quinta-feira, 7 de novembro de 2019

Algumas lições do leilão da Cessão Onerosa

Soberania Nacional

Algumas lições do leilão da Cessão Onerosa

Uma primeira lição: ser operador é importante. É por isso que as empresas privadas internacionais querem tirar este poder da Petrobras.

 
07/11/2019 13:32
 
 
A Petrobras obteve o direito de continuar produzindo em Búzios e Itapu, além dos barris adquiridos no contrato de Cessão Onerosa, muito além dos cinco bilhões incialmente contratados e sem os limites quantitativos da primeira contratação.

Sua curva de produção, agora como os barris remanescentes da primeira contratação, será definida sem necessidade de complexas negociações para a unitização com eventuais outros participantes, com exceção dos 10% que os chineses adquiriram nos barris adicionais em Búzios.

Não são recursos potencialmente transformados em reservas. São reservas que se adicionam às já identificadas, neste momento, se constituindo como principal fonte da nova produção da petroleira brasileira.

Por que as empresas internacionais, especialmente as americanas e europeias, fugiram do leilão? Primeiro porque foi mantida a exigência da operação por parte da Petrobras, que anunciou a disposição de exercer este direito. Uma primeira lição: ser operador é importante. É por isso que as empresas privadas internacionais querem tirar este poder da Petrobras.

Segundo, a questão de segurança energética é uma matéria de segurança nacional, definindo a politica externa das grandes potencias, mas os EUA e a Europa atuam, em tempos “considerados normais”, principalmente com sua força militar e diplomática, uma vez que suas empresas, predominantemente privadas, tomam suas decisões com razões microeconômicas. A China, no entanto, atua geopoliticamente, utilizando tanto seus instrumentos militares e diplomáticos, mas também suas empresas estatais, incluindo seu sistema financeiro, de acordo com seus interesses estratégicos. Segunda lição: a geopolítica continua fundamental no mundo do petróleo, que não é uma mercadoria igual as outras.

A terceira questão refere-se ao modelo adotado pelo governo para realizar o atual leilão, com bônus de entrada elevados, principalmente motivado por uma visão fiscalista de curto prazo, buscando arrecadar o máximo de recursos já, ainda que perdendo o controle e a participação nos ganhos futuros, roubando das próximas gerações a utilização desta imensa riqueza do pré-sal brasileiro, que, segundo a Petrobras, no seus ultimo relatório trimestral, tem um custo de extração próximo da cinco dólares o barril, dos mais baixos do mundo.

Mesmo que os ganhos futuros sejam, elevados, e tudo indica que o são, o mercado financeiro tem pressionado as grandes empresas petrolíferas privadas a uma politica de aumento de dividendos, recompra de ações e redução dos seus investimentos, trocando os potenciais ganhos de aumento de longo prazo do valor das companhias por movimentos de caixa de curto prazo. As pressões microeconômicas de curto prazo do sistema financeiro levaram as empresas privadas internacionais a se retirarem, dado o tamanho do desembolso de curto prazo, em claro conflito com os interesses dos acionistas com visão míope, pressionando pelo desembolso de caixa de volta para eles e não para o aumento do capital da empresa produtora. Por outro lado, algumas delas já realizaram ajustes recentes de seu portfólio exploratório, reduzindo a atratividade do Brasil. A Exxon está entusiasmada com suas descobertas na Guiana e a Equinor já está com grandes áreas no Brasil. Os chineses, no entanto, precisam consolidar seu papel estratégico de longo prazo na sua relação com a Petrobras. O volume exigido pelo governo para o bônus inibia os investimentos, com um desembolso de entrada muito elevado, sem a garantia do controle futuro, uma vez que a operadora continuaria a ser a petroleira brasileira.

E para os acionistas da Petrobras, que poderia acontecer?

Os ditos “analistas” do mercado financeiro vão chamar a atenção para a interrupção da trajetória descendente das taxas de alavancagem, que vinha caraterizando a gestão financeiro curtoprazista das ultimas direções da Petrobras. A ilusão de que uma empresa estatal, particularmente no setor de petróleo, pode se comportar de forma igual as empresas inteiramente privadas, cai por terra. Esta é a terceira lição do leilão.

