quinta-feira, 9 de maio de 2019

“No Brasil é coisa rara”: mãe de Luciana Gimenez respondeu processo por racismo após chamar zelador de “crioulo safado”


“No Brasil é coisa rara”: mãe de Luciana Gimenez respondeu processo por racismo após chamar zelador de “crioulo safado”

 
Um dos momentos mais constrangedores da “entrevista” constrangedora de Jair Bolsonaro a Luciana Gimenez (cujo programa ganhou anúncios da reforma, veja só), foi a descoberta de que não somos racistas.
“Racismo é coisa rara”, diz Jair.
“Isso não cola mais”, pontua Luciana.
“O tempo todo tentam jogar o negro contra o branco, homo contra hétero ou pai contra filho. Desculpe o linguajar de um presidente da República, mas isso já encheu o saco”, prossegue o presidente.
“É chato, mesmo”, concorda a apresentadora.
Há alguns anos, a mãe de Luciana, a atriz Vera Gimenez, protagonizou um episódio didático.
Vera respondeu a um processo por racismo na 17ª Vara Criminal do Rio.
Robson Fernandes, zelador do prédio onde ela morava, afirmou ter sido chamado de “crioulo safado”, entre outras coisas.
Robson, com um problema no punho, não conseguiu carregar as malas dela, que chegava de viagem.
“Chamei mesmo de safado, vagabundo, sacana, canalha etc. Por um acaso da vida, ele é crioulo. Mas, se eu chamei ou não ele de crioulo, aí é a minha palavra contra a dele. Pode entrar com uma ação contra mim. Quero que entre, porque agora eu é que vou entrar com uma ação contra ele”, disse Vera.
O zelador, contou a coordenadora do Disque Racismo, Rosália Lemos, não queria entrar com ação contra a atriz porque temia perder o emprego, mas foi encorajado por vizinhos, que já teriam presenciado cenas “ultrajantes como essa”.
A advogada Valesca Maia, que mora em um prédio da mesma rua, disse que ficou sabendo da discussão pela empregada e resolveu ajudar indicando o Disque Racismo. Se qualificada a discriminação e não houver acordo, a atriz poderá receber pena a até três anos de detenção ou cumprir penas alternativas.
“Ele não teve a delicadeza de me ajudar com as malas. Sequer se levantou da cadeira, ficou lá sentado. Disse que estava com dor nas costas. Como é que sou racista? Já namorei crioulo e tenho amigas negras. Ele é que é descansado e folgado. Já tenho problemas com ele há muito tempo”.
Luciana e a mãe Vera Gimenez

Tenente do Exército fez 77 disparos em carro fuzilado com 200 no Rio de Janeiro

Tenente do Exército fez 77 disparos em carro fuzilado com 200 no Rio de Janeiro

Publicado em 9 maio, 2019 6:37 pm
Carro de Evaldo Rosa dos Santos, fuzilado por militares
Reportagem de Jaílton de Carvalho e Rafael Soares no Globo informa que, durante o julgamento em Brasília de um habeas corpus para os nove militares do Exército acusados de terem matado a tiros de fuzil o músico Evaldo Rosa e o catador de papel Luciano Macedo, em Guadalupe, no mês passado, foi revelado que o tenente Ítalo Romualdo, que comandava a tropa, atirou 77 vezes na ação.* A informação foi revelada pela ministra Maria Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha, do Superior Tribunal Militar (STM), durante julgamento de um pedido de habeas corpus feito pela defesa dos acusados. De acordo com um laudo pericial, elaborado pelo Exército e lido pela ministra, os nove militares, que atualmente estão presos, fizeram mais de 200 disparos com fuzis no dia das mortes. Desse total, 83 atingiram o carro onde estavam Evaldo e sua família. Eles iam para um chá de bebê quando foram atingidos.
De acordo com a publicação, a sessão acabou suspensa devido a um pedido de vista ao processo, mas, antes da interrupção, quatro dos 15 ministros do Superior Tribunal Militar (STM) já tinham votado pela soltura dos suspeitos . A nova sessão deverá acontecer dentro de dez dias. O subprocurador-geral do Ministério Público Militar, Roberto Coutinho, disse, num discurso enfático, que não existe ainda nem mesmo indício de que os soldados e oficiais tenham cometido crime.
Para o subprocurador-geral, os militares estavam no exercício “da função da autoridade”. Eles teriam confundido o veículo do músico com o de bandidos que haviam passado pela região momentos antes. Evaldo, que dirigia o carro, morreu na hora. Luciano, atingido ao tentar socorrer a família, morreu 11 dias depois, completa o Jornal O Globo.

