Até onde pode levar o medo?
Vocês já viram um rato acuado em um canto? Quando ele
sente que está cercado e sob ameaça levanta-se sobre as patas traseiras e
arregaça os dentes, pronto para atacar. E não por acaso falei em rato...
Há poucos dias escrevi um pequeno artigo dizendo que
havia “batido paúra no governo” e falei que o desespero já havia tomado conta
do demente que mora no Palácio do Planalto. E disse que “a paúra já tinha
atingido o ex-capitão demente desde a declaração de inocência do Lula e o brilhante
discurso pronunciando no Sindicato onde ele nasceu”.
Mas seu pavor não parou de crescer, principalmente
agora que percebeu que não é mais o único ator político no cenário, não pode
continuar falando suas besteiras para o gado que o segue e que há um risco evidente
de perda do apoio da elite que o sustentou. E ele tem medo.
Temendo as próximas eleições, em 2022, ele já inicia
com seus ataques sem limites e sem qualquer amparo legal. Voltou a defender o
voto impresso durante transmissão ao vivo realizada na quinta-feira (06). E
resolveu agredir o ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal.
Totalmente desequilibrado, agride sem pensar. Na
sequência ele reclamou da CPI do Genocídio e atacou o relator, senador Renan
Calheiros: “Frase não mata ninguém. Vamos investigar o seu filho governador?”.
Mas a pior parte do seu discurso, onde ele demonstra
todo o medo e o que pode fazer se acuado, falou abertamente da existência de um
gabinete digital que atua em seu favor — conhecido como “gabinete do ódio”. E
citou nominalmente os três responsáveis pela manutenção daquele vergonhoso serviço:
o filho 02, “Carluxo”, e os servidores do Palácio do Planalto Tercio Arnaud e
Mateus Sales Gomes.
Vereador do Rio pelo Republicanos, o 02 comanda a estratégia
de comunicação do pai desde a campanha eleitoral de 2018. Depois que o demente assumiu
a Presidência da República, o grupo ficou responsável pela comunicação no
governo nas redes sociais, marcada por ataques a opositores do governo e a
membros da imprensa.
Eles estão acima da lei? O Ministério da Economia publicou uma portaria que
altera a regra salarial para algumas categorias do funcionalismo público, de
acordo com matéria publicada pelo jornal Correio Braziliense. A norma beneficia
o presidente da República, ministros, servidores civis aposentados e militares
da reserva, que ocupem cargos comissionados ou eletivos, e recebam vencimentos
acima do teto constitucional. Atualmente, o teto é de R$ 39,2 mil, valor do
salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Antes da regra, somente casos específicos podiam
acumular cargos públicos com remunerações calculadas separadamente, o caso de professores
e profissionais da saúde. O novo entendimento abre espaço para a inclusão de
servidores civis aposentados e militares da reserva que ocupem cargos
comissionados ou eletivos.
O jornal destaca que as mudanças favorecem, além do
chefe do Executivo, ministros como Luiz Eduardo Ramos, da Casa Civil, e Braga
Netto, da Defesa. A Portaria 4.975 foi publicada na última sexta-feira (29).
16,2 milhões de brasileiros sem renda! Entre quem ganha até um salário mínimo, o percentual
dos que ficaram sem rendimento do trabalho é de 29%
A pandemia de Covid-19 e a política desastrosa de um
ex-capitão levaram cerca de 16,2 milhões de brasileiros a ficarem sem nenhuma
renda. É o que aponta a pesquisa “Os brasileiros, a pandemia e o consumo”,
encomendada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) ao Instituto FSB
Pesquisa. De acordo com o levantamento, o número de trabalhadores que tiveram a
renda zerada corresponde a 14% dos empregados do País (com ou sem carteira
assinada).
