quinta-feira, 3 de setembro de 2020

ENC: Para recordar a Eduardo Galeano, que faria 80 anos hoje, comparto essa cronica UTOPIA, sonhando com nosso projeto popular para o Brasil.

  

 

La utopia 

 

Qué tal si deliramos por un ratito

qué tal si clavamos los ojos más allá de la infamia

para  adivinar otro mundo posible

 

El aire estará limpio de todo veneno que no provenga

de los miedos humanos y de las humanas pasiones

 

En las calles los automóviles serán aplastados por los perros

la gente no sera manejada por el automóvil

ni será programada por el ordenador

ni será comprada por el supermercado

ni será tampoco mirada por el televisor

 

El televisor dejará de ser el miembro más importante de la familia

y será tratado como la plancha o el lavarropas

 

Se incorporará a los códigos penales el delito de estupidez

que cometen quienes viven por tener o por ganar

en vez de vivir por vivir no más

como canta el pájaro sin saber que canta

y como juega el niño sin saber que juega

 

En ningún país irán presos los muchachos

que se nieguen a cumplir el servicio

sino los que quieran cumplirlo

Nadie vivirá para trabajar

pero todos trabajermos para vivir

Los economistas no llamarán nivel de vida al nivel de consumo

ni llamarán calidad de vida a la cantidad de cosas

Los cocineros no creerán que a las langostas les encanta que las hiervan vivas

Los historiadores no creerán que a los países les encanta ser invadidos

Los políticos no creerán que a los pobres les encanta comer promesas

 

La solemnidad se dejará de creer que es una virtud

y nadie nadie

tomará en serio a nadie

que no sea capaz

de tomarse el pelo

 

La muerte y el dinero perderán sus mágicos poderes

y ni por defunción ni por fortuna

se convertirá el canalla en virtuoso caballero

 

La comida no será una mercancía

ni la comunicación un negocio

porque la comida y la comunicación son derechos humanos

 

Nadie morirá de hambre

porque nadie morirá de indigestion

 

Los niños de la calle no serán tratados como si fueran basura

porque no habrá niños de la calle

Los niños ricos no serán tratados como si fueran dinero

porque no habrá niños ricos

La educación no será el privilegio de quienes puedan pagarla

y la policía no será la maldición de quienes no puedan comprarla

 

La justicia y la libertd, hermanas siamesas condenadas a vivir separadas

volverán a juntarse bien pegaditas espalda contra espalda

 

En Argentina las locas de Plaza de Mayo serán un ejemplo de salud mental

porque ellas se negaron a olvidar en los tiempos de la amnesia obligatoria

 

La santa madre iglesia corregirá algunas erratas de las tablas de Moisés

y el 6to mandamiento ordenará festejar el cuerpo

 

La iglesia dictará tambien otro mandamiento que se le había olvidado a Dios:

amarás a la naturaleza de la que formas parte

 

Serán reforestados los desiertos del mundo

y los desiertos del alma

Los desesperados serán esperados

y los perdidos serán encontrados

porque ellos se desesperaron de tanto esperar

y ellos se perdieron por tanto buscar

 

Seremos compatriotas y contemporáneos de todos los que tengan

voluntad de belleza y voluntad de justicia

hayan nacido cuando hayan nacido

y hayan vivido donde hayan vivido

sin que importen ni un poquito las fronteras del mapa ni del tiempo

 

Seremos imperfectos

Porque la perfección seguirá siendo

el aburrido privilegio de los dioses

pero en este mundo

en este mundo chambón y jodido

seremos capaces de vivir cada día

como si fuera el primero

y cada noche

como si fuera la última

‘Este tipo de líder não se modera’, diz escritor que explica popularidade de líderes como Bolsonaro e Trump

 


https://oglobo.globo.com/brasil/este-tipo-de-lider-nao-se-modera-diz-escritor-que-explica-popularidade-de-lideres-como-bolsonaro-trump-24615045

 

‘Este tipo de líder não se modera’, diz escritor que explica popularidade de líderes como Bolsonaro e Trump

Autor de ‘Os Engenheiros do Caos’, o cientista Giuliano da Empoli diz que governantes como o presidente são profundamente narcisistas

Janaína Figueiredo

31/08/2020 - 04:30 / Atualizado em 31/08/2020 - 13:30

O cientista político italiano Giuliano Da Empoli, autor de “Os Engenheiros do Caos” Foto: DivulgaçãoO cientista político italiano Giuliano Da Empoli, autor de “Os Engenheiros do Caos” Foto: Divulgação

RIO - Líderes populistas como os presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump podem, em algum momento, recalcular suas estratégias e optar por um estilo mais moderado? Para o cientista político italiano Giuliano Da Empoli, autor de “Os Engenheiros do Caos”, isso é uma ilusão, uma vez que a lógica desses políticos é a de um show diário para engajar as pessoas em seu projeto de poder. “Pensar que podem mudar, entender que passaram dos limites, é não compreender como funcionam e como chegaram aonde chegaram”, disse o diretor do think tank Volta, com sede em Milão, em entrevista ao GLOBO.

