sábado, 30 de abril de 2016

Fotógrafo brasileiro vencedor do Pulitzer denuncia golpe no Brasil durante premiação nos EUA

Fotógrafo brasileiro vencedor do Pulitzer denuncia golpe no Brasil durante premiação nos EUA


Maurício Lima manifestou repúdio ao processo de impeachment contra Dilma Rousseff em meio a correspondentes internacionais em NY: 'Sou contra o golpe'
O fotojornalista Maurício Lima, primeiro brasileiro a vencer o prêmio Pulitzer de Jornalismo, denunciou na noite dessa quinta-feira (28/04) o golpe em curso no Brasil durante a premiação do Overseas Press Club of America (OPC), organização norte-americana de correspondentes internacionais.
Durante a cerimônia, que reuniu grandes nomes da imprensa mundial, Lima recebeu o prêmio de melhor reportagem fotográfica pela série “Exodus”, realizada por ele junto com os colegas Sergey Ponomarev, Tyler Hicks e Daniel Etter e publicada pelo jornal norte-americano The New York Times sobre a emergência dos refugiados entre a Síria e a Europa, que também lhe rendeu o Prêmio Pulitzer 2016.
Ao receber o prêmio e após agradecer os refugiados que lhe permitiram registrar sua jornada, Lima chamou a atenção dos jornalistas no recinto para os acontecimentos no Brasil. "Acho muito importante dizer algumas palavras. Sou do Brasil e tenho certeza que todas as pessoas aqui sabem o que está acontecendo no Brasil neste momento”, disse Lima, que levantou um cartaz onde se lia “Golpe Nunca Mais” e com o símbolo da TV Globo. “Gostaria de expressar meu apoio à liberdade de imprensa e à democracia, que é exatamente o que não está acontecendo no Brasil nesse momento. Sou contra o golpe", finalizou.

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Além do Pulitzer e do prêmio da OPC, Maurício Lima venceu o World Press Photo 2016 e o Picture of The Year America Latina, que o considerou o melhor fotógrafo em 2015 pela documentação da crise na Ucrânia e dos protestos populares no Brasil.
Dias antes da votação do impeachment na Câmara dos Deputados, Mauricio havia cedido uma entrevista para Mídia NINJA, onde ressalta a importância das mídias livres no país.
*Com informações de Mídia NINJA

Fonte: Opera Mundi 


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Argentina: mais de 300 mil pessoas participam de ato sindical contra políticas de Macri

Argentina: mais de 300 mil pessoas participam de ato sindical contra políticas de Macri

Para entidades, medidas transferem 'o custo [da crise] para trabalhadores'; manifestação foi a primeira a unificar as cinco centrais peronistas
Centrais sindicais argentinas se uniram nesta sexta-feira (29/04) em Buenos Aires para protestar contra as políticas do governo de Mauricio Macri e pedir soluções para a crise que afeta os trabalhadores do país. Cerca de 350 mil pessoas participaram do protesto, segundo os organizadores.
O ato marcou o primeiro protesto sindical unificado no governo Macri das cinco centrais peronistas historicamente divididas: as três CGTs (Confederação Geral do Trabalho da Argentina - Alsina, Azopardo, e Azul e Branca), e duas CTAs (Central de Trabalhadores da Argentina - Autônoma e dos Argentinos). O protesto também teve adesão de vários partidos e organizações sociais. 
Agência Efe

Manifestação reuniu cinco centrais sindicais, que protestaram contra políticas implementadas pelo governo de Mauricio Macri
Em frente ao Monumento ao Trabalho, representantes das centrais sindicais leram uma carta elaborada pelas cinco entidades.
De acordo com o texto, o povo argentino vê com “preocupação” as medidas econômicas implantadas pelo governo da coalizão Cambiemos, do presidente Mauricio Macri, que se caracterizam pela “aceleração da inflação” e “transferência do custo [da crise] para as costas dos trabalhadores”.
As centrais criticam os setores do governo que estariam convencidos de que vão criar empregos com "medidas de estrita ordem financeira". “Acreditamos que [essas políticas] são o regresso a receitas que tiveram tristes consequências”.
“Quem se beneficia com isso?”, questiona o documento.  “As empresas monopólicas de alguns setores e o setor financeiro”, acrescenta.
“Esse não é um ato contra o governo, é um ato a favor dos trabalhadores", disse o secretário-geral da CGT Azopardo, Hugo Moyano. "Mas o que se puser na frente dos trabalhadores iremos enfrentar”, declarou.

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As entidades respaldaram o projeto de lei de emergência ocupacional aprovado nesta quinta-feira (28/04) no Senado e que proíbe demissões de trabalhadores dos setores público e privado por seis meses. A medida será votada na Câmara dos Deputados na próxima semana.
“Se o governo vetar a lei de emergência laboral vai haver conflito, porque vamos radicalizar a luta e, se não escutarem, haverá paralisações também”, disse o secretário-geral da CTA Autônoma, Pablo Micheli.
Entre dezembro de 2015 (início do governo Macri) e março deste ano houve 141.542 demissões, de acordo com um informe do CEPA (Centro de Economia Política Argentina). Desse total, 52% correspondem a trabalhadores do setor privado e 48% de funcionários de empresas públicas.
As centrais pediram também respeito ao direito de greve sem que a polícia seja acionada, e a não interferência governamental nos sindicatos.

