quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

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A corrupção que corrói

      
A corrupção que corrói 
por Natalia Viana
                                                            
Duas semanas atrás publicamos o resultado de uma investigação transnacional liderada pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativo (ICIJ) sobre Isabel dos Santos, a mulher mais rica da África. Seu pai, o ex-ditador José Eduardo dos Santos, ficou durante 37 anos no poder em Angola, país que acumula os títulos de segundo maior exportador de petróleo na África e, ao mesmo tempo, de líder mundial de mortalidade infantil. Para se ter uma ideia, 60% da população vive com menos 2 dólares por dia, enquanto a fortuna de Isabel, obtida durante o governo de seu pai, é estimada em US$ 2,3 bilhões.
A investigação juntou 120 jornalistas de 20 países. Nós descobrimos que a fortuna da africana – aplaudida de pé como uma empresária ‘self-made’ por executivos americanos e europeus em fóruns internacionais econômicos como o de Davos – não era nada mais que o fruto de décadas de roubos descarados do dinheiro obtido com petróleo (sob as bênçãos de petroleiras como Chevron e British Petroleum) e enviado para empresas offshore e empreendimentos em países como Portugal, Inglaterra, Holanda, Emirados Árabes e Mônaco – até chegar à Paraíba, no Brasil.
Para a Pública, é essencial seguir histórias de corrupção como essa. Se o parágrafo acima não causa asco, deixe-me descrever o que significa a corrupção em um país desigual como Angola. Luanda é uma das cidades mais desesperadoras em que estive – e olha que eu estive no Haiti meses depois do terremoto de 2010.  
Literalmente lado a lado, você encontra pessoas vivendo nos escombros de um antigo bairro popular – tentando permanecer ali escondidas das autoridades que derrubaram as casas com gente dentro para abrir um pedaço de litoral a resorts de luxo – e prédios suntuosos, modernos, envidraçados e, invariavelmente, vazios. Porque a verdade é que os ricos de lá preferem gastar seu dinheiro em Portugal ou em Miami. Quem aproveita dos luxos em Luanda são os europeus, americanos e brasileiros – muitos brasileiros – que recebem contratos polpudos para trabalhos temporários no país, seja no ramo de petróleo, da construção ou da comunicação.  
Em Angola, vimos enormes hidrelétricas serem construídas pela Odebrecht, mas nenhuma delas funcionava e a capital continuava dependente de geradores a diesel. Estradas eram inauguradas e em poucos anos estavam deterioradas porque os empreiteiros desviavam os gastos com areia e cimento para pagar propina ao governo; enormes prédios e fábricas eram montados e ficavam às moscas, porque o que importava era construir a obra para desviar o dinheiro. Foi assim que entendi o quanto a corrupção em Angola era descarada e cruel, porque garantia que um grupo extremamente pequeno de líderes políticos agissem em completo descaso com a população, como se o país fosse seu gigantesco playground.  
