domingo, 2 de dezembro de 2018

Ildo Sauer: EUA e China conseguiram um vassalo para derrubar o preço do petróleo, o Brasil

Ildo Sauer: EUA e China conseguiram um vassalo para derrubar o preço do petróleo, o Brasil
Foto da Agência Brasil mostra Eduardo Bolsonaro com boné da campanha de Trump 2020
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Ildo Sauer: EUA e China conseguiram um vassalo para derrubar o preço do petróleo, o Brasil


02/12/2018 - 15h05

Ildo Sauer: governo quer transformar o Brasil numa neocolônia petrolífera
O professor Ildo Sauer, vice-diretor do Instituto de Energia e Ambiente da USP (IEE) e ex-diretor de Energia e Gás da Petrobrás, contestou a afirmação de Jair Bolsonaro, feita em entrevista coletiva nesta quinta-feira, que a Petrobrás não tem capacidade de fazer os investimentos para a produção de petróleo.
O especialista denunciou, em entrevista exclusiva ao HP, que, por trás dessa afirmação estão planos do governo de subordinar os interesses da Petrobrás e do país às grandes potencias, ao sistema financeiro e às multinacionais do petróleo.
“Querem transformar o Brasil numa neocolônia petrolífera”, alertou Sauer.
Leia abaixo a íntegra de entrevista ao jornal Hora do Povo:
Hora do Povo: O presidente eleito Jair Bolsonaro afirmou na entrevista que a Petrobrás não tem mais capacidade para fazer investimentos. Como o senhor avalia essa declaração?
Ildo Sauer: Dizer que não tem financiamento é uma grande mentira, porque financiamento não falta. Quem tem reservas e tem capacidade tecnológica e de gestão para produzir diretamente, ou em associação, não tem como não obter recursos financeiros.
Isso ocorre porque o custo direto da produção de petróleo é de 10 dólares e ele é vendido agora a 80 dólares. É um sistema com alto excedente. A própria China, para quem o Brasil exporta petróleo, financiaria a Petrobrás.
O que está por trás dessa afirmação, na verdade, é outra coisa.
É a entrega da hegemonia do processo de produção e venda do nosso petróleo para o sistema financeiro. Um sistema que, na década de 70, destronou a tríade que comandava a economia do pós-guerra (Banco Mundial, FMI e OMC), e passou a ser dirigido diretamente de Wall Street.
O sistema financeiro quer afastar os controles governamentais sobre as áreas estratégicas para mandar nos processos de financiamento. Assim ele consegue extrair para si mais excedentes do petróleo.
E quer fazer isso com o uso dos instrumentos especulativos criados com o neoliberalismo, que se implantaram no mundo a partir de Wall Street.
Neste governo, ao que tudo indica, é esta a lógica que vai prevalecer. O Ministro da Fazenda é da Escola de Chicago, defensora desta lógica.
Com essas afirmações, o que se quer é retirar a Petrobrás do centro para abrir as entranhas do Brasil para as moribundas e antigas herdeiras do Cartel das Sete Irmãs, dado que nos outros países a exploração está vedada para elas.
As suas sucessoras, aquelas empresas que foram hegemônicas no mundo até os anos 90, quando a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) – criada nos anos 60 – conseguiu se impôr, através dos Estados Nacionais, se enfraqueceram.
Os Estados passaram a controlar o seu ritmo de produção. A ação da Opep fez com que o excedente econômico do petróleo passasse a ser apropriado dentro desses países.
A banca internacional quer agora se utilizar dessas empresas para atuar no pré-sal em detrimento da Petrobrás.
Hora do Povo: Bolsonaro disse também que o Brasil tem que buscar parceiros para a exploração do petróleo do pré-sal. O que ele pretende com essa afirmação?
Ildo Sauer: O Brasil é o foco da disputa geopolítica mundial entre os países da OCDE mais a China, para desestabilizar a hegemonia da Opep, liderada pela Arábia Saudita mais a Rússia.
A Opep trabalha para manter o preço do petróleo elevado e, com isso, se apropriar da maior parte dos benefícios do petróleo em favor dos países produtores.
De outro lado está a OCDE, comandada pelos EUA mais a China, que querem transladar esses benefícios para os países consumidores de petróleo. Tirar a Petrobrás da frente faz parte desse jogo.
Como o Brasil estará entre os países com grandes reservas no mundo, que chegam, segundo estimativas, a mais de 100 bilhões de barris, quando a Venezuela, a maior reserva mundial, tem 300 bilhões de barris, e a Arábia Saudita, 270 bilhões, a situação do nosso país se alterou.
O Brasil passou a ser o grande foco em disputa. A estratégia que está sendo anunciada vai na linha da subordinação do país, para se tornar uma espécie de neocolônia petrolífera.
Aquilo que nem a Arábia Saudita, nem o Iraque e nem a Líbia aceitaram fazer, agora parece que, finalmente, encontraram um vassalo.
Em nome dos crimes cometidos contra a Petrobrás pela irresponsabilidade dos governos Lula e Rousseff, estão cometendo um crime ainda maior.