Informativo Semanal do Prof. Ernesto Germano Pares







Os abutres já correm para o banquete (1)? Na tarde de domingo (24), na residência oficial do vice-presidente, Michel Temer recebeu a visita do presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), o senhor Paulo Skaf. Na saída, ele disse ter levado um conjunto de propostas para resolver a situação fiscal da União sem a necessidade de aumento de impostos.
Skaf, que foi candidato derrotado ao governo de São Paulo pelo PMDB nas eleições de 2014, negou ter sido convidado para assumir um cargo em um eventual governo Temer, e disse que a composição de um novo gabinete não foi discutida na reunião.
Os abutres já correm para o banquete (2)? A conhecida Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) já tem um documento pronto pedindo a Michel Temer o emprego das Forças Armadas para reprimir conflitos fundiários em áreas rurais. A ideia faz parte do conjunto de propostas que os representantes do agronegócio no Congresso defendem no caso de Temer assumir a presidência.
A bancada ruralista, em conjunto com uma série de entidades do agronegócio, prepara um documento público para ser entregue ao peemedebista. As informações foram divulgadas pelo portal de notícias UOL.
Os representantes do agronegócio também buscam influenciar Temer em relação à nomeação de possíveis novos ministros. Além de reivindicarem um nome diretamente ligado ao setor para liderar a Agricultura, os ruralistas querem espaço na Fazenda e na Justiça. Esta última pasta é responsável por questões importantes do ponto de vista dos interesses dos grandes proprietários de terra, como a demarcação de terras indígenas.
Conhecidos como "bancada do boi", os ruralistas – ao lado de evangélicos e defensores do endurecimento da legislação penal – foram um dos setores mais ativos e de maior peso na votação da admissibilidade do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados.
Os abutres já correm para o banquete (3)? Líderes de quatro centrais sindicais se encontraram na terça-feira (26) Michel Temer para entregar uma carta em que pedem a manutenção e expansão de direitos trabalhistas, além da retomada do crescimento e do emprego, em caso de a presidenta Dilma Rousseff for afastada do cargo em decorrência do processo de impeachment, que tramita no Senado.
Os presidentes da Central Sindical Brasileira, Antonio Neto; da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva; da Nova Central Sindical de Trabalhadores, José Calixto; e da União Geral dos Trabalhadores, Ricardo Patah, se reuniram com Temer no Palácio do Jaburu.
Os abutres já correm para o banquete (4)? Parece mentira, mas este é o Brasil comandado por corruptos e corruptores que querem destruir a democracia construída ao longo dos últimos anos.
Vetado no ano passado pela presidente Dilma Rousseff como parte do esforço pelo ajuste fiscal, o reajuste salarial do Judiciário ganhou caráter de urgência na Câmara dos Deputados na quinta-feira (28) graças a um esforço de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que é réu da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF) por lavagem de dinheiro, corrupção passiva e ocultação de contas no exterior.
O Plenário da Câmara aprovou, por 277 votos a 4, o pedido de urgência do projeto que aumenta os salários dos servidores do Poder Judiciário (PL 2648/15). A proposta pode ser incluída na pauta a qualquer momento, mas não há previsão de votação. Pelo texto aprovado na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público, o reajuste será de aproximadamente 41,47% para os servidores do Judiciário da União. O aumento será dado, de forma escalonada, em oito parcelas, de janeiro de 2016 a julho de 2019.
A proposta tem impacto orçamentário para 2016 de R$ 1,160 bilhão. De acordo com o STF, houve negociação com o Executivo para garantir os recursos para o reajuste a partir de 2016, sendo que o impacto financeiro total ocorrerá apenas a partir de 2020.
Os abutres já correm para o banquete (5)? Tudo armado, tudo arranjado, com o auxílio dos “vendilhões” de sempre e, é claro, da Casa Branca.
Por 33 votos a 31, o Senado Federal votou, no sábado (23), à noite, a manutenção do regime de urgência na tramitação do PL de autoria do senador José Serra que permite às petrolíferas estrangeiras explorar o pré-sal sem fazer parceria com a Petrobras.
Dezesseis senadores estavam ausentes, dentre eles os petistas Walter Pinheiro e Jorge Viana e Lídice da Mata, do PSB, que poderiam ter ajudado a reverter o resultado. Eram os três votos que faltaram. Marta Suplicy, agora no PMDB, votou com Renan, Serra e Aécio.
Só um país idiotizado aceita a entrega de seu patrimônio a preço de banana. É uma decisão que dilapida a soberania nacional ao tirar poder da Petrobras.
O argumento de Serra é de que a estatal brasileira não dispõe de fundos para tocar a exploração do petróleo no ritmo em que deveria fazê-lo. Portanto, é preciso acabar com a exigência de que a Petrobras tenha participação de ao menos 30% na exploração de cada uma das áreas do pré-sal.
Em discurso recente no Senado, o senador Roberto Requião (PMDB-Paraná) elencou seis motivos para sua oposição ao projeto de Serra.
Primeiro: Este é o pior momento para se vender uma grande reserva de petróleo extraído a baixo custo.
Segundo: Sem o Pré-Sal a Petrobras entraria em falência.
Terceiro: A Petrobras é fundamental para a segurança estratégica do Brasil.
Quarto: O desemprego avança no país. A Petrobras e suas operações no pré-sal são de extrema importância para a retomada do desenvolvimento e para combater o desemprego.
Quinto: A Petrobras e o Brasil devem reservar-se o direito de propriedade, exploração e de conteúdo nacional sobre o pré-sal, porque foram conquistas exclusivamente brasileiras após décadas de pesado esforço tecnológico, político e humano.
