria a lei, que não permite a um réu assumir a presidência da República. Engraçado que o STF ache traumático o afastamento de um presidente do Legislativo, mas feche os olhos para as anomalias do processo de deposição da chefe do poder Executivo. Esta fórmula resolve o problema legal, mas não o político. Não elimina o fato de que, no governo Temer, o segundo homem na hierarquia de poder seria um réu acusado de tantos crimes.

Mas como descartá-lo sem que ele se volte contra Temer? Um exemplo das perigosas relações entre Temer e Cunha está documentado pela própria Lava Jato. Quando fundamentou a autorização de busca e apreensão da Operação Catilinárias, (na casa de Cunha e de mais 52 pessoas), o ministro Teori Zavascki transcreveu “indício” registrado pelo procurador-geral Rodrigo Janot: “Eduardo Cunha cobrou Leo Pinheiro por ter pago, de uma vez, para Michel Temer, a quantia de R$ 5 milhões, tendo adiado os compromissos com a 'turma'", afirmou Janot, segundo reprodução de Teori.

As mensagens foram trocadas por Whatsapp, e capturadas no celular do sócio da OAS. Na réplica Léo Pinheiro pediu a Cunha "cuidado com a análise para não mostrar a quantidade de pagamentos dos amigos".

Na época em que isso foi divulgado (dezembro de 2015) Temer divulgou extrato de cinco doações legais da OAS ao PMDB, registradas na prestação de contas, entre maio e setembro de 2014, totalizando R$ 5,2 milhões. Mas, pelas mensagens, depreende-se que Cunha falava de um pagamento feito em cota única, e não destas doações parceladas. Cunha tem um arsenal de esclarecimentos sobre os esquemas do PMDB.

Fala-se também de outro acordo. Cunha renunciaria à presidência da Câmara e preservaria o mandato para manter o foro privilegiado. Mas a troco de quê ele renunciaria? É como presidente da Câmara que ele usa o poder do cargo para barrar o processo de cassação de seu mandato no Conselho de Ética. Agora, por exemplo, emplacará um aliado na Comissão de Constituição e Justiça, para lhe dar ganho nas disputas com o Conselho.

A fórmula que evitará riscos para o futuro sistema de poder e ao mesmo tempo atenderá à lei é a que foi divulgada por Monica Bergamo, por mais exótica que pareça: ele deixaria de ser presidente da Câmara só nos dias em que Temer viajar. Se viabilizar esta saída, o STF ficará ainda mais exposto como parceiro de tudo o que está acontecendo.

NOTA DA PRESIDÊNCIA NACIONAL DO PCdoB



NOTA DA PRESIDÊNCIA NACIONAL DO PCdoB

O dia 12 de maio de 2016 entra para a história como palco de um acontecimento vergonhoso e ultrajante. A maioria do Senado Federal, rasgando a Constituição, aprovou a admissibilidade de um impeachment sem fundamento jurídico. Em consequência disso, a presidenta Dilma Rousseff, eleita com mais de 54 milhões de votos, será afastada do cargo e, sem ter cometido crime algum, será julgada pelo Senado. Arbitrariamente, a presidenta é arrancada do posto e com ela sai um projeto de país, um ciclo de desenvolvimento que reduziu substancialmente as desigualdades sociais e regionais.

O vice-presidente Michel Temer, que aderiu à conspiração e passou a ser um de seus chefes, adentrará ao Palácio do Planalto pela porta dos fundos, pela imposição de uma verdadeira “eleição indireta”. Usurpará a cadeira presidencial e chefiará um governo ilegítimo.

Diante dessa realidade, inicia-se uma nova etapa da resistência democrática e popular, tão desafiadora quanto imperativa: revigorar a jornada de mobilização para derrotar o golpe no julgamento do Senado e se opor tenazmente ao governo ilegítimo de Temer que chega armado com um selvagem programa neoliberal, representando retrocesso político, regressão de direitos e aviltamento da soberania nacional.

A partir deste dia 12, com a democracia ferida, o país viverá um período de grandes incertezas e vivenciará uma situação tensa e inédita: o confronto entre dois blocos políticos e sociais tendo, de um lado, a presidenta Dilma Rousseff, detentora de um mandato legítimo, mas ilegalmente afastada e, de outro, o vice-presidente Michel Temer, entronizado por meio de um golpe.

Ao longo dessa jornada reacionária, quanto ódio, quanta intolerância e preconceito foram e são desferidos contra a primeira mulher presidenta do Brasil. Face a essas agressões e diante da democracia em risco, a presidenta Dilma tem lutado com fibra e coragem política e é assim que ela se colocará à frente da mobilização do povo, para preservar a democracia, derrotar o golpe, defender as conquistas do período dos governos Lula e Dilma.

Apesar da vitória que alcançaram, os golpistas deixam cair as máscaras e acumulam desgastes, dentro e fora do país. Desde a infame sessão da Câmara dos Deputados, em 17 de abril, passando pelos debates e votações que acabam de acontecer no Senado, este processo de impeachment vai se revelando exatamente o que é: a face contemporânea dos velhos golpes que vitimaram a democracia em nosso país.

As contradições que envolvem o conluio que sustenta Temer, a ilegitimidade e fragilidade de seu governo, as medidas antipopulares e antinacionais que terá que adotar, o combate decidido que sofrerá das forças democráticas e populares poderão produzir um impasse de graves consequências que poderá levar um conjunto de senadores a concluir que não há solução para a crise fora da democracia.

O PCdoB reitera, por isso, a proposta da realização de um plebiscito por eleições diretas para presidente. Temos a convicção de que cabe ao povo, do alto de sua soberania, decidir sobre qual melhor caminho para o país superar a crise e restaurar a democracia.