Quem mais sofreu esse impacto foram os trabalhadores de
baixa renda. Entre quem ganha até um salário mínimo, o percentual dos que
ficaram sem rendimento do trabalho é de 29%. O índice é sensivelmente menor
entre quem ganha de um a dois mínimos (11%), de dois a cinco salários (5%) e
mais de cinco mínimos (1%).
Os números mostram a importância do auxílio emergencial,
idealizado pela oposição e pelos movimentos sindical e social. Quando foi
instituído em 2021, no valor-base de R$ 600, o benefício se voltava justamente
a esses trabalhadores – sobretudo os desempregados e informais.
Pode melhorar? A taxa de desemprego surpreendeu o mercado no mês de
fevereiro ao avançar de 14,2% para apenas 14,4%, ante expectativa mediana de
14,6% exatamente como projetava a Ativa Investimentos. Étore Sanchez,
economista-chefe da empresa, explica que a surpresa acabou ficando concentrada
na força de trabalho que não subiu conforme o esperado, com relativa estabilidade
ao redor de 100,3mi de pessoas.
“O resultado marginalmente positivo não afetou a
perspectiva de que o desemprego deverá continuar avançando ao longo deste ano
por uma ‘revelação’ estatística, uma vez que ainda temos desvios da força de
trabalho por conta da pandemia”.
O economista diz que a melhor avaliação que a Pnad
fornece pode ser observada através da subutilização da mão de obra que voltou a
subir nesse mês atingindo 29,2% no trimestre findado em fevereiro deste ano,
vindo de 29% no trimestre que acabou em janeiro. Em outras palavras, apesar de
o Caged mostrar vigor no mercado formal de trabalho, a situação do emprego
geral ainda é muito frágil e pouco otimista.
A taxa de desemprego no segundo trimestre de 2021 pode
atingir o pior nível desde o início da série mensal da PNAD em 2012, próximo a
16,0%.”
Famílias mais endividadas. O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio
Vargas (Ibre-FGV) divulgou recentemente sondagem que aponta que uma em cada
quatro famílias brasileiras tem alguém com dívidas em atraso.
De acordo com o estudo, mais da metade dos endividados
afirmam que o problema está relacionado à pandemia, principalmente por causa da
perda de emprego ou redução de salário. Ainda segundo a pesquisa, 26% dos
entrevistados vivem em lares em que há pelo menos uma pessoa com dívida. Esse
percentual sobe para 44% para famílias com renda de até R$ 2.100, especialmente
após o fim do pagamento do auxílio emergencial do governo no ano passado.
Ricardo Summa, professor do Instituto de Economia da UFRJ,
avaliou as implicações econômicas da questão levantada pela pesquisa. Ele
afirmou que não viu nenhum estudo que tivesse uma mensuração bem sistemática
sobre esse efeito da inadimplência como também do endividamento das famílias.
“Mas, com certeza, no momento em que uma parte da renda
que as famílias tinham era decorrente das transferências dos R$ 600 do auxílio
emergencial, na medida em que há uma diminuição depois uma parada dessas
transferências, é de se esperar que a renda das famílias diminua, não só pelo
feito direto com uma redução considerável da renda, mas também nos efeitos
indiretos que isso gera”, começou avaliando o especialista.
Considerando que o auxílio emergencial do governo
ajudaria a mitigar o problema do endividamento das famílias, Summa esclareceu
que seu valor deveria ser fruto de um estudo muito mais detalhado, com uma
certa previsibilidade de quanto tempo vai durar a pandemia.
“Então é muito difícil dizer o que seria um valor justo
e necessário e por quanto tempo. Mas acho que temos que ver o que deu certo em
termos de crescimento, [que foi] uma leve retomada no nível mais baixo do PIB e
da renda ali no segundo trimestre de 2020. Me parece que esse valor de R$ 600
foi o que deu um impacto bem considerável e ajudou a manter a economia funcionando,
ajudou a manter os índices de pobreza no nível que estavam para que não
aumentassem tanto nesse período”, avaliou.