A população brasileira, ao invés de se libertar da atuação nefasta do governo Lula e do governo Rousseff, cai numa segunda armadilha, talvez até de maiores proporções.
Definitivamente, querem transformar o Brasil num país não só subordinado e sangrado, mas, num instrumento para desestabilizar a capacidade da Opep e da Rússia de manter a hegemonia do petróleo em favor dos países produtores.
No Brasil era grande a esperança, desde a descoberta do pré-sal, e antes disso, já com a mobilização dos recursos hidráulicos.
Essas rendas iriam proporcionar o desenvolvimento do país. Esse foi o eixo dos debates a partir do enfrentamento da reforma neoliberal de Collor e FHC.
Parecia termos a chance de prosperar. Mas essa meta acabou sendo massacrada no interior da disputa intestina dos grupos econômicos, com o beneplácito de Lula da Silva e da senhora Rousseff.
Agora, em vez de retomar um eixo a favor do povo, o Brasil passa a assumir um papel, se esta declaração de Bolsonaro se confirmar, de subordinação ainda maior.
Subordinação que era o sonho do Obama, quando, em 2011, visitou a senhora Rousseff e ambos teriam concordado em acelerar a produção do pré-sal como uma das estratégias para enfrentar a Opep.
Era isso, ao lado da produção de biocombustíveis e da abertura do golfo do México, o que está sendo feito.
Estamos progressivamente seguindo um caminho onde as escaramuças do debate sobre a corrupção abriu as portas para a destruição de toda uma construção.
Estão querendo destruir e estrutura orgânica da Petrobrás.
Eles querem manter o país subordinado à lógica de acumulação em favor dos grandes grupos econômicos e das economias mais dinâmicas do sistema capitalista, incluindo nesse caso a China que, mal ou bem, está lá posicionada ao lado da OCDE no que tange ao acesso ao petróleo.
Hora do Povo: Na entrevista, Jair Bolsonaro afirmou que esse assunto da Petrobrás e do pré-sal não tinha muita importância porque, segundo ele, os combustíveis fósseis estão com os dias contados. Qual a sua opinião sobre isso?
Ildo Sauer: Isso não é verdade. Na lógica do sistema econômico hegemônico, o papel do petróleo ainda vai prevalecer por muito tempo.
Apesar do movimento em curso, decorrente da preocupação com as mudanças climáticas e do esforço de transitar da mobilidade baseada no motor da combustão interna, que efetivamente é ineficiente, se comparado com outros operativos, como o elétrico, o petróleo segue sendo o carro chefe, ao lado do setor elétrico e das telecomunicações.
Isso marcou a segunda fase da revolução industrial, do fim do século XIX, até o começo do século XXI. Foi neste período que se construiu o dinamismo do sistema capitalista e a enorme prosperidade e acumulação, apesar da primeira e da segunda guerra mundial.
O petróleo foi e ainda é um dos pilares de tudo isso. Por que se deu isso? Porque ele tem duas características intrínsecas extremamente favoráveis.
Alta densidade, isto é, quantidade de energia por volume e por peso e, em segundo lugar, o pequeno esforço econômico para mobilizá-lo.
Com isso, ele incrementa a produtividade do sistema social de produção de forma extraordinária e gera grandes lucros, permitindo grande acumulação. Até hoje as fontes alternativas ao petróleo estão longe de suplantar essas duas características.
Então, mesmo que venhamos a ter uma transição para a mobilidade elétrica, e isso abra horizontes para que fontes como a fotovoltaica, eólica e outras tenham uma participação maior como suprimento de fontes primárias de energia, elas não vão excluir o papel hegemônico do petróleo.
Isso, mesmo nessa situação, mesmo atendendo à dinâmica que está se desenhando no horizonte, por exemplo, de acabar com o motor a diesel e motor otto.
A lógica do que prevalece sempre esteve e estará vinculada à acumulação. É irônico que quem diz que os fósseis estão com os dias contados acha que o Acordo de Paris não deva prevalecer. E infelizmente não está prevalecendo.
Porque os sistemas políticos e econômicos são renovados periodicamente, sempre criando empecilhos às políticas propostas pelos cientistas das mudanças climáticas.
Esses cientistas anunciam as consequências das não mudanças. Mas, confrontada a consequência de aderir a elas e adotar soluções mais custosas economicamente, isto é, abandonar o petróleo e adotar as outras soluções, a realidade tem demonstrado que essa trajetória não tem sido seguida.
Portanto, não está no horizonte ainda a declarada substituição do petróleo por outras tecnologias.
PS do Viomundo: A chave é o ritmo de produção, que passa a ser ditado do Exterior. Exatamente como acontece com as reservas de minério de Carajás, como denuncia o jornalista Lúcio Flávio Pinto, aqui.
Veja também:

