quarta-feira, 5 de julho de 2017

Sistema neoliberal coloca trabalhadores uns contra os outros, diz Noam Chomsky

Sistema neoliberal coloca trabalhadores uns contra os outros, diz Noam Chomsky


Em entrevista à RT, intelectual norte-americano criticou Partido Republicano e comentou a retirada dos Estados Unidos do Acordo de Paris por Trump: 'EUA estão correndo em direção ao precipício'
Em entrevista à rede de televisão russa RT e transmitida neste domingo (02/07), o intelectual norte-americano Noam Chomsky criticou o neoliberalismo e afirmou que o sistema coloca os trabalhadores “uns contra os outros”.
“O neoliberalismo vem colocando os trabalhadores do mundo em competição uns contra os outros, mas permitindo a liberdade do capital e, de fato, um alto grau de proteção para o capital”, afirmou o linguista, filósofo e historiador de 88 anos.
Professor emérito do MIT (Massachusets Institute of Technology) e crítico constante do governo de Donald Trump, Chomsky afirmou que “estamos nos dirigindo a um precipício e o pior desses precipícios é condicionado pelos sistemas de mercado”. Para o intelectual, “a mudança neoliberal moveu as decisões da esfera pública ao mercado”.
Reprodução Youtube / RT

Chomsky criticou neoliberalismo dos EUA e afirmou que 'estamos caminhando para um precipício'

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Chomsky ainda criticou o partido político de Trump afirmando que os republicanos têm se dedicado a destruir a vida humana: “a posição da ala selvagem do capitalismo norte-americano, o Partido Republicano, é realmente impressionante, eles estão realmente correndo em direção a um precipício”, disse o intelectual, questionando se “houve realmente uma organização na história que se dedicou em destruir a vida humana?”.
“Se você é um crítico da política [dos EUA], você é antiamericano”, disse o acadêmico sobre como são vistos aqueles que se opõem ao governo no país. “Além dos EUA, eu não conheço nenhum outro país não-totalitário, não-autoritário, onde esse conceito exista”, afirmou Chomsky, que se considera socialista.
Além de se posicionar contra medidas tomadas pelo governo de Donald Trump, o intelectual se diz preocupado com as mudanças climáticas e com a saída dos EUA do Acordo de Paris. "Os EUA estão correndo em direção ao precipício, enquanto o mundo está tentando fazer alguma coisa [contra o aquecimento global", afirmou.

É NECESSÁRIA NOVA ABOLIÇÃO


DOMINGO, 2 DE JULHO DE 2017

É NECESSÁRIA NOVA ABOLIÇÃO

Por Francisco Carlos Teixeira

Já não se trata de ser PT ou tucano, de centro, de direita ou de esquerda, muito menos do humor, ou da ofensa, de dizer esse ou aquele “coxinha” versus “mortadela”!

Trata-se, isso sim, da honra da República e da dignidade maior do cargo, da simbologia e dos ritos que envolvem a Presidência da República de um país como o Brasil. Trata-se do orgulho da gente brasileira. Somos um país de 204 milhões de pessoas que, na sua maciça maioria, trabalha duro – excluindo não mais de 100 mil, isso mesmo, parasitas!, esses cem mil que vivem para explorar os outros 203.900.000 brasileiros, dos quais a maioria com duas jornadas para poder pagar suas contas, trabalhando quatro meses por ano só para pagar impostos, que ao final são roubados.

No caso das mulheres, a carga pula automaticamente para três jornadas, quase sempre esta terceira não remunerada, enquanto as outras duas, com certeza, remuneradas abaixo da média do salário masculino. Isso! Somos um país de trabalhadores. De gente de bem, digna. Que corre à Caixa Econômica Federal para retirar seus minguados trocados do FGTS para pagar dívidas.

Até quando essa gente ficará calada? Aceitaremos viver sob um governo que em tudo só nos envergonha? Do despreparo internacional, até a relação de compadrio, misoginia escalando a pura e simples organização para delinquir no interior das mansões republicanas. Lembremo-nos do que o poeta em epígrafe diz sob viver em vergonha:

“Auriverde pendão de minha terra, /Que a brisa do Brasil beija e balança, […] Antes te houvessem roto na batalha, /Que servires a um povo de mortalha”.

Hoje a República tornou-se algoz da gente brasileira. Essa gente assiste agora a uma “máfia”, no dizer da Procuradoria-Geral da República, em denúncia contra o mais alto funcionário da União, o mesmo senhor que deveria servir ao povo, unido aos seus “comparsas” (sic, conforme a PGR).

Acoitado pelas armas e brasões da República, protegido pela segurança do cargo, entendia-se, na calada da noite, nos palácios do governo, pagos pelos meses de trabalho do povo, com criminosos notórios para receber propina, que deveria sustentá-lo e também a seus “ministros-comparsas”. Propina que paga um trem de vida que a maioria absoluta dos 203,9 milhões de brasileiros nem sequer pode imaginar.