Um governo de ódio! O demente não tem apenas um “gabinete do ódio” que faz
a sua propaganda. Na verdade, ele está também, cercado de ódio, de pessoas que
odeiam o pobre e o trabalhador mais humilde.
Os 25 mortos durante a operação policial de
quinta-feira (06) no Jacarezinho, no Rio de Janeiro, ainda não foram
identificados – mas o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou na sexta-feira (07)
que eram “todos bandidos”.
Além de 24 civis, um policial civil foi morto. No metrô
do Rio de Janeiro, onde aconteceu uma troca de tiros durante a operação, dois
passageiros acabaram feridos.
A declaração de Mourão foi feita a repórteres na
chegada do vice-presidente ao Palácio do Planalto: “Tudo bandido. Entra um
policial numa operação normal e leva um tiro na cabeça em cima de uma laje.
Lamentavelmente essas quadrilhas do narcotráfico são verdadeiras narcoguerrilhas,
têm controle sobre determinadas áreas”, disse o vice-presidente.
A operação no Jacarezinho aconteceu contrariando uma
determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), que decretou que, durante a
pandemia, ações em comunidades precisam ser comunicadas ao STF. A decisão
permite ações apenas em “hipóteses absolutamente excepcionais”.
E as milícias crescem, agora com o setor
imobiliário! Um relatório recente de
acadêmicos de duas universidades brasileiras indica que os grupos de vigilantes
que simpatizam com as políticas do presidente insano são um estado dentro de um
estado. Seu poder econômico está baseado na apropriação de terrenos e moradias.
Eles também controlam a coleta de água, luz, gás, televisão a cabo e transporte.
O Brasil é um coquetel explosivo, mas não apenas pela
falta de controle sanitário. Milhares de partidários do ex-capitão saíram às
ruas no dia 1º de maio gritando “Eu autorizo” e deram ao presidente rédea solta
para convocar as Forças Armadas com o objetivo de impor a livre circulação da
população. Essa proclamada liberdade de movimento contra o bloqueio que vários
governadores decretaram é a mesma que permitiu que o vírus se propagasse,
infectasse quase 15 milhões de brasileiros e superasse a barreira dos 400 mil mortos.
Mas se a saída dos militares de seus quartéis é uma ameaça potencial de
autogolpe, as milícias de extrema direita que estão em sintonia com as ideias
do chefe de Estado são uma realidade. E uma realidade crescente, como a descrita
em uma pesquisa recente intitulada “A expansão das milícias no Rio de Janeiro”
realizada pelo Grupo de Estudos de Novas Ilegalidades (GENI) da Universidade
Federal Fluminense e Observatório das Metrópoles da Universidade Federal do Rio
de Janeiro.
O trabalho publicado em janeiro passado indica que “nas
últimas décadas, o poder armado das chamadas 'milícias' sobre territórios,
populações e mercados vem se expandindo na cidade do Rio de Janeiro e na região
metropolitana”.
O terror não tem limites! Ao ouvir o ruído do avião, André, 7 anos, correu para
fora de casa vibrando de alegria. Estava curioso porque nunca tinha visto uma
aeronave de perto e aquela sobrevoava baixo o suficiente para enxergar o piloto
dentro. Correndo atrás do avião, sentiu gotículas caírem sobre o seu corpo. E
então a sua alegria acabou. André começou a sentir muita coceira, tão
persistente que não conseguiu dormir à noite. A pele amanheceu seca, com
caroços. Manchas vermelhas se abriram em feridas e partes da pele ficou – e ainda
está – em carne viva. Em vídeo enviado por sua mãe, é possível ver feridas
abertas na sua cabeça, nas mãos, nos pés e nas pernas.
