segunda-feira, 18 de setembro de 2017

AGIOTAGEM PARALISOU O PAÍS

agiotagem paralisou o país

Entrevista com Ladislau Dowbor

·        Em seu livro, o senhor fala do poder extremamente concentrado dos grandes grupos corporativos, com uma gigantesca concentração da riqueza no planeta e que opera por meio de mecanismos financeiros, o que resultou também na captura do poder político por esse reduzido grupo. Como chegamos a esse sistema de apropriação por uma minoria tão reduzida sem as pessoas se darem conta disso?

As pessoas não entendem mecanismos financeiros. Quando você compara em uma loja um produto com outro, quando lhe oferecem uma prestação de R$ 69,99 e outra de R$ 79 ao mês, em geral não se vê muita diferença. O cálculo atuarial não faz parte da nossa cultura e, no sistema de educação brasileiro, nunca se teve uma aula sobre a moeda, que é o principal estruturador da sociedade. Então, há um desconhecimento profundo dos mecanismos financeiros.

Fazer aplicações financeiras – comprar papéis, não se produzindo nada – rende em média, no mundo, 7% ao ano. Sem esforço nenhum, apenas pagando uma pequena comissão a uma entidade de intermediação, corretores financeiros, coisas do gênero. O progresso da produção não é de 7% ao ano, só a China tem esse índice, mas, no mundo, esse ritmo gira em torno de 2% a 2,5% ao ano. Ou seja, produzir rende muito menos do que as aplicações financeiras.

Quem faz aplicações financeiras são os ricos. As pessoas sequer sabem o que é ganhar 7% ao ano sobre capital parado. Se você tem um bilhão de dólares e aplica a uma modesta taxa de rendimento de 5% ao ano, ganha US$ 137 mil ao dia. Quando o bilionário ganha US$ 137 mil por dia, isso entra na conta dele diariamente, e esse dinheiro se incorpora aos 5% que estão rendendo. Vira uma bola de neve e você passa ter uma massa de capitais improdutivos, imensa, que é drenada dos processos produtivos pela razão de que esse tipo de dinheiro vai atrás de onde pode render mais. Não só rende mais na aplicação financeira, como rende mais sem precisar de esforço, obviamente isso acaba descapitalizando o setor produtivo.

Ao mesmo tempo, tem-se o aumento da desigualdade, porque o 1% ou um décimo de 1% enriquece de maneira fenomenal, mas esse dinheiro não se reverte em investimento em bens e serviços. Tem-se ao mesmo tempo o aumento de desigualdade e uma relativa estagnação econômica.

Nesse sentido, é um capital improdutivo que está no título do livro.

É um capitalismo, pelo menos para as grandes corporações que dominam esses mecanismos financeiros, sem risco.

Eles podem ter risco, mas o capital tem risco quando a pessoa investe, faz um projeto de construção de casas, por exemplo, investe efetivamente em produção. Quando tratamos dos capitais improdutivos, não falamos em investimentos, mas sim de aplicações financeiras.

O risco que existe, e forte, é sistêmico, como aconteceu em 1929 e em 2008, e, provavelmente, vai se repetir adiante. Porque, de tanto extrair capital do setor produtivo e atraí-lo para processos especulativos, pode haver um colapso dos papéis por insuficiência de base correspondente produtiva.

·        A crise de 2008, por ter sido causada pela especulação financeira, não foi uma oportunidade de se refletir sobre o capitalismo financeiro? Perdemos essa oportunidade?

Está surgindo nos últimos meses de 2017 um conjunto de estudos a respeito de como se perdeu a oportunidade. A crise poderia ter gerado uma volta a certa regulação ao ordenamento do sistema financeiro. O que aconteceu é que, de um lado, essa bolha financeira gerada pelos grandes bancos teve seu buraco compensado com dinheiro público – cerca de US$ 4 trilhões nos Estados Unidos e outros tantos na Europa – que normalmente seriam destinados a investimentos em infraestrutura, políticas sociais, saúde, educação e outras do gênero, mas foi desviado para bancos. Esse cenário possibilitou a criação da política de austeridade, que promove um empobrecimento da população em proveito dos bancos.