Nas grandes cidades do país trava-se uma guerra surda – aos ouvidos dos poderosos trancados em seus palácios e locomovendo-se em helicópteros e carros blindados –, na qual mais de 60 mil jovens, na maioria negros e pardos, morrem anualmente. Milhares de mulheres são espancadas e estupradas no caminho do trabalho. Crianças ficam sem escolas ou as escolas não conseguem ensinar e, por vezes, essas mesmas crianças são alcançadas pela guerra larval dentro de suas salas de aula. Os hospitais são fechados dia após dia. Os velhos morrem nas filas de consultas médicas que jamais ocorrem. As universidades perigam e fecham seus laboratórios, enquanto os pesquisadores abandonam o país.

Mas lá, no fundo escuro dos seus palácios, “ele” e seus “ministros comparsas” se declaram “indestrutíveis” como o Drácula, de Bram Stoker, ou outros personagens que assumem formas sinistras de sugadores de energia, saídos talvez de contos de Edgar Allan Poe.

De tudo isso emerge uma Nação exangue: jovens descrentes, dentre os quais os que podem emigram e vão buscar melhor futuro em míticos “canadás do mundo”. A maioria da população se diz “envergonhada de ser brasileira”.

Quanta ironia de um povo que já acreditou que Deus era brasileiro. Que deus seria esse, senão o deus do poeta da Nacionalidade, aquele chamado de o “deus dos desgraçados”, aquele que, por punição, se afasta e deixa o destino de todo um povo ser desviado por uma chusma de vampiresca, que rouba do povo o próprio futuro:

“Senhor Deus dos desgraçados! /Dizei-me vós, Senhor Deus, /Se eu deliro… ou se é verdade /Tanto horror perante os céus?!…”

Contudo, mesmo o “deus dos desgraçados” apiedou-se dos andrajosos, dos famintos e desesperançosos e rasgou no céu um raio de luz: como na literatura, e o cinema repetiu, o personagem vampiresco de Bran Stoker, que se queria “indestrutível”, incinera-se e vira cinzas ao menor toque da luz!

Que o deus dos desgraçados faça a luz sobre a República e incinere todos que sugam o sangue da Nação.

Ante tamanha infâmia, cabe mais uma vez dirigir à gente brasileira o brado do poeta maior, Castro Alves:

Mas é infâmia demais! … Da etérea plaga 

Levantai-vos heróis do Novo Mundo!

Francisco Carlos Teixeira é historiador e cientista político, com mestrado em História na UFF e na Universidade Livre de Berlim, doutorado em Ciências da História, Univeridade de Berlim, fundador do Laboratório de Estudos do Tempo Presente, UFRJ, autor de livros sobre conflitos e mudanças sociais, entre eles “Atlântico, a história de um oceano” (com colaboração), Prêmio Jabuti de melhor livro do ano de 2014.

Comprando a Independência

Comprando a Independência

Por Antônio Carlos Vieira

É muito comum se criticar ao nosso governo referente a nossa dívida (Interna e externa). Mas, será que a grande maioria dos brasileiros sabem como surgiu a Dívida do Estado Brasileiro?

Quando a Família Real Portuguesa veio para o Brasil, fugindo da Invasão Napoleônica, junto foi trazida a Dívida contraída pela Casa Real Portuguesa, que era devedora junto ao Império Inglês.

Para a independência do Estado Brasileiro ser aceita, tivemos que assumir a dívida da Casa Real Portuguesa (é a chamada Herança Maldita), ou seja, compramos a nossa independência por um valor na ordem de 1,3 milhões de Libras Esterlinas, que na época, correspondia a cerca de 30% de nossas exportações.

Embora o Brasil adquirisse (ou comprado) a independência, toda a Estrutura Política, Social e Econômica foram mantidas de maneira igual a época que era colônia. Os escravos continuaram escravos e os senhores de engenhos continuaram senhores de engenho.

O novo império (O Brasil) surgido precisava quitar a dívida assumida e as novas despesas surgidas e para isso teve que tomar mais empréstimos. Durante o Período Imperial Brasileiro foram contraídos 17 empréstimos.

De todo o dinheiro emprestado, 40% foram para pagar dívidas antigas, cobrir comissões de credores e intermediários ( a maioria dos empréstimos foram intermediados pela casa bancária Rothschild & Sons). O restante (60%) vieram para o Brasil em forma de bens – equipamentos militar, provisões, produtos têxteis e ferragens, ou seja, o dinheiro nunca chegou ao Brasil.

Hoje, o Brasil não tem mais a chamada Dívida Externa, parte foi paga e outra foi transformada em Dívida Interna (por sinal gigantesca) clique aqui. E desde aquela época, os empréstimos sempre beneficiou e continuam beneficiando os que controlavam e controlam a máquina do governo, só que a conta é para ser paga por todos que tenham ou não sido beneficiados.

TEXTO RELACIONADO:
Cuba e o imperialismo brasileiro

DADOS BIBLIOGRÁFICOS:
Reinaldo Gonçalves e Valter Pomar, O BRASIL ENDIVIDADO, Editora Fundação Perseu Abramo

Texto original: CARLOS GEOGRAFIA

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Edição: Claudia Giannotti (MTB 14.915)
Redação: Claudia Giannotti, Ívina Costa e Sheila Jacob
Colaboraram nesta edição: Eric Fenelon (RJ), Katia Marko (RS), Luisa Santiago (RJ), Marina Schneider (RJ), Mario Camargo (SP), Najla Passos (MG), Sergio Domingues (RJ), Sheila Jacob (RJ), Reginaldo Moraes (SP), Rosangela Ribeiro Gil (SP).