quinta-feira, 1 de setembro de 2016

As conquistas das mulheres na Revolução Russa

As conquistas das mulheres na Revolução Russa

revolução russa
[Por Sheila Jacob para a agenda 2017 do NPC] Em 2017, celebramos o centenário da Revolução Russa. Esse acontecimento histórico, que marcou o início do século 20, muito tem a nos ensinar e inspirar, principalmente com relação às medidas implementadas para a libertação das mulheres e a igualdade de gênero.
Quanto ao protagonismo das mulheres naquele distante país, basta lembrarmos que, em 23 de fevereiro de 1917 (8 de março no calendário ocidental), tecelãs e costureiras de Petrogrado foram às ruas protestar. Elas exigiam pão e paz em um contexto de miséria e exploração que vitimava trabalhadores e trabalhadoras russos. Esse fato foi considerado o estopim da Revolução de Outubro daquele ano. Por esse motivo, o 8 de março tornou-se o Dia Internacional da Mulher.
Wendy Goldman, em seu livro Mulher, Estado e Revolução (Boitempo/ Iskra, 2014), nos conta que, pouco tempo depois da Revolução, o código da família foi alterado. A visão do novo documento estava baseada em novas relações sociais, sem moralismos. O objetivo era acabar com a opressão sobre as mulheres. Era “romper as algemas” daquelas que estavam condenadas ao espaço doméstico e a se calar enquanto os homens dirigiam as reuniões e os movimentos.
Com a Revolução Russa, portanto, as pautas feministas foram avançando. Foram aprovadas medidas como o direito das mulheres ao divórcio e ao trabalho; a legalização do aborto; a igualdade de salários de homens e mulheres; a licença-maternidade; a substituição do trabalho doméstico por lavanderias, creches e refeitórios públicos; e uma série de outros aspectos.
O papel do Estado, para que homens e mulheres tivessem as mesmas condições e as mesmas oportunidades, era evidente. Também estava claro que só o socialismo poderia resolver as contradições entre trabalho e família e a existência de múltiplas jornadas para mulheres. Lembremos, ainda, que a líder socialista feminista Alexandra Kollontai ocupou um lugar de destaque enquanto dirigente política, tendo sido eleita para o cargo de Comissária do Povo de Assistência Pública.
Essas foram apenas algumas mudanças, que, no entanto, viriam a se perder com o tempo, principalmente na década de 1930, após a ascensão de Stálin. Um exemplo: em 1936, o aborto voltou a ser proibido. Novos desafios se colocaram desde então não apenas às mulheres, mas à própria Revolução.
Ao olharmos para 1917, aprendemos que a construção de uma nova sociedade passa pelo estabelecimento de políticas de igualdade de gênero. Só será possível dizer que o socialismo triunfou e que novas relações humanas são possíveis quando homens e mulheres estiverem em pé de igualdade.

Jovem atingida no olho por estilhaço de bomba da PM durante ato contra Temer em SP perde a visão

Jovem atingida no olho por estilhaço de bomba da PM durante ato contra Temer em SP perde a visão

Estilhaço de uma bomba de efeito moral disparada pela Polícia Militar atingiu óculos da estudante e quebrou a lente, que perfurou seu globo ocular; repressão policial contra manifestantes em São Paulo deixou pelo menos 7 feridos
Um estilhaço de uma bomba de efeito moral disparada ontem (31/08) pela Polícia Militar de São Paulo, durante forte repressão contra um ato que pedia a saída do presidente Michel Temer, atingiu o olho esquerdo de uma manifestante, que perdeu a visão. A estudante universitária Deborah Fabri passou a noite no hospital e já retornou para a casa.
“Oi pessoal estou saindo do hospital agora. Sofri uma lesão e perdi a visão do olho esquerdo, mas estou bem”, publicou em seu perfil no Facebook. A jovem participa do Levante Popular da Juventude.
Segundo o movimento, Deborah estava no cruzamento das ruas Caio Prado e Consolação, na região central da cidade, quando policiais militares lançaram duas bombas de efeito moral em sua direção – uma caiu um pouco à frente e outra atrás da jovem. Um estilhaço atingiu seus óculos e quebrou a lente, que perfurou seu globo ocular. Ela foi socorrida por pessoas próximas do local e levada para o Hospital das Clínicas.
Roberto Seracinskis / Jornalistas Livres