Nesse movimento se geraram tensões políticas, mas apenas embriões de uma possível volta a uma política de regulação. Nos Estados Unidos, se negociou a lei Dodd-Frank, que substitui a lei que assegurou a estabilidade financeira durante 30 anos no pós-guerra, a Glass Steagall. Logo no início da crise em 2008, se avançou com essa regulamentação, e assim que os bancos voltaram a ter os bolsos cheios e a situação se tranquilizou, com as populações aceitando a tal da austeridade, começaram a liquidar a lei Dodd-Frank e se voltou ao sistema de caos financeiro de hoje. Saiu essa semana um estudo sobre fraudes financeiras dos grandes bancos, como as praticadas pelo Bank of America. As multas que eles têm que pagar por fraudes e atos do gênero chegam a US$ 340 bilhões. Esse é o nível da fraude. Estão se sentindo à vontade de novo, eles mesmos dizem: “happy days are back”.

A Europa tentou um movimento de regulação, mas não avançou, só um pouco na Inglaterra. Quanto ao Brasil, o país já tinha liquidado a regulação financeira que estava no artigo 192 da Constituição Federal de 1988 e limitava os juros e os processos especulativos. Esse artigo foi liquidado por meio de uma PEC em 1999 e uma emenda constitucional em 2003. Não se aproveitou a oportunidade de pôr ordem no sistema.

Esse dado sobre as fraudes e as multas mostram que o crime compensa, já que os ganhos continuam superiores às multas...

Não só compensa como gera um poder suficientemente grande para que esses processos se tornem legais. Por exemplo, de toda essa gente que criou esse caos a partir de 2008, ninguém foi preso. Eles são fortes o bastante para criar um sistema jurídico paralelo, com acordos pelos quais as empresas pagam uma multa para a qual já fizeram provisão. Sabem que estão fazendo errado, pagam, mas não são obrigados a reconhecer culpa. Ninguém é preso. Pagam a multa e continuam no mesmo processo. No nível mundial, temos o Bank of America, o Deutsche Bank, o Barclays, Morgan, todos os grandes bancos estão nesse processo. Eles têm força para dobrar a legalidade.

O segundo eixo disso é que nós temos cerca de 60 paraísos fiscais no planeta, e esses mesmos bancos têm um mecanismo de transferência internacional, já que hoje não se carrega mais notas, só sinais magnéticos. Então, quando você pega mais de 200 mil empresas no Panamá... Como é que cabe? Você tem ilhas com mais empresas do que habitantes.

Grande parte desses recursos migra para os paraísos fiscais, hoje, em ordem de grandeza, são em torno de US$ 21 a US$ 31 trilhões, dados de 2012, quando o PIB mundial era de US$ 73 trilhões. O resultado é que esses capitais que resultam das poupanças não são reinvestidos para desenvolver o país, tampouco pagam impostos porque vão para paraísos fiscais. E o dinheiro nem fica nos paraísos fiscais, continua nas mãos do Bank of America, do Barclays etc., e segue rendendo para os diversos bancos. É um sistema disfuncional.

·        Nesse caso, de acordo com sua análise expressa no livro, é preciso estabelecer uma governança global, já que cada país tem sua política e é necessário controlar esse fluxo que hoje está sob domínio das corporações.

Atualmente, os mecanismos financeiros são variados, desde os chamados derivativos, que também são chamados de transfer pricing, até o high frequency trading... Há um glossário de termos dos diversos mecanismos utilizados.

Gosto de citar o exemplo da Shell na Nigéria, porque é muito simples e faz as pessoas entenderem. O petróleo extraído lá pertence ao país e o acordo que a Shell tem é pagar um imposto sobre seus lucros. A companhia vende o petróleo extraído para uma empresa laranja nas Ilhas Virgens Britânicas, a um preço muito barato, e o lucro é muito pequeno com a transação. Em vista disso, não paga muito imposto na Nigéria. Essa empresa laranja revende a preço cheio no mercado internacional, tem um lucro fenomenal, e está numa ilha em que não se pagam impostos.