Sexto: O projeto Serra, que já era inconveniente e antinacional, com os baixos preços do petróleo passou a ser lesivo, um crime contra a pátria.
Mas os “vendilhões” continuam avançando. Agora, mais do que nunca!
E os “patrões” já mostraram a cara! Se alguém ainda tinha dúvidas sobre quem manobrava os fios da trama contra a presidenta Dilma Rousseff, as dúvidas acabaram.
Deputados estadunidenses enviaram carta dirigida ao “Congresso Nacional do Brasil” em que reforçam a “confiança na democracia brasileira” e nas instituições que “terão a sabedoria de conduzir o país rumo a dias melhores no marco da lei para todo o povo”. A correspondência é assinada pelo republicano Robert B. Aderholt (Alabama), presidente da Subcomissão de Agricultura da Câmara dos Representantes, e pelo democrata Juan C. Vargas (Califórnia), membro do comitê de Administração da Câmara. O documento foi enviado na sexta-feira (22). Tudo bem de acordo com o modelo dos novos “golpes brandos” na América Latina.
Na carta, os congressistas afirmaram que membros dos partidos Democrata e Republicano do Congresso estadunidense se reuniram na manhã de sexta-feira e fizeram orações pelo povo brasileiro. São muito simpáticos, não são?
Jornal espanhol chama Parlamento brasileiro de “podre”. Uma matéria publicada no domingo (24) pelo jornal espanhol El País classifica como “podre” o Parlamento brasileiro.
Segundo o artigo, sob o título de “O parlamento podre que processa a presidente”, o deputado Paulo Maluf (PP), a quem se atribui a frase “Rouba, mas faz”, “personifica o mal que corrói o Parlamento brasileiro: o escasso nível moral de muitos de seus integrantes”.
O jornal cita uma pesquisa da ONG Transparência Brasil que indica que mais de 50% dos deputados brasileiros possuem contas pendentes na Justiça.
A publicação aponta outros parlamentes, como Alberto Fraga (DEM) condenado por porte ilegal de arma de fogo, e Éder Mauro (PSD), que foi acusado de extorsão e tortura em 2009 enquanto era chefe de polícia no Estado do Pará.
O jornal diz também que o político “mais detestado” pelos brasileiros não é a presidente Dilma Rousseff, e sim o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB). De acordo com El Pais, “94% dos apoiadores de [Dilma] Rousseff está contra ele; 84% dos que querem que a presidente saia, também”.
“Cunha, religioso evangélico, está sendo acusado de manter contas milionárias na Suíça enriquecidas a partir de subornos da Petrobras”, afirma o texto.
A publicação diz que o Senado brasileiro mantém a mesma “impactante” taxa de políticos envolvidos em casos judiciais, 55,6%.
O jornal cita como exemplo “tão ridículo quanto sintomático” o caso da deputada Raquel Muniz (PSD) que, ao votar a favor do impeachment de Dilma na Câmara, afirmou que o Brasil tinha “saída” e que marido, o prefeito de Montes Claros em Minas Gerais, Ruy Muniz, “nos mostra isso com seu trabalho”.
“No dia seguinte, o prefeito (o marido) foi detido pela Polícia Federal acusado de sabotar o andamento de um hospital público em favor de outro privado gerido por seus parentes ‘sujos’”. (Matéria em Opera Mundi)
Só para lembrar. Já tratei deste tema inúmeras vezes, aqui no Informativo Semanal e também nas Notícias Sindicais que faço diariamente. Mas, não custa lembrar o que está em jogo em um possível governo de Michel Temer e a camarilha que o cerca.
Em primeiro lugar, vale lembrar que a primeira medida seria acabar ou reduzir a quase nada as políticas sociais que vinham sendo implantadas nos últimos 12 anos: moradia popular, eletrificação de regiões carentes, ingresso em cursos superiores, bolsas para formação técnico-profissional (Pronatec), Fies, Farmácia Popular, Ciências sem Fronteiras, dentre outras, serão alvo prioritário em um governo do PMDB.
Para quem esqueceu, ou nem viu a notícia, já de olho em uma eleição para 2018, o PMDB lançou um programa de governo, em outubro passado, com o título “Uma ponte para o futuro”. Nele, vemos claramente a intenção de cortar despesas na área social para “equilibrar a economia nacional”, exatamente nos moldes do que vem sendo feito na Europa, em particular na Grécia, levando milhões de pessoas à pobreza extrema.
“Uma ponte para o futuro” é, na verdade, uma “canção de glória” ao neoliberalismo e à política “de austeridade” ditada pelo FMI. Em particular, acreditamos que a primeira vítima de um possível governo do PMDB seja o salário mínimo brasileiro. Em apenas uma década e meia, o mínimo mais que quintuplicou, chegando ao valor atual de R$ 880,00, uma valorização como nunca havia ocorrido no país.
Mas o “pacote” tem muito mais e podemos aguardar um avanço nas terceirizações em todos os setores das empresas, como deseja o senador Renan Calheiros (PMDB-AL).
Na questão dos direitos trabalhistas, o projeto é de permitir que as convenções coletivas prevaleçam sobre as normas legais. Em outras palavras, o negociado sobrepor-se ao legislado. Inclusive já há projeto de lei em tramitação na Câmara sobre essa matéria.
Isto para não lembrarmos da volta das privatizações e da entrega de empresas ao grande capital.
Argentina: o Brasil amanhã (1)? A vitória do candidato estadunidense nas eleições argentinas já está mostrando o lado terrível do retorno do neoliberalismo à América Latina. Assim como aqui eles estão de olho na Petrobras e no pré-sal, lá a meta é destruir a empresa estatal de petróleo, a YPF.
Com a desculpa de reduzir os gastos do Estado, implantando a chamada “política de austeridade”, Mauricio Macri determinou a demissão de mais de 2.000 trabalhadores da YPF.
E o seu “projeto” de redução de custos tem três eixos: uma parte dos trabalhadores seriam aposentados compulsoriamente (60 anos para mulheres e 65 anos para os homens); depois disso, um programa de “demissão voluntária” e; finalmente, a demissão dos que sobrarem até completar a meta estabelecida.