Manifestantes amparam Deborah após seu olho ser atingido por estilhaços de bomba de efeito moral da PM
“Estamos vendo judicialmente como vamos intervir. Queremos um processo contra o Estado de São Paulo e a Polícia Militar, que são os responsáveis por esse dano causado a nossa companheira”, disse uma das integrantes do movimento, Bárbara Ponte. “Ontem o estilhaço atingiu uma companheira nossa, mas poderia ter sido qualquer manifestante. Nossa resposta será com luta.”

'Uma injustiça histórica': o impeachment de Dilma Rousseff na imprensa alemã

'Golpe de Estado' estava anunciado 'há tempos', diz Mujica sobre impeachment de Dilma

'Golpe baixo no Brasil': editorial do jornal espanhol El País condena destituição de Dilma

 
Em nota divulgada na noite de ontem, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) alegou que a repressão começou depois que um grupo de manifestantes incendiou montes de lixo e lançou pedras contra os policiais. Segundo o comunicado, um policial foi ferido e levado para receber atendimento médico. A SSP disse à Agência Brasil que não tem informações sobre a jovem atingida no olho.
Os manifestantes começaram a se concentrar na Avenida Paulista, no vão livre do Masp (Museu de Arte de São Paulo) no início da noite. A passeata seguiu pela Rua da Consolação até que, na altura do cruzamento com a Rua Maria Antonia, a Polícia Militar começou a disparar bombas de gás contra os participantes do ato. A repressão continuou durante a noite, contra manifestantes que se espalharam pelo centro da cidade.
Os fotógrafos Willian Oliveira e Vinicius Gomes foram detidos pela polícia. Vinícius Gomes afirmou que seu equipamento de trabalho foi destruído durante a abordagem policial. Ambos permaneceram detidos até por volta das 5h de hoje. A SSP não informou o motivo das prisões nem se pronunciou sobre o caso.

Publicado originalmente no site da Rede Brasil Atual

Marilena Chaui: Sim, há golpe de Estado

Marilena Chaui: Sim, há golpe de Estado


Na medida em que não há crime de responsabilidade, procedimentos empregados para promover impedimento pertencem à definição de golpe como ardil, manobra desleal, busca indevida de proveitos próprios e uso de injúrias contra Dilma
Espinosa recomenda que, numa investigação, comecemos pelo uso costumeiro das palavras porque, na origem, elas possuem função denotativa, isto é, indicativa de alguma coisa e somente depois adquirem um sentido conotativo, como nas metáforas, metonímias, sinédoques e outras figuras de linguagem. Se aceitarmos essa recomendação, ao empregar a palavra golpe convém buscarmos nos dicionários seu primeiro sentido. O Dicionário da Língua Portuguesa de Laudelino Freire, por exemplo, apresenta: “1. pancada com instrumento cortante ou contundente; 2. ferimento, ferida, brecha feita com instrumento cortante ou contundente; 3. acontecimento funesto inesperado; infortúnio; desgraça; 4. crise; 5. trama”. O Dicionário Houaiss registra os mesmos significados, mas acrescenta: “ato pelo qual uma pessoa, utilizando-se de práticas ardilosas, obtém proveitos indevidos; estratagema, ardil, trama, manobra desleal [...] ataque acintoso por meio de palavras, injúria, insulto”. Entre os inúmeros sentidos figurados, os dicionários registram “golpe de Estado”. Laudelino Freire registra: “1. ato violento a que um governo recorre para sustentar o poder; 2. trama pela qual indivíduos por meios violentos derrubam o governo estabelecido”. E Houaiss: “1. tomada inesperada do poder governamental pela força sem participação do povo; 2. ato pelo qual um governo tenta manter-se no poder pela força, além do tempo devido”. Nessa perspectiva, compreende-se que muitos afirmem, incluindo o PT, que não está havendo um golpe de Estado, pois tudo se passa segundo a legalidade posta pela Constituição, não há uso da força nem mudança do regime (não se passa da democracia para a ditadura).
Examinemos, porém, os procedimentos empregados. Na medida em que não há crime de responsabilidade pública por parte da presidenta agora destituída Dilma Rousseff, os procedimentos empregados para promover seu impedimento pertencem à definição de golpe como trama, ardil, estratagema, manobra desleal, busca indevida de proveitos próprios e uso de palavras acintosas e injuriosas contra a sua pessoa. Em outros termos, a lei está sendo usada para pisotear o direito. Estamos, pois, perante o núcleo da palavra golpe como violência, desgraça, ferida e crise.
Mais importante: examinemos se, de fato, não há mudança de regime.