Enquanto nos bairros populares o lixo se acumula nas ruas sem calçada ou pavimentação, havia ao lado placas que louvavam o ditador pelo seu esforço pela paz – Angola viveu em guerra civil por quase 30 anos – e exortavam as pessoas a “viverem em paz” e não aborrecerem o governo. Jovens que questionavam o autoritarismo do pai de Isabel dos Santos ficaram presos durante meses por participar de um grupo de estudos de um livro sobre resistência pacífica. Foram acusados de tramar um golpe de Estado. Um desses jovens, quando o entrevistamos em um pequeno centro de cultura, parecia morto por dentro. Havia sido torturado na cadeia, e o regime o havia quebrado. Ele falava lentamente, mas seus olhos não mostravam nenhuma expressão, estavam sem vida. Outra ativista nos contou como policiais a espancaram durante horas, com método, dos pés à cabeça, deixando-a roxa por todas as partes do corpo e dizendo que depois da surra ela nunca mais conseguiria ter filhos. “Meu olhar para esses senhores não é como antigamente: eu não tinha provado de tanta maldade”, ela disse. 
E, no entanto, quando se fala em corrupção em Angola, o que mais me vem à cabeça não é nada disso, mas a nossa visita ao hotel Epic Sana, um dos mais chiques da capital, onde homens de negócio se encontram para saborear champagne francesa e medalhões de carne importada, onde membros do governo marcam suas reuniões importantes e em cujo porão acontece uma das baladas mais quentes de Luanda. Lá, filhos de membros do governo e estrangeiros dançam ao som de eletrônico até de madrugada. Eu e a documentarista Eliza Capai queríamos conhecer o famoso hotel, e logo de cara demos com um gerente, que era brasileiro e ficou tão feliz em nos ver que decidiu nos levar a conhecer todos os andares do imponente prédio e sua vista da cidade. 
Além das suítes luxuosas, dos vários cafés e restaurantes, das lojas de grife que se encontra em Nova York e Dubai, o que nos chamou a atenção foi uma cena no terraço aberto, onde uma piscina com fundo infinito é rodeada por mesas brancas. Enquanto conversávamos com o gerente brasileiro, um grupo de meninas, bem vestidas, com roupas coladas e colares e brincos dourados, fazia uma tremenda algazarra, comendo hambúrgueres e tomando milk-shake. 
O brasileiro nos pediu desculpas pelo alvoroço: “Não reparem na bagunça. Elas estão aqui há algumas horas e a conta já está em quase mil dólares”, disse ele. E diante, do nosso olhar de incompreensão, continuou: “São meninas que vêm dos bairros pobres para encontrar com o ministro de turismo, que depois as leva para uma das suítes que disponibilizamos para membros do governo. Ele vem quase toda semana”. Enquanto nos levava à cobertura do Hotel, contou que os salões privê eram frequentemente ocupados – como cortesia do hotel – por ministros do governo para festas com jovens como aquelas.
Até hoje é o rosto dessas meninas me vem à cabeça quando eu penso no quanto a corrupção e a desigualdade podem corroer uma sociedade e torná-la absolutamente doente. Já se passaram quase cinco anos, mas ainda me lembro do riso eufórico delas – que provavelmente vinham dos mesmos barracos que um dia serão destruídos quando algum autocrata decidir abrir espaço pra mais resorts de luxo – enquanto esperavam para que um Ministro de Estado se servisse delas ali, tão despreocupadamente, na frente de todos os homens de negócio estrangeiros.   
Natalia Viana é codiretora da Agência Pública.
Rolou na Pública
Mais Angola. A reportagem feita por nossa equipe para o Luanda Leaks, "Como o dinheiro desviado de Angola pelo governo corrupto veio parar na Paraíba", foi a mais republicada do ano até agora: foram 40 republicações em sites nacionais como Exame Carta Capital, sites paraibanos como Parlamento PB e Paraíba Já e sites angolanos como Maka Angola e Club K.