Crônica dos cabeças-de-planilha rurais, por Rui Daher

Crônica dos cabeças-de-planilha rurais, por Rui Daher

Saiamos de suas planilhas e vamos direto às suas preleções. São a favor do que aí virá.  No lugar da previdência ao trabalhador rural, ora em vigor, propõem “sair do assistencialismo”

Crônica dos cabeças-de-planilha rurais, por Rui Daher

Há expressões, textuais ou figurativas, que ótimos pensadores criam e que alguns de nós que ousamos escrever, por timidez, evitamos repetir para não parecer plágio ou, citado o(a) autor(a), puxa-saquismo. Não me vexo, por dar aos meus textos uma levada de humor, nas genialidades de Millôr Fernandes, Ivan Lessa, e outros pasquinianos eternos. Poucos assim encontro, hoje em dia. Talvez o Gregório Duvivier.
Meu eterno amigo Juncal (e a “Mato Dentro”?), ainda que de longe, sabe disso. Neste artigo me servirei de Luís Nassif. Ele reconhecerá que não se trata dos dois riscos acima citados. Usarei seu famoso “cabeça-de-planilha”.
Uma dupla de cabeças-de-planilha, Guilherme Resende Oliveira, doutor em economia pela UnB (meritocráticos , esses moços), trabalha para o governo de Goiás (Caiado, ‘não’ acredito); o outro, é diretor de uma secretaria (são muitas) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), José Eustáquio Ribeiro Vieira Fº, técnico de planejamento e pesquisa do IPEA.
Juntaram esforços e planilhas para publicar no Valor, a sucursal de O Globo em SP (esta sacada é de minha autoria), o artigo “Previdência rural e assistencialismo”. Para quem vem a meus textos, poderia parar por aí. Prevendo a rasteira da dupla, ágeis, logo pulariam alto.
Saiamos de suas planilhas e vamos direto às suas preleções. São a favor do que aí virá.  No lugar da previdência ao trabalhador rural, ora em vigor, propõem “sair do assistencialismo”, que assim a consideram, e promover: 1) aumento de tecnologias produtivas; 2) intensificar a qualificação da mão de obra; 3) investir nas “atividades de extensão e atividade técnica”.
Bidus. E quem não acha o mesmo? Mais uma roubada minha, essa de Mino Carta (condolências): “até o mundo mineral sabe disso”.
Todos cabeças-de-planilha tentam invalidar, como assistencialistas, os programas que serviram para retirar da extrema pobreza 36 milhões de brasileiros, além de permitirem alargar a faixa da classe média baixa. É como, 9 entre 10 analistas, tentam se redimir da eterna sina do meio rural. Resumo: apoio técnico e qualificação. “Dinheiro, pra quê dinheiro”?
Aqui paro e aqui me fino. Pouco originais os rapazes que tiveram seu texto publicado no Valor, ó fraquinhos editores, saibam que a madrinha de um deles, em São Joaquim da Barra, SP, os parabenizou e enviou um bolo de fubá.
Então tá, companheiros, permitam-me assim chamá-los, sem qualquer intenção partidária, pois já percebi as suas.
Quando se quer relativizar a agricultura familiar, assentados, indígenas, comunidades quilombolas, a que se referem? Seus pesos e incapacidades reprodutivas, como fez Bolsonaro? Ou ao que lhes sobra para a não extinção. Sabem o quê? O Estado, imbecis. E não aquele mínimo, que tanto querem. Assistencialista sim, se em país miserável.
Vamos planilhar, como propõem os autores:
  1. “Em dez anos, o déficit rural [da previdência] cresceu à taxa de 3,3% ao ano”. Um índice que sugere exterminá-los. Guedes comemorará;
  2. “Com o envelhecimento da população, as regras da aposentadoria se tornam progressivamente incompatíveis com a nova (?) realidade demográfica”;
Ai, ai, suspiro fundo: antes se pedia que os pobres parassem de procriar; agora, que tiveram 22 anos de pequena recuperação do fôlego (incluo no período, FHC e o Plano Real), que permitiu o aumento na expectativa de vida, os pobres se tornaram “incompatíveis”. Envelhecem mais do que o desejado.
  1. Afirmam que a conta da previdência inibe o Estado de “investir em áreas prioritárias, tais como educação, saúde e segurança”;
Mais um suspiro. E quem deveriam ser os beneficiários dessas áreas prioritárias, se não a população mais pobre, incluídos os 18 milhões de trabalhadores rurais que perderão direitos e foram expulsos de suas planilhas?
  1. “Observou-se que, no meio rural, grande parte dos benefícios foi concedida por via judicial, mais de 90% do total (…) o grosso das decisões se baseou em provas testemunhais, que são subjetivas e manipuláveis”;
Não suspiro mais, engasgo-me. Queridos, já puseram os pezinhos no pó do campo, que de forma clássica vocês chamam de meio rural? Pois, façam-no e descubram como são contratados para trabalhar os caboclos, campesinos, lavradores e sertanejos. Quem com mais poder junto às provas testemunhais? Os patrões ou os trabalhadores? Se bons de planilha, já devem ter conhecimento do valor da dívida com o FUNRURAL (Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural), prestes a ser anistiada pelo Capitão e seus filhos. Não? R$ 17 bilhões devidos pelos patrões. Acham pouco? Voltem uns séculos e calculem nossa dívida social com os trabalhadores do campo.
Inté.