Segundo analistas, as medidas afetarão todas as áreas da empresa, desde a estrutura gerencial e administrativa até os trabalhadores nas unidades regionais, alcançando cerca de 15% do quadro funcional da empresa, nessa primeira fase.
Vale lembrar que a YPF foi reestatizada durante o governo de Cristina Fernández, em 2012. Até 2014 a empresa havia aumentado o número de funcionários em 55% e chegou a ter 22.000 empregados diretos e quase 50.000 indiretos.
Mas tudo está sendo desmontado por Macri!
Argentina: o Brasil amanhã (2)? Na terça-feira (26), o ex-presidente do Banco Central da Argentina, Alejandro Vanoli, alertou que as medidas econômicas aplicadas pelo governo de Macri estão fazendo a inflação no país disparar de uma forma incontrolável. A declaração foi feita durante uma entrevista exclusiva à TeleSur.
“As estimativas são de que a inflação, neste ano, supere 50%”, disse Vanoli, alertando para uma consequência direta: o crescimento do desemprego e as dificuldades internas no país.
Ele assegurou que as medidas de Macri estão provocando um descontentamento social que está começando a se refletir diariamente nas ruas. “O governo Macri é um governo neoliberal com a política da ditadura militar que foi instaurada por Rafael Videla e depois assumida por Carlos Menem”, disse.
Primeira derrota de Macri. O Senado argentino aprovou, na quarta-feira (27), um projeto de lei que proíbe empresas e Estados de demitirem funcionários nos próximos 180 dias. Foram 48 votos a favor e 16 contrários.
A aprovação da proposta, impulsionada pela FpV (Frente para a Vitória) com apoio de outros partidos, foi a primeira derrota do governo Mauricio Macri no Congresso argentino.
O projeto determina o pagamento de uma indenização em dobro aos trabalhadores demitidos sem justa causa ou sua imediata reincorporação à empresa
O projeto passará agora para a Câmara dos Deputados. Segundo o líder da FpV no Senado, Miguel Angel Pichetto, não serão aceitas mudanças na proposta para eliminar micro, pequenas e médias empresas da lei.
Nicarágua é a próxima? Depois de montar um grande esquema para levar Macri ao poder, na Argentina, gastar milhões de dólares para eleger um Congresso de direita na Venezuela, fazer um grande golpe contra a reeleição de Evo Morales, na Bolívia, e financiar/coordenar um golpe no Brasil, o governo de Washington parece ter uma nova meta: a Nicarágua.
Afinal de contas, o pequeno país da América Central é governado pela esquerda, tem um presidente afinado com as propostas contra o neoliberalismo (Daniel Ortega – FMLN) e mantém fortes laços econômicos com a China.
Agora, ONGs financiadas por grandes empresas estadunidenses, começam a divulgar campanhas contra a construção do novo canal ligando o Atlântico ao Pacífico, um projeto que derrubaria de vez o poder estadunidense na região, com o controle do Canal do Panamá.
O novo canal, atravessando a Nicarágua, seria muito mais moderno, barato e prático do que o Canal do Panamá, mas isto tiraria das mãos de Washington o poder na região e o controle de quase 60% do comércio marítimo mundial. Portanto, a meta é “bombardear” o canal nicaraguense.
China vai explorar telefonia na Nicarágua. A empresa de telefonia chinesa Xinwei iniciou suas operações na Nicarágua, investindo mais de 200 milhões de dólares e gerando cerca de 300 novos empregos diretos no país.
Certamente que isto é uma “pedra no sapato” do homem mais rico do mundo, Carlos Slim, dono da Telefônica do México (no Brasil ele controla a Claro e a Embratel) que sempre dominou a região e conseguiu grandes lucros nos países da América Central.
A empresa chinesa vai operar na Nicarágua sob o nome de CooTel e apresentou um projeto com preços mais favoráveis aos usuários, oferecendo uma capacidade de transmissão de 20 gigabytes por segundo.
Vale lembrar que o empresário chinês Wang Jing, proprietário da Xinwei, é também diretor da HKND Group, empresa especializada em infraestrutura e que é responsável pela construção do Grande Canal Interoceânico, projeto que tem a participação da Rússia.
Venezuela continua na mira. O Comitê de Relações Exteriores do Senado estadunidense aprovou na quinta-feira (28), por unanimidade, um projeto de lei que estende até 2019 as sanções aplicadas por Washington contra funcionários do Governo da Venezuela.
Depois de aprovada no Comitê, a proposta não deverá ter problemas para passar no plenário e os senadores deverão confirmar a matéria antes do início do recesso, em maio.
O projeto de lei é defendido pelo senador republicano Marco Rubio e pelo democrata Robert Menéndez que, desde 2015, defendem a manutenção da embaixadora Roberta Jacobson como representante estadunidense no México com a finalidade de “dar prioridade ao tema Venezuela”.
O golpe na Venezuela. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela iniciou na terça-feira (26) o processo para a convocação de um referendo revogatório do mandato do presidente Nicolás Maduro, ao decidir que vai entregar o formulário solicitado pela Mesa da Unidade Democrática (MUD), de oposição ao mandatário, para coletar as assinaturas necessárias.
“A Comissão de Participação Política e Financiamento (Copafi) entregará o formulário para a ativação de um referendo revogatório presidencial solicitado, através da mediação pela organização com fins políticos Mesa da Unidade Democrática (MUD)”, afirmou o CNE em seu site.
Segundo a Constituição, o referendo pode ser solicitado na metade do mandato de qualquer autoridade. Se a oposição ganhar o referendo neste ano, o CNE deverá convocar novas eleições, mas, se o fizer em 2017, caso a consulta popular aconteça no ano que vem, Maduro será substituído até 2019 por seu vice-presidente, Aristóbulo Istúriz.
Novos protestos na França. Na madrugada de sexta-feira (29), a polícia francesa desalojou centenas de manifestantes que estavam acampados na Praça da República, em Paris, onde se concentram há quase um mês para protestar contra as políticas que estão sendo implantadas pelo governo.
