quinta-feira, 22 de julho de 2021

O golpe nosso de cada eleição.

 

O golpe nosso de cada eleição.

A ciência política clássica atribui aos golpes de Estado três características definidoras: (i) intervenção militar, (ii) ação rápida e (iii) certa margem de surpresa (Bobbio et alli. Dicionário de política). Nesse sentido também tratadistas brasileiros como Paulo Bonavides (Ciência política, 1972). Desses elementos, porém, os golpes  se desvencilham na contemporaneidade, e o Brasil, nesse sentido,  fornece farta matéria prima para  análise. Os golpes, por exemplo, não  observam  mais o caráter surpresa– são, até, longamente preparados mediante campanhas políticas e ideológicas de massa, protagonizadas pelos meios de comunicação em suas variadas modalidades; nem  muito menos se cingem, do ponto de vista operativo, ao  assalto ao poder (na forma de putsch), ou à ação  repentina. Veremos que podem instalar-se ao cabo de longo processo, e desenvolver-se mesmo de forma “sistemática e suave”, como observa Noam Chomsky  (https://truthout.org/articles/chomsky-bolsonaro-is-spreading-trump-like-fear-of-election-fraud-in-brazil/)  refletindo sobre nosso último golpe, que, operado em 2016, chega aos dias de hoje sem dar sinais de haver completado sua obra perversa. Daí ser denominado por alguns constitucionalistas como “regime de exceção permanente”.  A classificação do filósofo americano deve ser considerada como uma subespécie dos golpes ordinários e institucionais, operados pela burocracia estatal.

O golpe de Estado, na atualidade, muito raramente é uma execução exclusiva da caserna, como foi, entre nós,  a implantação do Estado Novo, quando a ditadura simplesmente se  desfez da Constituição,  do Congresso e dos governadores estaduais. Seu modelo é o golpe de Luís Bonaparte, presidente que destruiu a Assembleia Nacional francesa, em 1851, para fazer-se imperador. No Brasil, em 1937, os generais Góes Monteiro e Eurico Dutra derrogaram a república democrática de 1934 para transformar o presidente Getúlio Vargas em ditador.

Em regra – o golpe procura legitimar-se (ou fazer-se mais facilmente aceito) mediante  o concurso homologatório do legislativo e do judiciário. Assim no Brasil, em 1955, em 1961 e em 1964. Quando do 11 de novembro de 55, a deposição de Carlos Luz e o impedimento de Café Filho – levados a cabo pelos tanques da Vila Militar comandados pelos generais Teixeira Lott  e  Odílio Denys –, foram constitucionalizados por resoluções da Câmara dos Deputados e do Senado Federal e, mais tarde, sancionados pelo STF, no famoso julgamento de habeas corpus impetrado pelo presidente Café Filho, que pretendia retomar suas funções após alegado tratamento de saúde. A colaboração congressual prossegue.  Em 1961, diante da intentona dos ministros militares, coube ao Congresso a aprovação de emenda parlamentarista mediante a qual se consolidava  o golpe contra os poderes presidencialistas e constitucionais  de João Goulart. Em 1964, a participação  do Congresso foi ainda maior, pois a consumação do golpe teve início com a declaração da vacância da presidência da república (quando, consabidamente, Jango se encontrava em Porto Alegre) pelo senador Auro de Moura Andrade (presidente  do Congresso Nacional), para, na sequência, mutilado com dezenas de cassações de mandatos, eleger presidente o ditador  que os generais golpistas haviam escolhido.

O “caso” brasileiro é exemplar porque reúne a participação de todos os poderes que operam na república, a saber, o executivo, o judiciário e o legislativo, e mais aqueles poderes que não são referidos no Art. 2º da Constituição vigente: o poder econômico nacional e multinacional, e seus aparelhos, além da caserna. E ainda o poder do império hegemônico, que, aliás, dá início ao trabalho de desestabilização do governo de centro-esquerda, no mandato do presidente Lula, e sob a regência do democrata Barack Obama. Repetindo, aliás, seu papel na preparação dos golpes de 1954 e 1964.

