segunda-feira, 10 de outubro de 2022

Informativo Semanal do Prof. Ernesto Germano Pares


 

 

 


As eleições na imprensa internacional.

Os jornais estrangeiros estão de olho na disputa eleitoral brasileira. Em textos sobre o primeiro turno da disputa, o destaque foi para a falha dos institutos de pesquisa em prever os votos recebidos pelo ex-capitão, a polarização e a surpresa de parte do eleitorado de esquerda com o resultado.

O Washington Post destacou que a “eleição presidencial profundamente polarizadora” colocou “populistas de extremos opostos do espectro político” frente a frente, com a “direita” do insano a “esquerda” com o ex-presidente Lula (PT).

O New York Times destaca no título que o demente superou as previsões das pesquisas e que a atual eleição é vista como “a mais importante em décadas na maior nação da América Latina”. A publicação também afirma que o pleito é central para o futuro da Amazônia e destaca que o atual presidente cortou o financiamento de agências de fiscalização ambiental e desacreditou dados sobre a destruição da floresta em seu governo.

O argentino Página/12, por sua vez, afirma em seu título que “Lula ganhou”, mas que o insano “resistiu e haverá segundo turno”. A publicação também destacou a falha das pesquisas da opinião e que isso explicaria a "inquietação" dos petistas com o resultado eleitoral.

Em busca de apoio e voto. É claro que, tendo o “poder da caneta” nas mãos, o insano já está arrumando maneira de comprar mais uma parte do Congresso Nacional.

Na quarta-feira (5), ele anunciou um bloqueio R$ 2,6 bi no Orçamento deste ano. Deste total, R$ 1,59 bilhão são cortes nos recursos destinados ao Ministério da Educação (MEC), o que pode inviabilizar o funcionamento de colégios e universidades federais, que podem fechar as portas por não ter dinheiro sequer para pagar as contas de água e de luz.

Somente para o ensino superior, foram bloqueados R$ 328,5 milhões em recursos destinados ao custeio de despesas e pagamento de funcionários. Somados aos outros cortes já feitos por Bolsonaro ao longo deste ano, o total sobe para R$ 763 milhões em recursos essenciais para a manutenção das instituições federais.

O bloqueio total dos recursos no Orçamento deste ano, que inclui vários ministérios, chega a R$ 10,5 bilhões, dinheiro que está sendo usado para “conquistar” aliados em sua campanha.

Com o bloqueio anunciado pelo próprio MEC, na quarta-feira, a educação passa a ser a pasta mais impactada, representando 1/3 dos bloqueios totais.

E os patrões fazem ameaças. Na manhã de terça-feira (4) chegava mensagem da deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL-RS), pelo Twitter. Ela alertava: “A empresa Stara está avisando os fornecedores que demitirá parte de seus funcionários caso Lula ganhe no 2º turno. O dono é um dos principais doadores da campanha do demente e já foi beneficiado com mais de R$ 2 bi pela sua gestão. Uma mão lava a outra e quem paga é o trabalhador! É crime!”

Mas não para por aí. No mesmo dia chegou aos jornais e Justiça Eleitoral outra carta, também do RS, no qual a Extrusor Comércio de Máquinas e Equipamentos Ltda. se dirigia a fornecedores no mesmo tom, com os mesmos objetivos. Vídeo de coação explícita de empregados também passava a circular nas redes.

Antes do primeiro turno já tínhamos denunciado três patrões que ameaçavam seus empregados com demissões no caso de uma vitória do Lula.

Isso sem falar no ex-jogador de futebol Fabrício Manini, de 42 anos e apoiador do insano, que se revoltou com o segundo turno das eleições e pediu aos eleitores do mandatário que passem com o carro por cima dos pobres, que chamou de vermes. Manini jogou nos dois grandes times cearenses: Ceará e Fortaleza.

“Depois do resultado do primeiro turno das eleições, espero que todos os eleitores do presidente, assim como eu sou, quando encontrar alguém passando fome ou pedindo algum alimento, não ajude. Passe com o carro por cima da cabeça, pro país não ter mais despesas com esses vermes”, postou Manini no Instagram.

A voz do campo. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) elegeu, no domingo, sete deputados, três federais e quatro estaduais. Ao todo, o movimento lançou 15 candidaturas próprias, que disputaram assentos no Congresso e em assembleias estaduais.

Esta foi a primeira vez que o movimento lançou candidaturas coordenadas pela sua direção nacional. Para a coordenação do MST, não basta mudar só os poderes executivos. É preciso também promover a eleição de parlamentares comprometidos com a construção de um projeto popular para o país. E também de uma bancada diversa, que represente o povo, e que garanta uma base de governabilidade em um possível governo Lula, que chegou ao segundo turno com a maioria dos votos.

