terça-feira, 31 de março de 2020

Mourão exalta ditadura militar e diz que Forças Armadas enfrentaram “desordem e subversão”

31 DE MARÇO DE 2020, 09H14

Mourão exalta ditadura militar e diz que Forças Armadas enfrentaram “desordem e subversão”

No dia do aniversário do golpe, vice-presidente usou as redes sociais para distorcer fatos históricos e celebrar a ditadura que perseguiu, torturou e matou por 21 anos no país
O general Mourão. Foto: YouTube
Em plena crise do coronavírus, o governo de Jair Bolsonaro não deixa de, mais uma vez, tentar reescrever a história do país através de uma narrativa manipulada sobre a ditadura militar. O vice-presidente Hamilton Mourão aproveitou o aniversário do golpe de 1964, neste 31 de março, para exaltar a ditadura que se alastrou no país e que perseguiu, torturou e matou minorias e opositores.
“Há 56 anos, as FA intervieram na política nacional para enfrentar a desordem, subversão e corrupção que abalavam as instituições e assustavam a população. Com a eleição do General Castello Branco, iniciaram-se as reformas que desenvolveram o Brasil. #31deMarçopertenceàHistória”, escreveu o vice-presidente de Jair Bolsonaro no Twitter.
Ao contrário do que foi dito por Mourão, o ex-presidente Castello Branco não foi eleito. O militar em questão foi o primeiro da ditadura militar no Brasil, sendo então um dos articuladores do golpe de 64 que derrubou João Goulart. Uma das primeiras medidas do militar, por exemplo, foi a promulgação do Ato Institucional 2, que aboliu o pluripartidarismo e concedeu poderes ao presidente para cassar mandatos de deputados e convocar eleições indiretas.
O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, também elogiou o golpe militar através de um comunicado emitido nesta segunda-feira (30). Nele, o ministro diz que a ditadura é um “marco para a democracia brasileira”.
“Os países que cederam às promessas de sonhos utópicos ainda lutam para recuperar a liberdade, a prosperidade, as desigualdades e a civilidade que rege as nações livres. O Movimento de 1964 é um marco para a democracia brasileira. Muito mais pelo que evitou”, escreveu Azevedo e Silva.
De acordo com a Lei de Segurança Nacional (Lei 7.170/83), a Lei dos Crimes de Responsabilidade e (Lei 1.079/50) e o Código Penal (artigo 287), exaltar a ditadura militar é crime no Brasil.

Presidente de Cuba fala de “orgulho” por apoio mundial aos médicos cubanos que trabalham no exterior

31 DE MARÇO DE 2020, 11H25

Presidente de Cuba fala de “orgulho” por apoio mundial aos médicos cubanos que trabalham no exterior

Miguel Díaz-Canel também enfatizou o baixo número de casos de covid-19 na ilha, mas pediu para a população “se preparar para o momento mais crítico” da pandemia
O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel (foto: Abel Padrón Padilla / ACN)
Em pronunciamento ao país nesta segunda-feira (30), o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel fez um balanço positivo do que foi a luta contra o coronavírus na ilha durante o mês de março, quando o vírus chegou ao seu território.
Segundo o mandatário, “as medidas estão dando resultados, mas não podemos confiar demais e nos descuidar, pois não entramos no momento mais crítico desta pandemia”.
Também agradeceu a disciplina da população em acatar as medidas de isolamento impostas nas últimas semanas, que “possibilitaram um índice muito baixo de contágio, e uma resposta adequada a cada um dos poucos casos identificados”.
Até o momento, Cuba registrou 170 casos de covid-19. Boa parte deles são turistas que visitavam a ilha ou passageiros de navios que só conseguiram permissão para atracar no Porto de Mariel. Dos quatro falecidos registrados no país, dois eram cubanos.
Outro ponto importante do discurso de Díaz-Canel foi sobre a atuação dos médicos cubanos em países como China, Itália e Andorra, onde estão sendo requeridos para ajudar em cenários onde a doença atingiu níveis críticos. “Os aplausos que nossos médicos recebem nos vários países do mundo onde chegam nos enchem de orgulho e reforçam a nossa convicção de que a solidariedade é a melhor coisa que temos a oferecer ao mundo e a nós mesmos”, comentou o presidente.
O caso de Andorra, citado pelo presidente cubano, aconteceu na verdade em Madri: um grupo de médicos cubanos chegou ao aeroporto da capital espanhola no domingo (29), e foi recebido com fortes aplausos pelos que estavam no local.
No entanto, a delegação foi levada, horas depois, ao pequeno país na fronteira entre a Espanha e a França, cujo governo solicitou a ajuda a Cuba para enfrentar a pandemia. Andorra tem 370 casos e 8 mortes, em uma população de 77 mil habitantes.

