quarta-feira, 25 de março de 2020

Bolsonaro finge que não sabe...

Quarta-feira, 25 de março de 2020
Bolsonaro finge que não sabe...

Jair Bolsonaro sabe da gravidade da epidemia do novo coronavírus. O Intercept teve acesso aos relatórios da Abin, a agência de inteligência do governo federal, que deixam claro o impacto da doença no Brasil. O mais recente deles projeta que 5.571 brasileiros deverão morrer por covid-19 até 6 de abril – ou seja, em duas semanas.
Os informes sigilosos foram enviados também a agentes de governos estaduais. Os relatórios deixam ainda mais evidente o desprezo do presidente da República pela população: mesmo informado sobre quantas pessoas podem morrer, Bolsonaro segue fazendo pouco caso da emergência. 
Editor Contribuinte Sênior

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Mandetta diz que quarentena foi ‘precipitada’ e que proposta de Bolsonaro será estudada

Mandetta diz que quarentena foi ‘precipitada’ e que proposta de Bolsonaro será estudada

Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta
247 - O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, baixou o tom em relação à rigidez do isolamento social em coletiva de imprensa feita na tarde desta quarta-feira 25, um dia depois do pronunciamento de Jair Bolsonaro em rede nacional, no qual minimizou a gravidade da pandemia de coronavírus.
Mandetta disse que a proposta de Bolsonaro - de fazer o isolamento vertical, e não horizontal, ou seja, apenas do grupo de risco da Covid-19 - será considerada para estudo. Ele também fez críticas à quarentena adotada por decisão de alguns governadores.
“A gente tem que melhorar esse negócio de quarentena, ficou muito desarrumado, não ficou bom, foi muito precipitado. Ficou um negócio de ‘entramos e não sabemos como saímos’”, disse. “Vamos nos unir, tá tudo bem”, acrescentou, citando os governadores, que estão batendo de frente com o presidente em relação às medidas.
“O presidente fez um apelo e nós vamos, sim, olhar. Tem duas maneiras de se fazer quarentena. Isso tudo vai ser estudado”, completou Mandetta. 
Rumores davam conta de que o ministro da Saúde poderia ser demitido do governo, uma vez que o pronunciamento de Bolsonaro ia contra suas recomendações. Ele negou, mas indicou nesta coletiva uma mudança de rumo nas orientações.