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sábado, 18 de abril de 2020
As redações sob o ataque do coronavírus
Informativo Semanal do Prof. Ernesto Germano Pares
Quem
é Nelson Teich?
O novo ministro da Saúde escolhido pelo ex-capitão
reformado é Nelson Teich, um carioca, formado em medicina na UERJ (Universidade
do Estado do Rio de Janeiro) e com especialização em oncologia pelo Instituto
Nacional do Câncer. Mas nunca exerceu suas atividades em hospitais ou entidades
públicas.
Imediatamente depois de formado, fez especialização em
economia para profissionais de saúde na Universidade de York da Inglaterra
(2007/2008) e, depois, uma extensão universitária no programa de gerenciamento
executivo da Harvard Business School. Ou seja, é um administrador ou
organizador na área de saúde, mas não um “profissional de saúde”. É
proprietário de uma caríssima clínica oncológica na Barra da Tijuca.
Sempre esteve politicamente próximo do demente que nos
governa e foi consultor informal da campanha eleitoral, em 2018. É vinculado a
setores da extrema direita brasileira.
Ele é conhecido por ser um empreendedor e negociador no
setor de saúde. Teich foi fundador e presidente do Grupo de Clínicas Integradas
de Oncologia (COI), e também assessorou clínicas particulares, como o Hospital
Albert Einstein, em São Paulo, que presta assistência ao ex-capitão e às
famílias mais ricas do país. É, também, diretor executivo da empresa de consultoria
em economia MedInsight - Decisions in Health Care, fundada em 2016.
Logo que escolhido pelo insano já anunciou que começará
a avaliar com os ministros a possibilidade de decretar o retorno aos empregos
para proteger a economia: "A vida não tem preço, mas a economia deve
voltar à normalidade, o mais rápido possível!”.
Que
delícia de liberalismo! Será que algum
defensor do “livre mercado” e do neoliberalismo pode me explicar isso? Fazem
tanta propaganda da liberdade do mercado e dos empresários correrem risco com
seus capitais para dar empregos e produzir. Mas, onde está o “risco”?
As empresas distribuidoras de energia foram
privatizadas. Ou seja, todas agora fazem parte do “magnífico mundo da livre
concorrência e dos riscos”, mas, quando em perigo jogam o prejuízo nas costas
do simples trabalhador?
A manchete do jornal O Globo (18/04) diz o seguinte:
“Socorro ao setor elétrico pode fazer conta de luz subir até 20%”. Na matéria
vamos ver que “Recursos seriam para distribuidoras conseguirem compensar queda na
receita e inadimplência”.
Fazendo uma pesquisa em outros jornais da semana vamos
encontrar que o governo do insano está liberando dinheiro para as
distribuidoras de energia. Segundo o jornal Valor Econômico, o empréstimo
bancário coordenado pelo BNDES para socorrer essas empresas deverá ser pago
pelos consumidores em 54 a 60 meses nas contas de luz. O valor da “ajudinha” é
de R$ 17 bilhões!
Como assim? Quer dizer que não existe risco para eles?
Fizeram propaganda dizendo que privatização era a solução e que iriam investir
para melhorar os serviços. Mas, diante de uma pandemia que atinge a todos, em
todo o planeta, esquecem o “livre mercado” e os “riscos” que deveriam assumir?
As pessoas economizam na energia porque precisam de
comida; muitos estão desempregados ou subempregados e não podem pagar suas
contas; as empresas estão consumindo menos; as escolas estão fechadas... Aí o
Estado, aquele que não deveria intervir na economia, entra em cena para salvar
as distribuidoras?
Não, eu não entendo...
Previsão
ruim para o PIB. O secretário do
Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, disse, em entrevista na quinta-feira (16),
que é difícil prever o desempenho da economia este ano. O PIB brasileiro em
2020 pode cair 3%, 4%, 5% “ou até mais”, disse. Tudo vai depender da duração do
isolamento social, segundo o secretário. Mansueto disse ficar assustado com
projeções que apontam para uma queda de 8% na economia, em função de um período
mais prolongado de isolamento. Não explicitou se a projeção se aplica ao Brasil
ou à economia global.