Governo tenta conter desmoralização por falas de Bolsonaro

Governo tenta conter desmoralização por falas de Bolsonaro

Todos os postsÚltimas notícias
Foto: Reprodução/Jornal de Brasília
Ao levar as coletivas do Ministério da Saúde para o Planalto, como parte do gabinete de crise, Jair Bolsonaro adota uma estratégia para evitar a leitura de que a equipe do ministro Luiz Henrique Mandetta é algo estanque, descolado do governo. Aliás, foi aconselhado a adotar esse modelo para tentar amenizar o impacto negativo não só do passeio de domingo, mas também das declarações da manhã, em que novamente defendeu que todos voltem ao trabalho, num momento em que até Donald Trump se rende à necessidade de isolamento. Veremos até quando isso vai durar. O presidente quer os louros do trabalho desenvolvido pelo Ministério da Saúde, mas quer distância do ônus econômico das suas recomendações, de distanciamento social.
Aliados têm dito que Bolsonaro não se convenceu da gravidade da crise. Primeiro, houve a defesa de uma campanha institucional para que o Brasil voltasse ao trabalho. Não deu certo. Depois, o rascunho de um decreto para determinar o retorno imediato às atividades em todo o país. Não funcionou. A contar pela disposição dele, algo mais virá. O Brasil vive a cada dia a sua aflição.
Não são poucos os ministros que têm apelado a Bolsonaro para refluir nas declarações dissonantes com as de Mandetta. O que o ministro da Economia, Paulo Guedes, fala de público, a favor do isolamento, é voz corrente no primeiro escalão do governo.
As declarações de Bolsonaro só serão tratadas de forma mais contundente no Parlamento, quando o país estiver em condições de voltar à normalidade. Em outras palavras, o Brasil seguirá com crise política em altos e baixos. Ninguém tomará qualquer atitude, até que se resolvam as questões de saúde, e as medidas econômicas tenham alguma resposta a fim de melhorar a vida das pessoas.
Em Londrina (PR), um empresário de 55 anos, que passou a infância e a adolescência em Brasília, começou a sentir dores pelo corpo em 18 de março. Em 20 de março, febre alta e dor de cabeça. Procurou a emergência de um hospital privado três dias depois. Foi mandado de volta para casa, sem teste para coronavírus e qualquer cuidado especial. Preocupado e ainda passando mal, voltou ao hospital dia 25. Aí sim, o tratamento foi diverso. Uma tomografia detectou lesões nos pulmões e, então, foi internado e houve coleta de material para o teste. Ontem, 29 de março, recebeu o resultado: Covid-19.
Esse empresário continua internado. Conta ainda que tem um passado atlético em piscina, alimentação saudável, não fuma, não bebe, não tem hipertensão, diabetes, ou qualquer outro fator de risco. Agora, seu quadro clínico começa a melhorar. “O vírus é violento”, avisa.
Integrantes da cúpula das Forças Armadas cobraram de Bolsonaro uma postura mais afinada com o Ministério da Saúde. Daí o motivo da nota do ex-comandante do Exército, general Villas Boas, que critica ações extremadas, delimita o centro como ponto de equilíbrio e, por tabela, sai em defesa do presidente. Divulgada, ontem, nas redes sociais, coloca Bolsonaro como bem intencionado. A leitura da política é a de que a caserna age para tentar conter o presidente e a crise política.
Dia desses, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) reclamou de um juiz que suspendeu a carreata do “Brasil não pode parar”, referindo-se a um cidadão contra 57 milhões –– o número de votos que seu pai angariou no segundo turno. O problema é que, desses milhões, há muitos que defendem o confinamento e não votaram a favor de Bolsonaro, e sim contra o PT.
O fato de o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, adotar o autoisolamento depois que um de seus assessores testou positivo para o novo coronavírus, foi mais um baque nas atitudes de Bolsonaro, que, com vários colaboradores com resultado positivo, continua nas ruas.
A Câmara fez ontem testes para sessões virtuais. Só tem um probleminha: com 513 deputados, vai ser complicado definir a ordem de uso dos microfones –– e por aí vai.
Obras de fundação de um edifício na região do Park Sul continuavam ontem a pleno vapor.