O fato de se desviarem os recursos financeiros da produção é um desastre econômico. Permitir que uma imensa parte da população, apesar das novas tecnologias e do grande esforço de trabalho, continue pobre, enquanto uma parcela mínima tem esse enriquecimento, é um problema de justiça social, um problema ético. Mas quando as pessoas estão vendo que não há retorno para elas, começa a gerar um caos político, não temos mais no mundo pobres que apenas dizem “sim, senhor” e tudo bem. Por mais que se construam muros entre os EUA e o México, entre palestinos e israelenses, ou se coloquem mais bases militares no Mediterrâneo, o equilíbrio político entre as regiões pobres do mundo e as ricas, e mesmo dentro desses países, não vai ser restabelecido.

Os dois terços dos norte-americanos que nos últimos 40 anos têm somente umas dezenas de dólares a mais na sua renda não acreditam mais no sistema político, por isso votam no Trump, como votariam em outro. Na França, nem os socialistas nem os republicanos, que dividiam o poder desde sempre, chegaram ao segundo turno. Os ingleses votarem de maneira idiota e irrefletida a favor do Brexit, a Polônia volta a um regime fundamentalista e religioso, o caos em todo Oriente Médio... É só olhar o mundo. Sem falar do Brasil, Venezuela, Argentina...
Se você rompe a lógica do ciclo econômico, rompe o sentimento de justiça social, de ser remunerado quem merece. É uma ruptura sistêmica. O dinheiro navega no planeta enquanto os governos estão se fragmentando em 200 pontos de decisão diferentes, não há sistema que funcione dessa maneira.

·        Mas esse caos que fragiliza a democracia também não dá chances para que o poder das corporações possa aumentar ainda mais?

Não tenho dúvida. E elas estão se organizando. Veja como financiam as eleições, universidades, think tanks, estão comprando até as revistas acadêmicas. Estão construindo a sua legitimidade, pois estão articuladas a nível mundial, e os governos não. Inclusive o sistema multinacional, representado pelas Nações Unidas, está sendo capturado rapidamente pelas próprias corporações financeiras.

·        O senhor falou dessa estratégia de captura e existe um dado no livro sobre a força dos lobbies, citando o exemplo da Google, contando hoje com oito empresas de lobby contratadas apenas na Europa, além de financiamento direto de parlamentares e de membros da Comissão da União Europeia.

As somas são gigantescas. A Google se dá ao luxo de contratar senadores norte-americanos para viajar a Bruxelas e pressionar homens públicos europeus. Há uma estruturação de poder global que, por sua vez, é dominado essencialmente por mecanismos financeiros.

·        Nos EUA, o lobby é legalizado. Aqui, não é e acabou o financiamento empresarial – embora seja provável que continue existindo o caixa 2 e outras formas de burlar essa proibição. Nesse processo com impeditivos do ponto de vista formal, a importância da mídia tradicional aumenta ainda mais nesse jogo da captura da política por esse poder financeiro-econômico?

Aqui a captura do poder se deu de maneira extremamente ampla. Temos a presença das multinacionais, não sei se você reparou, mas todas as multinacionais instaladas no Brasil financiam políticos da mesma maneira que a Odebrecht e outras empresas nacionais, mas não há uma só multinacional estrangeira mencionada nesse processo.

Os norte-americanos estão intervindo pesadamente, porque têm interesse em desestabilizar o processo que estava em curso na América Latina, mas, além da apropriação da mídia, há uma tradicional penetração dos poderes econômicos no Judiciário. Curiosamente, o conjunto das medidas tomadas agora, que são uma regressão para o Brasil, é ditado por um presidente com 5% de apoio e um Congresso eleito por um sistema ilegal, financiado por corporações.

Visto por outro ângulo, com o presidente Lula e em determinado momento com a presidenta Dilma, um grupo tem a presidência e diz-se que está no poder, mas ele tem que entregar uma série de ministérios porque não tem maioria no parlamento. Tem apenas parte do Executivo, não tem o Judiciário, o parlamento, nem a mídia.

Quem criou essa crise é quem está no poder. Essas outras forças tiveram a capacidade de estrangular o que o Banco Mundial chamou de “Década de Ouro”, quando o Brasil teve resultados fantásticos.