Agência Efe

Senado brasileiro votou pelo impeachment de Dilma Rousseff
Em primeiro lugar, estamos perante a desinstitucionalização da república. Na medida em que o pilar da forma republicana é a autonomia dos três poderes, vemos que esta se encontra rompida, por um lado, pelo que se denomina “judicialização da política” (em que poder judiciário opera para bloquear o trabalho dos conflitos – trabalho que é o núcleo da democracia), além de interferir diretamente de maneira seletiva e pré-determinada nos dois outros poderes. Por outro lado, é notória a interferência do poder executivo de Temer sobre o poder legislativo para a compra ou barganha de votos do Senado. Podemos não estar perante uma ditadura militar, mas percebemos claramente não que estamos diante de uma verdadeira república.
 

Processo de impeachment de Dilma é 'crime' contra democracia, aponta jornal mexicano

Evo Morales diz que vai chamar embaixador da Bolívia de volta se impeachment for aprovado

Senado aprova impeachment de Dilma, mas mantém direitos políticos; Temer assume presidência em definitivo

 
Em segundo lugar, e muito mais grave, estamos diante da desconstrução da democracia. Esta, como sabemos, não se define apenas pela concepção liberal, que a reduz a um regime político baseado na ideia de direitos civis, organizada em partidos políticos e que se manifesta no processo eleitoral de escolha dos representantes e nas soluções técnicas para os problemas econômicos e sociais. A marca da democracia é a criação de direitos e a garantia de seu exercício.
Neste momento, que se passa com o direito à igualdade? Está destruída, como indicam as medidas já tomadas pelo governo Temer e as anunciadas por ele (como a PEC 241) e os 59 projetos de lei trazidos ao Congresso pela bancada do Boi, da Bala e da Bíblia, que selam a recusa da igualdade econômica, social, racial, sexual, religiosa, fundada nos direitos econômicos, sociais e culturais conquistados nos últimos quinze anos graças, de um lado, a políticas de erradicação da miséria e de inclusão por meio de transferência de renda, e, de outro lado, pela criação das secretarias de ações afirmativas.

Agência Efe

Na medida em que não há crime de responsabilidade pública, os procedimentos empregados para promover impedimento pertencem à definição de golpe
Que se passa com o direito à liberdade? Está sendo pisoteada, em primeiro lugar, pela supressão da Secretaria de Direitos Humanos e sua substituição pela Secretaria de Segurança Nacional, sob o comando de um general; em segundo lugar, pelo recurso ininterrupto às força policiais para reprimir movimentos populares e sociais de contestação e de reivindicação (fato observado sobretudo nas cidades menores do Sul e Sudeste e nas grandes cidades do Norte e do Nordeste), anunciando o emprego futuro da lei antiterrorismo contra a população.
Que se passa com a participação? Tornou-se impossível porque há o monopólio da informação pelos meios de comunicação, que não apenas desinformam, mas produzem ininterruptamente falsas informações.
Conclusão: podemos ainda não estar num Estado policial, mas certamente já não estamos numa democracia.
Finalmente, a questão da soberania. A política externa do governo Temer, abandonando a política ativa e altiva dos governos Lula e Dilma, quebrou o Brics e o Mercosul e outros organismos de unificação continental, restaurou a geopolítica que orientou e comandou o golpe de 1964, isto é, recolocou o país submisso à esfera de poder e influência dos Estados Unidos, do Banco Mundial e do FMI. E, evidentemente, no que diz respeito às fontes de energia, em particular o petróleo, essa decisão geopolítica lançará o Brasil no mundo do confronto sangrento que marca a situação do Oriente Médio.
Nestas circunstâncias, como não falar em golpe de Estado?


