segunda-feira, 8 de julho de 2019

Tite e Marquinhos driblam Bolsonaro e deixam exemplo para o País

Tite e Marquinhos driblam Bolsonaro e deixam exemplo para o País

Tite e Marquinhos deixaram claro que ali, naquele gramado do Maracanã, havia uma linha que separa a dignidade e a indecência e decidiram que não iriam atravessá-la. Fizeram muito bem, diz o colunista Paulo Moreira Leite
Tite e Marquinhos driblam Bolsonaro e deixam exemplo para o país 
PUBLICIDADE
"Ao evitar uma aproximação indevida de Bolsonaro após o 3 a 1 da Seleção sobre o Peru, Tite e Marquinhos mostram a consciência de quem conhece a fronteira entre dignidade e covardia", escreve Paulo Moreira Leite, articulista do 247. 
O drible de Tite e Marquinhos, que desviaram de uma tentativa de abraço de Bolsonaro no final da vitória do Brasil sobre o Peru, é uma dessas atitudes que ficará para sempre em nossa história.
Gestos dessa natureza são raros em qualquer país, ainda mais numa conjuntura política carregada de incertezes. Expoem indivíduos, podem gerar perseguição e até coisa maior. Basta pensar nas promiscuidade reinante entre os cartolas da CBF e o governo federal para reconhecer o valor dessa atitude. 
Numa conjuntura como a atual, o gesto de Tite e Marquinhos tem o valor único das atitudes que confortam a cidadania, reafirmam valores de um povo e mostram a importância de manter-se de pé quando o estímulo para ficar de cocoras está em toda parte. 
Tite e Marquinhos deixaram claro que ali, naquele gramado do Maracanã, havia uma linha que separa a dignidade e a indecência e decidiu que não iriam atravessá-la. Fizeram muito bem. 
Tenho certeza de que a atitude será assunto nas rodas de conversa nas escolas, nos pontos de ônibus, no fim da tarde nos botecos. 
Foi um gesto mudo, mas que pode ser ilustrados pelas palavras mundialmente conhecidas, repetidas, traduzidas e trabalhadas por vários poetas do mundo, em versos sempre oportunos. Publico aqui a versão de um pastor luterano, Martin Niemoller (1892-1984), testemunha da ascenção e queda do Nazismo: 
Quando os nazistas vieram buscar os comunistas, eu fiquei em silêncio; eu não era comunista
Quando prenderam os socias-democratas, eu fiquei em silêncio; eu não era um social-democrata;
Quando eles vieram buscar os sindicalistas, eu não disse nada; eu não era um sindicalista.
Quando eles buscarm os judeus, fiquei em silêncio; eu não era judeu.
Quando eles vieram me buscar, já não havia ninguém que pudesse protestar. 
Decidido a falar quando todos calavam, o pastor enfrentou sete anos de prisão em campos de concentração -- inclusive um dos mais tenebrosos, Dachau -- por determinação expressa de Hitler. 
Numa aberração típica das piores tiranias, ele considerava o pastor como seu "prisioneiro pessoal". Terminada a guerra, voltou a empolgar platéias com grandes pregações, nas quais fazia questão de sublinhar a responsabilidade dos indivíduos em grandes momentos da história. 
Num gesto político de humildade, Niemoller fazia questão de pedir pesssoalmente desculpas aos judeus e outras vítimas do nazismo. 
Deixava claro que uma das piores e mais degradantes tragédias da humanidade poderia ter sido evitada se a resistência tivesse sido maior. Certíssimo.
Alguma dúvida?  

Presidente da CDHM: Dallagnol não ir à audiência pública é péssimo sinal; leia o ofício-recusa

Presidente da CDHM:  Dallagnol não ir à audiência pública é péssimo sinal; leia o ofício-recusa
Reprodução de rede social
DENÚNCIAS

Presidente da CDHM: Dallagnol não ir à audiência pública é péssimo sinal; leia o ofício-recusa