·        No livro o senhor fala dos quatro motores da economia brasileira: as exportações, a demanda das famílias, as iniciativas empresariais e as políticas públicas. Como o poder financeiro afetou esses motores e acabou travando a economia?

É importante entender que a gente sabe fazer funcionar a economia. Na Europa do pós-guerra houve a elevação dos salários, fortes investimentos em políticas sociais e infraestrutura, forte presença reguladora do Estado. A grande demanda por parte da população gerava mercado para a produção crescente. E era uma política financiada em grande parte pelo Estado, mas como existia um aumento da demanda, havia como consequência um aumento de produção e os impostos indiretos tanto sobre o consumo quanto sobre as empresas, e os diretos sobre a renda, passaram a alimentar o caixa estatal para que se continuasse a financiar a dinamização da economia. Esse é o caminho. Isso funcionou na crise de 1929 nos EUA, com o New Deal, funcionava na Europa, com o Welfare State, que depois se chamou de social democracia, e também na China, cuja economia tem a importância dos produtos importados, mas é essencialmente o mercado interno que domina. Funcionou na Coreia e, agora, em Portugal, que ao invés de austeridade, que na prática é tirar dinheiro dos pobres para dar aos ricos, dinamiza a base de consumo da população, o principal motor da economia.

Nós temos hoje um dado mostrando que temos 61 milhões de adultos inadimplentes no Brasil, ou seja, gente que não consegue nem pagar sua própria dívida, quem dirá consumir. Quando se travou o consumo, travou-se também a produção das empresas. Vangloriam-se que abaixaram a inflação, mas na verdade quebraram a economia. Travou-se a produção e assim se gera desemprego, o que reduz mais ainda a capacidade de consumo. O país entrou num processo descendente.

Com as empresas produzindo menos e as pessoas consumindo menos, o governo arrecada menos com impostos. Então, o governo que chegou ao poder em nome de restabelecer o equilíbrio fiscal está aprofundando o contrário. Corta investimentos sociais e em infraestrutura, mas, como paralisou a economia, isso faz entrar menos dinheiro ainda. Reduziu os gastos, mas reduziu ainda mais as entradas. Isso é um crime contra a teoria econômica.

Uma das principais críticas no segundo mandato de Dilma se baseava no crescimento da relação entre dívida pública e PIB, quase um fetiche entre economistas com viés liberal. Essa relação caiu no governo Lula e, na crise econômica, voltou a subir. Mas entre o começo do primeiro e o início do segundo governo FHC, essa relação dobrou...

O estoque de dívida do Japão é de 250% do PIB. Isso não tira pedaço, o Japão está indo bem. Nos Estados Unidos, é mais de 100%. O problema não é esse estoque – que é dinheiro das pessoas que têm dinheiro e não da população em geral, dos bancos que têm o nosso dinheiro. Compram títulos da dívida pública, tudo bem, só que no Brasil, quando foi criado, em julho de 1996, o sistema de taxas elevadas de juros sobre a dívida pública, permitiu-se aos bancos se financiarem aplicando em títulos em vez de buscarem fomentar a economia. Naquela época o índice estava em um patamar de 25% para uma inflação já baixa. Enquanto nos EUA é 0,5%, na Europa é 0,75%, e no Japão é zero. Esse é o problema, quando o banco pega o meu dinheiro, minha poupança, paga uma merreca e aplica em títulos do governo.

O Lula pegou a Selic com 24,5%, baixou para 14%, e a Dilma baixou isso para 7,25%. Ao mesmo tempo, ofereceu às famílias enforcadas em juros, empresas e pessoas físicas, taxas mais baixas nos bancos oficiais, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, o que aliviou essa população, mas tirou a principal forma de ganho de todas as elites e da classe média alta. A partir de meados de 2013, não se tem mais governo, mas uma guerra. Aí a lógica é política, não é econômica. Foi assim que pioraram todos os indicadores.

·        Naquele momento, o rentismo acabou com a conciliação política.

