segunda-feira, 5 de agosto de 2019

Ex-ministros lançam manifesto em defesa do SUS

Novo embaixador do ecoturismo de Bolsonaro acumula infrações ambientais O BOZO NUNCA ACERTOU UMA ESCOLHA!

Novo embaixador do ecoturismo de Bolsonaro acumula infrações ambientais

Famoso pelas aventuras na selva e interações com animais exóticos, o apresentador de TV Richard Rasmussen foi autuado pelo Ibama em dez infrações sobre fauna
Richard Rasmussen e Jair Bolsonaro
Richard Rasmussen e Jair Bolsonaro (Foto: Carolina Antunes/PR)
247 - Famoso pelas aventuras na selva e interações com animais exóticos, o apresentador de TV Richard Rasmussen foi autuado pelo Ibama em dez infrações sobre fauna. Na última sexta-feira (2), ele foi anunciado pelas redes sociais do presidente Bolsonaro como embaixador do turismo no Brasil, com ênfase no ecoturismo.  A informação é do jornal Folha de S.Paulo. 
 O total das multas, aplicadas entre 2002 e 2009, é de R$ 263,1 mil reais e correm em processos separados na Justiça. A maior multa recebida pelo apresentador, de R$ 144 mil, data de 2004, por dar destinação ou permutar espécime silvestre sem autorização do órgão responsável.  
A maioria das autuações aconteceu em Carapicuíba, interior de São Paulo, onde Rasmussen mantinha um criadouro sem comprovação de origem dos animais e com suspeitas de tráfico. O espaço foi fechado pelo Ibama em 2005.
A reportagem ainda afirma que, em apelação ao Ministério Público Federal, o Ibama relata que, em uma vistoria feita em 2004, “faltavam diversos animais que constavam da fiscalização anterior, existindo outros que não constavam, vários micos-estrela estavam mortos na sala de atendimento veterinário e um morto no recinto, cães circulavam livremente no recinto de diversas aves e saguis, filhotes de onça eram mantidos em canil, entre outras irregularidades”.

É CRIME DIZER A VERDADE Bolsonaro chama de ‘maus brasileiros’ os que mostram o desmatamento

Bolsonaro chama de ‘maus brasileiros’ os que mostram o desmatamento

Prestes a colocar um militar para dirigir o Inpe, Jair Bolsonaro voltou a criticar as ONGs e o ex-diretor do instituto Ricardo Galvão ao afirmar que “alguns brasileiros ousam fazer campanha com números mentirosos” sobre o desmatamento na Amazônia
247 - Prestes a colocar um militar para dirigir o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Jair Bolsonaro voltou a criticar as Organizações Não Governamentais (ONGs) e o ex-diretor do instituto Ricardo Galvão ao afirmar que “alguns brasileiros ousam fazer campanha com números mentirosos” sobre o desmatamento na Amazônia. Declaração de Bolsonaro acontece três dias após Galvão ter sido exonerado do cargo por rebater  as críticas de Bolsonaro à divulgação de dados que mostravam que o desmatamento cresceu 88% na Amazônia Legal. 
"A Amazônia é um potencial incalculável. Por isso, o mundo está de olho nela. Por isso alguns brasileiros ousam em fazer campanha com números mentirosos sobre nossa Amazônia", disse Bolsonaro. "E nós temos que vencer isso, e mostrar para o mundo, primeiro, que o governo mudou e, depois, que nós temos responsabilidade para mantê-la nossa, sem abrir mão de explorá-la de forma sustentável", emendou. 
Mais cedo, também nesta segunda-feira (5), o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, disse que o novo diretor do Inpe deverá ser anunciado até esta terça-feira (6), e que provavelmente será um militar da Aeronáutica e que o governo irá promover mudanças na sistemátivca de divulgação dos dados sobre o desmatamento no Brasil. (Leia no Brasil 247)