Mas não é tudo! A Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag) obteve uma expressiva representatividade nas urnas com a eleição de candidatos (as) a cargos legislativos e de pessoas comprometidas com a pauta da agricultura familiar, que coloca 70% da comida à mesa dos brasileiros. Foram cinco trabalhadores rurais agricultores e agricultoras familiares eleitos(as) para a Câmara dos Deputados; um para o Senado e quatro para as Assembleias Legislativas dos estados.

Quanto às pessoas comprometidas e parceiras, foram eleitos uma governadora e dois governadores além de quatro ao Senado Federal, sendo três senadores eleitos e uma senadora eleita. Para a Câmara do Deputados são 11 os eleitos neste segmento e oito para as Assembleias Legislativas estaduais. Entre elas estão: Natália Bonavides (PT-RN), Erika Kokay (PT-DF), Adriana Accorsi (PT-GO) e Helder Salomão (PT-ES), que ficaram em primeiro lugar nos seus estados entre os representantes da Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV).

Os três governadores aliados da agricultura familiar eleitos já no primeiro turno foram: a reeleita Fátima Bezerra (PT-RN), Elmano Freitas (PT-CE) e Rafael Fonteles (PT-PI). Outros dois comprometidos com a causa disputam o segundo turno: Jerônimo Rodrigues (PT-BA) e Rogério Carvalho (PT-SE).

O problema das abstenções. Um dos fantasmas que acompanham a vida política brasileira, além do crescimento de uma direita raivosa, é o elevado índice de abstenção que cresce a cada eleição.

O índice de abstenção, eleitores que se negaram a fazer opções políticas, aumentou em 0,6 ponto percentual de 2018 para 2022. Passou de 20,3% há quatro anos para 20,9% no pleito de domingo (2).

Um total de 32,76 milhões de brasileiros aptos a votar não compareceu às urnas para votar nos candidatos a presidente, senador, deputado estadual ou federal e governador.

São eleitores que acabam deixando que outras pessoas decidam em seu lugar o futuro do país, diz o secretário de Administração e Finanças da CUT, o professor Ariovaldo de Camargo.

Lula conquistou 57.179.064 dos votos válidos, faltaram apenas 1,8 milhão para ser para eleito no primeiro turno, o que poderia ter acontecido se a abstenção tivesse sido menor. Já Bolsonaro teve 51.052.598 dos votos válidos.

Além dos mais de 32 milhões que não votaram, do total de 156,4 milhões de eleitores aptos, cerca de 3,4 milhões anularam o voto e 1,9 milhão votaram em branco, totalizando 4,4% dos votos totais.

E a abstenção no Sudeste no primeiro turno das eleições 2022 foi maior do que a média nacional. De acordo com o Superior Eleitoral (TSE), em todo o Brasil 32.766.498 eleitores não foram votar. Deste total, 14,6 milhões dos estados do ES, SP, MG e RJ decidiram não participar da eleição mais importante da história do país, que tem, de um lado, um projeto voltado para o povo, mais social, representado pelo ex-presidente Lula (PT), e de outro, apoiado por uma parcela minoritária da sociedade, mais conservadora, um projeto em que o Estado está menos presente, cuidando menos da vida das pessoas, representado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).

Nas capitais do Sudeste, as abstenções foram ainda maiores. Em São Paulo, 24,2% dos eleitores aptos deixaram de votar; em Belo Horizonte, 21,8% e no Rio, 21,3%. Essas 3 cidades concentraram 39,9% dos votos válidos no 1º turno. Em vitória, a taxa de abstenção foi de 17%.

Rápida reflexão. Muito interessante os pontos para reflexão levantados por Alejandro Marcó del Pont, no site “El tábano economista”. Ele debate a chamada “guerra virtual” criada e alimentada pelo chamado “gabinete do ódio” comandado pelos filhos do ex-capitão. O artigo nos informa que, desde janeiro de 2022, já são mais de 10 mil vídeos carregados e depois apagados por medo de represálias judiciais ou econômicas. Entre janeiro de 2019 e agosto de 2021, onze canais a favor do sacripanta no YouTube, que divulgam informações falsas sobre urnas eletrônicas, arrecadaram mais de 10 milhões de reais, segundo a Folha de São Paulo. Hoje há uma corrida dos aliados do insano para esconder vídeos no YouTube.