Na sequência da preparação da opinião pública pelos meios de comunicação de massa, o primeiro poder a operar o golpe foi o judiciário mediante a chamada operação Lava Jato, cujas relações promíscuas com o Departamento de Justiça dos EUA, via procuradores e via juiz de piso, foram devassadas e são hoje de conhecimento público. A propósito, é bom ter presente que a “república de Curitiba”, com suas ilegalidades e irregularidades, destruiu grandes grupos brasileiros de engenharia que concorriam com corporações dos EUA. Não pode ser mera coincidência que o ex-juiz e ex-ministro hoje trabalhe na empresa de consultoria norte-americana Alvarez & Marsal, escritório que atua como administradora judicial da Odebrecht, empreiteira investigada (e arruinada) pela Lava Jato.

Coube ao judiciário impedir a posse de Lula na chefia da Casa Civil da presidência da República, cassar sua candidatura à presidência da república (deixando-se acuar por mensagem do general ministro da defesa), e afinal condená-lo e encarcerá-lo por 580 dias, para, com o golpe consumado e o governo do capitão consolidado, reconhecer que a 14ª vara federal de Curitiba não tinha competência para julgar o ex-presidente, e que o juiz sentenciador padecia de  exuberante suspeição.

Decisiva, em 2016, foi a aliança da dissidência do executivo -- operando dentro dele por intermédio do vice-presidente da República --, com o Congresso, de que resultou o farsesco impeachment, ponto de partida para o governo de direita, que abriu caminho para a primeira experiência brasileira de governo de extrema-direita oriundo do pronunciamento eleitoral. Assinale-se que desde a interinidade de Michel Temer até aqui, o Congresso brasileiro caminhou para além daquele papel de coadjuvante do governo dos militares (o anterior, imposto ao país em 1º de abril de 1964), para tornar-se agente importantíssimo, emprestando ao golpe o caráter de legalidade. Isso porque as “reformas” que corroem a Carta Cidadã de 88, descaracterizando-a e aos poucos inviabilizando-a, se fazem pelo poder legislativo, portanto sob o manto legitimador da soberania popular e da legalidade. É a característica do golpe institucional continuado, ou sistemático, servido em doses homeopáticas, mas continuamente.

Depois das contrarreformas do período Temer, como a criminosa Emenda Constitucional nº 95, que virtualmente colapsa o investimento do Estado no desenvolvimento (mas não o impede de gastar quase R$ 6 bilhões no financiamento da propaganda política nas eleições de 2022) e as “reformas” trabalhista e previdenciária, todas tendentes a condenar às calendas gregas as esperanças de um estado social, o Congresso se esmera no preparo de privatizações que atentam contra o patrimônio nacional, reduz os recursos para a educação,  ciência e a tecnologia, e ameaça a democracia com a promessa de uma reforma política cujos termos são sonegados à opinião pública.

Sabe-se que o legislativo prevê o “distritão”, ideia de jerico que nasceu da cabeça de Michel Temer (o perjuro), mediante a qual se acaba com o voto de legenda, isto é, com a justificativa para a existência de partidos, sem os quais não se conhece uma só experiência de democracia representativa.

Associado ao capitão Bolsonaro em tudo o que é ruim, o Congresso tenta a implantação do voto impresso, anacronismo que vem do império das atas falsas e da democracia das eleições fraudadas, que conheceram seu termo com a urna eletrônica, até aqui aprovada por dezenas de testes a que se tem submetido desde as eleições de 1996, sem sofrer questionamentos sérios. Mas o ainda presidente ameaça bagunçar o coreto se o Congresso não aprovar o voto impresso e ele não for reeleito,  porque, segundo o pulha, sua derrota será  a prova da fraude que diz já haver campeado nas eleições que, para nossa tragédia, venceu em 2018.

Como anunciado pelo lamentável, mas politicamente poderoso, presidente da Câmara, a direita, ameaçada de ver seus sonhos de permanência pacífica no poder ruírem por terra em 2022, já acena com novo golpe parlamentarista, agora denominado ora de “presidencialismo mitigado”, ora de “semipresidencialismo”. Temerosa quanto à possível eleição de Lula, a direita se adestra desde já para impedi-lo de governar. É uma das muitas hipóteses de golpe que circulam entre a Faria Lima e os gabinetes de Brasília.