Ação da polícia causa clima de terror e deixa feridos na Cracolândia (SP)

09 DE MAIO DE 2019, 17H46

Ação da polícia causa clima de terror e deixa feridos na Cracolândia (SP)

Moradores e comerciantes locais relatam que a GCM e a Polícia Militar teriam usado munição letal em uma operação contra traficantes e usuários de drogas da região e há relatos até mesmo de uma vítima fatal; vereador Eduardo Suplicy está no local tentando mediar o conflito
Foto: A Craco Resiste
Uma operação da Guarda Civil Metropolitana (GCM) de São Paulo contra traficantes e usuários de drogas tem causado pânico na Cracolândia, na região central da capital paulista, desde a manhã desta quinta-feira (9). Revoltados com a ação truculenta, frequentadores do local e moradores de rua teriam atirado pedras contra os agentes. Relatos de comerciantes e lideranças de movimentos que atuam na região obtidos pela Fórum dão conta de que os agentes estariam usando, além das bombas de efeito moral, munição letal.
Uma mulher teria sido baleada em frente à Estação Julio Prestes. O portal R7 informa que ela foi socorrida pela GCM. Já os Jornalistas Livres relatam que uma mulher teria morrido em decorrência dos disparos. Há relatos de pelo menos outras duas pessoas feridas. Ainda não há confirmação oficial sobre as vítimas.
Pela manhã, um traficante teria sido preso e uma mochila de drogas apreendida.
Diante da confusão, a Tropa de Choque da Polícia Militar foi até o local e se somou à GCM na repressão aos usuários de droga do chamado “fluxo”. Várias vias da região fora interditadas, incluindo um quarteirão inteiro da avenida Rio Branco, ao lado do terminal Princesa Isabel.
O vereador Eduardo Suplicy (PT) está no local, neste momento, conversando com policiais na tentativa de mediar o conflito.
Mais informações em instantes 

Onze e Meia |Bolsonaro finge ignorar caneladas entre olavistas e militares Revista Fórum

https://www.youtube.com/watch?v=oA8PrwWxYwI&feature=em-lbcastemail

MORO NÃO RESPONDE 'CADÊ QUEIROZ?'

NASSIF: BRASIL PODE SER EFETIVAMENTE CONTROLADO POR MILÍCIAS