08/07/2019 - 21h58
Dallagnol recusa convite da CDHM para audiência pública
O Procurador da República Deltan Dallagnol mandou ofício na tarde desta segunda-feira (8/7), recusando o convite da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados (CDHM) para participar de audiência pública nesta terça (9/7), quando seriam debatidas as reportagens do jornal The Intercept Brasil, do jornalista Glenn Greenwald, que noticiam mensagens trocadas entre Deltan Dallagnol e o então juiz Sérgio Moro e outros integrantes da Operação Lava Jato.
O encontro com Dallagnol foi aprovado em reunião deliberativa em 27 de junho, e o convite enviado no mesmo dia.
No documento (na íntegra, ao final), o procurador explica que deve, por função constitucional,
“desempenhar trabalho de natureza técnica perante o Judiciário, outro poder, situação distinta daquela de agentes públicos vinculados ao Poder Executivo. Esse trabalho técnico consiste em investigar fatos e buscar a aplicação da lei penal de modo eficiente e justo, de acordo com a Constituição e com as leis, atividade funcional sujeita à apreciação do Poder Judiciário. Diante disso, muito embora tenha sincero respeito e profundo apreço pelo papel do Congresso Nacional nos debates de natureza política que realiza e agradeça o convite para neles participar, acredito ser importante concentrar na esfera técnica minhas manifestações”. 
“É lamentável o procurador não atender a um convite aprovado pelo colegiado. Afinal, as mensagens divulgadas o envolvem diretamente em diálogos com o então juiz Sérgio Moro. Também consideramos que é dever de todo servidor público prestar esclarecimentos sobre seu trabalho”, afirma Helder Salomão, presidente da CDHM.
Além disso, para ele, “Os fatos ocorridos nos bastidores da Lava Jato são gravíssimos. O procurador Dallagnol deve explicações à população brasileira sobre seu envolvimento. O não comparecimento à audiência da CDHM é um péssimo sinal”.
Glenn e Moro
A Comissão de Direitos Humanos e Minorias já ouviu em audiências o ministro Sergio Moro e o jornalista Glenn Greenwald. O ministro foi ouvido na terça-feira (2/7) e Greenwald no dia 25 de junho.
O jornalista ponderou que os vazamentos não são contra ou a favor de Lula ou Moro, mas a favor da democracia e da justiça brasileira.
“Acredito que Sergio Moro e Deltan Dallagnol começaram com boas intenções, mas todos nós humanos temos tentações quando não temos limites e podemos abusar do poder. Quando você é sempre elogiado e nunca questionado, acaba achando que isso justifica qualquer meio para justificar o fim. Eu defendi a Lava Jato, mas o fato de Sergio Moro ter feito coisas boas não dá o direito de quebrar códigos de ética e agir ilegalmente”.
O jornalista foi ainda indagado sobre o que pode acontecer com o ministro e o procurador. “As instituições brasileiras é que devem decidir quais as consequências para Sergio Moro e Deltan Dallagnol”.
Sergio Moro disse que foi vítima de um ataque de “hackers” e que, segundo ele, querem anular condenações por corrupção no âmbito da operação Lava Jato:
  • “Alguém com muitos recursos está por trás desses procedimentos. É um expediente de contrainteligência, um grupo criminoso. Não fui consultado sobre a divulgação das reportagens. Não reconheço essas mensagens, podem até ser minhas, terem sido adulteradas parcialmente ou totalmente”.
Moro ainda falo que “após a delação da Odebrecht, políticos de todos os partidos foram atingidos. No caso da Petrobras, era natural que os agentes do Estado que controlavam a estatal fossem investigados”.

Rogério Correia desmente tese de Moro sobre suposto hackeamento de celular

Rogério Correia desmente tese de Moro sobre suposto hackeamento de celular

“O próprio diretor de jornalismo da Globo que mostrou que Glenn já estava de posse das mensagens pelo menos uma semana antes do alarde feito pelo Ministério da Justiça”
O deputado estadual Rogério Correia (PT) comentou mais uma denúncia da revista Veja contra o senador mineiro Aécio Neves;"O custo foi de 2,1 bi - superfaturado para agradar o cartel dos amigos e garantir a propina - e uma jogada de marketing do playboy, que queria se passar por Juscelino Kubitscheck , com 50 anos de atraso", afirmou o parlamentar; "A denúncia já faço há anos e como água mole em pedra dura tanto bate até que fura, Dr Janot parece que finalmente vai abrir processo no STF"
O deputado estadual Rogério Correia (PT) comentou mais uma denúncia da revista Veja contra o senador mineiro Aécio Neves;"O custo foi de 2,1 bi - superfaturado para agradar o cartel dos amigos e garantir a propina - e uma jogada de marketing do playboy, que queria se passar por Juscelino Kubitscheck , com 50 anos de atraso", afirmou o parlamentar; "A denúncia já faço há anos e como água mole em pedra dura tanto bate até que fura, Dr Janot parece que finalmente vai abrir processo no STF" (Foto: José Barbacena)
A denúncia apresentada pelo ministro da Justiça,Sérgio Moro, de que seu telefone celular teria sido grampeado por um “hacker” no dia 4 de junho – e este “criminoso” teria repassado o conteúdo ao siteThe Intercept Brasil – é desmentida por uma nota do diretor de jornalismo da Rede Globo, Ali Kamel.
O executivo da emissora, em comunicado emitido no dia 12 de junho, 3 dias após o início da série de reportagens do escândalo, disse que “ Glenn Greenwald procurou a Globo por e-mail no último dia 29 de maio para propor uma nova parceria de trabalho” que envolvia o material jornalístico que passou a ser divulgado a partir de 9 de junho.
A “denúncia” de Moro foi divulgada de forma estranha, sem muitos detalhes, no dia 5 de junho, exatamente uma semana após Greenwald ter procurado a Rede Globo e no mesmo dia em que o jornalista norte-americano participou de reunião na redação do programa Fantástico para tratar do tema com os colegas da emissora carioca. A parceria com a Globo acabou não vingando. Em compensação, veículos como Folha de SP, Veja, Band e o jornalista Reinaldo Azevedo, insuspeitos de serem militantes da esquerda, têm trabalhado junto com o site dirigido por Greenwald.