As provocações do capitão, suas irresponsáveis alegações de fraude em eleições passadas e o criminoso anúncio de que haverá fraudes no próximo pleito; o controle do congresso por uma maioria reacionária; as tergiversações do presidente do STF;  a vergonhosa omissão da procuradoria da república em face dos reiterados crimes políticos, e de prevaricação, cometidos pelo ainda presidente, e as intoleráveis mensagens, notas e manifestações de militares em comando... tudo isso são ingredientes de uma crise em marcha. É a marcha da insensatez com que conta o inexcedível capitão.

Não são poucas as forças, ou coalizões de interesse que se incomodam com a expectativa da ascensão de um governo de centro-esquerda no Brasil. Não interessa aos EUA de Obama ou Trump ou Biden um governo brasileiro que volte a professar uma  política externa “ativa e altiva”; os fardados, uns por ignorância incurável, outros por indústria, quase todos por autismo político, confundem com “comunismo” qualquer  expectativa de melhoria das condições de vida de nossa população miserável. A burguesia aqui instalada de há muito renunciou ao pleito de um projeto nacional. A direita jamais aceitou o jogo democrático, e sempre foi avessa à rotatividade de poder.  E ainda há muita carne no osso que  eles roem.

Roberto Amaral

Deu na imprensa

 

Fundação Perseu Abramo - Deu na Imprensa
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A notícia mais importante do dia não é a reforma ministerial, que ganhou as manchetes de todos os jornais. Mas o Partido Militar forçando a barra e fazendo ameaças diretas ao país e às instituições. Estadão destaca no alto da primeira página que o General Braga Neto, ministro da Defesa, faz ameaça e condiciona eleições de 2022 ao voto impresso

Ele usou um interlocutor político para duro recado: sem 'voto auditável', disposição das Forças é que pleito não seja realizado. Quem ouviu a ameaça foi ninguém menos que o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL). Ao dar o aviso, o ministro estava acompanhado de chefes militares do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. Estadão destaca que o senador Alessandro Vieira (Sem partido-SE) interpelou Bolsonaro no Supremo para que presidente explique alegações 'inverídicas e infundadas' sobre fraudes nas eleições. 

As manchetes convergem para a propalada reforma ministerial a ser promovida por Bolsonaro, que decidiu retirar o General Ramos da Casa Civil e instalar o senador Ciro Nogueira (PP-PI), um dos próceres do Centrão. Ônyx Lorenzoni pode ir para o redivivo Ministério do Trabalho, num arranjo de soma zero, já que a interlocução do ministro com o mundo sindical é nula. 

Nas capas, o casamento do ano. FolhaBolsonaro muda ministérios e dá mais poder ao CentrãoEstadãoBolsonaro põe Centrão na Casa Civil e recria pasta do TrabalhoO GloboBolsonaro dá Casa Civil a Ciro Nogueira, líder do Centrão. Jornais lembram que Ciro Nogueira já foi alvo da Lava Jato, enalteceu Lula e atacou Bolsonaro no passado recente. Ele é apresentado como pragmático. E a Coluna do Estadão também recorda o passado: Presidente incrusta no governo partido do 'mensalão'.

Valor parece fazer humor ao destacar que o ministro da Economia sai mais fraco da reforma ministerial: Guedes perde a articulação da política de emprego para 2022. Nenhuma menção ao fato de que, com Bolsonaro, o desemprego atingiu níveis recordes na história: 15 milhões de pessoas sem trabalho. E a edição brasileira El País aborda um tema delicado: Guerra política na igreja: a perseguição ao padre Lino por criticar Bolsonaro.

Ainda sobre a reforma ministerial, Folha informa que o desmembramento da Economia abre disputa de cargos e Guedes deixa plano de emprego incompleto — outro enunciado que não trata da questão do emprego pelo viés da realidade. Painel S/A noticia que a mudança ministerial de Bolsonaro incomoda empresariado, enquanto o Painel diz que críticas ao fim do Ministério do Trabalho, centrais sindicais veem com pessimismo recriação da pasta por Bolsonaro.

