domingo, 13 de janeiro de 2019

Segurança alimentar está sob risco de retrocesso no governo Bolsonaro

Segurança alimentar está sob risco de retrocesso no governo Bolsonaro

Publicado em 13 janeiro, 2019 11:09 pm
Reportagem de Karina Gomes na Deutsche-Welle Brasil.
“Quem tem fome tem pressa.” Com a frase simbólica, o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, liderou em 1992 o Movimento pela Ética na Política. Era um clamor de organizações da sociedade civil contra a corrupção numa época em que mais de 32 milhões de brasileiros passavam fome no país. A intensa mobilização articulada durante o governo de Itamar Franco resultou na criação do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), extinto pelo presidente Jair Bolsonaro no seu primeiro dia no Planalto.
O órgão consultivo era diretamente ligado à Presidência da República e formado por dois terços de representantes de organizações da sociedade civil. As políticas originadas no Consea, com a participação democrática e voluntária dos membros, tiveram um papel-chave para tirar o Brasil do Mapa da Fome da ONU, em 2014, e tornaram o órgão uma referência internacional.
“De onde o Betinho estiver, ele está realmente desesperado com a situação que estamos passando. Começamos 2019 praticamente certos de que entraremos de novo no Mapa da Fome da ONU ou estaremos muito próximos de voltar, e é exatamente neste ano que se extingue o Consea”, afirma Kiko Afonso, coordenador da ONG Ação da Cidadania, organização fundada por Betinho e que trabalha por políticas públicas contra a fome e a miséria.
“É um surrealismo que só o Brasil consegue produzir. O governo olhar para a extinção do conselho como algo positivo é algo incompreensível”, lamenta.
A Medida Provisória 870∕2019, a primeira assinada por Bolsonaro, alterou as disposições da Lei Orgânica de Segurança Alimentar (Losan), de 2006, que tem o objetivo de assegurar o direito humano à alimentação adequada. O governo extinguiu as atribuições do Consea e também revogou os pontos sobre a composição do conselho.
As diretrizes e programas sobre segurança alimentar e nutricional estão agora vinculadas ao Ministério da Cidadania. Não se sabe se a sociedade civil ainda terá voz nas políticas de segurança alimentar.
“O Consea deixa de ser o coração da Presidência da República, como um órgão estruturante, e passa a ser apenas um apêndice das políticas públicas do governo”, explica Larissa Mies Bobardi, professora do Programa de Pós-Graduação em Geografia Humana da Universidade de São Paulo (USP) . “Isso é uma grande perda.”
A ONG Ação da Cidadania publicou uma nota de protesto ao governo. “Na prática, o Consea está sendo extinto. Funcionários já estão sendo informados de que serão realocados para outras áreas. Há um desmonte”, diz Afonso. “Ninguém foi informado sobre isso. Queremos abrir um canal de diálogo com o governo para a volta do Consea. Calados não podemos ficar diante dessa arbitrariedade.”
Com o aumento dos índices de desemprego e miséria no país, é dado como praticamente certo que o Brasil voltará em 2019 à lista de países onde a fome é alarmante no mundo. Dados divulgados pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) em setembro do ano passado mostram que o combate à fome no Brasil se estagnou. Em 2017, mais de 5 milhões de brasileiros estavam em situação de insegurança alimentar.
(…)

