Alguns
fatos internacionais que comentamos em 2014.
1 – Por uma questão de prática em nosso Informativo,
vamos começar pelos fatos que atingem diretamente a América Latina. Nesse
sentido, um dos fatos mais importantes de 2014 foi o início de um diálogo entre
EUA e Cuba com o reconhecimento formal de Washington de que o bloqueio que
durou meio século não conseguiu dobrar a Ilha. Certamente que os próximos
passos serão muito importantes, mas a libertação dos Cinco Heróis cubanos já
mostra que houve uma vitória importante nesse momento;
2 – Importante percebermos que, em 2014, houve uma
continuidade no rompimento da América Latina com a doutrina neoliberal. O
crescimento de governos de “centro-esquerda” vai rachando a grande estrutura
montada pelos neoliberais e por Washington na região. Brasil, Venezuela, Chile,
Uruguai, Equador e Bolívia mostram que a América Latina caminha para se afastar
do pensamento antes hegemônico. Ainda que essas vitórias não coloquem em risco
a continuidade do sistema capitalista e não estejam conduzindo a uma tomada de
bens para os trabalhadores (terras, minas, etc.), a verdade é que está
desmascarando a política neoliberal. Cabe agora aos movimentos sociais
(sindicatos, associações, partidos, etc.) conduzir o processo de conscientização
e evolução dos trabalhadores;
3 – Um dos mais importantes fatos de 2014, já ao apagar
das luzes do ano, foi a aproximação definitiva da China e da Rússia com os
países da região. Vale lembrar que o papel do Brasil, ao compor o BRICS e
trazer as duas grandes nações para uma aproximação com os países da América
Latina e do Caribe foi de um significado sem precedentes em nossa história;
4 – O ano começou com uma denúncia que abalou vários
países e deixou o governo dos EUA em uma situação delicada no planeta. Estamos
falando das revelações sobre a prática da Agência de Segurança Nacional (ASN)
que mantinha estreita vigilância e espionagem em escala mundial, além de vigiar
a vida de cento e cinquenta milhões de estadunidenses. Ninguém escapou da sanha
da ASN: aliados, adversários, cidadãos comuns, líderes políticos, etc. A
denúncia provocou uma grande reação de diversos líderes mundiais. Alguns não
passaram de um pequeno teatro, como o caso da Alemanha onde Angela Merkel fez
dois ou três pronunciamentos e depois “colocou uma pedra sobre o assunto”. Mas,
por outro lado, proporcionou o discurso feito pela presidenta Dilma Rousseff na
ONU, acusando formalmente o governo Obama de espionagem e ingerência nos
assuntos de outros países;
5 – Outro grande escândalo, também envolvendo o governo
estadunidense, foi a publicação de um “informe” especial do Senado trazendo ao
conhecimento do público o envolvimento da CIA (Agência Central de Informações)
em torturas realizadas repetidamente e em vários países. O “informe” desmascarou
o uso de bases “secretas” da CIA espalhadas em vários países onde suspeitos
eram interrogados sem conhecimento da justiça ou das autoridades locais. Houve
uma grande reação popular e algumas entidades internacionais passaram a exigir
que alguns líderes estadunidenses fossem levados à Corte Internacional para
responderem por crimes contra a humanidade. Esse processo ainda está em
andamento;
6 – Um aspecto positivo de 2014 foi a aproximação
econômica, política e militar entre a China e a Rússia. Ainda que não se trate
de questionar o sistema capitalista, este embate, ao menos, colocou um freio do
avanço desenfreado dos EUA e seus aliados neoliberais pelo planeta. Os recentes
acordos entre China e Rússia garantem um novo equilíbrio e podem possibilitar
um rompimento com a unilateralidade que avançava sem limites;
7 – Fato também de grande importância foi a reação
russa aos avanços da União Europeia (leia-se um plano de Washington) contra a
Ucrânia. O objetivo principal do Pentágono não era fazer a Ucrânia aderir à União
Europeia, mas afastá-la da Rússia e permitir assim novas bases da OTAN na
fronteira com o grande inimigo. Mas a reação da Crimeia e de outras regiões
ucranianas não estavam nos planos de Washington e, mais importante ainda, a
reação de Putin assumindo o risco de apoiar a onda separatista assustou Obama.