Todos os jornais destacam nas capas a manobra presidencial para tentar se manter competitivo nas eleições de 2022, mas que revela um Bolsonaro enfraquecido e mais dependente da velha política que um dia anunciou que combatia — e levou o General Augusto Heleno a entoar o samba de Bezerra da Silva "Se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão"Painel da Folha destaca: Antes críticos do Centrão, bolsonaristas agora silenciam sobre nomeação de Ciro Nogueira pelo governoEstadão destaca com chamada na capa a surpresa da reforma. 'Eu não sabia. Fui atropelado por um trem', diz general Ramos sobre demissão. Ministro diz que não fazia ideia de que deixaria a Casa Civil para governo abrigar líder do Centrão.

Os principais colunistas tratam de analisar o esforço do Planalto de afastar a ameaça do impeachment de Bolsonaro, com a mudança no ministério. Mas, como escreve Igor Gielow, na Folha, a fatura do casamento com o centrão prolonga agonia do governo Bolsonaro. No EstadãoWilliam Waack vai pelo óbvio: Jair Bolsonaro é hoje o presidente do Centrão. No GloboMalu Gaspar vai ao ponto: Bolsonaro entrega filé do governo ao Centrão para não ter o mesmo final de Dilma. E Andréa Jubé, sintetiza no ValorCiro Nogueira no ministério mais importante do Palácio do Planalto significa, na prática, o Centrão no comando do governo.

Jornais destacam que o Youtube removeu vídeos do canal de Bolsonaro por conter informações incorretas sobre a Covid-19, incluindo a indicação de remédios sem eficácia (como a cloroquina) e recomendações equivocadas sobre o uso de máscaras. A medida ocorre diante do avanço da variante delta do coronavírus, mais contagiosa, e que oficialmente já infectou 12 pessoas na cidade de São Paulo e ao menos 135 no país. O Brasil registrou 1.424 novas mortes pelo coronavírus nas últimas 24 horas, segundo dados do Ministério da Saúde divulgados nesta quarta. O país já soma 545.604 óbitos pela doença. Na União Europeia, 51,3% dos adultos já receberam as duas doses da vacina contra a Covid.

ORÇAMENTO

Estadão registra que investigações do orçamento secreto no TCU avançam em cinco frentes diferentes. Duas apurações em andamento já passaram pelo crivo da área técnica do tribunal e chegaram aos gabinetes dos ministros relatores para que eles se pronunciem. O jornal lembra ainda que o Congresso ignorou alertas de técnicos e MPF ao destinar emendas 'cheque em branco'. Em fevereiro deste ano, a consultoria de Orçamento da Câmara elaborou uma nota alertando para possíveis violações a princípios constitucionais com o uso das transferências especiais.

CPI

UOL destaca em manchete principal que Pazuello queria mais vacinas no 2º semestre, relatou Dominghetti ao pai. Em conversas via WhatsApp com o pai, o cabo da PM de Minas Luiz Paulo Dominghetti afirmou que o ex-ministro da Saúde manifestou interesse em adquirir lotes de vacinas contra a Covid-19 oferecidas pela Davati com o objetivo de abastecer o Programa Nacional de Imunizações no segundo semestre de 2021. A troca de mensagens entre o PM e seu pai, Paulo César Pereira, aconteceu em 23 de fevereiro, dia em que o policial afirma ter participado de reuniões no Ministério da Saúde.

Estadão noticia que a CPI da Covid alcançou militares em investigações sobre compras suspeitas de vacinas. Dos sete núcleos de investigação em funcionamento na CPI, pelo menos três – justamente os de maior potencial explosivo – estão apurando fatos diretamente ligados à atuação de militares, principalmente durante a gestão do general Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde.