Mas
pode ser pior. Ex-presidente do BC e
sócio fundador da Gávea Investimentos, o economista Armínio Fraga disse na
quarta-feira (15) que não há como o Brasil escapar de entrar em nova e profunda
recessão. “Vamos ter uma recessão profunda, infelizmente. Contas preliminares
que tenho feito com colegas sugerem que o PIB pode cair 6%, até 8% este ano.
Isso é recorde, não há registro histórico de uma queda tão grande. A única
esperança é que, na medida em que a saúde volte, a recuperação ocorra num
espaço não muito longo de tempo”, afirmou. Para Arminio, é impossível uma
recuperação em “V”, na qual a retomada é tão rápida quanto a queda, pois o país
vai conviver com muita incerteza durante bom tempo, o que deprime demanda e
investimentos.
FMI:
PIB projetado para o Brasil em 2021 já era baixo. A previsão de que o PIB brasileiro crescerá 2,9% em
2021, mesmo após uma queda prevista de 5,3% para este ano, “não tem nada a ver
com o ambiente político”, afirmou Alejandro Werner, diretor para o Hemisfério
Ocidental do FMI, em videoconferência durante o tradicional encontro de
primavera da entidade em conjunto com o Banco Mundial. O FMI cortou sua
previsão para o PIB do país neste ano, que, em janeiro, era de crescimento de
2,2%, mas aumentou sua projeção para 2021, antes em 2,3%. Questionado se a
estimativa de um crescimento de 2,9% no próximo ano, após uma queda tão
profunda em 2020, esbarrava nos atritos entre os Poderes no país, Werner disse
que a previsão do FMI para o Brasil é guiada pelo fato de que o crescimento
potencial e o avanço esperado para o PIB brasileiro já eram “relativamente
baixos” mesmo antes da pandemia.
Recorde
de conflitos no campo em 2019.
Levantamento da Comissão Pastoral da Terra (CPT), divulgado na sexta-feira
(17), revela que o Brasil registrou, em 2019, 1.833 conflitos no campo, o
número mais elevado dos últimos cinco anos e 23% superior ao de 2018. O dado
reúne ocorrências relacionadas a disputas por terra, disputas por água e
conflitos trabalhistas.
Segundo o relatório, em 2019, houve recorde em disputas
por terra, desde que os casos passaram a ser reportados pela entidade, em 1985.
Em 2019, foram contabilizadas 1.254 ocorrências. A média foi de cinco casos por
dia. De acordo com a organização, as disputas por terra impactaram a vida de
859.023 pessoas.
Além das propriedades de terra, a falta de acesso à
água potável ou a iminência da falta estiveram no cerne dos conflitos,
fazendo-se presentes em 489 deles. O índice foi 77% superior ao de 2018 (276).
A CPT observa que as lutas em torno da água afetaram 279.172 pessoas, pertencentes
a 69.793 famílias.
O relatório mostra que em 2019 o número de assassinatos
chegou a 32, o que representa quatro casos a mais do que no ano anterior. Desse
total, 28 estão associados a disputas por terra, três a conflitos trabalhistas
e uma à disputa por água.
O total de tentativas de assassinato passou de 28 para
30, de 2018 para 2019. A diferença é de 7%, menor do que a variação de ameaças
de morte, que subiram 22%, com o aumento de 165 para 201 casos.
Desmatamento
da Amazônia continua. Dados recentes
sobre o desmatamento na Amazônia brasileira aumentam as reclamações das
comunidades indígenas por práticas ilegais no território. A partir do sistema
brasileiro de detecção de desmatamento em tempo real, Deter, os alertas foram
acionados pelo aumento do desmatamento na Amazônia brasileira em 30% a mais, em
comparação a março de 2019.
Segundo dados de Deter, entre janeiro e março de 2020,
foram emitidos alertas para 796,08 km² na Amazônia, um aumento que excede 51%
em relação ao mesmo período de 2019, quando era de 525,63 km².
Os alertas de desmatamento destacam que apenas no mês
de março, 326,51 km² de amazonas são ameaçados por essa prática prejudicial,
tanto para o meio ambiente quanto para as comunidades indígenas.