Como as privadas internacionais não vieram, o peso das necessidades fiscais do Governo recaem fortemente sobre o caixa da Petrobras, que suportará praticamente sozinha o custo do ajuste fiscal de curto prazo, incluindo o financiamento das transferências para Estados e Municípios. A quarta lição é: existem formas e formas de relacionamento de uma estatal com o governo, seu acionista majoritário. Uma outra alternativa seria a contratação da Petrobras por contratação direta, em áreas estratégicas, de acordo com a legislação aprovada em 2010, desenvolver um ritmo de produção que interessasse principalmente o Brasil e não as empresas internacionais e garantir esta riqueza, com a maximização da participação governamental no lucro-óleo e não a busca desesperada de fechar o caixa do governo no final deste ano, com uma riqueza que vai gerar receitas por dezenas de anos.

Vai haver um ajuste de contas, pouco transparente, entre o governo e a Petrobras, para diminuir o desembolso de caixa no pagamento do bônus de entrada, mas consumindo os enormes ganhos que poderiam advir para a companha das negociações estabelecidas no contrato de Cessão Onerosa de 2010. Ao invés de financiar novos investimentos para desenvolver as reservas do pre-sal, o ajuste contábil entre o governo e a Petrobras extinguirá esta possibilidade em nome de ajustes imediatos. Quinta lição: como ficam os investidores privados da Petrobras, se tirarem o véu ideológico do apoio ao atual governo?

Como vão se comportar os preços das ações da Petrobras nas Bolsas de Valores? De um lado, é indubitável que, com esta aquisição, a base de reservas de petróleo e gás nos registros da Petrobras crescem significativamente, ampliando de forma absoluta o seu potencial de valorização. Por outro lado, o stress financeiro de curto prazo sobre o caixa, em decorrência dos elevados bônus que precisam ser pagos poderão provocar uma pressão baixista sobre o valor destas ações. O que prevalecerá é uma incógnita. Vencerão aqueles que querem dividendos e valorização imediata das ações ou aqueles que alocam seus recursos em uma empresa com enorme potencial de crescimento futuro?

Voltando ao governo. Se as empresa internacionais aceitassem a oferta do governo, nas condições oferecidas, este dilema dos acionistas da Petrobras não existiria. No entanto, a sociedade brasileira perderia a oportunidade de gerir a sua principal riqueza de subsolo neste momento, trocando os ganhos de curto prazo dos seus problemas fiscais, e abrindo mão do. gigantesco fluxo de rendimentos futuros que ficariam sob o controle das empresas internacionais. Sexta lição: o petróleo é um produto que produz enormes rendas petroleiras para as gerações futuras e não se pode brincar com esta realidade. O mercado privado torra esta riqueza, que só se manterá no longo prazo por decisão deliberada do estado.

Depois do ''fracasso'' no Leilão dos Excedentes da Cessão Onerosa, governo quer acabar com Regime de Partilha

Soberania Nacional

Depois do ''fracasso'' no Leilão dos Excedentes da Cessão Onerosa, governo quer acabar com Regime de Partilha

 

 
07/11/2019 15:35
 
 
Em reação ao resultado do Leilão dos Excedentes da Cessão Onerosa, onde arrecadou menos do que esperava, o governo discute mudanças nas regras para os leilões para exploração de petróleo nas áreas do pré-sal, e não descarta a revogação do regime de partilha, com a adoção do regime de concessão para todas as áreas a serem leiloadas.

A ideia também foi defendida pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, afirmando que pretende trabalhar com o governo para corrigir eventuais ajustes para leilões futuros. Segundo ele, “o sistema de partilha tende a atrapalhar” nos certames.

Para o presidente da AEPET, Felipe Coutinho, “As multinacionais privadas e o governo querem acabar com o regime de partilha e a preferência de operação da Petrobrás. Querem acabar com a definição do polígono do pré-sal. Querem tudo no regime de Concessão no qual ganha quem paga com mais papel pintado de verde.”

"Trata-se da agenda das multinacionais privadas e estrangeiras do petróleo - controladas pelo sistema financeiro - que foi adotada desde o governo Temer", concluiu Coutinho.

Leia aqui.

*Publicado originalmente no site da AEPET – Associação dos Engenheiros da Petrobras

LULA LIVRE! ENFIM VEIO A JUSTIÇA!

https://www.youtube.com/watch?v=Tc9lbM_P2TE&feature=push-lbss&attr_tag=-0rBqL-XBtxEt6hO%3A6

1 em cada 4 brasileiros vive com menos de R$ 420 por mês RESULTADO DO GOLPE DE 2016. CANALHAS!