Segundo informações, por volta de 01:30 (hora local) as forças policiais dispersaram mais uma vez a concentração convocada pelo movimento “Noite em Claro” (ver Informativo anterior). Os agentes utilizaram granadas de gás e bombas de efeito moral para retirar os manifestantes da praça. Mais de 20 pessoas foram presas.
Alguns jovens estudantes que estavam nas proximidades da praça começaram a jogar garrafas e pedras nas forças policiais, mas também foram atacados.
O movimento já ganha terreno na França e está chegando a outras cidades: Nantes, Rennes, Lyon e Toulouse já organizam o movimento com centenas de pessoas ocupando praças.
Israel mantém crianças palestinas presas. Apesar das inúmeras denúncias internacionais e da condenação de tais atos por organismos da ONU, Israel mantém 438 menores palestinos em diversos cárceres. A informação foi confirmada pelo Serviço Penitenciário de Israel e divulgado pelo jornal Haaretz.
O documento diz ainda que 54% desses jovens (238 presos) permanecerão na prisão até alcançarem a idade para serem processados, mas a matéria não diz que muitos deles foram presos sem qualquer acusação formal ou sem provas para mantê-los presos.
Mais impressionante ainda, o relatório mostra que, em setembro de 2015, havia apenas uma menina presa, mas em fevereiro de 2016 já eram 12 as detidas e também ficarão presas até terem idade para julgamento. Todas estão na prisão de Hasharon, segundo a Europapress.
Israel mantém quatro brasileiros-palestinos presos. Em territórios palestinos ocupados por Israel vivem hoje cerca de 5 mil brasileiros que têm também a nacionalidade palestina. Segundo o mais recente relatório do Conselho de Cidadãos Brasileiros na Palestina (CCBP), quatro deles estão entre os 6.900 palestinos detidos nas prisões de Israel.
Outro brasileiro-palestino preso por forças israelenses, Raed Issa Abdel Aziz, de 22 anos, foi solto em janeiro, após dois anos e três meses de prisão por “entrar em contato com representantes do Hamas na Jordânia” e por “atirar pedras contra o Exército israelense”, de acordo com o CCBP.
A brasileira-palestina Ruayda Rabah, que recebeu uma delegação de movimentos sociais brasileiros em 2015 em Kobar, um vilarejo próximo à cidade de Ramallah, é membro do CCBP, que tem se ocupado de acompanhar os casos dos cidadãos brasileiros-palestinos que estão detidos em cárceres israelenses. Nisso, o Conselho trabalha em cooperação com a Embaixada do Brasil na Palestina – o Escritório de Representação do Brasil junto à ANP.
Entre os brasileiros-palestinos encarcerados há um adolescente: Sultan Hijaz, de 17 anos, foi detido no fim de 2015, numa batida conduzida por soldados israelenses em sua casa, em Mazra Sharquiya, durante a madrugada. Sultan foi acusado de “atirar pedras” contra soldados. Pelo tribunal militar a que são submetidos os palestinos em territórios ocupados por Israel, o jovem foi condenado, no início de março, a 10 meses de prisão, e sua família deve pagar uma multa de aproximadamente R$ 3 mil. Até a condenação, Sultan ficou detido por quatro meses.
Rússia e China desenvolvem novas tecnologias militares. As provas com mísseis hipersônicos realizadas por China e Rússia são uma resposta clara às novas ações estadunidenses na Europa e no Oriente Médio.
O avanço no desenvolvimento de armamentos hipersônicos na China e na Rússia deve-se claramente à presença militar estadunidense no Mar da China Meridional, assim como aos planos de Washington para deslocar o escudo antimísseis na Coreia do Sul, segundo informações do South China Morning Post, o principal jornal em inglês de Hong Kong.
O jornal informou ainda que no dia 27 de abril a China realizou com êxito o sétimo teste de voo do “veículo” hipersônico DF-ZF. Por seu lado, três dias antes, a Rússia já havia testado pela segunda vez seu míssil 3M22 “Tsirkon”, que entrará em produção industrial em 2018.
Pelo que estamos vendo, os três países já iniciaram uma nova corrida armamentista no planeta.
Mais provocação! Os países membros da OTAN estão se preparando para deslocar mais quatro batalhões militares para o Báltico, cerca de 4.000 soldados, para “fortalecer a presença aliada na fronteira com a Rússia”, segundo informações divulgadas pelo jornal The Wall Street Journal na sexta-feira (29).
Segundo fontes militares, os EUA vão enviar dois batalhões, enquanto Alemanha e Reino Unido enviarão um batalhão cada.
O secretário de Defesa adjunto da Casa Branca, Robert Work, confirmou durante uma visita a Bruxelas o aumento de um futuro contingente aliado e destacou, em uma entrevista ao mesmo jornal, que o deslocamento dessas forças no Báltico seria uma resposta ao crescente número de tropas e exercícios militares russos na região. 
“Foi ‘apenas’ um errinho”! Se não fosse tão trágico, seria uma excelente piada para contar no bar, com os amigos.
O Exército dos Estados Unidos declarou, na sexta-feira (29), que o bombardeio a um hospital da organização humanitária MSF (Médicos Sem Fronteiras) no Afeganistão em 2015 foi apenas “um erro” e não um crime de guerra, e que os soldados envolvidos não responderão criminalmente.
Ao apresentar os resultados da investigação oficial no Pentágono, o general Joseph L. Votel afirmou que não houve “crime de guerra” pois o bombardeio ao hospital na cidade de Kunduz, que deixou 42 mortos, não foi um “ato intencional”.
Segundo as investigações, a tripulação do avião confundiu o hospital da MSF com um local utilizado pelos talibãs que estava a 400 metros.
O bombardeio ao hospital da MSF ocorreu em 3 de outubro de 2015 durante campanha dos EUA e, além de 42 mortes, o ataque deixou 37 feridos.
A entidade, na época, classificou o ataque como “brutal” e uma “grave violação da Lei Humanitária Internacional”.