Jornalista que acusou Feliciano de estupro diz que pastora cotada para ministra sabia de tudo


02 DE DEZEMBRO DE 2018, 17H38

Jornalista que acusou Feliciano de estupro diz que pastora cotada para ministra sabia de tudo

"Ela não sabe apenas do meu caso, sabe de muitos, mas como sempre tenta silenciar as vítimas", afirmou Patricia Lelis
A jornalista Patrícia Lélis divulgou imagens de conversas com a pastora Damares Alves, cotada para assumir o Ministério dos Direitos Humanos, da Igualdade Racial e das Mulheres, sobre a denúncia de tentativa de estupro do deputado federal Marco Feliciano.
Segundo Patrícia, a pastora evangélica sempre soube do ocorrido, assim como Magno Malta, de quem Damares é assessora. “Por diversas vezes Damares pediu para que eu não contasse a ninguém, e mesmo depois do caso ter ido para a PF, ela me pediu para que falasse o nome dela no testemunho. Na polícia federal deixei claro todos que sabiam via depoimento, e também o celular para perícia. E digo mais: Ela não sabe apenas do meu caso, sabe de muitos, mas como sempre tenta silenciar as vítimas”, afirmou a jornalista.
Patrícia acusa o deputado de ter tentado estuprá-la no seu apartamento em Brasília, em junho de 2016. A jornalista e ex-militante do Partido Social Cristão, se tornou ré no processo no qual é acusada de mentir e extorquir dinheiro de Talma de Oliveira Bauer, assessor de Feliciano.
“Aos pais que frequentam igreja e colocam pastores acima de tudo, eu só peço que tenham cuidado e escutam mais seus filhos, eles podem estar sendo sofrendo assédio, estupro e ameaças para ficarem calados”, disse Patrícia em seu último post com as conversas com Damares.