André foi banhado por agrotóxicos em 22 abril, terceiro
dia em que uma aeronave agrícola sobrevoou a comunidade rural do Araçá, município
de Buriti, no Maranhão. Ao ver a cena, Edimilson Silva de Lima, presidente da
associação de moradores, pensou que um desastre estava em curso. Dos 80
moradores, ele contou ao menos oito que relataram sintomas de intoxicação como
coceiras, febre e manchas no corpo, mas é possível mais gente tenha se
intoxicado.
A comunidade suspeita que o responsável pela
contratação do avião é um produtor de soja que tem histórico de conflitos com
essa e outras comunidades da região, Gabriel Introvini. Segundo Diogo Cabral,
advogado da Sociedade Maranhense de Direitos Humanos, o avião vinha de uma terra
alugada por Introvini. Diversas denúncias feitas pelas comunidades e até uma
operação da polícia apontam ele e seu filho, André Introvini, como responsáveis
por desmatamento ilegal do cerrado, roubo de terras e tentativas de expulsar os
moradores locais.
O que acontece na Colômbia (1). A Colômbia é um regime em guerra permanente contra sua
população desde o início do século XIX. Isso começou assim que o venezuelano
Simón Bolívar deixou o poder em Bogotá, vendo-se traído e prestes a ser
assassinado. Ele havia dado liberdade à Colômbia, entre outras terras, lutando
ao lado de suas tropas de bravos esfarrapados, quase todos venezuelanos, até
expulsar os espanhóis.
Antes de qualquer outro estado da América Latina, a
direção política e a Igreja Católica começaram a instituir leis repressivas
para perseguir o “comunismo”.
A Colômbia é o maior produtor e exportador mundial de
cocaína, apesar de ter sido invadida por tropas estadunidenses que chegaram com
o pretexto de combatê-la. Enquanto os EUA são o principal consumidor, seus
bancos ficam com 95% dos lucros daquele negócio bilionário e parte do dinheiro
das drogas é usado para financiar operações ilegais da CIA pelo mundo.
Ao contrário do que a imprensa mundial tenta sustentar,
a principal razão dos levantes populares que estão acontecendo não é a proposta
de reforma tributária do governo. Essa foi apenas a “gota d’água”, a verdadeira
razão é a miséria em que foi jogado o povo e a repressão sem limites do
governo. Esses milhões de pobres, em um país imensamente rico, não suportam
mais ter que escolher entre muito pouco ou nada. Não há mais o que perder!
O que acontece na Colômbia (2). Desde o dia 28 de abril, grandes ações aconteceram no
marco de uma greve cívica nacional promovida pelas centrais operárias e outras
organizações populares, que são acompanhadas por importantes lideranças da
Oposição democrática.
A apresentação e arquivamento de uma reforma tributária
abusiva pelo Ministro Carrasquilla para estabelecer novos impostos com graves
implicações sociais para os trabalhadores, os desempregados e as classes médias
apenas precipitaram um surto social de grandes proporções em condições em que a
população sofre as consequências da pior crise de saúde na história nacional.
Quando milhões de seres humanos passam fome e
desemprego, a criminosa burocracia governamental desenhou um novo regime
tributário para extrair mais de 25 trilhões de pesos dos bolsos miseráveis dos setores sociais excluídos.
Cali, Bogotá, Pereira, Popayán, Pasto e outros
importantes centros urbanos do país têm sido palco de duras batalhas contra a
ação desavergonhada e vulgar do regime uribista atormentado pela corrupção,
morte e violação sistemática dos direitos humanos.
A resposta oficial foi o massacre, assassinato e
desaparecimento de centenas de líderes sociais. Cali foi especialmente punida
pelas tropas governamentais assassinas. Mas a Colômbia está de pé contra o
neoliberalismo e o fascismo!
O que acontece na Colômbia (3). O Alto Secretariado para Direitos Humanos da ONU condenou
na terça-feira (04) a morte de manifestantes na Colômbia e se disse preocupado
com a crescente violência policial no país.
Segundo a porta-voz do órgão, Marta Hurtado, o
escritório da ONU na Colômbia “está trabalhando para verificar o número exato
de vítimas e as circunstâncias desses eventos terríveis”.
