sexta-feira, 29 de outubro de 2021

REFLEXÕES DE UM CANDIDATO A VICE-PRESIDENTE DA OAB/DF ACERCA DO PROTAGONISMO FEMININO REPRESENTANDO POR SUA CHAPA

 REFLEXÕES DE UM CANDIDATO A VICE-PRESIDENTE DA OAB/DF ACERCA DO PROTAGONISMO FEMININO REPRESENTANDO POR SUA CHAPA


Aldemario Araujo Castro
Mestre em Direito
Procurador da Fazenda Nacional
Coordenador-Geral do
Observatório da Transparência e Combate à Corrupção no Distrito Federal
Candidato a Vice-Presidente da OAB/DF pela chapa
NOSSA ORDEM É DEMOCRÁTICA
Brasília, 29 de outubro de 2021

Sou candidato, nas eleições do dia 21 de novembro de 2021, a Vice-Presidente da OAB/DF pela chapa NOSSA ORDEM É DEMOCRÁTICA (número 40). O coletivo de 115 advogadas e advogados inscrito para a disputa eleitoral é liderado pela brilhante advogada Renata Amaral. O termo brilhante pretende retratar uma singular combinação de força e sensibilidade. A chapa/movimento/coletivo entre suas principais marcas pugna pelo protagonismo feminino na direção da seccional distrital da OAB.

As mulheres formam a maioria da advocacia no Brasil e no Distrito Federal, segundo dados do Conselho Federal da Ordem. Esse dado contrasta com a constatação de que nenhuma mulher foi eleita para o cargo de presidente das seccionais estaduais e distrital da OAB no atual triênio de gestão. Ademais, em 90 anos de existência da instituição, somente 10 mulheres foram eleitas presidentes de seccionais.

As eleições de 2021 são as primeiras, no âmbito da OAB, com paridade de gênero e cotas raciais (30%). Infelizmente, a mesma sessão do Conselho  Federal que aprovou essas matérias adiou o debate sobre as eleições diretas para o posto de Presidente Nacional da OAB e o financiamento de campanhas. Na ausência de balizas claras e razoáveis, as eleições deste ano contam com chapas que realizam campanhas milionárias. São comitês amplos e vistosos, cafés, almoços e jantares com distribuição gratuita de alimentação e bebidas e grandes estruturas de propaganda dentro e fora das redes sociais na internet. Tudo isso em flagrante contraste com as dificuldades financeiras crescentes, e até dramáticas, de boa parte da advocacia e da sociedade brasileira.

Indaga-se, então, se a paridade de gênero não seria a garantia do protagonismo das mulheres nas gestões da OAB. A resposta é inequivocamente negativa. O protagonismo feminino não decorre imediata e diretamente da paridade, embora esse mecanismo deva ser festejado como um importante passo na caminhada.

O protagonismo feminino é mais, muito mais, que pura e simplesmente assegurar uma quantidade paritária de postos nos espaços decisórios. Mesmo a paridade pode funcionar como uma inusitada forma de consagrar a participação subalterna da mulher. Imagine a chapa que apresenta três homens como candidatos titulares e três mulheres como candidatas suplentes ao Conselho Federal. Temos um caso exatamente assim numa das chapas concorrentes à direção da OAB/DF.

O protagonismo feminino consiste num olhar diferenciado, numa perspectiva e modo peculiar de fazer política e exercitar os espaços institucionalizados de poder. Está, na minha forma de ver a questão, assentado em duas premissas ou bases bem definidas.

A primeira base para o reconhecimento e aceitação do protagonismo feminino reside na constatação de que as mulheres realizam uma trajetória histórica de superações e conquistas. Superações da sufocante hierarquia masculina, da suposta condição de inferioridade, de falsas limitações intelectuais ou físicas e de toda sorte de preconceitos e discriminações. Conquistas de direitos igualitários, de ocupação de espaços sociais, notadamente de exercício de poder, e do universo masculino para partilhar e compartilhar a construção das várias dimensões da vida, em especial no interior da família, independente do contexto da sua formação. Essa dimensão do protagonismo feminino mobiliza uma força e uma energia positiva, construtiva e libertadora. A força masculina, tal como plasmada na sociedade atual, tende a ser reativa, resistente e facilitadora de várias mazelas físicas e simbólicas.