1 em cada 4 brasileiros vive com menos de R$ 420 por mês

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Foto: Mario Tama / Equipe/Getty Images
Um quarto da população brasileira, ou 52,5 milhões de pessoas, ainda vive com menos de R$ 420 por mês, aponta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em estudo divulgado nesta quarta-feira (06) com dados da Síntese de Indicadores Sociais (SIS).
Apesar de esse contingente ter apresentado uma leve redução, passando de 26% em 2017 para 25,3% em 2018 – quando 1,1 milhão de pessoas deixaram essa condição – o instituto destaca que o percentual está longe do melhor ano da série (22,8%), atingido em 2014.
Ao todo, 13,5 milhões de pessoas no Brasil viviam em 2018 com até R$ 145 por mês. O número é recorde da série histórica iniciada em 2012 e corresponde a 6,5% da população, após a mínima de 4,5% em 2014. O contingente é maior do que toda a população da Bolívia.
O Instituto destaca que o país tem mais miseráveis do que a soma de todos os habitantes de países como Portugal, Bélgica, Cuba ou Grécia.
“A pequena melhora no mercado de trabalho não está chegando a essas pessoas, está pegando pessoas já numa faixa (de renda) mais alta. A extrema pobreza cresce”, ressaltou André Simões, gerente da Coordenação de População e Indicadores Sociais do IBGE.
A pesquisa do IBGE considerou a classificação do Banco Mundial para a pobreza extrema, ou seja, pessoas com rendimentos inferiores a US$ 1,90 por dia, o equivalente a cerca de R$ 145 mensais (pelo método de método de paridade de poder de compra).
A conversão cambial usada para chegar ao valor mensal em reais não usa a taxa de câmbio, mas sim o método de “paridade de poder de compra” (PPC), que leva em conta o valor necessário para comprar a mesma quantidade de bens e serviços no mercado interno de cada país em comparação com o mercado interno dos Estados Unidos.
Como o corte do Banco Mundial foi estabelecido em 2011, o IBGE usou a taxa de conversão pelo PPC daquele ano e atualizou os valores pela inflação.
“O principal programa de redução de pobreza do Brasil tem uma linha de corte de R$ 89. Mesmo a pessoa recebendo Bolsa Família, ela vai estar abaixo de uma linha de pobreza global. Está bastante longe dos R$ 145 (adotados pelo Banco Mundial).
A linha usada para administração do Bolsa Família está abaixo da linha de pobreza internacional”, lembrou Leonardo Athias, técnico também na Coordenação de População e Indicadores Sociais do IBGE.
O programa Bolsa Família, voltado para a redução da extrema pobreza, atende às famílias com renda per capita de até R$ 89 mensais. Famílias com renda per capita entre R$ 89,01 e R$ 178 mensais podem ser contempladas apenas se tiverem crianças ou adolescentes até 17 anos de idade.
O porcentual de famílias que recebem Bolsa Família caiu em sete anos, segundo dados do IBGE, passando de 15,9% dos lares brasileiros em 2012 para 13,7% em 2018.
Por outro lado, o total de miseráveis no País vem crescendo desde que começou a crise, em 2015. Em 2014, 4,5% dos brasileiros viviam abaixo da linha de extrema pobreza. Em 2018, esse porcentual subiu ao patamar recorde de 6,5%. Em quatro anos de piora na pobreza extrema, mais 4,504 milhões de brasileiros passaram a viver na miséria, a maioria deles era de cor preta ou parda.
Os brasileiros pretos e pardos eram 75% da população vivendo em condições de miséria no ano passado. Quando considerada a população abaixo da linha de pobreza – ou seja, com renda de US$ 5,50 por dia, cerca de R$ 420 mensais – eles também eram maioria.
Em 2018, 25,3% da população brasileira estavam abaixo da linha de pobreza, 52,5 milhões de pessoas, sendo 72,7% deles negros ou pardos. Em relação ao pré-crise, o país tem mais 6,706 milhões de pessoas na pobreza.
Desigualdade
A leve recuperação econômica observada nos últimos dois anos no Brasil não se refletiu de forma igual entre os diversos segmentos sociais.
Enquanto o Produto Interno Bruto (PIB – a soma de todas as riquezas produzidas no país) cresceu 1,1% em 2017 e 2018, após as quedas de 3,5% em 2015 e 3,3% em 2016, o rendimento dos 10% mais ricos da população subiu 4,1% em 2018 e o rendimento dos 40% mais pobres caiu 0,8%, na comparação com 2017.
Com isso, o índice que mede a razão entre os 10% que ganham mais e os 40% que ganham menos, que vinha caindo até 2015, quando atingiu 12, voltou a crescer e chegou a 13 em 2018. Ou seja, os 10% da população com os maiores rendimentos ganham, em média, 13 vezes mais do que os 40% da população com os menores rendimentos.
A redução da pobreza foi notada principalmente no Sudeste, onde 714 mil pessoas saíram dessa condição em 2018. O destaque nessa área fica para o estado de São Paulo (menos 623 mil). Quase metade (47%) dos brasileiros abaixo da linha de pobreza em 2018 estava na região Nordeste.
Maranhão tem a maior proporção de pobres, com 53% da população nesta condição, enquanto Santa Catarina tem a menor proporção, com 8%.
Segundo o IBGE, o aumento da desigualdade é reflexo da falta de ganho real no salário mínimo ocorrida em 2018, além da informalidade e da subutilização no mercado de trabalho, que atingem níveis recordes atualmente, com 41,4% das pessoas ocupadas nessa condição, de acordo com o gerente dos Indicadores Sociais do IBGE, André Simões.
“No mercado de trabalho, o que nós observamos é uma pequena redução na taxa de desocupação entre 2017 e 2018, juntamente com isso um pequeno aumento do rendimento do trabalho também. Apesar disso, vemos um aumento da subutilização da força de trabalho, encampado pelo aumento da proporção de pessoas com insuficiência de horas trabalhadas” disse. A subutilização passou de 15,8% em 2015 para 24,6% em 2018.
O Índice de Gini, um padrão clássico para medir desigualdade, vem subindo há quatro anos no Brasil. Em 2015, atingiu o mínimo da série histórica, com 0,524 e chegou a 0,545 em 2018. Quanto mais próximo de zero, mais igualitária é a sociedade.
Redução da pobreza
André Simões explicou que o ingresso no mercado de trabalho é o principal meio de redução de pobreza. Porém, como os dados indicam que a faixa dos maiores rendimentos apresenta crescimento de renda enquanto os menores rendimentos estão estagnados ou com perdas, ele destacou a necessidade de outras medidas para reduzir as desigualdades sociais.
“Como é um grupo muito vulnerável e não está com uma propensão tão grande de entrar no mercado de trabalho quanto os outros grupos sociais, com rendimentos mais elevados, necessita de cuidados maiores, como políticas públicas, políticas de transferência de renda, políticas de dinamização do mercado de trabalho para que elas possam ter acesso a uma renda que as tire dessa situação de pobreza”, ponderou.
O IBGE também analisou as condições da moradia e constatou que, no total do país, 12,8% das pessoas moram em domicílios com pelo menos uma inadequação, que são a ausência de banheiro exclusivo, paredes feitas com material não durável, adensamento excessivo ou ônus muito alto com o aluguel. Na população que vive com até R$ 420 mensais, a proporção sobe para 29,3%.
Quanto à ausência de serviços de saneamento, que são a coleta de lixo, o abastecimento de água e o esgotamento sanitário, 58% dos pobres vivem com pelo menos uma dessas situações, enquanto a proporção geral é de 37,2%.