Segundo a Human Rights International, um massacre
perpetrado pela polícia ocorreu no bairro popular de Siloé, em Cali. A ONG
investiga as mortes de 6 pessoas, entre elas um menino de 11 anos, além de 18
feridos, incluindo uma criança de 7 anos.
Diversas regiões protagonizaram episódios de repressão
policial na noite de segunda-feira, mas em Cali, relatos de manifestantes e de
organismos de direitos humanos apontam para um uso desmedido da força policial.
Dados do Comitê Nacional de Greve da Colômbia indicam
que a repressão das forças de segurança às manifestações contra a reforma
tributária deixou um saldo, até agora, de 27 mortos e 124 feridos.
Em um balanço que inclui o período de 28 de abril a 2
de maio, a entidade informou que foram registrados 1.089 casos de violência
policial e 27 manifestantes assassinados - 12 deles só em Cali, capital do departamento
de Valle del Cauca, no sudoeste do país.
Os dirigentes da greve asseguraram que, apesar de o
presidente Iván Duque ter retirado o polêmico projeto de reforma tributária, as
medidas de protesto continuarão contra a militarização das cidades.
Eles vão se apossando de tudo! A subsidiária panamenha da AES Corp. dos EUA poderia
monopolizar 80% da geração de eletricidade do país se lhe fosse concedida uma
licença para uma nova usina, segundo notícia que recebemos na segunda-feira (03).
O jornal La Prensa advertiu que se o governo aceitasse
a transferência para o empório energético da licença para construir uma usina
termoelétrica de 670 Megawatts (MW) à base de gás liquefeito, atualmente detida
pela empresa NG Power, a AES Panamá atingiria 1.900 MW de capacidade. A negociação
está avançando apesar do fato de vários atores advertirem sobre o risco de um
único agente ter controle da geração de eletricidade, incluindo Juan Antonio
Brenes, da Câmara Panamenha de Geradores de Eletricidade, que advertiu que ‘é
algo que deve ser estudado com muito cuidado antes de ser aprovado’, de acordo
com a mídia.
Ele lembrou que o regulador estatal, a Autoridade
Nacional de Serviços Públicos (ASEP), pode intervir caso haja uma possível
posição dominante no mercado que afete outras empresas, pois não está claro
entre os empresários se a licença da NG Power expirou, o que desqualificaria a
operação.
Escolher entre o povo e os exploradores. O segundo turno eleitoral no Peru reflete nas
pesquisas o conflito de classes em um nível raramente visto antes. Pelo que
temos lido nos jornais de lá, as elites estão dispostas a mover todas as suas
peças para evitar que o povo peruano levante a cabeça.
Historicamente, a elite peruana tem sido extremamente
conservadora. Podemos ver isso em momentos diferentes. À medida que as
correntes liberais avançavam em toda a América Latina, a elite peruana resistia
a deixar de ser uma colônia até que não tivesse escolha a não ser se estabelecer.
Mesmo assim, muitas dinâmicas sociais, culturais, econômicas e políticas continuaram
a ser tratadas a partir dos moldes coloniais.
Os cidadãos há muito não confiam na mídia. E não é por
menos: a cobertura que costumam dar a certas notícias, a lavagem da cara de
políticos que são semelhantes a eles (e a metralhadora contra os que não o
são), os silêncios em momentos-chave ...
E a situação do Peru lembra um pouco o que aconteceu no
Brasil. Tem um professor, agora de escola rural, prestes a chegar à
presidência, vencendo o candidato dos ricos pelas reivindicações dos abaixo, é
uma esperança. Há uma elite que se acreditava intocável e que hoje, embora a
ameaça não seja total, vê com medo a única possibilidade de que levantem a
cabeça aqueles que viu como servos por 200 anos.