Alejandro Marcó diz que “uma das dificuldades em caracterizar o atual governo é que não há um projeto político claro para nortear as ações, tudo acontece na base do improviso, dada a necessidade de manutenção do poder”. Em princípio, “baseou-se essencialmente nas Forças Armadas, e formou um governo com grande número de soldados, ainda maior que o dos presidentes gerais da história. Esse modelo esquizofrênico não durou muito”. A pandemia foi responsável por derrotar a hegemonia militar no governo.

Ele diz ainda que “O impacto da pandemia na economia, pela necessidade de distanciamento social e redução da atividade econômica, levou também ao fracasso do poderoso ministro da Economia, Paulo Guedes, cujo projeto neoliberal foi para o espaço, com o país mergulhado em desemprego, inflação e fome”.

Não vamos comentar aqui o artigo todo, mas terminamos apresentando outro trecho da análise onde ele diz que “Talvez o tema mais inovador para a corrupção no Brasil tenha sido o ‘orçamento secreto’, que surgiu com a Lei Orçamentária de 2020, para permitir o uso de bilhões do orçamento federal por deputados e senadores de forma discricionária em despesas como obras, compra de equipamentos, etc., com pouca transparência”.

Herança do governo demente. Entre outras heranças que poderíamos citar, destacamos o estudo feito pela Fundação Getúlio Vargas, com o título “Desigualdade e Bem-Estar durante a Pandemia no Brasil”.

Ali vamos ver que os índices de desigualdade social cresceram. Vemos também que a renda média atinge seu ponto mais alto da série em R$ 1.122,00, e em menos de um ano cai 11,3%, atingindo o ponto mais baixo da série histórica em R$ 995.  Previdência social:  a previdência trabalhista no Primeiro Trimestre de 2020 esteve em empate técnico com o início da série histórica em 2012, ou seja, não houve progresso social líquido nesta década. No ano seguinte à pandemia, o bem-estar caiu 19,4%, novo mínimo da série.  Os pobres perderam mais: a renda média individual do trabalho, incluindo trabalhadores informais e desempregados, caiu 10,89% entre os primeiros trimestres de 2020 e 2021. A queda da renda da metade mais pobre foi de 20,81%, quase o dobro da média global.

Aliados do insano na Europa. O ex-capitão tem uma “agenda comum” e aliança com o Vox, partido espanhol que é negacionista da emergência climática, antivacina e anti-imigrante. A avaliação é de Ana Miranda, deputada do Parlamento Europeu pelo Bloco Nacionalista Galego, da Espanha.

Com 52 deputados, entre 349 possíveis, o Vox é o terceiro maior partido do Congresso da Espanha. A legenda de extrema direita faz oposição à coalizão que governa o país com o presidente Pedro Sánchez, formada pelo Partido Socialista Operário Espanhol e o Podemos.

O presidente do Vox e deputado Santiago Abascal enviou um vídeo de apoio ao candidato, compartilhado pelo presidente na véspera do primeiro turno. O registro teve mais de 340 mil visualizações no Twitter e Abascal afirma na mensagem que Bolsonaro é a “opção dos patriotas”.

Outras lideranças extremistas de direita também enviaram mensagens de apoio para Bolsonaro, como o ex-presidente dos EUA Donald Trump e o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán.

Pressão sobre o Brasil. Representantes de países como EUA, Reino Unido, Noruega, Austrália, Canadá, Ucrânia e da União Europeia pressionaram o Brasil, em reunião na quarta-feira (5) em Brasília, para condenar os referendos realizados em Donbass, Kherson e Zaporozhie.

As autoridades das nações mencionadas e do bloco europeu reforçaram a importância de o governo brasileiro de explicitar uma posição contrária aos últimos movimentos de Moscou, de acordo com o jornal O Globo.

O embaixador da UE no Brasil, Ignácio Ibañez, reafirmou que o bloco não vai reconhecer as províncias como parte da Rússia e disse que uma nova resolução será apresentada no Conselho de Segurança, ao mesmo tempo que insistiu que todos os parceiros internacionais condenem o governo russo.

Na última sexta-feira (30), junto à China, Índia e Gabão, o Brasil, que atualmente ocupa uma cadeira não permanente no Conselho de Segurança da ONU, se absteve na votação de uma resolução que condenava a integração das quatro províncias ucranianas após os referendos russos.

Disputa pela América Latina. Tanto a OEA quanto a CELAC terão cúpulas durante o mês de outubro, mas os dois blocos parecem estar passando por momentos opostos. Entrevistado pelo site Sputnik, o analista colombiano Javier Calderón afirmou que “enquanto a OEA vê quem sanciona, a CELAC está restabelecendo relações”.