Texto originalmente publicado em Le Monde Diplomatique Brasil

Evo Morales: julgamento de Dilma é tentativa de 'expulsar pobres, negros e mulheres do poder'


Evo Morales: julgamento de Dilma é tentativa de 'expulsar pobres, negros e mulheres do poder'


Para presidente da Bolívia, apenas população pode 'sancionar conduta' de mandatária; Cristina Kirchner também expressou solidariedade a Dilma
O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou na segunda-feira (29/08) que, com o julgamento da presidente afastada brasileira Dilma Rousseff, se busca "expulsar os pobres, negros e mulheres" do poder.
"Irmã presidente Dilma, com seu processo injusto pretendem conter a rebelião de seu povo e expulsar pobres, negros e mulheres do poder", escreveu o mandatário em sua conta no Twitter.
Em outro tweet, o presidente boliviano acrescentou que "os ex-presidentes de direita são favorecidos com um manto de impunidade", enquanto para os de esquerda há "perseguição judicial e escarmento".

'Não tive a satisfação de acompanhar' discurso de Dilma no Senado, diz Temer

Com bombas, Polícia Militar reprime manifestação 'Fora Temer' e contra impeachment em São Paulo

BBC diz que processo de impeachment de Dilma Rousseff tem 'fundo mais complexo'

 
"O único juiz que pode sancionar sua conduta política é seu povo, os outros cumprem a vergonhosa incumbência do império [norte-americano]. Força Dilma!", disse Evo Morales.

Agência Efe

Manifestantes a favor de Dilma se manifestaram em frente ao Congresso Nacional na segunda


Outros líderes demonstram solidariedade a Dilma
Outros líderes latino-americanos demonstraram solidariedade à presidente Dilma Rousseff, cujo impeachment está sendo julgado no Senado federal desde o dia 25 deste mês.

Assista ao vivo sessão que decidirá sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff
A ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner publicou em seu site uma “carta urgente para a América do Sul”, em que afirmou ter recebido uma carta de Lula e disse estar ocorrendo uma operação na região contra os “governos nacionais, populares e democráticos, e contras seus líderes políticos”.
Para ela, isto seria uma “volta ao passado de pobreza e mediocridade para as grandes maiorias em benefício do imenso poder de alguns poucos”.
“Será que a população perceberá isto? [Este processo] será advertido pelas sociedades modernas bombardeadas midiaticamente?”, questionou ex-presidente em sua carta.
Na Venezuela, o presidente Nicolás Maduro compartilhou as declarações de solidariedade de Cristina e Evo Morales em seu Twitter. Em abril, após aprovação da abertura do processo de impeachment na Câmara dos Deputados, o mandatário afirmou que tanto Dilma quanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva eram vítimas de "ataques" para "neutralizar" união da América Latina e Caribe.
*com Agência Efe

“Temos que preparar a sociedade para campanhas de desobediência civil", diz militante

RESISTÊNCIA

“Temos que preparar a sociedade para campanhas de desobediência civil", diz militante