Armas ou comida? Hoje o nosso informativo retoma uma discussão que
consideramos de mais alto interesse e que sempre voltará a ser comentado. Guerras
e fome, armas ou comida?
Desde a Segunda Guerra Mundial nosso planeta não vê uma
queda tão grande no PIB das nações como a que ocorreu em 2020 e perdura por
2021. A economia mundial corre sério risco vendo milhões de empregos serem
destroçados; falências de empresas e negócios; gastos enormes para cuidar da
saúde dos infectados (mas não no nosso país); queda do comércio e proliferação
da miséria e da pobreza em grande parte da população, especialmente nos países
em desenvolvimento.
O Instituto Internacional de Finanças (IIF na sigla em
inglês) em relatório recente indicou que a dívida de famílias, empresas, bancos
e governos em todo o planeta era de 272 trilhões de dólares no final do terceiro
trimestre de 2020 e no final do ano, atingiu um recorde histórico de US $ 277
trilhões, representando 365% do PIB mundial.
Mas, apesar desse grande problema, os gastos militares
continuaram aumentando, pois, segundo o Instituto Internacional de Pesquisas
para a Paz de Estocolmo (CEPRI), a crise gerada pela pandemia não impediu que o
capital colocado na defesa continuasse a subir.
Pelo quinto ano consecutivo, afirma, subiu para 1,98
trilhão de dólares, 74 bilhões a mais do que em 2019, ou seja, 2,6% ano a ano,
enquanto o PIB mundial caiu 4,4%. O fato de os gastos militares aumentarem em
um ano de recessão econômica significa que a proporção desse tipo de
investimento no PIB total também cresceu.
Segundo o CEPRI, apenas cinco países respondem por 62%
dos gastos militares: os Estados Unidos subiram de 4,4% em 2020 para 778
bilhões de dólares, ou seja, 39% do total; China 1,9% no ano para 252 bilhões;
Índia, 2,1% para 72 bilhões; Rússia 2,5% a 61,7 bilhões; Reino Unido, 2,9%, ou
seja, 59,2 bilhões.
E vamos comparar esses números com outros dados, como o
do Banco Mundial, onde indica que em 2020 entre 88 milhões e 115 milhões a mais
de pessoas caíram na pobreza extrema, de modo que o número de pessoas que
sobrevivem com apenas US $ 1,98 por dia aumentou entre 703 milhões e 729
milhões. A taxa de pobreza extrema ficaria entre 9,1 e 9,4%, o que equivale a
um recuo de três anos, já que voltou aos níveis registrados em 2017.
No Dia do Trabalhador, borracha nele! No Brasil vimos as ridículas cenas do gado seguidor do
insano pedindo ditadura. Mas, em outros países vimos as polícias e até forças
militares “descendo a borracha” nos trabalhadores que saíram para protestar
pela situação em que se encontram.
Os protestos pelo Dia do Trabalhador, comemorado no
sábado (01/05), foram marcados por grande afluência e, também, pela violência
policial contra os manifestantes, em especial na França, na Itália e na Turquia.
Em Paris, a polícia disparou gás lacrimogêneo contra sindicalistas
que tomaram as ruas da capital. De acordo com os policiais, dez pessoas foram
presas antes mesmo do início da manifestação e, no total, pelo menos 34
manifestantes foram detidos. Os coletes amarelos, grupo que protesta há cerca
de dois anos na França, se juntaram ao protesto.
A polícia de Lyon também entrou em confronto com os
manifestantes depois que muitos sindicatos e ativistas tentaram marchar pela
cidade. A prefeitura afirmou que a polícia teve que intervir para dispersar
"um grupo de 200 pessoas" à frente da marcha que "usou morteiros"
contra os agentes. Segundo informações, cinco pessoas foram presas.
Na Itália não ficou por menos. Em Turim, também houve
confrontos entre a polícia antidistúrbios e manifestantes. Os agentes
intervieram para impedir que a manifestação chegasse ao prédio da prefeitura,
onde ocorriam atos oficiais por ocasião do Dia Internacional do Trabalhador.