Aos dados oferecidos pelas instituições públicas são
acrescentadas as constantes queixas das comunidades indígenas, que manifestaram
preocupação com o aumento da chegada de madeireiros ilegais a áreas em meio à
pandemia de Covid-19.
O pesquisador do Imazon, um instituto brasileiro de
pesquisa e monitoramento florestal, Paulo Barreto, denunciou que em meio à
crise de saúde que afeta muito o país “A política de isolamento não atinge
necessariamente as áreas rurais e, principalmente, as regiões mais longe dos
grandes centros”, porque há uma redução na inspeção adicionada em uma
entrevista à mídia local.
E é preciso olhar também para outra região do país. Em
recente declaração do Ministério do Meio Ambiente do Brasil, a prisão no Paraná
de 10 pessoas que trabalham para uma empresa florestal da região e empregam
desmatamento ilegal fez as ameaças aos habitantes da região aumentarem.
Deputados
do Parlamento Europeu condenam o demente! Um grupo de deputados do Parlamento Europeu enviou uma carta na quarta-feira
(15) ao alto representante da UE para Assuntos Exteriores, Josep Borell,
afirmando que a postura do ex-capitão brasileiro de negar a gravidade da
pandemia do novo coronavírus é um crime contra a humanidade.
Segundo os eurodeputados, membros do Confederal Group
of the European United Left/Nordic Green Left, uma das razões para que ele “se
posicione contra as medidas de isolamento é a de garantir sua reeleição em
2022”.
O grupo de parlamentares ainda destaca que, “apesar dos
alertas emitidos por instituições e organismos nacionais e internacionais, o
presidente continua negando a gravidade da pandemia”.
Os deputados também pedem que a União Europeia “censure
e rechace energicamente a atitude dele e que, no marco dos programas de
cooperação existentes com o Brasil, debatam com as autoridades pertinentes
possíveis formas de apoiar os esforços para conter a propagação do vírus”.
O
perigo da cloroquina. Já comentamos,
em número anterior do Informativo, sobre os interesses de Trump na tal
cloroquina e os motivos do abilolado brasileiro em insistir no uso, mas a
questão é séria.
Cientistas brasileiros interromperam precocemente parte
de um estudo sobre o medicamento antimalárico cloroquina, apregoado como
possível candidato a tratamento contra infecções pelo coronavírus Sars-Cov-2
tanto pelo presidente americano, Donald Trump, quanto pelo ex-capitão
brasileiro.
A pesquisa foi cancelada depois que 11 pacientes com o
coronavírus que receberam uma dose elevada de cloroquina, morreram até o sexto
dia de tratamento, segundo o jornal The New York Times.
Parte dos 81 pacientes com covid-19, a doença
respiratória causada pelo novo coronavírus, que estavam sendo testados havia
apresentado batimentos cardíacos irregulares, o que aumentou o risco de
desenvolverem uma arritmia cardíaca fatal. Após a morte de 11 deles, a parte do
estudo envolvendo altas dosagens foi cancelada antecipadamente.
O demente já fez discurso contra essa medida dos
cientistas, suspendendo os testes, e o “gabinete” do seu filho já começou a
espalhar pelas redes sociais mensagens de ameaças aos cientistas.
Enquanto isso, em mensagem que recebemos na manhã desse
sábado (18) ficamos sabendo que vários países europeus já proibiram o uso do
medicamento e o governo francês apenas está aceitando o uso para testes em
cobaias!
Cuba
envia segunda delegação de médicos à Itália. Uma nova delegação de profissionais da saúde cubanos desembarcou na
manhã de segunda-feira (13) em Turim, na Itália, para ajudar no combate à pandemia
do novo coronavírus.
O grupo de 38 médicos e enfermeiros da Brigada Henry
Reeve atuarão em uma estrutura temporária que está para ser concluída em Turim
e dedicada exclusivamente a pacientes com covid-19.
“É um extraordinário gesto de generosidade”, disse no
Twitter a prefeita da capital do Piemonte, Chiara Appendino, que aplaudiu os
cubanos em seu desembarque na cidade.
Outra delegação da Brigada Henry Reeve já está em ação
em um hospital de campanha em Crema, na Lombardia, região mais atingida pela
pandemia na Itália.