Histórico ativista da luta contra a ditadura, Pedro Tierra analisa o atual cenário brasileiro e aponta caminhos
Brasília (DF), 
"A resistência será longa e não é uma resistência simples", aponta Hamilton Pereira, conhecido também como Pedro Tierra / Foto: Mídia Ninja
O poeta, político e sobrevivente da Ditadura Militar brasileira Hamilton Pereira, mais conhecido pelo pseudônimo de Pedro Tierra, analisa o atual contexto nacional e as tarefas que se abrem na política. Discreto, ele era uma das pessoas que formou o público que recebeu, na noite da quarta-feira (24), a presidenta eleita Dilma Rousseff, no Teatro dos Bancários, em Brasília (DF).
Nesta entrevista, ele fala do processo de impeachment da presidenta e diz que caso o golpe seja consumado, deverá ser um tempo de resistência e de desobediência civil para que os setores avançados da sociedade se afirmem como defensores da democracia que está sendo achincalhada e golpeada pelo governo interino de Michel Temer.
Para ele, "a resistência será longa e não é uma resistência simples. O governo usurpador é forte porque não tem que prestar contas a ninguém, porque ninguém o elegeu e ele vem com toda a ferocidade contra as conquistas dos trabalhadores", afirma o militante.
Confira a entrevista.
Brasil de Fato - Como você observa este momento da vida política de nosso país?
Hamilton Pereira - Penso que está se fechando um círculo de ferro do patriarcalismo. A elite brasileira construiu sua riqueza a partir de três pilares: o tráfico humano das populações africanas, a exploração do trabalho escravo e o monopólio da terra; isso tudo conduzido ao longo de 500 anos de história por uma sociedade assentada no patriarcado. O patriarcalismo no Brasil é uma espécie de impressão digital da sociedade.
O PT teve a ousadia de, depois de 22 anos de existência, eleger um operário, ou seja, alguém que escapou completamente da lógica da sociedade patriarcal. Esse era uma espécie de descendente social dos escravos. Oito anos depois, o PT ousou o impossível, propôs e elegeu uma mulher; aos olhos da elite brasileira isso é um crime, isso é insuportável e ela governou por quatro anos. Quando ela foi eleita mais uma vez, na campanha mais sórdida que a história do Brasil registra contra uma liderança política, se desatou essa conspiração que se consumará agora, da maneira mais indigna, da maneira mais falaciosa, da maneira mais fraudulenta.
O que ficará para a classe trabalhadora, caso o golpe seja consumado?
Eu acho que a gente precisa refletir, a sociedade brasileira precisa refletir muito sobre o que está acontecendo agora. Porque a resistência, a meu juízo, será longa e não é uma resistência simples. O governo usurpador é forte porque não tem que prestar contas a ninguém, porque ninguém o elegeu e ele vem com toda a ferocidade contra as conquistas que os trabalhadores realizaram ao longo dos últimos 30 anos, desde a Constituição de 88.
Em segundo lugar, contraditoriamente, é um governo fraco, porque ele quer voltar para trás a roda da história. Temos hoje um quadro em que todas as iniciativas, sem exceção, deste governo visam assaltar os direitos conquistados pela sociedade na democracia, esse é o resumo da ópera.
Nestes tempos de propagação de discursos de ódio, de preconceito, violência, você acredita que avançou o conservadorismo na sociedade brasileira?
Dizer que a sociedade brasileira é conservadora é um mito. A sociedade não é uma totalidade homogênea, a sociedade é contraditória. Quem é conservadora, reacionária é a elite brasileira, não é a sociedade brasileira. A sociedade brasileira elegeu Lula, duas vezes, elegeu Dilma, também duas vezes. Então, não podemos dizer que a sociedade brasileira é conservadora, temos que mediar. A elite brasileira não é só conservadora, é escravista também, ela quer 88 horas de trabalho semanais, como disse o presidente da Confederação Nacional das Indústrias, e ela tem um apego muito grande à condição colonial que ela está entregando um bem de imensurável valor, porque ela não acredita que a tecnologia da Petrobras, que descobriu e explora o pré-sal com benefícios para a sociedade brasileira, é incapaz de fazê-lo.
Agora, a classe trabalhadora, os movimentos sociais e a juventude querem avanço, nós estamos sendo alvo de uma operação gigantesca de restauração, naquele sentido da Revolução Francesa, daqueles que eram saudosos da monarquia absoluta, aqui temos os saudosos do regime militar.
Você disse que o período de resistência será longo, como terá que ser?
Temos que preparar a sociedade brasileira para grandes campanhas de desobediência civil. Acho que nós temos que começar a fazer isso e cada um inventa a sua maneira, como os jovens têm feito nas ocupações das escolas em São Paulo e em outros lugares do Brasil, por exemplo. Os trabalhadores precisam se organizar em seus sindicatos. Esse sindicato em que estamos [Teatro dos Bancários] é uma peça preciosa da resistência à ditadura militar e hoje abre as suas portas a essa massa de gente que vemos aqui, sinalizando que vai seguir resistindo aos golpistas e que vai defender a democracia.
Temos que trabalhar no sentido de tocar nos elementos chaves da produção e da prestação de serviços, de maneira que as centrais sindicais, associações, todos os movimentos sociais deem lastro para que a sociedade, os setores avançados da sociedade se afirmem como defensores da democracia, do retorno à democracia, porque ela está não apenas sendo achincalhada, ela está sendo golpeada, interditada, ou seja, o governo interino, interdita a presença do povo brasileiro na cena política do país.
Edição: Vivian Fernandes