Moro e sua “política de terra arrasada” são risco para Bolsonaro

Moro e sua “política de terra arrasada” são risco para Bolsonaro

O histórico de Sérgio Moro à frente da Lava Jato, conduzindo a investigação sem o mínimo de cuidado para minimizar seu impacto no “ex-forte” setor da construção pesada deveria fazer muita gente do lado do Governo ficar com algo bem mais pesado que uma pulga na orelha.
Claro que haverá esquerdistas em profusão para servirem de bucha de canhão nos primeiros dias.
Mas parece inevitável que Moro comece a testar o seu anunciado poder de mando no caso de “provas robustas” contra ministros e os benefícios de  marketing em mexer com gente do dinheiro.
Oportunidades para isso não vão faltar, já que ele ficou com o controle da parte “policial” da Receita Federal. Veio, ali´s, com um nome pronto da Lava jato para ter certeza de que, para ele, não haverá segredos e sigilos.
Antes mesmo de começar o governo lhe cai no colo o inquérito da PF sobre eventuais falcatruas de Paulo Guedes – seu colega e concorrente na condição de “superministro”. Quem esperar uma Polícia Federal republicana, na base do “doa a quem doer” está enganado. É Moro quem regulará se vai doer, em quem vai doer e quanto vai doer.
Como Bolsonaro não blindou pessoalmente seu “Posto Ipiranga” de público, Moro não tem porque fazê-lo agora, pelo menos. Se o fizer, será por recompensas e poderes maiores.
Agora, na manchete de O Globo, manda vazar que irá investigar quem quiser entre os 27 mil que entraram no programa de repatriação de valores, onde certamente há muitos que não têm como explicar a bolada que tinham lá fora. Não será difícil arranjar um dúzia de sujeitos com muito dinheiro que não têm documentos – ou documentos sólidos – para explicar as dezenas ou centenas de bilhões que tinham fora e que acharam estar ‘legalizados” com o pagamento de impostos pesados.
Não há de faltar herege para o nosso homem da Inquisição.
Mas uma coisa é mexer com petista, outra é criar sobressaltos com Guedes e com a turma da grana.
O sucesso do capitão, sem fontes para gerar investimentos que façam girar a roda da economia depende da confiança do capital financeiro.
O todo-poderoso de Curitiba já mostrou, com o Supremo, que sabe emparedar quem está hierarquicamente acima dele.
Quem aplaudiu o desastre provocado por Moro na casa da esquerda mas que morre de medo que ele ameace fazer o mesmo na casa do vizinho.

Drauzio Varella sobre Mais Médicos: “ficam falando da formação dos cubanos, mas não falam da dos brasileiros”

Drauzio Varella sobre Mais Médicos: “ficam falando da formação dos cubanos, mas não falam da dos brasileiros”