Até o momento, o país contabiliza 156.363 casos,
segundo a Defesa Civil, sendo 59.052 na Lombardia e 16.660 no Piemonte. As duas
regiões também têm, respectivamente, 10.621 e 1.729 óbitos, enquanto a nação
inteira soma 19.899.
Médicos
cubanos também no Catar. A brigada
médica cubana chegou ao Catar como parte da cooperação para fortalecer o
sistema de saúde e cuidar dos pacientes afetados pela pandemia de coronavírus.
O Ministério de Relações Exteriores de Cuba informou na
quarta-feira (15) a chegada da brigada médica que fortaleceria o sistema de
saúde do Catar diante da pandemia de coronavírus (Covid-19).
Cerca de 200 profissionais de saúde, incluindo
enfermeiros, médicos e especialistas, chegaram à península arábica a pedido do
governo do Catar, com o objetivo de prestar assistência solidária aos pacientes
infectados com coronavírus.
A equipe cubana foi recebida pelo diretor executivo do
hospital cubano Dukhan e pelo chefe do ponto focal de cooperação com Cuba, o
Dr. Mohamed Almarri, o embaixador cubano Eumelio Caballero Rodríguez e o
diretor do escritório de Serviços Médicos Cubanos para o coronavírus, Ernesto
López Cruz.
Por sua parte, o co-presidente do Comitê Nacional de
Preparação para a Pandemia, Abdullatif Al Khal declarou durante uma entrevista
à mídia local que a solicitação de pessoal médico a Cuba faz parte de relações
bilaterais e da cooperação que se desenvolveu durante a situação global do
Covid-19.
“O Catar pediu a Cuba que envie um certo número de
médicos e enfermeiros para ajudá-lo a combater o vírus. Temos uma experiência
positiva com o Hospital Cubano. Os médicos cubanos são excelentes e Cuba é um
país amigável; eles estenderam a mão" para o Catar”, enfatizou Al Khal.
A Organização Mundial da Saúde registrou um total de
3.711 casos confirmados de coronavírus e sete mortes no Catar.
Presidente
argentino nega dilema entre economia e saúde. Alberto Fernández defendeu as medidas adotadas por seu governo contra o
novo coronavírus, principalmente o isolamento social.
O presidente argentino Alberto Fernández, em entrevista
à Perfil Network, sustentou que as medidas adotadas pelo executivo que ele
lidera eram necessárias para conter a pandemia de Covid-19 no país.
Ele também enfatizou que é falso que exista um dilema
entre saúde e economia, porque, para ele, a primeira coisa sempre foi a saúde
das pessoas. Isso, apesar das consequências que o isolamento social gera para a
economia. “Prefiro ter 10% mais pobres do que 100.000 mortos”, disse o
presidente.
O presidente argentino afirmou que é verdade que a
economia “está estagnada” devido às restrições e afirmou que tentará “que
ninguém vá à falência”. “Quero que os setores mais pobres sejam sustentados e
que a crise não devore a classe média. Estou antecipando tudo isso”, afirmou.
Em relação às medidas restritivas para os idosos, ele
indicou que “tem uma sensibilidade especial com os idosos, porque eles são os
mais fracos nessa situação”.
Em nova medida governamental, ele ampliou o prazo da
quarentena, criou uma lei proibindo demissões nas empresas e está
complementando o valor integral dos salários que foram reduzidos.
Nem precisa dizer que sua popularidade bateu recorde e
tem amplo apoio popular!
Argentina
deseja suspender pagamentos de sua dívida externa até 2023. O governo argentino apresentou um plano para
reestruturar a dívida externa de detentores de títulos com títulos de acordo
com a legislação estrangeira, que propõe um período de carência para os
próximos três anos com juros de 62% e redução de 5,4% % do capital.
A oferta do governo “incorpora um período de carência”
para evitar o pagamento de juros ou principal por “três anos”, explicou o
ministro da Economia Martín Guzmán durante a apresentação pública na residência
presidencial de Olivos, na província de Buenos Aires.