Perfeito. Acabou o que era representado pela Carta aos Brasileiros, de junho de 2002, em que o Lula disse que respeitaria os contratos. O “esquemão” que o Fernando Henrique Cardoso montou era muito simples: você corta a inflação, faz o acordo com os bancos – que precisavam desse acordo porque, com a economia globalizada, não se consegue entrar com uma moeda que muda de tamanho todo dia – que perderam uma gigantesca fonte de renda à época, a inflação. Você perdia seu dinheiro todo dia, mas o banco sempre recuperava. O que eles perderam com inflação, Fernando Henrique entregou de volta em forma de taxa Selic. Eles podiam ganhar 25% pagos por meio de dinheiro público.

Criou-se um sistema de “desvio dos impostos”, que por lei deveriam servir para investimentos públicos e para políticas sociais, mas passaram a ser desviados para os bancos. Por isso Fernando Henrique foi aumentando a carga de impostos, que era a forma de captar mais dinheiro para transferir. E aumentou em particular os impostos indiretos, que hoje são 56% de toda a carga tributária, que prejudica os mais pobres.

·        Naquele momento foi gestado um modelo para preservar os ganhos das instituições financeiras.

Exatamente. Lula, em junho de 2002, fez a Carta aos Brasileiros dizendo que manteria os contratos, mas chegou um momento em que a população brasileira ficaria estrangulada. Como não havia mais o artigo 192 da Constituição, o governo não tinha poder de interferência sobre a taxa de juros de pessoas físicas e jurídicas, só sobre a Selic. Hoje, existe uma taxa do rotativo do cartão de 480%. Uma piada. Economista que me visita não acredita. Nós estamos frente a um sistema de agiotagem que paralisou o país.

·        O senhor fala dessa questão do endividamento dos Estados nacionais no livro, e de como as instituições conseguem acabar capturando esses governos por conta disso. Como se dá esse processo?

No livro, cito o Wolfgang Streeck que diz: “antes, o governo tinha que responder à cidadania; agora, ele responde aos intermediários financeiros”. Antes se calculava quantos votos tem, hoje se calculam quantos empréstimos.

É só contar a quantidade de governos eleitos pela esquerda, e com programas de esquerda, que acabam fazendo política de direita. Não é porque são bandidos, mas porque há uma grande pressão – e não é só uma pressão nacional, mas mundial, já que envolve grandes bancos como o Citibank, Santander etc. Por isso Temer não está nem aí se só 5% da população o apoia, quem o está apoiando são os três grupos que dão a nota de investimento para um país. O peso externo, a confiabilidade dos mercados pesa mais que o interesse nacional.

E os bancos recebem para dar essa nota.

Isso é denunciado pela The Economist.

·        O senhor falou dos governos de esquerda e da relação que se estabelece com o poder financeiro. Como a esquerda pode sair dessa armadilha? Existe um modelo a ser adotado hoje?

Não diria nem de esquerda, mas eu chamaria de capitalismo civilizado. E produtivo. Você pode pegar o livro do Joseph Stiglitz, Reescrevendo as Regras (Rewriting the Rules of the American Economy: An Agenda for Growth and Shared Prosperity), e a fórmula está aí. Vai encontrar isso em inúmeras propostas, como a do Bernie Sanders nos EUA e a do Jeremy Corbyn na Inglaterra.

O caminho é extremamente simples. No caso brasileiro, tem que se usar as reservas, o compulsório, os bancos públicos, o BNDES, para reforçar empréstimos a baixo custo para a população e para as empresas. Dinamizando a capacidade de as famílias consumirem, mesmo aumentando o buraco – o que não é necessário, porque o Brasil tem US$ 400 bilhões em reservas e pode convertê-los –, reforçando o consumo das famílias isso se traduz em consumo imediato, que vai redinamizar as empresas, pois os estoques vão se reduzir e elas vão voltar a produzir. Se voltar a produzir, vão voltar a empregar, temos um efeito multiplicador. Com mais consumo das famílias e mais empregos, é mais dinheiro em forma de impostos e isso cobre o buraco inicial. É assim que funciona o crédito.