Mais de 1.000 pessoas com bandeiras vermelhas e faixas
se reuniram na cidade, segundo a agência de notícias italiana ANSA. Diferentes
marchas percorreram as ruas e se reuniram em uma praça ao lado da Prefeitura.
Os manifestantes também fizeram uma guilhotina improvisada com uma imagem do
rosto do primeiro-ministro Mario Draghi. E a tensão aumentou quando os
manifestantes tentaram quebrar o cordão de isolamento e a polícia forçou a
multidão a se afastar do prédio da Prefeitura.
Na Turquia, a polícia disparou gás lacrimogêneo e
prendeu dezenas de manifestantes que marchavam em direção à praça Taksim, em
Istambul. Pelo menos 100 pessoas foram presas durante a manifestação.
Na Espanha, aproximadamente 100 mil espanhóis saíram às
ruas em diversos protestos por todo o país. A maior manifestação foi organizada
pelos dois sindicatos mais importantes do país - Comissões de Trabalhadores
(CCOO) e União Geral dos Trabalhadores (UGT) - em Madri, capital espanhola.
As lideranças sindicais exigiram o reforço da vacinação
contra a covid-19 e a garantia de doses para todos, assim como o aumento do apoio
financeiro aos idosos e necessitados. Os manifestantes também conclamaram os
partidos de esquerda a votarem nas eleições regionais de 4 de maio.
Terrorismo contra o povo palestino. Na segunda-feira (03) um grupo de colonos israelenses
atirou pedras em várias casas de colonos palestinos no vilarejo de Qusra, ao
sul da cidade ocupada de Nablus, no norte da Cisjordânia. Na terça-feira um site
palestino denunciou que colonos israelenses atearam fogo em terras palestinas
no vilarejo de Buirin, em Nablus, no contexto de uma série de ataques
israelenses ao povo palestino.
De acordo com o testemunho de Ghassan Daghlas, que
monitora as atividades dos assentamentos coloniais israelenses no norte da
Cisjordânia, os moradores conseguiram se defender da agressão.
Ele acrescentou que no distrito de Nablus, soldados
israelenses reprimiram os palestinos e prenderam 11 pessoas.
Lá, os colonos israelenses também invadiram as terras
dos habitantes locais e as incendiaram.
Nesse contexto, a agência de notícias palestina WAFA
informou que as forças de ocupação israelenses demoliram duas estruturas na terça-feira
e apreenderam terras no distrito de Belém, no sul.
Pedir uma ação do governo terrorista não
funciona. Policiais israelenses e
cidadãos palestinos se enfrentam nas ruas por possível expulsão de famílias
palestinas de suas casas. Países europeus se unem pedindo a interrupção da
expansão de assentamentos israelenses, mesmo sabendo que é perda de tempo.
Na quinta-feira (06), França, Alemanha, Itália, Espanha
e Reino Unido instaram Israel a interromper a construção de assentamentos na
Cisjordânia ocupada, de acordo com a Reuters.
“Pedimos ao governo de Israel a reverter sua decisão de
avançar na construção de 540 unidades de assentamento na área Har Homa da
Cisjordânia ocupada, e a cessar sua política de expansão de assentamentos nos
territórios palestinos ocupados”, disseram as nações europeias em comunicado
conjunto citado pela mídia.
De acordo com o comunicado conjunto entre os países, se
implementada, a decisão de promover assentamentos em Har Homa, “causará mais danos
às perspectivas de um Estado palestino viável”.
EUA enviam mais bombardeiros e caças ao
Oriente Médio. As tropas
estadunidenses devem deixar o território afegão até o próximo dia 11 de
setembro, data que marcará 20 anos dos atentados do World Trade Center, que
impulsionaram a entrada dos EUA em guerras no Oriente Médio e na Ásia Central.