Durante uma reunião com o presidente Alberto Fernández,
a vice-presidente Cristina Fernández de Kirchner e vários governadores, o chefe
do Palácio de Fazenda reconheceu que ainda não há acordo com os credores, mas
alertou “que hoje a Argentina não pode pagar nada, não apenas agora, mas por
alguns anos”.
O país sul-americano retomaria o pagamento da dívida
"com uma taxa de juros inicial de 0,5%" até "crescer para níveis
sustentáveis".
O governo concederá um prazo de 20 dias para os
credores aceitarem este contrato. E espera renegociar a dívida externa nas mãos
de credores estrangeiros, mas alertou que o país deve crescer antes de cumprir
seus compromissos financeiros.
América
Latina: pandemia e dívida externa. Os
organismos internacionais multilaterais como Fundo Monetário Internacional
(FMI) e Banco Mundial, assim como credores privados, deveriam anular a dívida
dos países latino-americanos durante a pandemia do novo coronavírus, para que
essas nações encontrem alívio orçamentário no combate à covid-19. Essa é a
opinião do economista espanhol Alfredo Serrano, diretor do Centro Estratégico
Latino-americano de Geopolítica (Celag), que encabeça uma campanha pelo perdão
da dívida com apoio de diversas lideranças políticas da região.
Em entrevista a Opera Mundi, Serrano diz ser impossível
para a América Latina combater a pandemia do novo coronavírus com “esse peso
morto que é a dívida” e que justamente em meio a essa crise sanitária e social
que o mundo vive seria o momento ideal para a anulação.
O diretor do órgão ainda diz acreditar que, “nesses
novos tempos, os organismos internacionais também estão reestruturando muitos
dos seus princípios que permitiram levar a cabo políticas econômicas nefastas e
com graves consequências econômicas e sociais para os povos da América Latina”.
“Creio que estamos neste novo momento no qual os países
deveriam, em suas instâncias legislativas, além do Poder Executivo, levar a
cabo essas solicitações, essas exigências, em um momento no qual muitos
organismos internacionais já abriram as portas para isso”, disse.
“Consideramos que é fundamental que o perdão da dívida
esteja na agenda, que seja parte da nova agenda dos países da América Latina e
deve ser um dos eixos centrais em matéria de relações internacionais. Deveria
haver inclusive um pronunciamento das instâncias legislativas, para dar um tipo
de base legal para seguirmos pedindo aos organismos internacionais, solicitando
à Assembleia da Nações Unidas que se discuta esse tema como em 2015, quando
ocorreu uma aprovação da maioria dos países do mundo em relações aos princípios
para uma restruturação soberana da dívida”.
G20
suspende dívida de países mais pobres.
Os ministros das finanças e os bancos centrais dos países do G20 deram aval na
quarta-feira (15) para uma suspensão provisória da dívida dos países mais
pobres, por uma duração de doze meses, a fim de ajudá-los a superarem a crise
ligada à pandemia de coronavírus. O anúncio foi feito após uma reunião virtual
organizada pela Arábia Saudita.
“Nós temos um compromisso claro, através de
organizações internacionais, do FMI e do Banco Mundial. Essa suspensão da
dívida é um anúncio realmente importante, o que significa que os países pobres
não precisam se preocupar em cumprir seus prazos nos próximos 12 meses”, disse
Mohammed al-Jadaan, ministro das Finanças saudita, acrescentando que a
suspensão em efeito “imediato”.
Dezoito chefes de Estado europeus e africanos fizeram
essa semana um apelo para um alívio das dívidas e para o lançamento de um plano
de US$ 100 bilhões destinado à África.
Em entrevista exclusiva concedida à RFI na terça-feira
(14), no Palácio do Eliseu, o presidente francês, Emmanuel Macron, explicou a
sua estratégia para ajudar a África a enfrentar a pandemia de coronavírus.
“Vemos a extrema dificuldade de enfrentar esse vírus e fornecer respostas nos
países mais desenvolvidos, nos sistemas de saúde mais robustos: EUA, Europa,
China. Quando olhamos para a situação da África hoje, nos planos da saúde,
econômico e climático, é óbvio que lhe devemos solidariedade”, afirmou o
presidente.