Fome no Brasil. Foto: Reprodução/Exame

PRESO LÍDER GOLPISTA DA VENEZUELA


PRESO LÍDER GOLPISTA DA VENEZUELA
Foi preso, neste domingo (13), o ex-presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, que se insurgiu contra a eleição democrática do presidente Nicolás Maduro. As eleições presidenciais foram acompanhadas por cerca de 200 observadores internacionais, não tendo sido constatado qualquer tipo de irregularidade, e confirmada pelo Tribunal Superior Eleitoral.
O líder da direita golpista insurgente foi reconhecido como presidente do país pelos Estados Unidos e pelo Brasil. O novo quadro poderá acelerar os preparativos para uma guerra contra a Venezuela, com a possível participação do Brasil.
No último sábado (12), o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, disse por comunicado que os EUA continuariam a usar todo o peso do poder econômico e diplomático para pressionar pela "restauração da democracia na Venezuela".
Juan Guaidó teria sido detido pelos agentes de inteligência do país, dois dias depois de ter sido proclamado presidente interino da Venezuela pela Assembleia Nacional, cessante deste maio de 2018, após a eleição da Assembleia Nacional Constituinte.
No início desta semana, o presidente Nicolás Maduro foi empossado para um segundo mandato presidencial para o período de 2019 até 2025. Maduro enfrentou críticas de vários Estados submissos aos ditames dos Estados Unidos, após sua reeleição em maio, sob o pretexto de que a votação era ilegítima, algo veementemente negado pelos observadores internacionais e pelas autoridades judiciais da Venezuela. Em resposta, chanceleres integrantes do grupo anunciaram que não vão reconhecer a legitimidade de Maduro na presidência.
As últimas notícias, divulgadas pelo jornal El Nacional, dão conta de que Juan Guaidó, teria sido solto neste mesmo domingo, após prestar depoimento.
É de se notar que um dos argumentos que fundamentam a ilegitimidade da eleição do presidente Nicolás Maduro é que o líder de extrema direita, Leopoldo Lopez, preso pelos órgãos de segurança, em fevereiro de 2014, por liderar atentados terroristas no país, ficou inabilitado para participar das eleições. O seu julgamento foi acompanhado por representantes de associações de juristas de vários países e da imprensa internacional, inclusive do Brasil. A promotoria apresentou provas irrefutáveis de suas atividades terroristas. O Supremo Tribunal de Justiça condenou López a 13 anos de cárcere em regime fechado. Nesta condição, conforme a legislação do país, ficou impossibilitado de participar das eleições presidenciais de 2018.
Em julho de 2017, a justiça comutou a sua condenação para prisão domiciliar, devendo permanecer em sua residência, em Caracas, sem envolver-se em atividades políticas. Poucos dias depois, porém, López voltou às atividades conspirativas contra os poderes constitutivos da República, incitando tumultos de rua e a insurgência de mercenários mascarados contra a ordem constitucional, infernizando a vida da população da capital venezuelana por vários dias. Por isso, foi reconduzido ao presídio de Ramo Verde, onde se encontra atualmente encarcerado.
Fonte: Sputiniknews/Brasil247/ABN

Depois da "eleição" do Jair até uma excursão dessa natureza é possível!

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Líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta, diz que bancada não irá apoiar reeleição de Maia

Líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta, diz que bancada não irá apoiar reeleição de Maia

Publicado em 13 janeiro, 2019 10:31 pm
Do Poder360.
O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), líder do Partido dos Trabalhadores na Câmara, disse no Twitter neste domingo (13.jan) que a sigla não irá apoiar o então presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), à reeleição.
Segundo o deputado, a bancada do PT não vai compor 1 bloco com o PSL ou aliados do governo do presidente Jair Bolsonaro.
“Nossa prioridade é compor 1 bloco democrático e popular em defesa da democracia, da nossa soberania e dos direitos do povo brasileiro”, disse.
“Vamos dialogar com partidos que como nós defendam a autonomia do poder legislativo, a independência com relação ao governo e não abram mão de nossas prerrogativas parlamentares”, completou.
A bancada do PT é a maior bancada da Casa, com 56 deputados federais eleitos em 2018.
Rodrigo Maia (DEM-RJ) é o favorito na disputa. Até o momento, o demista já recebeu o apoio de 12 partidos, incluindo o PSL de Jair Bolsonaro.
Juntos, os partidos que apoiam Maia somam 283 deputados. O número já ultrapassa o total de votos necessários para a maioria absoluta, 257. Mas, como o voto é secreto, não há como garantir que todos os deputados acompanhem suas bancadas.
(…)
Paulo Pimenta. Foto: Divulgação/PT

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