Tese fantasiosa

Para o deputado Rogério Correia (PT-MG), essa cronologia dos fatos mostra que a tese defendida por Moro é fantasiosa. “Essa história é conversa pra boi dormir”, disse Correia.
“Foi o próprio diretor de jornalismo da Rede Globo que mostrou que Glenn Greenwald já estava de posse das mensagens pelo menos uma semana antes do alarde feito pelo Ministério da Justiça, de que o celular do ministro Moro teria sido hackeado em 4 de junho”, argumenta o parlamentar.
Para Correia, “cai por terra” a tese de Moro e de seus defensores que tentam atacar Greenwald a partir do suposto hackeamento do celular do ex-juiz.
Segundo o deputado mineiro, Moro deve explicações à sociedade brasileira sobre sua atuação à frente da Lava Jato, onde atuou à margem da lei como chefe e acusador, em vez de ser juiz imparcial, bem como sobre sua atuação no comando do Ministério da Justiça.
Correia avalia que Moro, nas duas vezes que foi ao Congresso Nacional para falar sobre o caso, “só respondeu às perguntas que quis, assim mesmo com evasivas, e o escândalo só poderá ser efetivamente investigado por intermédio de uma Comissão Parlamentar de Inquérito”.
O afastamento de Moro do cargo de ministro da Justiça é imperativo, na visão do parlamentar, “sobretudo porque a Polícia Federal, sob seu comando, foi instrumentalizada por ele, para perseguir Glenn Greenwald, com ações intimidatórias que ameaçam a liberdade de imprensa no País”.

Delegado afastado

De acordo com o site G1, a Polícia Federal trocou o comando da investigação que sobre a suposta invasão no celular do ministro da Justiça. O site informa ainda que a PF já instaurou quatro inquéritos para investigar o vazamento de mensagens do celular do ministro Moro e também de procuradores da força-tarefa da Lava Jato.
A investigação da Polícia Federal vai na contramão do que Ali Kamel mostrou na nota oficial da Rede Globo.

Dino: juiz e procurador não podem praticar atos políticos para interferir em outro país

Dino: juiz e procurador não podem praticar atos políticos para interferir em outro país

"Soberania: não podemos aceitar que um juiz ou procurador de outro país interfiram em assuntos internos do Brasil. Simetria: juiz e procurador do Brasil não podem praticar atos políticos para interferir em outro país. Qualquer que seja ele. Basta cumprir artigo 4º da Constituição", afirmou o governador do Maranhão, Flávio Dino
247 - O governador do Maranhão, Flávio Dino, repudiou o fato de o ex-juiz Sérgio Moro ter sugerido ao procurador Deltan Dallagnol o vazamento de dados  da Obebrecht sobre supostos pagamentos na Venezuela. O objetivo da Operação Lava Jato seria desestabilizar o governo Nicolás Maduro, conforme revelou reportagem do Intercept Brasil em parceria com o jornal Folha de S.Paulo.
PUBLICIDADE
"Soberania: não podemos aceitar que um juiz ou procurador de outro país interfiram em assuntos internos do Brasil. Simetria: juiz e procurador do Brasil não podem praticar atos políticos para interferir em outro país. Qualquer que seja ele. Basta cumprir artigo 4º da Constituição", escreveu o parlamentar no Twitter.
"Está revelado no Brasil um estranho acúmulo ilegal de cargos públicos: pessoas exercendo simultaneamente funções de juiz, procurador e político. E ainda se autodenominam de 'agentes da lei'. Qual lei ? Onde há 'vale-tudo', não há lei", complementou.