Não estamos em crise de capacidade produtiva, mas em uma crise de paralisia gerada pelo sistema financeiro. O caminho é claro, não tem mistério. O problema é conseguir o poder político correspondente para impor isso, porque você não vai poder montar uma coisa dessas com a população pagando 400% de juros. O banco, dentro desse tipo de proposta, tem que voltar a ser aquilo para o qual foi criado e estava no artigo 192 da Constituição: o sistema financeiro nacional deve servir para o desenvolvimento equilibrado do país. Coisa que qualquer banqueiro deveria saber fazer. Você põe uma agência bancária, identifica na sua cidade empresários locais e vê que ali tem uma fábrica de sapatos mas não tem curtume, porque não investiram. O banco, como financiador, vai estimular o processo produtivo e gerar lucro para o dono da empresa, que vai poder pagar o empréstimo. Ou seja, é o banco a serviço do desenvolvimento, e não o desenvolvimento a serviço do banco. Acaba com o que os norte-americanos chamam de “o rabo abanando o cachorro”.

·        Para concluir, o senhor citou, nesse aspecto de modelos, Sanders e Corbyn, mas nenhum brasileiro. A esquerda brasileira pensa pouco na economia?

Não. Na situação atual, se fizer a proposta como descrevi aqui, vão dizer: “você está brincando, sabe quem está no poder?”

A esquerda tem imensa dificuldade, apesar de ter várias propostas surgindo, como a da Fundação Perseu Abramo e outras de estratégia para o Brasil. Há tempos nós fizemos com Ignacy Sachs e Carlos Lopes uma proposta com uma visão de elementos básicos para uma economia funcionar. São 13 eixos, sendo todos já experimentados onde foram instalados.

O que trava é que não estamos mais numa democracia. Temos decisões trágicas para o país tomadas por um Congresso eleito de forma ilegal e com um presidente que tenta salvar a pele, além de uma mídia que bate palmas. Estamos vivendo uma curiosa estrutura formalmente legal, mas que, a meu ver, não é democrática.

·        O senhor enxerga saída em curto prazo?

Não em curto prazo. E a presença de um Trump nos Estados Unidos é muito ruim para nós, estimula visões racistas, conservadoras e destruidoras do meio ambiente, veja que se retomou a destruição da Amazônia... Estamos com grupos nacionais e internacionais que estão se lambuzando na entrega do petróleo do país. O pessoal diz que voltou o investimento externo... Claro, estão comprando a preço de banana, se apropriando do país.

Na realidade, para mim e para outros economistas preocupados com interesse nacional e não com rentabilidade financeira, é difícil fazer propostas quando não temos a força política necessária para as mudanças que temos que fazer. Uma impotência institucional.


Entrevista com Noam Chomsky



https://www.facebook.com/silviohisashi/videos/1511656498913389/

Quem se beneficia com as privatizações?

SÁBADO, 16 DE SETEMBRO DE 2017

Quem se beneficia com as privatizações?


Por Padre João, no site Vermelho:

O governo alega que privatizações de estatais brasileiras são necessárias para gerar receita, investimentos, emprego e renda, e melhorar a qualidade dos serviços prestados. Ora, essa defesa não seria um atestado de incompetência do governo, que, diante da sua incapacidade de gerenciar com qualidade, ética e responsabilidade, transfere essa tarefa à iniciativa privada? A alegação do governo não se sustenta. Ao privatizar, um setor é beneficiado e é preciso analisar de forma crítica quem se beneficia com esse tipo de transação.

Motivada por uma forte corrente neoliberal, a farra das privatizações ocorreu nos governos FHC. Na busca desenfreada por receita, dezenas de empresas brasileiras foram entregues de bandeja ao mercado financeiro. O que antes era patrimônio dos brasileiros passou a obedecer a lógica do mercado. Na ânsia pela lucratividade, investidores enxugaram a folha salarial por meio da terceirização, precarizando as condições de trabalho, diminuindo a renda e aumentando as desigualdades sociais. A Vale do Rio Doce foi vendida nesse período a preço de banana: R$ 3,3 bilhões, quando somente suas reservas minerais eram calculadas em mais de R$ 100 bilhões à época.