Sob o lema “juntos contra a desigualdade e a discriminação”, o Peru sedia a Assembleia Geral da OEA que reúne delegações de alto nível de mais de 30 países. Por outro lado, a Argentina se prepara para receber, em 26 de outubro, uma nova cúpula de chanceleres da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC).

O colombiano Javier Calderón, mestre em sociologia, disse à Sputnik que ambos os mecanismos de integração têm “objetivos diferentes e um marco político de referência”. “A OEA se tornou uma espécie de gendarme que ataca, que persegue, que gera dúvidas”, disse o especialista.

Em sentido oposto ao da OEA, a CELAC passa por um impulso revitalizante, fortemente influenciado pelo presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador, que ocupou a presidência pro tempore entre janeiro de 2020 e janeiro de 2022.

Qual a pretensão estadunidense? A presença do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, na Assembleia Geral da OEA em Lima traz consigo o interesse de Washington em discutir o conflito na Ucrânia e suas consequências para a região, além de sua posição sobre a Nicarágua, a Venezuela e os fenômenos migratórios.

Como sempre, o mesmo “blá-blá-blá” dos EUA dizendo que a cúpula busca reafirmar o compromisso dos países da região com a democracia, os direitos humanos, a segurança e o desenvolvimento sustentável, entre outras questões. No entanto, será marcado pelos movimentos da diplomacia estadunidense em relação à posição do país na região.

Durante sua viagem pela América do Sul como parte da assembleia, o secretário de Estado Antony Blinken se reuniu com os líderes da Colômbia, Chile e Peru – “parceiros de longa data” dos EUA segundo a imprensa peruana - três governos que recentemente se voltaram para o centro-esquerda e num contexto de significativo investimento chinês na região.

No entanto, a agenda de Blinken para a 52ª Assembleia da OEA contempla o debate e a condenação da operação militar especial russa na Ucrânia e os referendos sobre a adesão de regiões ucranianas à Federação Russa.

Washington também vai pressionar os países latino-americanos a condenar o governo de Daniel Ortega na Nicarágua, que deixou a OEA em 2021, depois que o órgão condenou o processo eleitoral presidencial e as supostas violações de direitos humanos no país.

Peru: direita sai fortalecida das eleições. Com uma participação de 78% do eleitorado, o Peru votou no domingo (02) para escolher 25 governos regionais, 196 prefeituras provinciais e 1.694 prefeituras distritais para um mandato de quatro anos, que iniciará dia 1º de janeiro.

Em 16 regiões, o governo foi eleito com pouco mais de 30% dos votos, o que confirma as pesquisas de opinião prévias, que apontavam para um 70% do eleitorado indeciso a dias do processo eleitoral. Já em 11 localidades a decisão ficará para segundo turno, uma vez que nenhum candidato obteve mais de 30% da preferência.

Com 97% da apuração concluída, o candidato de extrema direita Rafael López Aliaga, do partido Renovação Popular, alcançou 26% da votação para a prefeitura de Lima; contra 25,3% de Daniel Urresti, do partido de centro-direita Podemos Peru. López Aliaga foi candidato à presidência nas últimas eleições e ficou em terceiro lugar, atrás do presidente Pedro Castillo e de Keiko Fujimori.

No estado do presidente Pedro Castillo, Cajamarca, o partido de centro-direita “Somos Peru” venceu a eleição para governo local com uma margem estreita, 19% da votação, e disputará o segundo turno com a candidatura do partido de direita “Avança País”.

Vai continuar “em cana”! Em setembro passado, o Judiciário peruano negou o pedido de anulação das acusações de lavagem de dinheiro contra a ex-candidata Keiko Fujimori.

Agora, na quinta-feira (06) o juiz peruano Víctor Zúñiga negou um pedido da ex-candidata presidencial Keiko Fujimori e alguns associados para não serem processados ​​por crimes de organização criminosa no caso “Coquetéis”, relacionados ao manuseio irregular de finanças nas campanhas eleitorais de 2011 e 2016.

Junto com Fujimori, Jaime Yoshiyama, Pier Figari e Mark Vitto, supostos cúmplices do líder do partido Força Popular nos eventos, também fizeram o pedido.

Argentina espera participar do BRICS. A Argentina segue acompanhando de perto o resultado das eleições presidenciais no Brasil, já que os laços entre ambos os países são fundamentais para o fortalecimento econômico e ingresso argentinos ao bloco BRICS, segundo a deputada Victoria Tolosa Paz.