BRASIL NA GRINGA

O jornal britânico The Guardian traz ampla reportagem sobre a volta da fome: Covid acumula mais miséria na vulnerabilidade do Brasil"Muitos culpam o fracasso do presidente Jair Bolsonaro em lidar com a pandemia e fornecer apoio adequado para os necessitados", escreve o correspondente Tom Phillips. Ele descreve como a vida é dura para quem vive na rua da Regeneração, na zona norte do Rio de Janeiro. "Viciados em crack cadavéricos sondam lixeiras em busca de restos de comida, caídos e esparramados em colchões e tapetes sujos. 'Eu não desejaria isso a ninguém', disse Marcus Vinícius de Mello, um garçom desempregado de 49 anos que é um dos moradores de rua sem teto e, como muitos aqui, luta contra as drogas. 'Nenhum ser humano merece passar por isso'.

Reuters destaca que o YouTube anunciou a retirada de vídeos do Bolsonaro por desinformação da Covid-19"O YouTube disse em um comunicado à imprensa que a decisão foi tomada 'após cuidadosa revisão' e sem consideração pelo trabalho ou ideologia política de Bolsonaro", destaca. "O ex-capitão do Exército de extrema direita, que supervisionou o segundo surto mais mortal do mundo, recebeu críticas generalizadas por criticar os bloqueios, promover curas milagrosas não comprovadas, semear dúvidas sobre vacinas e evitar máscaras"

O inglês The Guardian também alardeou o banimento do YouTube dos videos do presidente brasileiro, assim como o francês Le Monde: o YouTube remove vídeos de Jair Bolsonaro por desinformação.

Reuters noticia que Bolsonaro planeja reforma ministerial para agradar aliados"O presidente do Brasil disse que está planejando uma reforma ministerial na próxima semana, enquanto o enfraquecido líder de extrema direita busca fortalecer o poder apaziguando uma força influente no Congresso com a qual está cada vez mais aliado", informa.

O argentino Página 12 informa que o Brasil anunciou a exclusão da vacina indiana Covaxin de seu plano de imunização devido a irregularidades contratuais. A suposta compra de vacinas com sobretaxa de mil por cento está sendo investigada pelo Senado. O Ministério da Saúde brasileiro informou que em uma primeira análise preliminar não foram detectadas irregularidades no contrato, mas optou por suspendê-lo para analisá-lo em profundidade.

O português Diário de Notícias relata que Angola se recusou a ouvir parlamentares do Brasil ligados à Igreja Universal do Reino de DeusHamilton Mourão, vice-presidente de Bolsonaro, intercedeu perante João Lourenço, líder angolano, durante a cúpula da CPLP na semana passada mas não teve sucesso. Igreja de Edir Macedo sofre crise em África. O presidente de Angola não aceitou receber parlamentares brasileiros ligados aos interesses da Igreja Universal.

INTERNACIONAL

Sobre o escândalo da espionagem internacional promovida pelo uso criminoso de software invasor do grupo israelense NSO, o francês Le Monde destaca em manchete principal que Emmanuel Macron convocou um conselho de defesa "excepcional". O Libération também deu manchete à  revelação da espionagem do presidente da França. O argentino Página 12 destaca que o ex-presidente do México Enrique Peña Nieto gastou mais de US$ 30 milhões com o spyware Pegasus. O México é o país onde esta tecnologia israelense foi mais usada.

Sobre Macron, Le Monde e Libé destacam que um dos telefones do presidente da República tinha sido escolhido por um serviço de segurança marroquino, para possível vigilância por spyware. O spyware israelense foi supostamente usado por serviços de inteligência marroquinos para hackear telefones de políticos e jornalistas franceses. O Marrocos nega qualquer uso do software da empresa israelense NSO para fins de espionagem, mas o jornal Le Monde, que lidera o consórcio de 16 víeculos internacionais responsável pelo desvelamento do caso Pegasus, mantém a informação.

New York Times destaca em manchete principal que distribuidores de drogas e a Johnson & Johnson fecharam acordo de US$ 26 bilhões para acabar com processos judiciais por opioides. O acordo permitirá que fundos comecem a fluir das empresas para estados e comunidades para pagar por serviços de prevenção e dependência. Wall Street Journal também deu manchete para o tema: Estados chegam a acordo sobre processos judiciais contra analgésicos.