Publicado em 2 dezembro, 2018 12:47 pm
Estadão entrevistou o doutor Drauzio Varella sobre a saída dos cubanos do programa.
(…)
Qual é sua visão geral sobre o Mais Médicos?
O Mais Médicos foi o programa de interiorização de maior alcance e duração. Nunca um programa alcançou tantas pessoas em território nacional e durou tanto tempo. Acho que o defeito foi ter deixado o programa na mão do governo de Cuba, porque o acordo podia ser rompido a qualquer momento, como aconteceu. E daí você tem mais de 8 mil médicos para substituir. Primeiro, surgiu essa situação com as declarações do presidente (eleito) dizendo que os médicos eram ruins, que o programa era só para dar dinheiro para Cuba. E então, tiraram todo mundo de uma vez. Eles não podiam ter pego a gente de “calça curta”. Foi aberto o concurso, preencheram aproximadamente 90% das vagas, e acham que foi um sucesso. Só que muitos fazem o concurso, se apresentam, se inscrevem e depois não vão. Ou não gostam da cidade para a qual foram designados, e uma série de outros problemas. Outros já trabalham no Estratégia Saúde da Família e largam para ter um salário melhor, o que desfalca o programa. Precisamos entender que tem muito chão entre fazer inscrição no programa e realmente conseguir ser designado para começar a trabalhar.
A solução de trazer médicos de Cuba foi inteligente?
Deixando de lado a parte política e a questão sobre se está certo você mandar dinheiro para Cuba ou não, acho que foi uma solução possível. Não tínhamos médicos nesses locais.
Mas quando o programa foi lançado, em 2013, já não havia um número de brasileiros suficiente para cobrir esses lugares?
Nós temos um contingente de médicos brasileiros suficiente para atender o País inteiro – são quase 500 mil médicos -, mas o problema é a concentração. Eles estão em São Paulo, Rio e nos grandes centros.
O presidente eleito, Jair Bolsonaro, colocou em questão a qualidade do médico cubano. Ele é capacitado para trabalhar aqui?
Em Cuba tem um curso de quatro anos e, pelo meu entender, prepara para as coisas básicas. Para dar cuidados básicos você precisa ter um médico com formação em clínica médica e saúde da família, que é o que falta aqui. Nós não temos médicos preparados nessa área porque o pessoal não se interessa, eles querem fazer especialidade. O fato é que não tínhamos esses 8 mil médicos brasileiros dispostos a ir para esses lugares.
Mas agora eles subitamente se interessam?
Quantas faculdades de Medicina abrimos desde o Mais Médicos? É um número muito grande. Atualmente formamos 20 mil médicos por ano. Vamos aumentar nos próximos seis anos e chegaremos a 38 mil médicos por ano. Você tem agora mais gente pra concorrer às vagas, ainda mais com o salário de R$ 11 mil reais em meio a essa crise. A questão hoje é que a maioria das faculdades de Medicina é particular e a maioria dos estudantes é mulheres, isso quer dizer que o perfil mudou. Tem faculdades que custam R$ 8 mil, R$ 10 mil, até R$ 15 mil por mês. Quem está cursando essas faculdades é, no mínimo, a classe média alta, alunos que se formam gastando esse dinheirão. Você acha que essas pessoas de classe média alta vão querer ir para esses lugares? Você tem uma filha, paga caro na faculdade dela, você quer que ela se forme para trabalhar no sertão de Alagoas?
Os cursos são bons no Brasil?
Não. É isso que eu acho engraçado, eles ficam falando da formação dos cubanos, mas não falam da dos brasileiros. Essas faculdades estão abrindo por interesses econômicos. Os cubanos que prestaram o Revalida tiveram o mesmo índice de aprovação que os não cubanos.
(…)
Dr. Drauzio Varella (Foto: Divulgação)