E há outro fator pouco comentado em nossos jornais: os políticos neoliberais
russos, que contavam com fácil cooptação da Ucrânia para iniciar um processo
interno contra Putin saíram muito enfraquecidos nesse embate e a popularidade
do presidente russo vem subindo a cada mês;
8 – Por mais estranho que possa parecer, porque nossos
jornais não estão divulgando, outro fato importante em 2014 e que noticiamos
aqui no Informativo é a série de depoimentos e estudos feitos por cientistas e
engenheiros em várias partes do mundo, mas principalmente nos EUA, demonstrando
que a queda do World Trade Center não poderia ter sido causada pelo impacto dos
aviões, mas por um processo de demolição controlada, internamente. Na opinião
pública estadunidense vem crescendo a exigência de que novas investigações
sejam feitas;
9 – Pelo lado negativo, também temos uma série de fatos
para lembrar em 2014. E o primeiro ponto que nos vem à lembrança é o retorno
dos EUA ao Iraque, com ampliação da guerra civil naquele país e os constantes
ataques contra a Síria. Quando Obama decidiu manter e até ampliar o número de
soldados estadunidenses no Afeganistão mostrou que o militarismo ainda é a
principal tática dos EUA no Oriente Médio. O assassinato de civis, agora com
ajuda de alta tecnologia como no caso da utilização de aviões não tripulados
(drones) para bombardear alvos escolhidos à distância vem aumentando
assustadoramente. Por outro lado, esses ataques constantes aos países árabes e
as ações de Israel contra a Palestina vão estimulando as reações islâmicas e
levando ao extremismo;
10 – Diretamente relacionado ao ponto anterior, temos o
apoio dos EUA aos constantes ataques e invasões de Israel a território
palestino, tanto na Cisjordânia quanto na Faixa de Gaza. Em uma contagem
superficial, realizada por organismos internacionais, apenas em 2014 Israel
assassinou 2.000 palestinos e devastou prédios e empresas na Faixa de Gaza
causando um prejuízo que ultrapassa 5 bilhões de dólares. Obama e seus
“embaixadores” não tiveram descanso para bloquear todas as tentativas de
palestinos e outras nações solidárias na ONU e em outros fóruns internacionais;
11 – Triste, realmente muito triste, foi o papel de
Obama diante do Congresso dos EUA ao tentar defender e justificar as ações de
espionagem da ANS e as torturas cometidas pela CIA através do mundo;
12 – Muito preocupante é o avanço do setor mais
reacionário dos EUA com a vitória dos republicanos nas recentes eleições
legislativas. Isto poderá significar um endurecimento nas relações com o Irã e
um avanço das propostas dos “falcões” do Pentágono em direção a novas guerras
de rapina;
13 – Outra iniciativa de Washington que comentamos no
Informativo e que deve trazer desdobramentos em 2015 é a promoção de novos acordos
econômicos com países da Ásia e do Pacífico (claro que deixando a China de
lado). O grande desafio é que os acordos não se limitam a questões econômicas e
tratam também de uma expansão militar na região. O objetivo de Obama é criar um
“cinturão” em torno da China;
Algumas perspectivas para 2015.
01 – Em primeiro lugar,
devemos entender que os avanços alcançados em 2014 não são definitivos e não
representam, ainda, uma vitória contra o neoliberalismo e o poder do “império”.
Alguns dos avanços conseguidos podem ser revertidos em um futuro próximo. O que
está acontecendo na França e em vários países europeus que reviveram a teoria
da “guerra de civilizações” e passaram a fazer da islamofobia uma arma para reconquistar
o poder absoluto e calar as reações populares é uma demonstração clara disso;
02 – Certamente que uma das
nossas preocupações para 2015 deve ser a nova maioria alcançada pela direita
nos EUA, agora com maioria no Congresso. Não que Obama fosse um exemplo de
democrata, mas a direita mais raivosa assume agora maioria e vai pressionar
para impedir o fim do bloqueio a Cuba e, com certeza, um fortalecimento das
relações com Israel onde uma corrente altamente fascista vai tomando novos contornos
e pressionando para novos avanços sobre território palestino;
03 – Alguns analistas pensam
que Obama se fortaleceu com as sanções contra a Rússia e que pode tentar novos
avanços no leste europeu. Particularmente, não tenho certeza de que as sanções
sejam uma “vitória” e acredito que muitos países europeus estão tendo mais
problemas com o boicote do que a própria Rússia. Obama apostou todas as suas
fichas em um enfraquecimento do regime russo para a derrubada de Putin, mas as
recentes pesquisas mostram que o apoio popular ao seu governo tem crescido;
04 – Ainda que contrariando
os economistas e jornalistas “amigos” de Washington, acreditamos que a economia
estadunidense vai continuar cambaleante, com altos e baixos, e muito
desequilibrada. É muito possível que, mais uma vez, as metas fiscais não sejam
cumpridas e Obama fique refém do Congresso, como aconteceu em 2014. A diferença
é que, agora, os republicanos são maioria;
05 – Um fato fica claro:
apesar de toda a propaganda na imprensa “amestrada”, os EUA não vão obter
qualquer vitória militar de vulto no Oriente Médio. A luta contra o ISIS e
outras inventadas para alimentar a indústria armamentista vai se prolongar, sem
uma vitória militar;
06 – Neste momento, todas as
nossas atenções devem estar voltadas para a Grécia e para a Espanha. As
eleições que se aproximam e o crescimento de partidos de centro-esquerda, como
o Syriza (Grécia) e o Podemos (Espanha), podem apontar para mudanças no cenário
europeu. EUA e seus aliados (França, Alemanha e Reino Unido) já se preparam
para enfrentar o desafio de vencer essas correntes e tentar manter a política
de austeridade na região.