Washington Post noticia na capa que a Casa Branca debate a tentativa de usar novamente máscaras à medida que infecções da Covid-19 aumentam. Os principais assessores da Casa Branca e funcionários do governo Biden estão debatendo se devem pedir aos americanos vacinados que usem máscaras em mais locais, já que a variante delta causa picos de infecções por coronavírus em todo o país, de acordo com seis pessoas familiarizadas com as discussões.

Diário do Povo, órgão oficial do Partido Comunista da China, noticia que a China pede para rastrear a origem da Covid-19 em vários países e regiões. O gigante asiático espera que a OMS trate genuinamente o trabalho de rastreamento de origem da Covid como uma questão científica, livre-se da interferência política e promova ativa e prudentemente o trabalho de rastreamento a ser realizado continuamente em vários países e regiões ao redor do globo.

 

AS MANCHETES DO DIA

Folha: Bolsonaro muda ministérios e dá mais poder ao Centrão

Estadão: Bolsonaro põe Centrão na Casa Civil e recria pasta do Trabalho

O Globo: Bolsonaro dá Casa Civil a Ciro Nogueira, líder do Centrão

Valor: Guedes perde a articulação da política de emprego para 2022

El País (Brasil): Guerra política na igreja: a perseguição ao padre Lino por criticar Bolsonaro

BBC Brasil: Brasil tem 1 órfão por covid a cada 5 minutos: 'Pensamos que crianças não são afetadas, mas é o oposto'

UOL: Pazuello queria mais vacinas no 2º semestre, relatou Dominghetti ao pai

G1: Brasil ultrapassa 545 mil mortes por Covid; média móvel é a menor desde 26 de fevereiro

R7: Seleção brasileira masculina de futebol estreia hoje

Luis Nassif: Bolsonaro entrega anéis e dedos para o centrão

Tijolaço: Facebook dá 'cartão amarelo" a Bolsonaro e derruba 14 'lives'

Brasil 247: General Braga Netto avisou Arthur Lira que não haverá eleições em 2022 se não houver voto impresso

DCM: "Fui atropelado por um trem", diz General Ramos sobre demissão da Casa Civil

Rede Brasil Atual: Organizadores trabalham por #24J maior. 'Quanto mais amplo, melhor'

Brasil de Fato: A mão nada invisível dos EUA deve se manter sobre Cuba com Biden

Ópera Mundi: Estados Unidos e Alemanha fecham acordo sobre gasoduto russo

Fórum: Capitã Cloroquina combinou perguntas com senadores bolsonaristas da CPI

Poder 360: Rejeição a Bolsonaro e ao governo ainda é recorde, mas taxas param de aumentar

Vi o Mundo: Maister F. da Silva: No país da fila do osso, fome e autoritarismo caminham juntos

New York Times: Acordo de US$ 26 bilhões fechado para acabar com processos por opióides. Estados versus gigantes de drogas

Washington Post: Variante desencadeia uma nova conversa sobre máscaras

WSJ: Estados chegam a acordo sobre processos judiciais contra analgésicos

Financial Times: Bridgepoint decola em meio a um boom de aquisições

The Guardian: Ameaça de greve de enfermeiras sobre prêmio de pagamento de 3% para funcionários do NHS

The Times: Temores pela escassez de lojas atingidas pela 'pingdemia'

Le Monde: Emmanuel Macron à vista do Marrocos

Libération: Espionagem. Nem mais que um alô

El País: Interinos com 10 anos de antiguidade ganharam sua praça

El Mundo: Governo presenteia a oposição a interinos com mais de 10 anos

Clarín: EUA adverte sobre o 'intervencionismo e alta inflação' na Argentina

Página 12: Para todes

Granma: Começou o ensaio clínico começou com a vacina Abdala e com o candidato Mambisa em pacientes convalescentes de Covid

Diário de Notícias: Concursos desertos e obras mais caras atrasam ferrovia

Público: MP tem menos magistrados em funções, apesar do aumento do quadro

Frankfurter Allgemeine Zeitung: Bodas de prata

The Moscow Times: Rússia leva a Ucrânia ao Tribunal Europeu por queixas pós-anexação