STF dá 15 dias para Bolsonaro explicar fake news contra Dilma

STF dá 15 dias para Bolsonaro explicar fake news contra Dilma

Ministra do STF Rosa Weber deu 15 dias de prazo para que Jair Bolsonaro, “caso queira”, preste esclarecimentos sobre a declaração que fez afirmando que a presidente deposta Dilma Rousseff teria participado de ações armadas durante o período da ditadura militar que teriam resultado na morte do capitão do Exército dos EUA Charles Chandler, suspeito de colaborar com o regime
247 - A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber deu 15 dias de prazo para que Jair Bolsonaro, “caso queira”, preste esclarecimentos sobre a declaração que fez afirmando que a presidente deposta Dilma Rousseff teria participado de ações armadas durante o período da ditadura militar que teriam resultado na morte do capitão do Exército dos Estados Unidos Charles Chandler, supeito de colaborar com o regime. 
A ação atende a um pedido feito pela própria Dilma Rousseff, que acionou o STF alegando que Bolsonaro teria cometido crime de calúnia, e acontece apenas uma semana após o STF, por meio do ministro Luís Roberto Barroso também conceder 15 dias de prazo para que Bolsonaro, “se quiser”, esclareça a afirmação que fez sobre saber as circunstâncias da morte e desaparecimento de Fernando Santa Cruz, pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz. Segundo documentos oficiais, Santa Cruz foi morto após ter sido preso por agentes da ditadura e m 1974. 
Charles Chandler, que era capitão do Exército dos EUA, foi morto em 12 de outubro de 1968, em São Paulo, em um ataque cometido por integrantes da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) e da Ação Libertadora Nacional (ALN). Dilma, contudo, ao contrário do insinuado por Bolsonaro nunca integrou estes grupos de resistência a ditadura. 
Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, na ação, Dilma pede que Bolsonaro esclareça se fazia referência a ela quando afirmou que “quem até há pouco ocupava o governo teve em sua história suas mãos manchadas de sangue na luta", se o ex-capitão sabe quem são as pessoas responsabilizadas pela morte de Charles Chandler e se ele possui algum documento que indique qualquer acusação formal contra Dilma sobre fatos que envolvem a morte do norte-americano. 

O QUE FOI A REPÚBLICA DE WEIMAR

Dialogos do Sul 25% das cidades têm águas contaminadas por agrotóxicos

https://youtu.be/QjF9I5w9mUs?t=18

Todos são iguais, mas nem tanto: desigualdade no Brasil ofende a dignidade humana

Sindicato dos Bancários de Santos

Todos são iguais, mas nem tanto: desigualdade no Brasil ofende a dignidade humana

O Brasil é uma nação pobre, com um diminuto agrupamento social muito rico ou apenas remediado, que não enxerga um palmo além de seu próprio umbigo