Coronavírus: Las Vegas usa estacionamento como “abrigo” a céu aberto para moradores de rua QUANTA INDIGNIDADE!

31 DE MARÇO DE 2020, 11H22

Coronavírus: Las Vegas usa estacionamento como “abrigo” a céu aberto para moradores de rua

Autoridades locais fizeram marcas no chão para garantir o distanciamento social entre as pessoas
Reprodução/Las Vegas Review Journal
Com o fechamento de abrigos em razão da pandemia do novo coronavírus, as autoridades de Las Vegas usaram um estacionamento a céu aberto como “abrigo” para moradores de rua. A solução foi bastante criticada nas redes sociais nesta terça-feira (31).
A imagem mostra moradores de rua dormindo no chão do estacionamento em espaços demarcados com tinta branca, de forma a garantir o distanciamento social que a pandemia requer. A administração da cidade alega que essa foi a melhor alternativa diante da atual situação.
PUBLICIDADE
De acordo com o The Guardian, a cidade tinha dois abrigos para acolher os moradores de rua. No entanto, um deles foi fechado após ter um caso confirmado de coronavírus, e o outro estava quase cheio.
Ainda de acordo com o jornal britânico, a falta de moradia é uma crise frequente no sul de Nevada, com pelo menos 6.500 pessoas morando nas ruas.
“Depois de criminalizar os sem-teto este ano, Las Vegas agora está colocando as pessoas em grades de concreto fora da vista”, tuitou Julián Castro, ex-candidato à presidência e prefeito de San Antonio, que atuou como secretário de habitação durante o governo de Barack Obama.
“Existem 150 mil quartos de hotel em Las Vegas sem uso no momento. E a cooperação público-privada para abrigá-los temporariamente lá?”, questionou.

segunda-feira, 30 de março de 2020

Auditoria e suspensão da dívida pública para destinar recursos à calamidade do coronavírus

Auditoria e suspensão da dívida pública para destinar recursos à calamidade do coronavírus