Essa batalha por um plebiscito aumenta a possibilidade de conquistarmos os votos necessários à absolvição da presidenta Dilma, pois dialoga com um grupo de senadores que advogam a proposta da antecipação das eleições presidenciais e vai ao encontro de forte aspiração do povo. Ademais, a bandeira do plebiscito dá perspectiva, realimenta de novas energias a resistência democrática e popular para confrontarmos o governo ilegítimo de Temer.

As forças democráticas e populares, instituições que prezam a democracia, como as universidades, juristas, advogados, intelectuais, artistas, somos todos desafiados a partir de agora a reforçar a mobilização do nosso povo e de amplos setores da sociedade para derrotar o golpe no Senado Federal.

Enfrentemos com garra os desafios desta nova etapa da luta contra o golpe, ampliemos nossas forças, abracemos com entusiasmo a agenda de mobilização da Frente Brasil Popular, da Frente Povo Sem Medo e de múltiplas articulações democráticas para que cresça a resistência do povo, dos trabalhadores e de amplos setores progressistas para que, ao final, vença a democracia!

Brasília, 12 de maio de 2016

Deputada federal Luciana Santos
Presidenta Nacional do Partido Comunista do Brasil – PCdoB



Dois presidentes



DOIS PRESIDENTES

Pela primeira vez em sua história o Brasil passa a viver a partir de hoje uma situação anômala, esdrúxula, estapafúrdia e absurda, com dois presidentes da República convivendo ao mesmo tempo na Esplanada: uma que ainda não deixou de ser e outro que ainda não é.

Dois presidentes pela metade. E cuja soma das metades não resulta num presidente inteiro.

Dois presidentes pela metade que também vão, por sua vez, dividir o país em duas metades que, somadas, também não darão um país inteiro.

Eis o resultado melancólico que nos fornecem políticos sem escrúpulo, que até anteontem faziam parte do governo, ocupando a maioria dos ministérios, e que decidiram, em vez de administrar parcelas do poder, tomar para si o poder por inteiro.

Em vez de reconhecerem as suas próprias falhas, inconsistências, omissões e incompetências apontaram o dedo para aquela que os escolheu, como se ela fosse a única culpada.

As aparências tomaram o lugar dos fatos concretos. Aparentemente, a constituição foi cumprida, mas, de fato, não foi. Aparentemente, houve crime de responsabilidade, mas, de fato, não houve. Aparentemente, a democracia continua em vigor, mas, de fato, foi conspurcada. Aparentemente, não houve golpe, mas, de fato, houve.

A presidente deposta mantém todas as suas prerrogativas, menos a de governar. Mantém a residência no Palácio da Alvorada, recebe a remuneração, tem direito a guarda pessoal, a transporte, a equipe de gabinete.

O presidente usurpador, mas provisório, não sobe a rampa, não recebe a faixa, não faz o seu discurso do púlpito, não é saudado pelo povo.

O golpe sem canhões se consuma na forma de um tumor que faz a sua metástase e, como todo tumor, nada constrói, mas destrói.

O governo usurpador assume sob o signo da ilegitimidade, da violência constitucional, da ilegalidade, sustentado pela fina flor de uma súcia que responde a inúmeros e vigorosos e graves ações penais que se arrastam no STF e cujo passado contamina o futuro.

O Supremo, indiferente à dúvida fundamental que percorre a espinha dorsal do país, não se pronuncia acerca da inexistência de crime e, em consequência, se apequena.

Os políticos que proporcionaram esse anticlímax, esse espetáculo grotesco, tendem a se afundar cada vez mais na lata de lixo da história e a serem varridos do mapa.

Durante os próximos seis meses, a novela do golpe vai continuar a soltar fumaça, como um dragão da maldade que o santo guerreiro não conseguiu exterminar, e o risco de incendiar a nação será sentido a cada momento.

Teremos, de um lado, uma presidente que continuará a fustigar seus algozes de ocasião, os oportunistas, os traidores, os canalhas, os ilegalistas e, de outro, um presidente acumpliciado com essa corja, a tecer a teia de aranha em que se pretende aprisionar os direitos e as conquistas da população mais fragilizada, que não viu o que aconteceu na longa madrugada infame e acorda mais fragilizada ainda, deposta juntamente com a presidente.

Teremos, de um lado, uma presidente que não tem máculas, não tem acusações pessoais, não tem ações penais e, de outro, um grupo cujos currículos ficarão ainda mais expostos em praça pública e execrados por aqueles que conseguem ainda distinguir entre o bem e o mal, entre o certo e o errado, entre o que presta e o que não presta, entre o que pode e o que não pode.

Teremos, de um lado, uma presidente honrada, decente e leal e, de outro, um presidente interino que traiu a confiança de quem o elegeu, que urdiu uma conspiração nas sombras e que se apossa do que não é seu.

Teremos, de um lado, uma presidente que não tem nada a esconder e, de outro, um presidente interino empenhado em ocultar seu passado, seu caráter e suas convicções.   

De um lado, uma presidente liberta das amarras e, de outro um presidente interino às voltas com as inevitáveis brigas internas que vão corroer sua inútil e breve gestão.    

É uma longa novela com 200 milhões de figurantes em cujos próximos capítulos, embora ainda não escritos, é de se prever o aumento dos conflitos, da insegurança e do medo.

É uma novela que tende a oferecer cenas épicas, mas das quais o país não terá nada a ganhar e sim a lamentar.

É a novela de um país sem um líder autêntico e confiável e, quando não há um líder a apontar o caminho o que tende a prevalecer é a confusão, é a falta de rumo.

Um país que tem dois presidentes pela metade, não tem nenhum.