Macron ainda destacou que “a África enfrenta uma
situação de vulnerabilidade na área da saúde: existe o HIV (vírus da Aids), a
tuberculose, a malária e outras doenças”. Além disso, “estamos falando de um
continente no qual dezenas de milhões de habitantes experimentam na carne o que
é o choque climático”.
Na segunda-feira (13/04), o Fundo Monetário
Internacional (FMI) aprovou uma moratória sobre os pagamentos das dívidas de 25
países, a maioria situada no continente africano.
ONU
condena decisão de Trump sobre OMS. O
apoio da OMS “é absolutamente essencial para os esforços do mundo para vencer a
guerra contra o Covid-19”, afirmou António Guterres.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas,
António Guterres, criticou na terça-feira a decisão do presidente dos EUA.
Donald Trump cortando fundos para a Organização Mundial da Saúde (OMS) em meio
à pandemia de Covid-19.
“Não é hora de cortar recursos para as operações da OMS
ou de qualquer outra organização humanitária na luta contra o vírus”, disse
Guterres em comunicado publicado terça-feira no site da ONU.
O Secretário-Geral da ONU fez essa declaração horas
depois de Trump anunciar que está suspendendo o financiamento para a OMS.
“Estou ordenando que meu governo pare de financiar, enquanto uma investigação
está sendo realizada sobre o papel da OMS na má administração e na ocultação da
expansão do coronavírus”, disse o demente estadunidense na terça-feira,
acrescentando que os “erros” da organização “causaram muitas mortes”.
Ele já havia anunciado, na semana passada, que estava
considerando reter fundos para a OMS argumentando uma suposta má gestão da
crise do coronavírus. Em particular, Trump acusou a agência de favoritismo em
relação à China e a criticou por se opor à sua restrição de viagens do país
asiático. O presidente dos EUA também observou que a OMS perdeu tempo quando o
surto começou e lamentou não ter tomado medidas "meses antes".
Em resposta às acusações de Trump, o diretor-geral da
OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, pediu para não politizar a pandemia.
China
também critica. A China criticou na
quarta-feira (15) o presidente dos EUA, Donald Trump, por cortar fundos para a
Organização Mundial da Saúde (OMS), alertando que isso teria sérias implicações
na resposta global à covid-19.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Zhao
Lijian, disse que a batalha contra o novo coronavírus está agora "em um
momento crítico", relatou a agência AFP. A decisão dos EUA de retirar o
financiamento da OMS "minará a cooperação internacional contra a
epidemia", o que deixa a China "seriamente preocupada".
Zhao acrescentou que a China está exortando “os Estados
Unidos a cumprirem sinceramente suas responsabilidades e obrigações e apoiarem
a ação internacional liderada pela OMS contra a epidemia”, porque a OMS está
desempenhando um “papel insubstituível”.
O
que restou para a OIT? No dia 11 de
abril deste ano a Organização Internacional do Trabalho chegou aos 101 anos de
idade. Como vamos lembrar, de forma rápida, o organismo já teve importante papel
para o mundo do trabalho.
Basta lembrarmos que, depois da Primeira Guerra, o
Tratado de Versalhes cuidou de reduzir os horrores dos primeiros anos do
capitalismo selvagem e da industrialização desenfreada. Na época foram
assinados os primeiros tratados para minorar a exploração e dar direitos
sociais aos trabalhadores, em particular às mulheres e crianças.
Mais tarde, depois da Segunda Guerra, a Organização
Internacional do Trabalho toma novas atribuições. Na época foi cunhado um lema:
“A Paz universal e permanente só pode basear-se na justiça social”. Isto está
nos primeiros documentos assinados.
Mas, ao longo desses 101 anos, e, principalmente, nos
anos mais recentes de avanços da política neoliberal, com sua máxima de que
“não existe sociedade e sim indivíduos”, a OIT foi perdendo sua força e sua importância
iniciais. Hoje, praticamente, tem por função apresentar mapas estatísticos ou
previsões, mas sem qualquer força para retomar o lema da “justiça social” que
foi abandonado pelo caminho.
A
OIT e o coronavírus. Nesta semana,
cumprindo o papel que lhe sobrou, a OIT liberou seu segundo informe especial
sobre os impactos do coronavírus no mundo do trabalho e reafirmou que essa
crise global é a pior que conhecemos desde a Segunda Guerra.