Opera Mundi lança podcast diário 'Hoje na História'

Opera Mundi lança podcast diário 'Hoje na História'

Coluna assinada por Max Altman (1937-2016) terá versão em áudio, publicada diariamente nos principais agregadores; saiba como ouvir

REDAÇÃO OPERA MUNDI
São Paulo (Brasil)
Opera Mundi lançou nesta quinta-feira (07/11) um novo programa no formato podcast, chamado "Hoje na História", com os grandes eventos históricos que ocorreram naquela data, anos ou séculos atrás.
"Hoje na História" foi uma coluna diária assinada pelo jornalista Max Altman (1937-2016) em Opera Mundi. Ela virou referência não só entre os sites de notícia, mas também no ambiente educativo, já que seus textos são frequentemente reproduzidos em livros didáticos por todo o país.
O primeiro episódio relembra o 7 de novembro de 1917, data em que os bolcheviques tomaram o poder na Rússia. A locução é do diretor de redação de Opera Mundi, Haroldo Ceravolo Sereza.
"Hoje na História" será diário. Em breve, será possível ouvi-lo nos principais agregadores de podcast (como Apple Podcasts, Google Podcasts, Castbox). O programa já está disponível no Spotify, no YouTube e no Anchor. Para não perder nenhum episódio, clique em "seguir" na plataforma de sua escolha.


Ouça o primeiro episódio de 'Hoje na História':