sexta-feira, 29 de abril de 2016

Como Eduardo Cunha tem conseguido se salvar


Postado em 29/04/2016 3:06

Como Eduardo Cunha tem conseguido se salvar

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Cunha não conta só com os aliados dentro do conselho para atrasar o andamento. (Wilson Dias/ Agência Brasil)

Presidente da Câmara conta com rede de aliados, manobras regimentais e indecisão da Justiça para se manter no cargo.

por Deutsche Welle 
Por Jean-Philip Struck
Réu num processo por corrupção e lavagem de dinheiro, alvo de seis inquéritos e de um pedido de afastamento protocolado pela Procuradoria-Geral da República, além de um processo por quebra de decoro no conselho de ética, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tem demonstrando uma espantosa capacidade para se manter agarrado ao cargo – graças a uma mistura de manobras regimentais, solidariedade de aliados e indecisão do Judiciário.
Esse caldo é perceptível particularmente no processo por quebra de decoro que se arrasta no conselho de ética da Câmara. A ação já atingiu uma marca histórica: é a mais demorada desde a criação do colegiado, em 2001, tendo superado 170 dias corridos sem que seja possível prever a data do seu desfecho.
Há meses as atividades do conselho vêm sendo marcadas por episódios que beneficiam o deputado. Aliados de Cunha no colegiado tumultuaram seguidamente as sessões e apresentaram mais de 30 questões de ordem para retardar o andamento do processo.
Houve até mesmo a suspeita de que um dos membros teve a assinatura falsificada para beneficiar o presidente (o deputado em questão negou a fraude e disse que estava bêbado quando assinou). Entre outros episódios, o primeiro relator foi destituído em dezembro por aliados de Cunha e um novo parecer foi anulado em fevereiro por meio de um recurso.
Cunha não conta só com os aliados dentro do conselho para atrasar o andamento. Muitas das decisões do colegiado sofrem interferência da mesa diretora da Câmara, controlada pelo próprio deputado. O presidente do conselho, José Carlos Araújo (PR-BA), por exemplo, não tem obtido resposta da mesa aos seus pedidos por verbas para custear viagens e ouvir testemunhas.
Mas recentemente, a sensação de que o processo contra o deputado caminha para um desfecho de impunidade (ou pizza, no linguajar coloquial) foi reforçada por uma decisão do vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA). Na semana passada, ele determinou que o conselho deve se limitar a investigar a acusação de que o deputado mentiu à CPI da Petrobras quando declarou não possuir contas na Suíça.
Com isso, devem ficar de fora as acusações envolvendo recebimento de propina e uso do cargo em benefício próprio. Cunha também conta com uma série de aliados da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que tem o poder de julgar os recursos apresentados pelo deputado. Um deles, que pede a anulação de todo o trabalho já efetuado pelo conselho até agora, deve ser analisado em maio.
Mesmo que os trabalhos do conselho de ética avancem, não há garantia de que o mandato do deputado esteja realmente ameaçado. Mudanças recentes na composição de 21 membros do conselho resultaram na saída de um deputado hostil a Cunha e no ingresso de uma parlamentar que já declarou “admirar” o presidente da Câmara.
Com a nova composição, existe uma tendência de que o placar de 11 a 10 pela continuidade do processo venha a ser alterado a favor de Cunha. Ainda que uma maioria contra o deputado seja formada, também não é certo que o conselho recomende a cassação do mandato. Ao limitar as investigações, surge a possibilidade da aplicação de uma punição mais leve, como uma suspensão ou uma mera censura.
“Cunha escancara as deficiências do sistema brasileiro e a promiscuidade do financiamento eleitoral. Ao usar sua influência com empresários para garantir doações a dezenas de outros deputados, ele montou uma rede formidável de aliados – e eles têm demonstrado sua lealdade”, afirma o analista francês Gaspard Estrada, da Sciences Po. “É muito difícil que ele seja derrotado na Câmara.”
Membros do conselho contrários a Cunha já declararam que, diante da forma como o processo (não) tem avançado, a única alternativa viável para que a Câmara consiga se livrar do deputado seria uma intervenção do Supremo Tribunal Federal (STF). O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou um pedido de afastamento em dezembro, com base em acusações de que Cunha tem usado o cargo para intimidar testemunhas da Operação Lava Jato.
Só que quase cinco meses depois, o STF ainda não se manifestou. O relator da Lava Jato, o ministro Teori Zavascki, afirmou na semana passada que ainda está analisando o assunto.
“O STF é mesmo lento. Outros processo da Lava Jato tem avançado com vagarosidade. Mas também prevalece entre os ministros o entendimento de que Cunha já é alvo de um processo na Câmara e que essa questão pode ser resolvida internamente. Só que isso é um equívoco. Cunha tem efetivamente usado o cargo para garantir a sua impunidade”, afirma o professor de direito constitucional Oscar Vilhena Vieira, da Fundação Getúlio Vargas. “Não há nenhum boa razão jurídica para que o STF não se manifeste.”
O analista Estrada concorda. “O STF está se omitindo. E a imagem do Brasil está sendo prejudicada. O público externo se pergunta que seletividade é essa que faz com que o processo contra Dilma avance ao mesmo tempo em que uma figura como Cunha consegue se segurar no cargo.”