“A entrada ao BRICS terá muito a ver com esse fortalecimento, a Argentina tem que consolidar um Mercosul que passou por diferentes etapas e tem que se relacionar com o mundo como um bloco mais potente e competitivo, e com regras de jogo claras para melhorar sua competitividade, não desgastando o sonho de uma região que tem profundas desigualdades sociais e seguindo a inclusão de mão de obra”, expressou a deputada à Sputnik.

No dia 2 de outubro, Tolosa Paz esteve no comitê de campanha do ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, em São Paulo, durante o primeiro turno das eleições presidenciais.

A deputada ressaltou que o Brasil é o principal parceiro da Argentina, "não apenas na indústria automotiva, como a relação da Argentina como uma futura fornecedora de energia para o Brasil, principalmente quando o gasoduto Néstor Kirchner estiver pronto".

Tolosa Paz enfatizou que o país segue atento ao “fortalecimento” da região, em um contexto global “convulsionado”, onde a demanda de alimentos será “crescente” e a energia se converterá “em um valor muito importante” para os países que, devido aos recentes conflitos, já não contam com estes recursos.

Negociações de paz na Colômbia. O Governo da Colômbia e o Exército de Libertação Nacional (ELN) assinaram na terça-feira (04) em Caracas um acordo pelo qual reiniciam os diálogos de paz, interrompidos durante os anos do mandato do ex-presidente colombiano Iván Duque (2018-2022).

Segundo o documento assinado pelas partes envolvidas, o Governo da Colômbia e o ELN concordam em “restabelecer a mesa de diálogo, retomar os acordos alcançados antes do rompimento, e restabelecer o processo de diálogo a partir do mês de novembro”.

O comunicado lembra que, tanto para o governo do presidente Gustavo Petro, quanto para o ELN, é fundamental a participação da sociedade nas negociações.

O Ministério de Relações Exteriores de Cuba saudou a reativação dos diálogos e reitera que Havana “continuará apoiando e contribuindo, junto com os países garantidores, para as negociações com o ELN” e que “aprecia como uma oportunidade e reitera sua profunda convicção de que o governo colombiano e seus cidadãos merecem a paz, e encontrarão os meios para alcançá-la”.

O mundo perto de uma recessão. Medidas de política monetária e fiscal nas economias avançadas ameaçam desacelerar o crescimento econômico global, com danos ainda piores do que a crise financeira de 2008 e a pandemia em 2020, alertou a Unctad nesta segunda-feira, 3, em seu Relatório sobre Comércio e Desenvolvimento de 2022.

Segundo o relatório, os aumentos das taxas de juros e o aperto da política fiscal nas economias avançadas, juntamente com as crises em cadeia derivadas da pandemia de covid-19 e do conflito na Ucrânia, já transformaram a desaceleração global em um revés. o desejado “aterrissagem suave” parece improvável.

Em um contexto de queda dos salários reais, ajuste fiscal, turbulência financeira e apoio e coordenação multilaterais insuficientes, o aperto monetário excessivo pode levar a um período de estagnação e instabilidade econômica para muitos países em desenvolvimento e alguns desenvolvidos.

A Unctad estima um crescimento econômico global de 2,5% em 2022, e as perspectivas pioram, já que 2023 deve desacelerar ainda mais para 2,2%, com o produto interno bruto real ainda abaixo da tendência pré-pandemia.

Isso representaria uma perda acumulada de mais de 17 trilhões (milhões de milhões) de dólares, cerca de 20% do PIB mundial.

Crescimento do comércio mundial despencará. Espera-se que o comércio mundial perca força no segundo semestre de 2022 e permaneça moderado em 2023, à medida que vários choques pesam sobre a economia global, disse a Organização Mundial do Comércio (OMC) em comunicado nesta quarta-feira.

Economistas da OMC disseram que os volumes globais de comércio de mercadorias crescerão 3,5% em 2022 – um pouco melhor do que os 3% previstos em abril. No entanto, para 2023 eles preveem um aumento de apenas 1%, uma queda acentuada em relação à estimativa anterior, que era de 3,4%.

Crise do euro. A espiral insana de retaliações econômicas tornou a Rússia o país mais sancionado do mundo, mas também trouxe grandes obstáculos para a União Europeia (UE): a escassez do fornecimento de energia, a inflação galopante e uma crise sem precedentes na zona euro. A Sputnik Brasil conversou com uma cientista política para analisar a situação.