O Pentágono aumentou seus recursos militares no Oriente
Médio, a fim de fortalecer a segurança da retirada do Afeganistão das forças da
coalizão da OTAN, de acordo com reportagem da CNBC.
Nesta semana, dois bombardeiros estratégicos B-52
chegaram à Base Aérea de Al Udeid, no Qatar, elevando para seis a quantidade de
aeronaves para responder a um possível ataque do Talibã (organização terrorista
proibida na Rússia e em vários outros países). A implantação de um grupo de
porta-aviões da Marinha na região e de uma dezena de caças F-18 também foi
estendida.
O plano de Washington é retirar todo o pessoal, que
atualmente soma 2.500 pessoas, até 11 de setembro deste ano, quando completará
20 anos dos atentados de 11 de setembro, que impulsionaram a entrada estadunidense
em longas guerras no Oriente Médio e na Ásia Central.
O cronograma de retirada de Biden rompe com um prazo
negociado no ano passado pela administração Trump com o Talibã. De acordo com
esse acordo, todas as forças estrangeiras teriam que deixar o Afeganistão até
1º de maio.
Desde a decisão de Biden de sair do país, os EUA
removeram o equivalente a aproximadamente 60 cargueiros C-17 Globemaster do
Afeganistão, de acordo com uma atualização do Comando Central. Mais de 1.300
equipamentos, que não serão deixados para os militares afegãos, também foram
entregues à Agência de Logística de Defesa para destruição.
Foi outra derrota, sim! Será
que o povo estadunidense não se cansa de levar surras em toda parte do planeta?
A retirada dos “bravos” soldados estadunidenses do solo afegão é mais uma
derrota militar dos EUA, já que por 20 anos Washington não conseguiu
estabilizar a situação no país, afirma analista militar.
Anteriormente, o canal de televisão afegão Tolo News
informou que os EUA e o Talibã (organização terrorista proibida na Rússia e em
vários outros países) estão discutindo a possibilidade de efetuar a retirada
militar do Afeganistão até o início de julho.
Segundo a publicação, se os lados chegarem a acordo
neste assunto, o Talibã voltará às negociações, participará da conferência
sobre o Afeganistão na Turquia e reduzirá o nível de sua violência.
O especialista militar russo Konstantin Sivkov afirmou,
em entrevista ao site Sputnik: “A retirada de tropas dos EUA do Afeganistão
demonstra apenas uma coisa – a derrota militar de Washington neste país. Eles
não conseguiram nada lá”.
“Claro que, após sua saída, irromperá uma guerra civil
entre o Talibã e o grupo pró-estadunidense no poder em Cabul, mas a ausência de
influência de uma terceira força poderosa, que esteve lá todos estes anos, dá
esperança de que os afegãos resolvam isso entre si e sejam capazes de chegar a
algum tipo de consenso”, disse o especialista.
Ele notou que, depois da retirada das tropas, a
situação pode evoluir segundo vários cenários, no entanto, de acordo com sua
opinião, nem os talibãs nem as atuais autoridades em Cabul conseguirão alcançar
uma vitória definitiva nessa confrontação, por isso, inevitavelmente eles terão
que chegar a um consenso.
Na semana passada, a Casa Branca declarou o início de
retirada das tropas do Afeganistão, enfatizando que a saída deve terminar antes
de 11 de setembro de 2021.
Mais tiroteio nas terras do Tio Sam. Pelo
menos três pessoas morreram e uma ficou gravemente ferida em um tiroteio no
sábado em um cassino na cidade de Green Bay, Wisconsin, Estados Unidos.
De acordo com o tenente do xerife do condado de Brown,
Kevin Pawlak, os investigadores acreditam que o agressor estava procurando por
uma pessoa específica.
“Ele tinha como alvo uma vítima específica que não
estava lá, mas aparentemente ele decidiu atirar em alguns dos amigos ou colegas
de trabalho da vítima”, disse Pawlak.