Fonte: Pátria Latina

O golpe e a embaixadora dos EUA

Postado em 29/04/2016 3:27

O golpe e a embaixadora dos EUA

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liliana_ayalde91882
Por Caco Schmitt, no blog RS-Urgente:
“O controle político da Suprema Corte é crucial para garantir impunidade dos crimes cometidos por políticos hábeis. Ter amigos na Suprema Corte é ouro puro”.
A afirmação não é de agora e nem de quem critica o STF por não prender o Cunha, por enrolar a posse do Lula etc. Foi feita há cinco anos pela pessoa que hoje é a embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Liliana Ayalde. A diplomata exercia o cargo de embaixadora no Paraguai (de 2008 a 2011) quando se reportou ao governo norte-americano, relatando a situação do país. Ela deixou o cargo poucos meses antes do golpe que destituiu o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, mas deixou o caminho azeitado. Aqui no Brasil, no cargo desde outubro de 2013, esta personagem é cercada de mistérios e sua vinda pra cá, logo após o golpe parlamentar paraguaio, não foi gratuita.
Liliana Ayalde assumiu seu posto no Brasil cinco meses antes da Operação Lava Jato começar a fase quente. Chegou discretamente, sem entrevistas coletivas, em meio à crise provocada pela denúncia do Wikleaks de que os norte-americanos espionavam a presidenta Dilma, o governo brasileiro e a Petrobras. Segundo Edward Snowden, “a comunidade de espionagem dos USA e a embaixada norte-americana têm espionado o Brasil nos últimos anos como nenhum outro país na América Latina. Em 2013 o Brasil foi o país mais espionado do mundo”, afirmou o ex-funcionário da CIA e ex-contratista da NSA.
A mídia brasileira, por óbvio, já preparando o golpe, de modo totalmente impatriótico, não divulgou para o povo brasileiro. E escondeu a grave denúncia de Snowden, que afirmou: “NSA e CIA mantiveram em Brasília equipe para coleta de dados filtrados de satélite. Brasília fez parte da rede de 16 bases dedicadas a programa de coleta de informações desde a presidente Dilma, seus funcionários, a Petrobras até os mais comuns cidadãos, foram controlados de perto pelos Estados Unidos”.
Liliana Ayalde veio ao Brasil comandar a embaixada de um país que fortalecia o bloco chamado BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), contrário aos interesses do grande capital norte-americano; e de um país que exerce forte influência sobre os países sul-americanos com governos populares, todos contrários aos interesses militares dos Estados Unidos na América do Sul. A vinda da embaixadora pode ser mera coincidência?
Não. Segundo informações oficiais da própria Embaixada norte-americana, Ayalde chegou ao Brasil com 30 anos de experiência no serviço diplomático. Trabalhou na Guatemala, Nicarágua, Bolívia, Colômbia e, recentemente, como subsecretária de Estado adjunta para Assuntos do Hemisfério Ocidental, com responsabilidade pela supervisão das relações bilaterais dos Estados Unidos com Cuba, América Central e Caribe. Anteriormente serviu como vice-administradora sênior adjunta da USAID no Bureau para América Latina e Caribe. Entre 2008 e 2011 ela serviu como embaixadora dos Estados Unidos no Paraguai”. Ou seja: sabe tudo de América Latina…
As “pegadas” reveladas
Na internet encontramos vários textos e análises feitas depois do golpe no Paraguai de 2012 que hoje ficam mais claros e elucidam os fatos. Vejam o que escreveu o jornalista Alery Corrêa , no Brasil em 5 Minutos: “O golpe de Estado contra Fernando Lugo, presidente paraguaio, começou a ser orquestrado em 2008, mesmo ano de sua eleição, a qual colocou fim ao reinado de 60 anos do partido Colorado, mesmo partido do antigo ditador Alfredo Stroessner… A mesma Ayalde assumiu em agosto de 2013, sem muito alarde, a embaixada brasileira. Segundo a Missão Diplomática dos Estados Unidos no Brasil, ‘a embaixadora Liliana Ayalde vem ao Brasil com 30 anos de experiência no serviço diplomático’. Em um momento de intenso acirramento político e disputa de poder. O impeachment entra em pauta. A imprensa mais agressiva do que nunca. Não se tratasse de política, diríamos que foi mero acaso. Mas sabemos que não existe falta de pretensão quando se trata dos interesses norte-americanos. Na verdade, eles veem crescer a oportunidade de colocar as mãos no pré-sal brasileiro e estão conscientes da chances reais que possuem com e sem o PT em cena. E certamente, todas as possibilidades já foram avaliadas pelo imperialismo norte-americano”.
Outro texto é da jornalista Mariana Serafini, no Portal Vermelho. “Em um despacho ao departamento de Estado do dia 25 de agosto de 2009 – um ano depois da posse de Lugo – Ayalde afirmou que ‘a interferência política é a norma; a administração da Justiça se tornou tão distorcida, que os cidadãos perderam a confiança na instituição’. Ou seja, apesar da agilidade do processo de impeachment, a embaixadora já monitorava a movimentação golpista três anos antes do julgamento político. No mesmo despacho afirmou que o ‘controle político da Suprema Corte é crucial para garantir impunidade dos crimes cometidos por políticos hábeis. Ter amigos na Suprema Corte é ouro puro’. ‘A presidência e vice-presidência da Corte são fundamentais para garantir o controle político, e os Colorados (partido de oposição ao Lugo que atualmente ocupa a presidência) controlam esses cargos desde 2004. Nos últimos cinco anos, também passaram a controlar a Câmara Constitucional da Corte’, relatou a embaixadora dos USA no Paraguai”.