Dados do Eurostat, o serviço de estatística da União Europeia, indicam que a inflação na zona euro atingiu 9,1% de avanço anual em agosto, percentual mais alto desde a criação da moeda única. Projeções do Banco Central Europeu (BCE) traçam um panorama sombrio, que ainda vai piorar.

Acuados por políticas de seus governantes — estes mais preocupados com a manutenção de alianças com os EUA e com a OTAN do que com o cenário interno de seus países —, cidadãos europeus têm ido às ruas de diversas cidades para protestar contra o aumento descontrolado da energia, dos alimentos e do custo de vida.

Nesta sexta-feira (7), foi a vez de Varsóvia, capital polonesa, onde manifestantes gritavam palavras de ordem como “governo de medíocres” devido ao aumento das tarifas de energia elétrica.

No mês de outubro corre-se o risco de duplicar as faturas de gás e de um aumento sem precedentes nos custos da eletricidade.

Sindicatos e trabalhadores italianos protestaram na segunda-feira (03) para “confrontar o crescimento hiperbólico das contas de eletricidade em 60% anunciado em 1º de outubro”, segundo o apelo feito pelo sindicato USB.

Manifestações contra os altos preços das contas de eletricidade foram realizadas em cidades como Nápoles, Cagliari, Roma, Milão, Florença, Turim, Vicenza, Trieste, Bolonha, Livorno, Pisa e Spoleto.

Economia francesa deve estagnar. A economia da França deve estagnar neste outono (no Hemisfério Norte), já que as preocupações com o aumento da inflação ameaçam o crescimento da economia na Europa, disse o Instituto Nacional de Estatística e Estudos Econômicos (Insee), nesta quinta-feira (6).

A estagnação da economia francesa pode ser esperada neste outono em meio à crescente instabilidade decorrente da crise energética e da alta inflação, o que também pode prejudicar o crescimento econômico, afirmou o Insee.

O crescimento anual do produto interno bruto (PIB) da França deve atingir 2,6% em 2022, segundo estimativas do instituto.

Em julho, a inflação anual na França foi de 6,1%, atingindo o máximo desde julho de 1985. Em agosto, o índice chegou a apresentar uma ligeira queda, ficando em 5,9%.

Desintegração da UE? O governo Biden prometeu fornecer US$ 1,5 bilhão (cerca de R$ 7,7 bilhões) por mês a Kiev para manter a economia ucraniana ao mesmo tempo que pressiona a União Europeia (UE) a se comprometer com um pacote semelhante, mesmo diante de grave desaceleração econômica do bloco, informou a Bloomberg.

Enquanto isso, a UE ainda não cumpriu seus compromissos de quase € 9 bilhões (cerca de R$ 45,8 bilhões) para Kiev. O bloco pagou apenas € 1 bilhão (aproximadamente R$ 5,1 bilhões) no passado verão europeu. Outros € 5 bilhões (cerca de R$ 25,4 bilhões) foram alocados, mas ainda não foram pagos à Ucrânia; o restante do valor permanece preso a questões formais e financeiras.

A UE está enfrentando nada menos que “uma recessão em todo o continente”, observou a Bloomberg no dia 28 de setembro, prevendo um “inverno rigoroso” para os lares, produtores químicos, siderúrgicas e fabricantes de automóveis da Europa. “Se os próximos meses forem especialmente gelados e os 27 membros do bloco não conseguirem compartilhar os escassos suprimentos de combustível com eficiência”, a economia europeia pode se contrair em até 5%, segundo estimativas da Bloomberg Economics.

O presidente da Sérvia, Aleksandar Vucic, previu a deterioração da economia da Europa Central e Oriental devido ao aumento dos preços da energia, principalmente do gás.

E pode piorar. Na quarta-feira (5), os países da OPEP+ votaram nos cortes de produção e concordaram em reduzi-la em dois milhões de barris por dia, disse uma fonte de uma das delegações à Sputnik. No início do dia, a mídia informou que o Comitê Ministerial Conjunto de Monitoramento da OPEP (JMMC, na sigla em inglês) recomendou cortar a produção de petróleo na quantidade mencionada.

Funcionários da Casa Branca já pediram ao Departamento de Energia dos EUA para analisar se a proibição das exportações de gasolina, diesel e outros produtos refinados de petróleo reduziria os preços. É uma ideia controversa, mas que está ganhando força em alguns cantos do governo Biden, segundo a mídia.

Derrota dos EUA. Nesta quinta-feira (6), em uma votação no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas sobre as acusações de violações de direitos humanos na China, o Brasil não apoiou a proposta de europeus e estadunidenses para abrir um debate sobre o assunto.