Global Times: Inundações recordes matam 33 em Henan, com 8 desaparecidos, em nível nacional

Diário do Povo: Xi enfatiza priorizar a segurança da vida das pessoas, patrimônio na prevenção de enchentes e controle

Os destaques da manhã no 247

 

General Braga Netto avisou Arthur Lira que não haverá eleições em 2022 se não houver voto impresso

Polícia Federal rasga Lei de Transparência e passa a esconder todos os seus documentos

Instituto criado por Felipe Neto prevê desfecho trágico para as eleições de 2022 e "Capitólio brasileiro"

"Pandemia ainda mata 1.500 pessoas por dia no Brasil", lembra Nicolelis

Em meio à ameaça de greve, ministro da Infraestrutura esnoba caminhoneiros

Centrão já manda no Brasil sem intermediários

Mais notícias

24J: Mobilização contra Bolsonaro já tem 300 atos marcados em 284 cidades e 15 países

Ciro Nogueira, que deve assumir Casa Civil do governo Bolsonaro, participou de comícios com Haddad em 2018

Perguntas combinadas e estudos com “conflitos”: vídeo revela treinamento da Capitã Cloroquina para a CPI


Frei Anastácio alerta que clubes privados compraram mais munição que os órgãos de segurança do Brasil, em 2020

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CÂMARA DOS DEPUTADOS

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GABINETE DO DEPUTADO FEDERAL FREI ANASTÁCIO PT/PB

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ASSESSORIA DE IMPRENSA

 

Frei Anastácio alerta que clubes privados compraram mais munição que os órgãos de segurança do Brasil, em 2020


O deputado federal Frei Anastácio alertou que os resultados do incentivo ao armamento da população e a flexibilização das regras para adquirir armas e munição, no Governo Bolsonaro, já mostram resultados assustadores. “Levantamento mostra que clubes de caçadores, atiradores e colecionadores compraram mais munição do que todos os órgãos de segurança do Brasil. Isso é assustador”, disse o deputado.

Frei Anastácio destacou que, segundo especialistas, a quantidade de pólvora é como se tivessem sido recarregados, em 2020, 49 milhões de munições de pistola 9mm, ou 15,4 milhões de munição de fuzil 5.56. Um absurdo. É como se esses clubes estivessem se preparando para uma guerra no Brasil. Nunca se viu isso no país”, afirmou.

 Segundo levantamento, a compra de pólvora aumentou 46,5% desde 2018, quando as políticas para adquirir armas eram mais restritas. “Segundo levantamento publicado em reportagem do jornal O Globo, só os colecionadores de armas, atiradores desportivos e caçadores (CACs) compraram mais projéteis do que todos os órgãos de segurança pública do Brasil, em 2020. Os riscos disso, segundo especialistas, são de que parte dessas munições e armas esteja abastecendo o crime organizado e milícias. E aí surge a pergunta: o que Bolsonaro está planejando com toda essa facilidade na compra de armas e munições”, indagou o deputado.

O parlamentar lembrou que desde que assumiu o governo, Bolsonaro assinou 32 atos, entre decretos, portarias e projetos de lei contrários ao Estatuto do Desarmamento. “Os resultados dessa política são o aumento da compra de pólvora, armas, munição e aumento do número de homicídios, que apenas em 2020 fez 39.000 vítimas”, lamentou.

O deputado demonstrou preocupação ainda maior porque Bolsonaro já declarou que o Exército expedirá mais três portarias que facilitarão ainda mais o acesso às armas.

“Diante de tudo isso, só podemos concluir que Bolsonaro tem planos sombrios para o Brasil. Quando não é de Covid ou de fome, ele quer que o povo se mate com armas de fogo. As regras já afrouxaram bastante e com o aumento de armas nas mãos de civis despreparados, os números da violência podem piorar ainda mais”, disse.

Antes das políticas de Bolsonaro, o limite era de 16 armas para cada atirador. Agora, qualquer atirador, independentemente da experiência, pode adquirir até 60 armas. O caçador pode possuir até 30 armas. O cidadão comum pode ter até oito armas.