A organização advertiu que os efeitos negativos da
pandemia de covid-19 serão muitas vezes superiores ao que ocorreu em 2008/2009.
O documento diz que as medidas de paralisação total ou parcial da economia,
aplicadas por diversos países, já afetaram quase 2,7 bilhões de trabalhadores,
cerca de 81% da força de trabalho mundial.
O relatório lista os setores com maiores riscos:
comércio (pequeno e grande), conserto de veículos, manufaturas, atividades
imobiliárias, administrativas e comerciais, além do setor de alimentação e
hospedaria. Ou seja, pouco vai sobrar sem ser duramente atingido.
Mas, no nosso caso, a preocupação maior não é com os
setores que serão mais ou menos afetados. Nossa preocupação é saber qual a
alternativa, qual a perspectiva para esses trabalhadores?
Bernie
Sanders apoia Joe Biden. O senador
Bernie Sanders, considerado de centro-esquerda, endossou na segunda-feira (13)
a candidatura de Joe Biden para a presidência dos EUA. O anúncio ocorre cinco
dias depois dele desistir de disputar a indicação do Partido Democrata à
Presidência, deixando o caminho livre para que o centrista ex-vice-presidente
de Barack Obama enfrente o republicano Donald Trump nas eleições de novembro.
Sanders anunciou sua decisão em uma transmissão ao vivo
com Biden. “Devemos nos unir para derrotar o mais perigoso presidente na
história moderna”, escreveu Sanders no Twitter, ao anunciar que estava se
juntando a Biden.
A decisão do senador contrasta com a campanha de 2016,
quando Sanders esperou até a Convenção Nacional Democrata, que ocorreu em junho
daquele ano, para anunciar seu apoio à candidatura de Hillary Clinton. A
convenção deste ano está prevista para ocorrer em agosto.
Sanders anunciou que estava deixando a corrida
democrata no dia 8 de março. “Termina a campanha, mas a luta continua”, disse
na ocasião o senador pelo pequeno estado de Vermont, em comunicado.
Obama
também declara apoio a Biden. O
ex-presidente Barack Obama anunciou na terça-feira (14) seu apoio ao candidato
democrata Joe Biden, que enfrentará Donald Trump na disputa pela Casa Branca em
novembro deste ano.
“Joe Biden tem experiência para nos guiar em um dos
momentos mais sombrios. Ele sabe trabalhar com aliados”, afirmou Obama, em um
vídeo publicado nas redes sociais.
No início da gravação de 12 minutos, o ex-presidente
disse que o mundo vive tempos anormais e a pandemia do novo coronavírus é algo
que não se presenciou em um século. “Se há algo que aprendemos como um país em
momentos de grandes crises é que o espírito de cuidar um do outro precisa estar
refletido no nosso governo”, disse Obama, fazendo uma referência a Biden.
Joe Biden, de 77 anos, deve ser indicado oficialmente
como o representante do Partido Democrata nas eleições durante convenção da
legenda, no próximo dia 17 de agosto. "Agora é a hora de lutar pelo que
acreditamos", finalizou Obama.
Os
ricos já “se mandaram”! Excelente a
matéria da jornalista Mercedes Gallego, em “El Correo”. Ela mostra o grande
engano de quem andou falando por aí que o coronavírus seja igual para rico e
pobre em doenças e morte. Segundo ela o vírus pode não fazer perguntas, mas não
foi encontrado em casa pelos ricos que vivem em Nova York.
Interessante é que a cidade conseguiu destaque mundial
ao registrar uma morte por coronavírus a cada dois minutos. Mas não entre os
ricos e super-ricos que estão “se mudando” para regiões estadunidenses longe de
grandes cidades e onde nenhum caso foi registrado. Áreas nos campos, nas
montanhas, etc.
Compram grandes casas e contratam serviços de
helicópteros que os levam para os novos lares. Nada de contato com o povo, nada
de andar pelas ruas ou estradas, etc. A empresa de helicópteros Blade,
considerada uma espécie de Uber das hélices, que apesar de cobrar entre 500 e
700 euros pela entrega, diz que recebeu uma enxurrada de pedidos. Somente em
Southampton, a população cresceu de 60.000 para 100.000. Os novos residentes
pagaram o que fosse necessário para sair de Nova Iorque e ter uma quarentena de
luxo.