Novos
acordos entre Venezuela e China. Maduro
adiantou que, como parte dos novos convênios, o gigante asiático ampliará sua
participação nos projetos da faixa petrolífera do Orinoco Hugo Chávez, onde existe
a maior reserva de petróleo do planeta. De acordo com fontes oficiais, os
mecanismos de financiamento entre os dois países superam os US$ 50 bilhões, por
meio de 256 programas.
China é o principal investidor na Venezuela e seu
segundo cliente petroleiro depois dos EUA, com um volume de 640 mil barris
diários, segundo estatísticas.
Segundo o vice-presidente, Jorge Arreaza, as novas
somas e recursos provenientes da China beneficiarão à Grande Missão Moradia
Venezuela e a Missão Bairro Novo Bairro Tricolor, entre outras.
Venezuela empreenderá transformações estruturais em
2015 com o objetivo de sustentar um modelo econômico socialista, baseado na
produtividade, destacou. E completa: “Na atual conjuntura, o país tem o papel
de deixar atrás a dependência petroleira”.
O governo se reuniu com empresários do setor
automotivo, como Toyota, General Motors e Chrysler, que resultaram em acordos
focados em impulsionar a fabricação local de partes e peças de reposição.
Atualmente, cerca do 70% das partes de um veículo podem ser produzidas na
Venezuela.
José
Mujica doou 550 mil dólares de seu salário. O presidente do Uruguai, José Mujica, declarou que doou 550 mil dólares
[cerca de 1,5 milhão de reais] de seu salário nos últimos cinco anos, período
de seu governo.
Em seu programa de rádio semanal, no sábado (10),
Mujica explicou que 400 mil dólares foram destinados ao Plan Juntos, projeto de
casas populares criado no país em 2010, enquanto os outros 150 mil foram destinados
a seu partido Frente Ampla (FA).
“No que humildemente se pode fazer como pessoa, ao
fechar o ano e o governo estamos terminando os aportes que fizemos ao Plan
Juntos como parte de nosso salário. Entre doações em dinheiro e materiais vamos
chegar a 400 mil dólares. Com relação à força política a que pertencemos – que
significa obrigação moral e ética de colaborar com nossa renda líquida – vamos
fechar o quinquênio com um aporte de 150 mil dólares”, disse o presidente
uruguaio.
Mujica afirmou que as doações não mudam o mundo, mas
são uma maneira de “multiplicar o compromisso com a sociedade”. O presidente do
Uruguai criticou a distribuição de riqueza e a “minguada” solidariedade social
no país. “Onde o Estado não intervém de alguma forma, a divisão da riqueza que
se gera espontaneamente no mercado tende a se concentrar e esta concentração
cria duas sociedades: uma que progride fantasticamente e multiplica seus bens e
outra que vai ficando pelo caminho”, afirmou.
Mortos
não falam, não é? A morte dos dois suspeitos de terem praticado o
atentado na redação do semanário Charlie deixou mais duvidas no já intricado
caso.
Como uma polícia que se diz altamente preparada, faz um
cerco onde os suspeitos estão entrincheirados com reféns, depois de algumas
conversações eles liberam os reféns e a polícia entra em ação fuzilando os
dois?
Será que eles não seriam muito mais úteis vivos?
Ou essa utilidade poderia comprometer alguém ou algum
país aliado da França?
Sabe-se que Françoise Hollande está com a popularidade
em baixa junto aos franceses e, com certeza, nesse caso o desfecho lhe foi
favorável, com aquela conclamação de união lançada à todos os franceses, como
se o país estivesse revivendo a época da invasão nazista.
A França é parceira do Estado Islâmico, assim como os
EUA, o Reino Unido e a Alemanha. Portanto é de se duvidar da autoria do Estado
islâmico nesse ato.
A Europa vive uma Islamofobia e com esse atentado todos
os partidos de direita saíram fortalecidos, além do Estado de Israel que estava
furioso com o parlamento Francês por esse ter apoiado a criação de um Estado
palestino.
Os constantes ataques de grupos fundamentalistas na
Síria, onde milhares de civis perderam a vida e milhões estão refugiados pelo
mundo, os terroristas foram saudados como heróis por políticos “ocidentais”
quando atacaram civis em Trípoli e em Aleppo. Quando matam lá, são chamados de
heróis, quando acontece nos países que os financiam e apóiam são vistos como
terroristas fanáticos.
Liberdade de expressão ou
não... Interessante,
muito interessante o que se passa na cabeça desses chamados “líderes do
planeta”. Uma hora defendem a “liberdade de expressão” quando se trata de
ridicularizar os árabes e suas crenças. Mas mudam de opinião quando se trata de
defender seus interesses.
Uma
recente reunião de ministros dos países europeus com o representante dos EUA,
em Paris, foi debatida a idéia de propor à Comissão Europeia uma nova lei que
permita bloquear, por 24 horas, em todos os países da UE, sem precisar de
decisão judicial, páginas na internet para “proteger os cidadãos”.
Bem...
isto significa uma carta branca para que os governos tirem do ar qualquer sítio
que divulgue notícias contra os governantes do grupo! Ou seja, querem impor uma
total censura na internet, por lá. Mas se falamos em regulamentar a internet
daqui eles pulam e dizem que é censura!