Bolsonaro quer livrar agronegócio de multas e punir ONGs ambientais

Bolsonaro quer livrar agronegócio de multas e punir ONGs ambientais

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O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), criticou hoje (30) parte da comunidade de ambientalistas, acusando-a de achar que é dona do meio ambiente. Ele também afirmou que a decisão sobre quem será o futuro ministro do Meio Ambiente ainda não foi tomada e há “meia dúzia” de nomes sendo avaliados.
O presidente eleito disse que o futuro ministro terá de ser afinado com o Ministério da Agricultura e  estar disposto a enfrentar o que voltou a chamar de “indústria da multa” . “Quero preservar, mas não dessa forma que vêm fazendo nos últimos anos. Dessas multas no campo, 40% vai para ONG. Isso vai deixar de existir”.
As declarações foram concedidas em Resende (RJ) em um food truck de cachorro quente que Bolsonaro costuma visitar sempre que está na cidade.
Ele viajou ao município fluminense para acompanhar a formatura de aspirantes a oficial na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), cerimônia que acontece amanhã (1º). Bolsonaro se formou nesta instituição em 1977, há 41 anos.
Bolsonaro disse que nos últimos 25 anos esteve em Resende cerca de três vezes por ano. Segundo ele, é uma oportunidade não apenas para rever amigos e relembrar os tempos em que passou na Aman, mas também para comer um dos seus lanches prediletos. “É o melhor da região”, diz ele se referindo ao food truck Hot Dog do Senhor.
O dono é Giordani Costa Cardoso, 50 anos. Natural de São Paulo, ele chegou à Resende depois de viver em Queimados, município da Baixada Fluminense. “Cheguei aqui em 1994. Dormi no banco da praça. E instalei minha barraquinha”, lembra.
food truck amarelo que chama a atenção existe há apenas um ano. Antes, ele trabalhava com uma barraquinha de cachorro quente. O trabalho é feito em parceria com a esposa, Valquíria de Fátima Rodrigues, de 47 anos. Com formação em culinária no Senac, ela incrementou o sanduíche.
“Já tenho três vídeos com Bolsonaro e algumas fotos. Mas essa visita agora foi diferente. Estou trêmula até agora. Fiz o lanche para o presidente”, contou Valquíria.
Giordani conta que Bolsonaro o visita há cerca de 10 anos. “Ele chega de repente. Senta no banquinho, pede o pão com linguiça.”
Dessa vez, ele não queria cobrar, mas relata que Bolsonaro insistiu e pagou R$ 100 pela iguaria. “Eu soube em cima da hora. Quando foi 5 horas da tarde começou coronel, tenente, major e almirante me ligando. Quando eu cheguei aqui para abrir o food truck já tinha segurança”, diz Giordani
O dono do Hot Dog do Senhor afirma que fará mudanças no negócio. A começar pelo nome do Big Dogão, o lanche predileto de Bolsonaro. “O dele é o top de linha. É de 30 centímetros com linguiça pura de porco, queijo cheddar e catupiri da Polenguinho. Eu vou mudar de nome. Vai se chamar Lanche do Presidente.”
O visual do caminhão também deve ser remodelado.“Agora vou subir junto com ele. Tomara”.

Como não é do PT, não será cassado.

Aliado de Bolsonaro, deputado Francischini pode ter mandato cassado por divulgar fake news

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A Procuradoria Regional Eleitoral do Paraná (PRE-PR) pediu à Justiça eleitoral, nesta quinta-feira (29), a cassação do diploma (que será expedido no próximo dia 18) e a inelegibilidade por oito anos do deputado federal Fernando Francischini (PSL-PR). Um dos principais aliados de Jair Bolsonaro (PSL) na Câmara, Francischini é alvo de uma ação de investigação judicial (aije) que o acusa de ter impulsionado a própria candidatura com base em notícias falsas que questionaram a lisura do processo eleitoral.
Membro da chamada “bancada da bala”, Francischini foi eleito deputado estadual no último mês de outubro. Ele foi o mais votado no Paraná – teve apoio de 427.627 eleitores – e ajudou no desempenho do PSL no estado.
“O uso abusivo dos meios de comunicação, no caso a internet, para divulgação de notícias falsas e sabidamente inverídicas relativas a “fraudes” em urnas eletrônicas, certamente foi capaz de prejudicar a livre manifestação da vontade política popular, demonstrando a potencialidade de as condutas ilegais beneficiarem candidato – o próprio Francischini, bem como seu partido político – PSL”, afirma um trecho do documento de 20 páginas, assinado pela procuradora Eloisa Helena Machado.
Em uma live em seu Facebook oficial no dia 7 de outubro, data do primeiro turno das eleições, Francischini fez uma live afirmando que advogados do PSL teriam descoberto duas urnas “fraudadas ou adulteradas” no Paraná.
O vídeo continua disponível na rede social do parlamentar. Até esta quinta (29), havia mais de 315 mil curtidas e mais de 410 mil compartilhamentos do conteúdo.
“Nós estamos estourando isso aqui em primeira mão pro Brasil inteiro para vocês. Urnas ou são adulteradas ou fraudadas. Com a ajuda do juiz eleitoral e do promotor eleitoral. A gente tá trazendo essa denúncia gravíssima antes do final”, afirma no vídeo.
Segundo Francischini, os equipamentos não teriam permitido que eleitores votassem em Bolsonaro ao apertarem o número 17, o que ele classificou como um “cambalacho” para prejudicar o então candidato à presidência da República.