O investidor imobiliário Joe Farrell disse que alugou
uma de suas mansões em Bridgehampton a um magnata têxtil desesperado por
abandonar a cidade e que pagou US$ 2 milhões (1,8 milhão de euros) por toda a
temporada até o final de agosto. Dez quartos, 15 banheiros, uma pista de
boliche, uma sala de cinema, uma pista de patinação e, é claro, uma piscina
aquecida ao lado do mar, caso o verão seja tarde.
Nova Iorque está se despindo para todos. Enquanto as
ruas se esvaziavam, a miséria foi exposta. Os sem-teto não têm onde se esconder
e não há mais Starbucks para esgueirar-se para usar o banheiro. Eles são os
únicos que habitam as ruas e dormem no mundo subterrâneo do metrô, onde se
misturam com os trabalhadores que não conseguiram escapar do trabalho. Presos
entre o medo de ficar sem ele e o medo de adoecer, aqueles que nem sequer têm
qualificações de teletrabalho continuam a usar o transporte público todos os
dias para abastecer supermercados, cozinhar em restaurantes ou pedalar para
entregar em casa.
Os EUA estão dando uma lição ao mundo: esse é o mundo
liberal, onde o pobre e o trabalhador morre e o rico tem como “se mandar” até
tudo passar.
O desafio para além da peste
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Arthur Chioro: “agora temos um legítimo ministro que expressa a necropolítica”
Arthur Chioro: “agora temos um legítimo ministro que expressa a necropolítica”
Ex-ministro da Saúde do governo Dilma Rousseff critica Luiz Henrique Mandetta, mas diz que sua saída é ainda pior para a condução da crise do coronavírus. Para ele, a fala do novo ministro, Nelson Teich, sobre priorizar o tratamento de um adolescente no lugar de um idoso é a “expressão clara da necropolítica”



247 - O médico sanitarista e ex-ministro da Saúde Arthur Chioro falou à TV 247 sobre a situação do sistema de saúde brasileiro em meio à crise do coronavírus, defendeu que o Estado deveria coordenar todos os leitos de UTIs do País e avaliou politicamente a saída de Luiz Henrique Mandetta do Ministério da Saúde e a entrada de Nelson Teich.
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Chioro, que atuou no governo Dilma Rousseff, criticou Mandetta, mas afirmou que sua saída é ainda pior para a condução da crise neste momento. Ele definiu também como “a expressão clara da necropolítica” a fala do novo ministro, Nelson Teich, em um vídeo de abril de 2019 em que ele diz que, numa situação onde não há recursos para tratar todos, um adolescente deveria ser priorizado diante dos idosos, por ter mais tempo de vida. “Eu achava que o Mandetta era uma expressão enrustida da necropolítica. Agora temos um legítimo ministro que expressa a necropolítica”, afirmou.
Chioro lembra que Mandetta, apesar de ter saído do governo com uma boa imagem em meio à crise, foi um dos principais responsáveis pela aprovação da EC 95 - do teto de gastos -, que prejudicou de forma cruel os repasses para a saúde pública. O que vem por aí na condução da crise, com Nelson Teich à frente da pasta, no entanto, é muito pior, avalia o ex-ministro.
“Em meio à pior pandemia do último século, colocar no comando do Ministério da Saúde uma autoridade que não sabe o que é o SUS... ele terá um tempo de aprendizado que custará caríssimo para a sociedade brasileira. Ninguém torce para dar errado porque seria torcer contra a sociedade. Ele tem que acertar, mas a chance de ele acertar é nenhuma”.
Chioro criticou ainda a falta de coordenação do governo federal com estados e municípios para lidar com a crise, com governadores encomendando equipamentos da China, prefeitos requisitando leitos de UTIs do setor privado, sem diálogo entre si. “Isso nós perdemos, já não dá mais tempo. E quando esses caras (nova equipe do governo) começarem a entender o que é o sistema de saúde, acabou a pandemia”.
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