PAULO CANNABRAVA FILHO
Diálogos do Sul Diálogos do Sul
São Paulo (Brasil)
Qual a lógica da reforma da previdência aprovada na Câmara e em tramitação no Senado? A Previdência já era uma coisa elitista e discriminatória posto que privilegiava os servidores públicos -civis e militares- era razoável para os que recebiam altos salários e registro em carteira, e absolutamente injusta para os mais pobres.
Pela lógica constitucional e o princípio da isonomia as regras da aposentadoria deveria ser igual para todos. Não em valores mas como regra sim. Como manter isonomia num país com 58 bilionários e 55 milhões abaixo do nível de pobreza. 
Mais de 200 milhões de pessoas povoam este país. Dentre eles, tem um punhado de gente cuja fortuna ultrapassa o Pib de muitos Estados. 58 bilionários, segundo a revista Forbes, tem fortuna de U$ 180 bilhões de dólares. Quanto será isso em reais? Vamos multiplicar por 3 ou por 4? Por 4 seria R$ 720 bilhões. 
Forbes identifica 170 pessoas com renda igual ou superior a R$ 1 bilhão. Entra no sítio tem o nome de todos eles. Entre os 20 mais ricos estão os três irmão Marinho, donos da Globo: José Roberto, Roberto Irineu e João Roberto.
Estudo da OIT constata que os 10% mais ricos no Brasil, entre 2004 e 2006 receberam 47,75% da renda. A média de ganho dos 10% está em torno de R$ 6.700,00. Neste grupo, o 1% mais rico teve rendimento médio de R$ 27.213,00. Inclui os parlamentares, juízes federais, ministros, e executivos de grandes empresas que ganham bem mais de R$ 30 mil. 
Esse 1% mais rico ganhou 36.1 vezes mais que o rendimento de metade dos mais pobres. O rendimento dos 10% mais pobres subiu de 0,49 a 1,11% da renda e o rendimento médio dos 40% mais pobre foi de R$ 376, menos da metade do salário mínimo. O rendimento médio domiciliar per capita no Brasil em 2017 foi de R$ 1.511,00
Sindicato dos Bancários de Santos
1% mais rico ganhou 36.1 vezes mais que o rendimento de metade dos mais pobres
Vamos imaginar que 24 milhões de pessoas, pouco mais ou pouco menos, tenham salários maior que a média salarial brasileira de R$ 2.300,00 segundo o IBGE, que pode chegar em 2019 a R$ 2.700,00 devido ao aumento concedido aos funcionários públicos, civis e militares.
Esse setor inclui as duas faixas tipificadas como classe média, sendo a faixa B con renda entre 10 e 20 Salário Mínimos e a C renda familiar entre 4 e 10 Salários Mínimos de R$ 998,00 depois da rebaixa proporcionada por Temer. Situam nessas duas faixas ingressos que vão de R$ 4 mil a R$ 20 mil.
Nesse país das injustiças e abismos sociais, o conceito com que o Salário Mínimo foi criado, segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) deveria ser de R$ 3.928,73. Em vista disso temos uma classe média em processo de empobrecimento.
Segundo o IBGE, a População Economicamente Ativa  (PEA) está em torno de 60 por cento, ou seja, um país de 120 milhões de pessoas em idade de trabalhar. Destes, 20% trabalham no setor primário e outros 20% no setor secundário e os 60% restantes no setor terciário, que se tornou bastante difuso com a precarização do mercado de trabalho, desindustrialização em massa, altas taxas de desemprego, etc.
Com relação ao mercado de trabalho, cada dia aumenta o número de profissionais qualificados -engenheiros, químicos, arquitetos, advogados…. que estão fazendo bico com o que encontram: uber, barraca de comida, cuidadores e, claro, todas ocupações precárias.
A taxa de desemprego que chegou a 13% em 2017 manteve-se estável em 2018 em torno de 11,5%. A Carta de Conjuntura do IPEA (20/03/19) registra que vem aumentando o número de domicílios sem renda proveniente do trabalho. Em 2018 essa porcentagem era de 22,2% enquanto que nos domicílios de renda mais baixa essa porcentagem era de 30,1%.
O estudo também mostra que a diminuição da taxa de desemprego não é muito animadora porque parte substancial das vagas oferecidas são de trabalho parcial ou intermitente e de baixa remuneração, facilitado pela novas regras trabalhistas impostas pelo governo de ocupação. As taxas combinadas de desocupação e subocupação chegou a 18,5%. 
Mais de 60% da população desalentada está no Nordeste. No Brasil já somam 5 milhões em 2019. Creio que podemos somar a essa população os quase 3 milhões de brasileiros que por razões econômicas migraram para o exterior.  Só nos EUA já são quase 1.5 milhão.
Resumindo, segundo o Banco Mundial, os 5% mais ricos da população recebem por mês o mesmo que os 95% somados. O Banco registrou também que em 2016, 16 milhões estavam abaixo do nível de pobreza. Esse número não bate com o IBGE que de acordo com a Síntese dos Indicadores Sociais, em janeiro de 2019, 54,8 milhões estão abaixo do nível de pobreza, ou seja, 1/4 da população com renda domiciliar per capita inferior a R$406, pesquisa realizada de acordo com os critérios do Banco Mundial.
Em suma, o Brasil é uma nação pobre, com um diminuto agrupamento social muito rico ou apenas remediado, que não enxerga um palmo além de seu próprio umbigo, ou além de seus próprios interesses. São castas e máfias inescrupulosas que exploram as riquezas nacionais e o trabalho do povo em benefício próprio. E tudo isso com a agravante da submissão aos Estados Unidos acrescentada pelo governo de ocupação.
Esse é o principal defeito da falsa “democracia" construída pela plutocracia reinante. 
Por isso é preciso e mais que urgente construir um novo projeto de Brasil. Começar tudo de novo a partir da conquista de uma verdadeira independência.
*Jornalista editor de Diálogos do Sul