A segunda premissa está relacionada com o seu conteúdo. O protagonismo feminino se alimenta e alimenta as relações sociais de emoções e valores altamente construtivos, positivos e realizadores da dignidade humana. Destacam-se, entre outros, os seguintes traços da ação feminina, dentro e fora da política: a) sensibilidade; b) compreensão; c) tolerância; d) empatia; e) gratidão; f) esperança; g) ética e h) amor (no sentido mais amplo do termo). Merece ser sublinhado que a perspectiva feminina de atuação busca, com muito mais ênfase, as interações humanas com base na cooperação, e não, na competição (tóxica). Uma das consequências mais marcantes do protagonismo feminino é um acolhimento, em patamar claramente superior, de segmentos historicamente discriminados, notadamente os jovens (pela pecha da “falta de experiência”), dos idosos (pela pecha “do peso morto”), das pessoas com deficiência, dos negros e da comunidade LGBTQIA+.

Não custa registrar que esse protagonismo feminino é altamente positivo para as mulheres e para os homens. Em suma, é muito bom para todos. Uma sociedade, especialmente o exercício do poder institucionalizado, fundada na ótica feminina realiza com mais propriedade e intensidade a dignidade da pessoa humana, a liberdade, a justiça social e a solidariedade. Inúmeros governos e organizações sociais  liderados por mulheres pelo mundo afora confirmam essa ponderação.

Dedico essas singelas reflexões a Janice, Carolina, Amanda, Ana Lúcia, Maria do Rosário e Luciana.

TIB Precisamos de aliados agora

 


Sexta-feira, 29 de outubro de 2021
Precisamos de aliados agora

Há sete meses, cuido do fortalecimento e da gestão da comunidade de apoiadores do Intercept. Sou uma das pessoas que mais têm projetos para o TIB em 2022: planejo e articulo lançamento de livros, parcerias, documentários e tudo o que ainda não fizemos e espero poder fazer em um ano tão importante como o que vem aí. Mas, como não aceitamos dinheiro de anunciantes, só poderemos tirar tudo isso do papel se chegarmos fortes ao fim de 2021. Neste momento, sendo bastante prática e direta, isso significa alcançarmos a meta de arrecadação de outubro. E estamos longe dela. 
  
Nos últimos meses, a crise econômica que já vinha forte se agravou muito e o Brasil voltou a ver cenas de miséria profunda: pessoas fazendo fila para comprar carcaças descartadas por frigoríficos e revirando caminhões de lixo em busca de algo para comer. São 19 milhões de brasileiros passando fome e cerca de 14 milhões sem emprego. Em um cenário tão dramático, não surpreende que a cada mês estejamos perdendo muitos assinantes. 

Em meio a tudo isso, o que me inspira é: somente desde agosto o Intercept já recebeu seis indicações em prêmios nacionais e internacionais de jornalismo — incluindo duas no prêmio Vladimir Herzog, o mais importante do Brasil — e venceu em quatro categorias deles (prêmios Abmes, Latam e Herzog). Esse reconhecimento só mostra que o TIB está no caminho certo, trabalhando pesado para responsabilizar os poderosos e combater injustiças. Além de contundente, o jornalismo que fazemos é integralmente democrático, pois está aberto a todos os brasileiros, sem distinção de classe. Mas todo esse trabalho tem um custo alto, e nossa independência nos obriga a buscar outras fontes de arrecadação. É simples: sem você, o trabalho do Intercept não existe.
Se você acredita no nosso trabalho e quer nos ajudar a continuar fazendo jornalismo destemido, venha com a gente.

SE PUDER, CONTRIBUA COM O TIB HOJE → 
Felizmente, outros aliados estão vindo para o nosso lado, mas ainda é muito pouco, considerando a forte debandada que a crise profunda trouxe. Enquanto isso, nosso trabalho diário, assim como tudo no Brasil, se torna a cada dia mais custoso e inflacionado: do aluguel da redação à gasolina, tudo está mais caro.

Faltam 3 dias para o fim de outubro e ainda precisamos de R$ 75 mil. Sim, é muito, mas nós já viramos o jogo em cenários muito piores. Sabemos que com a sua ajuda podemos virar novamente.

Compreendemos as pessoas que nos escrevem dizendo que com a crise não podem mais ajudar. Mas sabemos que muitos de nossos leitores ainda não contribuem. Se você puder apoiar com R$ 25, R$ 20 ou R$ 15, nos ajude a fechar outubro e continuar fazendo um trabalho de impacto reconhecido nacional e internacionalmente.

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Muito obrigada!

Mariana Castro
Diretora de Novos Negócios
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Carta Capital

 

SEXTA-FEIRA, 29 DE OUTUBRO DE 2021
VIOLÊNCIA

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