Somos finalistas do Troféu Mulher Imprensa! A premiação reconhece todos os anos o trabalho das mulheres na comunicação e é decidida por votação do público! A Natalia Viana, uma de nossas codiretoras e fundadoras, é finalista na categoria Jornalista Empreendedora. A editora e repórter especial Andrea Dip é finalista na categoria Repórter Investigativa. Também concorremos na categoria "Melhor reportagem especial ou série com temática sobre violência contra mulher" com a série Fome, substantivo feminino. Você pode votar clicando nos nomes das categorias acima!

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Como o jiu-jitsu ajudou o juiz Luiz Carlos Valois na luta diária por democracia

Como o jiu-jitsu ajudou o juiz Luiz Carlos Valois na luta diária por democracia

 
Luís Carlos Valois é faixa-preta formado pelo lendário Carlson Gracie (Foto arquivo pessoal)
Publicado originalmente na Revista Tatame
POR MATEUS MACHADO
Luís Carlos Valois, de 52 anos, é juiz de Direito, Doutor pela USP, pós-Doutorado na Alemanha e membro da AJD (Associação de Juízes pela Democracia) com cinco livros publicados. Seus títulos e conquistas profissionais, porém, não lhe trouxeram arrogância. É um sujeito simples, com uma humildade contagiante. Hoje, Valois atua como juiz da Vara de Execuções Penais em Manaus e é um dos maiores estudiosos sobre o nosso sistema prisional. Em entrevista, Luís Carlos contou detalhes sobre sua trajetória no Jiu-Jitsu e como a arte suave interferiu e ainda interfere em sua conduta dentro e fora dos tribunais.
Nascido no Rio de Janeiro, ainda bem novo, foi levado por seus pais para Manaus, capital do Amazonas, onde viveu boa parte de sua infância e adolescência. Seu primeiro contato com a arte suave foi com o atual prefeito de Manaus e também faixa-preta Arthur Virgílio, amigo de seu pai, que lhe mostrava posições da luta e o incentivava a procurar uma academia.
Assim que acabou o Ensino Médio, Valois voltou ao Rio para estudar Direito, como lembrou a seguir: “Cheguei no Rio para ‘treinar’ Direito e ‘estudar’ Jiu-Jitsu. Tinha uma carta de Arthur Virgílio, me apresentando ao Mestre Carlson Gracie. Quando vi o Carlson pela primeira vez, minha visão foi de um gigante. O cara ficou enorme na minha frente. Naquele instante, senti que havia chegado ao lugar certo, minha nova casa”.
Confira a entrevista completa do Valois:
– Como iniciou no Jiu-Jitsu?
Minha primeira experiência com as artes marciais foi no Judô, com nove anos de idade. Meu pai sempre foi político e logo após a ditadura militar, começou a se candidatar, e um dos seus parceiros na política era o Arthur Virgílio, faixa preta de Jiu-Jitsu e hoje prefeito de Manaus. Os dois sempre faziam campanhas juntos, tinham uma ligação além da política. Meu pai nunca deu atenção ao esporte, mas Arthur Virgílio, sim, era um apaixonado por esportes e principalmente pelo Jiu-Jitsu, e ao saber que eu estava no Judô, começou a me falar sobre Jiu-Jitsu e, principalmente, sobre o Carlson Gracie. Com o tempo e as historias do Virgílio, Carlson se tornou um ídolo para mim. Muitas vezes, Arthur Virgílio me levava para o chão da sala para me ensinar posições e me incentivar a trocar o Judô pelo Jiu-Jitsu. Suas histórias foram me fascinando, queria treinar Jiu-Jitsu, mas naquela época ainda não tinham academias em Manaus. Assim que acabei meu ensino médio, convenci meu pai a me deixar estudar Direito no Rio, mas na verdade, eu queria mesmo era treinar Jiu-Jitsu no Carlson Gracie. Eu vim para o Rio para ‘treinar’ Direito e ‘estudar’ Jiu-Jitsu. Primeira coisa que fiz ao chegar no Rio foi me apresentar ao Carlson Gracie. Lembro que quando subia as escadas da academia, muito nervoso, Carlson vinha descendo. Minha visão foi de um gigante, fiquei impressionado. Carlson pegou a carta, leu e me acolheu como um filho logo no primeiro dia, ainda um faixa branca. Segui o caminho com Carlson até a faixa preta, sou muito grato.
– Quais seus principais títulos no Jiu-Jitsu?
As competições que participei foram no final da década de 80 e inicio da década de 90. Naquela época não existia Campeonato Brasileiro, Mundial, etc. Os torneios mais importantes eram a Copa Company, Copa Cantão, Atlântico Sul, entre outros. Fui campeão em todas as faixas e ganhei os principais torneios que existiam na época. Sempre lutei com os melhores. Lembro de lutas contra Renzo Gracie, Alexandre Paiva e Ralph Gracie… Gostava de competir, sempre treinei muito, não me achava muito habilidoso, mas compensava intensificando meus treinos.
– Ídolo no MMA
Meu ídolo no MMA é o Murilo Bustamante. Aproveito até para me redimir com ele, por estar ausente na sua graduação de Faixa Coral. No mesmo dia fui convocado pelo Senado para falar sobre o projeto do Ministro Moro. Murilo é um dos maiores atletas da historia do Jiu-Jitsu e MMA.
– Já usou o Jiu-Jitsu fora do tatame?
Eu uso todos os dias. Minha autoconfiança, segurança e firmeza para encarar a vida vêm do Jiu-Jitsu. Isso o esporte ensina. Lembro de um almoço que tive com o Carlson, pouco entes de ele falecer. Contei ao Mestre de todos os problemas que eu estava passando, perseguição profissional pelas firmezas das minhas posições, ameaças, etc. Mas ao mesmo tempo, tranquilizei Carlson afirmando que ninguém iria me derrubar. O Mestre bateu em meu ombro e disse ‘ninguém nunca vai lhe derrubar’. É isso que trago do Jiu-Jitsu, a certeza que posso enfrentar os desafios da vida, sejam eles quais forem.