No Paraguai, a embaixadora não ficou indiferente ao processo de impeachment, como ela mesma disse no relatório confidencial: “Atores políticos de todos os espectros nos procuram para ouvir conselhos. E a nossa influência aqui é muito maior do que as nossas pegadas”.
E deixaram muitas pegadas, segundo artigo de Edu Montesanti: “No Paraguai, os golpistas agiam em torno da embaixadora. Em 21 de março de 2011, a embaixadora recebeu em sua residência blogueiros paraguaios a fim de ‘conversar’ sobre paradigmas e diretrizes para aqueles setores societários que já estavam desempenhando importante papel na sociedade local. Em tese, para conhecer melhor o trabalho deles, discutir a importância dos blogs na sociedade e a importância da aproximação deles com os governos”.
Laboratório de golpes
Blogs, movimentos de internet, Senado, Suprema Corte… qualquer semelhança entre o golpe em curso no Brasil e o golpe paraguaio não é mera coincidência. O golpe no Paraguai é considerado um dos mais rápidos da história, consumado em 48 horas. O presidente Fernando Lugo foi derrotado no Senado por 39 votos favoráveis ao impeachment e quatro contra. Caiu em 22 de junho de 2012. Uma queda rápida, mas que teve uma longa preparação… Assim como no Brasil, cujo golpe começou a ser gestado não no dia das eleições presidenciais de outubro de 2014, quando a oposição questionou a seriedade das urnas e queria recontagem de votos, mas bem antes. Quando? Depois que o modelo paraguaio de golpe deu certo, conseguindo afastar pela via parlamentar um presidente democraticamente eleito pelo voto.
No seu artigo de junho de 2015, o jornalista Frederico Larsen afirma: “a destituição de Lugo, em 2012, foi o melhor ensaio realizado a respeito do que se conhece como golpe brando, o golpe de luva branca. Trata-se de um método para desbaratar um governo sem a intervenção direta das Forças Armadas ou o emprego clássico da violência. Para alcançar isto, basta gerar um clima político instável, apresentar o governo em exercício como o culpado pela crise e encontrar as formas de dobrar a lei para derrubá-lo. Foi isto o que, três anos atrás, aconteceu no Paraguai”.
E José de Souza Castro, em artigo no blog O Tempo, em 5 de fevereiro de 2015, profetizou: “Dilma pode sentir na pele o golpe paraguaio”. E destacou o papel da embaixadora Liliana: “No Paraguai, ela preparou, com grande competência, o golpe que derrubou o presidente Fernando Lugo”.
É o que acontece agora no Brasil: um golpe parlamentar, com apoio da mídia golpista. Um golpe paraguaio.
O Paraguai foi um dos países que mais sofreram com a ditadura militar patrocinada pelos Estados Unidos, nos 35 anos do general Alfredo Stroessner (1954 – 1989). Foi a primeira democracia latino-americana a cair. Depois caíram Brasil, Argentina Chile e Uruguai. No Paraguai foi testado o modelo do combate à guerrilha a ser usado, os métodos cruéis de tortura trazidos dos USA pelo sádico Dan Mitrioni e ali nasceu a famosa Operação Condor, um nefasto acordo operacional entre as ditaduras. A CIA transformou o Paraguai no laboratório que testou o modelo de golpe militar a ser seguido e que derrubou governos populares e assassinou milhares de pessoas. Agora, o Paraguai serviu novamente de laboratório de um novo tipo de golpe está em curso no Brasil.
O que nos aguarda
Se o golpe se concretizar, o Brasil “paraguaizado” terá um destino trágico. São raros os estudos sobre o que mudou no país vizinho pós-golpe parlamentar e jurídico, mas o artigo de um ano atrás de Frederico Larsen joga uma luz sobre as verdadeiras intenções do golpe: “Suas primeiras medidas se basearam em outorgar poderes especiais ao Executivo, especialmente em matéria de segurança. Deu vida à Lei de Segurança Interna, que permite ao governo, sem aprovação do Parlamento, a militarização e declaração de Estado de Sítio em regiões inteiras do país com a desculpa da luta contra a insurgência do Exército do Povo Paraguaio (EPP). Os movimentos camponeses denunciam que com esta lei, os militares efetuam despejos e violações aos direitos humanos, favorecendo ainda mais a concentração da terra. Conseguiu aprovar a lei de Aliança Público-Privada (APP), que permite a intervenção de empresas nos serviços que são providos pelo Estado, como infraestrutura, saúde e educação. Em especial, deu um estrondoso impulso à produção transgênica no setor agrícola”.
A publicação Diálogo – revista militar digital – Forum das Américas, de 14/05/2010, manchetou a exigência da embaixadora Ayalde: ““Devem ser repudiados todos os fatos que atentem contra a vida das pessoas e contra a propriedade privada”. Portanto, os deputados golpistas representantes da oligarquia rural, senhores da terra, e da UDR que pressionam o golpista Temer para que o Exército cuide dos conflitos de terra já estão adotando o modelo paraguaio contra os movimentos sociais.
Se o golpe paraguaio vingar no Brasil, retrocederemos em todas as áreas e, mais uma vez, gerações terão seus sonhos abortados, projetos adiados e a parcela fascista, preconceituosa e enfurecida da direita virtual sairá dos computadores e ganhará, de fato, poder nas ruas…