Mujica: América Latina fica "malferida" após o "golpe de Estado" a Dilma Rousseff


https://br.noticias.yahoo.com/mujica-am%C3%A9rica-latina-fica-malferida-115023404.html





Mujica: América Latina fica "malferida" após o "golpe de Estado" a Dilma Rousseff

EFE
Montevidéu, 31 ago (EFE).=. O ex-presidente e senador uruguaio José Mujica disse nesta quarta-feira que a América Latina ficou "malferida" após o impeachment da agora ex-presidente brasileira Dilma Rousseff, em um processo que qualificou como uma "pantomima" com "toda a aparência de um julgamento" e que rotulou de "golpe de Estado". "Toda essa discussão do Senado foi uma gigantesca pantomima para tapar o rabo. Isto estava decidido e em outra parte. Se montou um cenário, com a finalidade de embaucar à opinião publica, (...) com toda a aparência de um julgamento, mas desde o primeiro momento isto estava decidido", opinou Mujica em um ato em Montevidéu. IMAGENS EFE. EFE TV - São Paulo - 10:17 GMT. Tags: impeachment,dilma,mujica,golpe,efe. Twitter: www.twitter.com/brasilefe. E-MAIL: tvefe@efebrasil.com.br. WEB: www.efeservicios.com. Palabras clave: impeachment,dilma,mujica,golpe,efe-Política-Diplomacia



Senadora que votou contra impeachment é agredida em Curitiba

Enviado por Rogerio Waldrigues Galindo, 01/09/16 2:45:01 PM

Senadora que votou contra impeachment é agredida em Curitiba

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) foi agredida nesta quinta-feira em Curitiba, poucas horas depois da votação final do impeachment da presidente Dilma Rousseff. A senadora votou contra a cassação.
Vanessa estava chegando à cidade no fim da noite, em um voo da Latam de Brasília para Curitiba. Era perto de meia-noite quando ela iria desembarcar. A senadora veio à cidade para ver a mãe, que está doente.
Um outro passageiro começou a agredir verbalmente a senadora. Para registrar as agressões, ela sacou o celular e passou a filmá-lo. O passageiro foi para cima dela e pegou o celular.
Segundo o registro feito pelo repórter Narley Resende, do Paraná Portal, passageiros também viram a senadora ser agarrada pelos cabelos e até bater a cabeça num braço da poltrona.
A Polícia Federal foi acionada pela senadora. A Latam disse que retirou do avião o passageiro por “comportamento indisciplinado”. A senadora, porém, preferiu não fazer boletim de ocorrência.
A polícia diz que o delegado de plantão informou à senadora que, caso deseje, ela poderá registrar uma queixa mais tarde.

http://www.gazetadopovo.com.br/videos/confusao-em-aeroporto/

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