Qual é a sua avaliação do governo Bolsonaro no que diz respeito à democracia?

Bom, líderes como Bolsonaro são profundamente narcisistas, não podemos esquecer, nunca, que estão fazendo um grande show. O entretenimento é muito importante para eles. E um show não é algo democrático, porque você tem uma pessoa no palco dizendo aos outros como as coisas devem ser. Governos muito dependentes da internet, como os de Bolsonaro e outros presidentes como Trump, estão condicionados a uma ferramenta que é o oposto da democracia. A internet manipula as pessoas. Você tem acesso a tanta informação para influenciá-las, já não depende de um debate democrático e sim de quem faz o melhor cálculo, usa melhor seu algoritmo. O que vemos no Brasil e em outros países não é um jogo democrático para analistas e assessores políticos, é para engenheiros.

O que pode falhar nessa estratégia?

Muita coisa. São cometidos muitos erros, muitas vezes os líderes não se controlam. Mas seus instintos ajudam. Quando eles passam dos limites, usam isso a seu favor.

Até pouco tempo se falava numa fase mais moderada do presidente brasileiro.

Isso é uma ilusão. Como vimos em outros países, este tipo de líder não se modera, nem mesmo quando percebe que exagerou. A lógica básica de governantes como Bolsonaro é que estão, diariamente, fazendo um show. E seu objetivo é engajar o máximo de pessoas possível. Não interessa o que ele precisa fazer para isso. O que importa é o engajamento da população, são governos que funcionam como uma rede social.

A lógica, então, é conseguir seguidores de qualquer maneira?

Sim, impulsionar conteúdos que estiverem conseguindo engajamento. Em geral, funciona como nas redes, o conteúdo que mais funciona é o mais radical. Os políticos como Bolsonaro sabem disso, e investem nisso. Muito se fala sobre fakenews, mas elas não são o mais importante. O importante é entender que existem realidades paralelas, que podem até ser verdade, mas estes tipos de líderes aumentam notícias e criam realidades que, para muitas pessoas, são úteis. Quando Bolsonaro ou Trump falam sobre a cloroquina, sobre como deu certo com algum paciente, transformam isso numa realidade muito maior do que realmente é.

 

Como ficam os partidos tradicionais nessa história?

Ninguém tem nostalgia da velha política. O que vier depois será uma nova etapa, espero que uma evolução dos partidos políticos. Eles devem restaurar a dignidade da política. Mas precisam se reinventar.

Alguma dica de como fazer isso?

É preciso entender como funcionam líderes como Bolsonaro e, principalmente, superar a indignação. Se você olhar para esse fenômeno e pensar que ele está fazendo tudo errado, que não faz sentido, não vai funcionar. Deve-se entender por que ele chegou onde chegou. Trump não é um gênio, mas tem bom instinto e tem pessoas eficientes que trabalham para ele. Se você me perguntar, não descarto sua reeleição. O engajamento com Trump nas redes é dez vezes superior ao de Biden (candidato democrata). Trump ainda pode mobilizar as pessoas, não ganhou seguidores, mas tampouco perdeu.

 

O senhor acredita que para Trump o candidato democrata é um alvo vulnerável?

Biden é um bom candidato, não é radical e é visto como alguém que pode restaurar um pouco da normalidade nos EUA. Mas ele é um político velho, os republicamos costumam falar de sua fraqueza física, de seus esquecimentos e, sendo muito honesto, ninguém está realmente entusiasmado com Biden. Ele, volto a dizer, não gera engajamento como Trump.

Em seu livro, o senhor fala do surgimento de líderes populistas desta nova era digital na Itália. Seu país foi uma espécie de laboratório?

Sim, a Itália foi um laboratório, assim como o Brasil também é hoje. A Itália, comparada com outros países da União Europeia, tem elites e instituições fracas e, nesse contexto, partidos políticos como o Movimento 5 Estrelas e a Liga, crescerem rápido. As pessoas estavam muito zangadas, o processo do Mani Pulite (Operaçao Mãos Limpas, a Lava-jato italiana) criou uma aversão ao establishment e tudo ficou possível na política. Os italianos queriam outsiders, por isso tivemos (Silvio) Berlusconi e temos (Matteo) Salvini.

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