– Quem você gostaria de finalizar?
Essa pergunta é muito complicada (risos). Eu sempre respeitei meus adversários e acho que finalizar deve ser consequência da luta, sem demérito a ninguém, porque entre dois adversários de respeito – e adversários sempre devem se respeitar – a finalização deve ser consequência, e não objetivo.
Respondendo à pergunta, no sentido figurativo, eu quero lutar, agora finalizar, sinceramente, não é meu objetivo. Os adversários fazem parte do contexto e me ajudam a crescer. Finalizar seria antidemocrático.
– Qual a importância das artes marciais na recuperação de detentos?
Primeiramente, eu não gosto de considerar que quem está dentro do presídio precisa se ‘recuperar’. Precisamos respeitar a individualidade de cada um. Às vezes, o crime foi um fato isolado na vida da pessoa e ela está cumprindo a pena, já está pagando pelo que cometeu. Essa ideia de recuperar é uma imposição de valores e moral que não concordo. Penso que se o estado cumprisse a lei dentro do sistema prisional, já estaríamos fazendo muito para que essa pessoa não voltasse a cometer crime. Quando uma pessoa comete um crime e chega a um presídio ilegal, no Brasil, os presídios são ilegais. Eles não cumprem as leis que deveriam, e isso só estimula mais a pessoa para cometer outros crimes. O primeiro passo para ‘recuperar’ uma pessoa é mostrar que o estado cumpre a lei.
Qualquer atividade esportiva que esteja presente no sistema prisional tem que respeitar a dignidade da pessoa que está presa. Jiu-Jitsu não é remédio, não é tratamento, mas mostra para cada um que o pratica o valor da dignidade, ensina o respeito, não só a si próprio, mas aos outros à sua volta. Quando uma pessoa vê sua dignidade respeitada, ela passa a querer respeitar a dignidade do outro.
– Faz sentido ensinar luta a detentos?
Ensinar faz sentido em qualquer área, campo ou aspecto da vida humana, agora o que você vai fazer com o que aprendeu é a questão. Faz sentido você colocar seu filho de 5 anos em uma academia de luta? E se o professor for um mau caráter? Aí é muito perigoso. A criança pode confundir a indisciplina e a rebeldia, que às vezes faz parte do comportamento juvenil, com o maucaratismo do professor. A questão de ensinar artes marciais nos presídios eu já escutei: ‘está ensinando o bandido a agredir’. A luta não ensina nada disso, só quem não entende nada de luta pode achar que a luta vai ensinar pessoas a serem agressivas. É muito pelo contrario, a luta mostra a importância da pessoa não ser agressiva, a manter sempre o respeito ao próximo e o autocontrole.
– Sua tese de doutorada virou um livro, ‘O Direto Penal e a Guerra às Drogas’. Qual o papel do esporte nessa questão?
Na verdade, quando falo “guerra às drogas”, é uma crítica. Você não pode lidar com uma questão humana, que é o consumo de substâncias, com guerra, armamento e militarização. Isso acaba agravando a situação. A droga é uma questão muito complexa e envolve o ser humano, a substância e o social. A proibição que cria a violência que vemos hoje, regulamentando a venda e o consumo, você acaba com o tráfico e gera um controle do estado sobre a questão. A partir disso, fica até mais fácil identificar as pessoas que tem problema com drogas. Isso facilita até o tratamento delas, essas pessoas ficam ocultas pela ilegalidade.
A gente só vai poder mesurar melhor o valor dos esportes na recuperação de quem tem problemas com drogas no dia que descriminalizar. Hoje as pessoas evitam falar de seu problema com drogas, existe preconceito e falta diálogo, mas acredito que o Jiu-Jitsu e outras modalidades de esportes podem e devem fazer parte do tratamento do dependente químico.
– Conte sobre o Instituto Valois de Jiu-Jitsu
O Instituto Valois é uma das maiores contribuições que dei ao Jiu-Jitsu. Logo que passei no concurso para juiz, fui morar em uma cidade do interior do Amazonas chamada Maués, isso em 1993, na época com 25 anos. Queria continuar treinando, corria e malhava, mas não tinha com quem treinar Jiu-Jitsu, então resolvi pôr um tatame na minha casa. Comprei alguns quimonos de criança e comecei a dar aulas aos filhos de alguns amigos que fiz na comarca. Logo apareceram outras crianças. Quem não podia comprar quimono, eu mandava fazer na costureira. Quando percebi, tinha formado uma equipe só de crianças. Como eu era o juiz da cidade, não queria treinar com adultos para não criar vínculos. Isso para o juiz de uma cidade pequena não é bom na isenção que a profissão exige.
As aulas eram no estilo Carlson Gracie, bem rigoroso. Já eram cerca de 20 alunos. O primeiro campeonato que teve em Manaus, coloquei os alunos em um barco e fomos competir. Todos foram campeões, sem exceção, todos mesmo. Inscrevi 12 alunos, todos na faixa branca, dois deles, por falta de adversários na faixa branca, tive que subir para a amarela. Resultado: 12 medalhas de ouro. Fiquei cinco anos nessa comarca e, por sorte, quando saí, quem me substituiu foi o juiz Luiz Alberto Albuquerque, que também era faixa preta, inclusive formado por mim. Para minha, surpresa aqueles alunos, muitos hoje faixas preta, fundaram o Instituto Valois de Jiu-Jitsu. Não fui eu, eles que fundaram e hoje atendem mais de 100 crianças, todas com aulas 100% gratuitas, e agora estão começando a entrar nas tribos para levar o Jiu-Jitsu.