De acordo com a coluna de Jamil Chade no UOL, o bloco ocidental conseguiu apenas 17 votos, enquanto Pequim somou 19 votos de seus aliados. O Brasil optou pela abstenção assim como outros dez países, entre eles México, Índia, Argentina ou Gâmbia.

O governo brasileiro não explicou sua escolha durante a reunião, mas a avaliação interna do Itamaraty era de que colocar a China no radar internacional no que se refere aos direitos humanos ampliaria a tensão no cenário mundial, além de minar a capacidade de ação da ONU para lidar com outras crises, relata a mídia.

Ao mesmo tempo, o gigante asiático é o maior parceiro comercial de mais de 100 países pelo mundo e, segundo o colunista, fontes ocidentais suspeitam que o governo de Pequim tenha feito uma forte pressão na América Latina para impedir que a região votasse pelo projeto estadunidense e europeu.

Foi sabotagem, sim (01). Autoridades suecas informaram na quinta-feira (07) que as primeiras inspeções, feitas com uma sonda, para averiguar os vazamentos nos gasodutos Nord Stream 1 e 2, no mar Báltico, reforçam as suspeitas de sabotagem.

“Podemos ver que houve detonações perto do Nord Stream 1 e 2 na zona econômica exclusiva sueca, que causaram danos significativos aos gasodutos”, afirmou o promotor especial encarregado da investigação paralela sueca, em comunicado à imprensa.

Institutos sismológicos na Escandinávia mediram tremores de magnitudes de 2,3 e 2,1, que as organizações disseram que "provavelmente corresponde a uma carga explosiva de várias centenas de quilos".

Um porta-voz do Kremlin disse nesta quinta-feira que não acredita que a investigação possa ser objetiva sem a participação da Rússia, uma vez que Moscou não foi convidada a participar. Uma força-tarefa com membros da Dinamarca, Suécia e Alemanha lidera a investigação.

Foi sabotagem, sim (02). O ministro das Relações Exteriores da Finlândia, Pekka Haavisto, disse que o mundo precisa estar preparado para ataques a infraestruturas críticas.

O ministro finlandês disse que as primeiras avaliações suecas e dinamarquesas dão conta de que não se trata de um ataque direto contra eles, mas de um desafio internacional.

O gás no Nord Stream 2, a sudeste de Bornholm, parou de vazar, informou a Agência de Energia Dinamarquesa (DAE). No entanto, três outras partes danificadas do Nord Stream 1 e 2 seguem bombeando gás para o mar.

Foi sabotagem, sim (03). Do pouco que sabemos, até agora, porque a mídia internacional está “abafando” as informações é que, no dia da sabotagem nas tubulações, várias “visitas” foram registradas.

Dois navios da Marinha dos EUS foram vistos e fotografados na região, um avião da Força Aérea dos EUA sobrevoava o local e o jornal Dagens Nyheter informou que um navio da Marinha da Suécia foi visto navegando próximo da área onde explosões atingiram os gasodutos russos Nord Stream 1 e Nord Stream 2, no mar Báltico.

De acordo com a mídia, a embarcação sueca foi avistada alguns dias antes das explosões ocorrerem, danificando os gasodutos russos.

Além disso, a mídia afirmou que em setembro foi avistado por várias vezes um helicóptero da Marinha dos EUA circulando em torno da região.

Foi sabotagem, sim (04). Os líderes europeus, dependentes e “capachos” da Casa Branca sabem que foi sabotagem para pressionar ainda mais a Rússia.

Para confirmar isso, o presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou na quinta-feira (6) que a União Europeia (UE) precisava desenvolver uma estratégia para proteger a infraestrutura crítica após vazamentos constatados nos gasodutos Nord Stream 1 e Nord Stream 2 no mar Báltico.

Ele sugeriu que os países da UE lancem uma operação coordenada para garantir a segurança das tubulações submarinas.

O Kremlin estuda a possibilidade de investigação própria com vistas a comprovar uma sabotagem ao Nord Stream na Dinamarca.

Moscou não exclui a hipótese de reparar os dois gasodutos Nord Stream danificados, mas uma decisão sobre isso pode ser tomada após uma inspeção do local, segundo disse a embaixada da Rússia em nota emitida nesta sexta-feira (7).

Foi sabotagem, sim (05). Após os ataques aos gasodutos Nord Stream 1 e 2 (Corrente do Norte) que provavelmente foram cometidos pelos EUA, Washington pode chegar ao ponto de atingir a usina nuclear de Zaporozhie, sugere Kostadin Kostadinov, político búlgaro e líder do partido Vozrozhdenie (Renascimento).