ASSINE !
Vamos pressionar autoridades do Executivo, Legislativo, Judiciário e Ministério Público Federal e exigir:
AUDITORIA E SUSPENSÃO DA DÍVIDA PÚBLICA PARA DESTINAR RECURSOS À CALAMIDADE DO CORONAVÍRUS
A dívida pública tem consumido cerca de R$ 1 trilhão do orçamento federal todo ano, como mostra o gráfico: https://bit.ly/33QQJAT
Diante do quadro de pandemia de coronavírus, reivindicamos que o governo decrete uma completa auditoria da dívida pública, acompanhada da suspensão imediata do pagamento dos juros e encargos, a fim de liberar recursos para investimentos relevantes em áreas essenciais à população, como saúde pública, assistência social, educação e pesquisa etc.
OS BANCOS, ESPECULADORES E GRANDES RENTISTAS PODEM ESPERAR, MAS A POPULAÇÃO QUE VIVE DE SALÁRIO OU QUE SEQUER POSSUI ALGUMA RENDA (INFORMAIS E DESEMPREGADOS) NÃO! ESSES CORREM RISCO DE VIDA! E SUSPENDER A RENDA DELES IRÁ COLAPSAR AINDA MAIS A ECONOMIA!
O governo federal não precisa cortar salários ou avançar contrarreformas que cortam mais direitos ainda da população, pois possui cerca de R$ 4 trilhões em caixa (mais de R$ 1,3 trilhão na Conta Única do Tesouro Nacional; cerca de R$ 1 trilhão no Banco Central, remunerando a sobra de caixa dos bancos, e mais de R$1,7 trilhão em reservas internacionais), mas toda essa montanha de dinheiro está à disposição dos gastos financeiros com a chamada dívida pública.
A dívida pública nunca foi auditada integralmente, como manda a Constituição Federal (Art. 26 do ADCT) e já foram comprovadas diversas ilegalidades e ilegitimidades, como a utilização de mais de R$ 1 trilhão de títulos dessa dívida para remunerar a sobra de caixa dos bancos; dezenas de bilhões de reais em títulos para cobrir prejuízos escandalosos com swap cambial; juros sobre juros, pagos com novos títulos, afrontando o art. 167, III, da Constituição, entre outros.
Apesar de todas essas irregularidades, o gasto com a dívida pública tem sido o mais privilegiado de todos: além de consumir a maior fatia do orçamento e ter mais de R$ 4 trilhões reservados só para seus gastos, a Emenda Constitucional 95/2016 (conhecida como a emenda do Teto de Gastos) estabeleceu teto para todos os gastos com a manutenção do Estado e gastos sociais, deixando fora do teto, sem controle ou limite algum, os gastos financeiros com a dívida! Além disso, os recursos advindos das privatizações de patrimônio público têm sido historicamente direcionados para o pagamento dessa chamada dívida pública; as contrarreformas, em especial a da Previdência, também foram justificadas pela necessidade de
sobrar mais recursos para a dívida; assim como o dispositivo da DRU (desvinculação de receitas da União) que tirou durante anos 20% e depois
até 30% dos recursos da Seguridade Social, que inclui as áreas da Saúde e,
por sua vez o SUS, a Assistência Social e a Previdência, as quais necessitam
urgentemente de atenção nesse momento de calamidade. Basta de privilégio para essa chamada dívida!
Os bancos são os únicos que seguem batendo recordes de lucros a cada trimestre, enquanto toda a economia brasileira enfrenta, desde 2015, queda e estagnação do PIB; quebra de empresas de todos os ramos, desemprego recorde etc. Isso é explicado pelo funcionamento dos diversos mecanismos financeiros que têm gerado dívida pública, ao mesmo tempo em que os recursos são transferidos aos bancos, a exemplo da remuneração de sua sobra de caixa (https://bit.ly/2JiGOuw É inaceitável o fato de que enquanto medidas são apresentadas para cortar o salário de trabalhadores e sacrificar ainda mais quem produz e sustenta a economia, nos últimos dias o Banco Central anunciou pacote estimado em R$1,2 trilhão para socorrer os bancos!
É urgente pressionar as autoridades para:
1. Priorizar o que deve ser priorizado: A VIDA DAS PESSOAS!
2. Instalar imediatamente uma completa auditoria da dívida pública, com participação social e, ao mesmo tempo, suspender os pagamentos dos
gastos financeiros com o Sistema da Dívida, para destinar os recursos prioritariamente para socorrer a grave pandemia do coronavírus!
Acessem a Carta Aberta (https://bit.ly/2UiWPXF) e demais materiais da
Auditoria Cidadã da Dívida (www.auditoriacidada.org.br )
Brasília, 26 de março de 2020
Maria Lucia Fattorelli
Coordenadora Nacional da Auditoria Cidadã da Dívida