“Como vocês podem ver, eles fizeram explodir o Nord Stream. Se algo semelhante acontecer com a usina nuclear, que Deus ajude a Europa”, declarou o político, citado por canal da Sputnik no Telegram.

De acordo com ele, as consequências do ataque serão indiferentes aos americanos, já que estão “em outro continente a vários milhares de quilômetros do outro lado do oceano”.

Kostadinov se opôs publicamente ao envolvimento da Bulgária no conflito russo-ucraniano por meio de fornecimento de assistência militar a Kiev.

O fato de os EUA negarem ter estado envolvidos nos ataques aos gasodutos Nord Stream desafia a lógica, à luz das declarações anteriores de ameaça e da maneira como os EUA se beneficiam com a destruição dos gasodutos, disse à Sputnik o ex-conselheiro do Pentágono Douglas Macgregor.

Os EUA ainda não foram solicitados a prestar assistência na investigação da potencial sabotagem dos gasodutos Nord Stream entre a Rússia e a Alemanha, disse uma autoridade sênior estadunidense nesta segunda-feira (3). Por sua vez, na semana passada, o secretário de Defesa dos EUA Lloyd Austin propôs essa assistência, dizendo que Washington continua pronto a prestá-la, acrescentou o funcionário.

Os apresentadores da Bloomberg foram surpreendidos durante uma entrevista, na qual o convidado, o economista Jeffrey Sachs, culpou os EUA e a Polônia pelas explosões nos gasodutos russos Nord Stream 1 e Nord Stream 2.

O economista Jeffrey Sachs sugeriu durante entrevista à Bloomberg que a sabotagem dos gasodutos Nord Stream 1 e Nord Stream 2 foi obra dos EUA e possivelmente da Polônia.

Quem é o terrorista? Neste sábado (08), o Comitê Nacional Antiterrorismo informou que a explosão de um caminhão no tabuleiro rodoviário da ponte da Crimeia, na península de Taman, resultou no incêndio de sete vagões-cisterna de um trem que seguia no tabuleiro ferroviário superior, em direção à península da Crimeia. Em decorrência da explosão, duas seções da parte rodoviária da ponte colapsaram.

As autoridades informaram que as equipes de bombeiros estão trabalhando no local para extinguir o incêndio.

O tráfego rodoviário e ferroviário na ponte da Crimeia foi temporariamente suspenso, informou a administradora rodoviária de Taman, responsável pela parte rodoviária da ponte. A passagem de navios através do estreito de Kerch, onde se localiza a ponte, não sofreu alterações.

Para “comemorar” a explosão, o governo da Ucrânia mandou confeccionar um selo comemorativo da explosão.

Dois dias antes o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, fez uma inflamada entrevistas com jornais e revistas ocidentais pedindo que a OTAN realizasse ataques preventivos contra a Rússia.

A caminho de uma crise? No próximo dia 09 de novembro acontecerão as conhecidas “eleições de meio de mandato” nos EUA. Haverá uma renovação no Congresso e os Republicanos de Trump podem vencer com as bobagens de Biden.

Para piorar o cenário, a bolsa de valores de Nova York registrou na sexta-feira (7) uma queda acentuada em meio a receios de que a situação no mercado de trabalho dos EUA leve ao aumento dos juros e a uma recessão, avança a Associated Press.

De acordo com The Wall Street Journal, trata-se de uma reação aos dados que mostram que, em setembro, foram criados 263.000 postos de trabalho. No entanto, este número representa uma desaceleração em relação aos 315.000 postos criados em julho, mas superior às estimativas dos economistas. Assim, a taxa de desemprego diminuiu para 3,5%.

Para piorar... A dívida interna dos EUA ultrapassou, em janeiro passado, US$ 30 trilhões pela primeira vez, refletindo o aumento dos empréstimos federais durante a pandemia de coronavírus. O número representa um aumento de quase US$ 7 trilhões em relação ao final de janeiro de 2020, pouco antes da pandemia.

E instala-se o pânico. Nos últimos dias, altos funcionários de energia, economia e internacionais do governo do presidente Joe Biden se engajaram em pressionar seus colegas estrangeiros em estados aliados do Oriente Médio, incluindo Kuwait, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, para votar contra a redução do petróleo. produção, mas sem sucesso por os países da OPEP+ aprovaram a redução da produção para manter os preços. (veja matéria acima)

Segundo a CNN, que obteve registros das principais mensagens do governo Biden, o corte da produção de petróleo é descrito como um “desastre total” e um “ato inimigo”.


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