Na busca imediatista por fazer caixa, o governo Temer faz do patrimônio dos brasileiros uma mega liquidação. A privatização de 14 usinas da Eletrobrás, entre elas quatro da Cemig, vai disparar o preço da energia elétrica. O salto pode ser de R$ 61 para R$ 170 pelo megawatt/hora, ou seja, alta de 178%. O pacote de bondades de Temer para agradar o mercado financeiro inclui 57 projetos de privatização, entre eles aeroportos, terminais portuários, rodovias e empresas públicas, como a Casemg e Ceasa Minas. Tal atitude está na contramão dos países de primeiro mundo que buscam, a qualquer custo, manter o controle das empresas estatais. Na Europa há, inclusive, iniciativas dos governos para reverter processos, retomando para o estado o controle de empresas que haviam sido privatizadas.

Os Correios também estão na mira das privatizações. Fundada em 1663, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), passa por uma grave crise. São 117 mil empregados, 6.400 agências próprias, além de outras mil conveniadas. Diante do déficit orçamentário pelo qual passam os Correios, por que o governo não se manifesta solidário a contribuir para a restruturação da empresa de forma a preservar o patrimônio estatal? Sindicatos alegam que o governo deve pelo menos R$ 6 bilhões aos Correios por conta de repasses indevidos da empresa ao Tesouro Nacional ao longo dos últimos anos.

Grande sensibilidade Temer tem demonstrado para perdoar dívidas de ruralistas, parlamentares, bancos e setores empresariais. Somente com o Novo Refis, devem ser perdoados R$ 543 bilhões em dívidas de empresários. Tal atitude confirma que as alegações do governo para justificar as privatizações não se sustentam. Se o objetivo é gerar receita, ao beneficiar determinados setores e rifar o patrimônio dos brasileiros, o governo é, no mínimo, incoerente.


* Padre João é deputado federal do PT/MG.



Texto original: B LOG DO MIRO

Quem ‘governa’ a Internet? Já pensou nisso?

SÁBADO, 16 DE SETEMBRO DE 2017

Quem ‘governa’ a Internet? Já pensou nisso?


Por Renata Mielli, no site Mídia Ninja:

A verdade é que a gente usa a internet e não pensa muito nessas coisas.

Queremos que ela seja cada vez mais ágil, que tenha mais funcionalidades, mas não discutimos nem acompanhamos o debate sobre os seus rumos, sobre as decisões que as pessoas que pensam nisso 24 horas por dia tomam. E eu posso afirmar, uma grande parte das pessoas que pensam nisso e tem poder político e econômico para decidir os rumos da internet não toma as decisões pensando no interesse público.

Está em curso um movimento mundial e nacional para deixar essas decisões, quase que exclusivamente, na mão desses grupos.

E quem são eles? Empresas de Telecomunicações (Vivo, AT&T, Claro), empresas de tecnologia e gigantes da internet como Google, Facebook e Amazon, para citar três dos maiores. Além dos governos, que podem ser de todo tipo: democráticos, autoritários, golpistas… A sociedade que usa a internet e sofre com os impactos dessas decisões está sendo escanteada.

No Brasil, o órgão responsável para fazer a governança da internet foi criado em 1995 – isso mesmo, no governo FHC – e se chama Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGI.br.

E o modelo escolhido, depois aperfeiçoado em 2003 – no governo Lula – foi o que incorpora quatro segmentos interessados no assunto: o setor empresarial, o setor governamental, o setor acadêmico, e o terceiro setor. Esse modelo é chamado de multissetorial, porque inclui de forma equilibrada a presença do setor econômico, do Estado, as universidades e academias, e a sociedade civil que é usuária da internet.

Mas como o golpe em curso no Brasil vai sendo aprofundado à galope, o setor empresarial – que tem profundos interesses econômicos – com a ajuda do governo golpista, lesa pátria e venal, está tirando as manguinhas de fora e tentando alterar o modelo do CGI para que eles sejam maioria e tenham o controle sobre as decisões tomadas. Querem fazer do CGI.br uma Anatel da vida – um espaço capturado pelos interesses econômicos. Para saber mais, leia a nota de repúdio contra os ataques do governo Temer ao Comitê Gestor da Internet no Brasil.

As Teles e o setor privado tem sido contrariados nos últimos anos pelas decisões tomadas no CGI.br, que se pauta pelo interesse público justamente pela sua composição multissetorial, e por leis como o Marco Civil da Internet, que impôs limites aos modelos de negócios predatórios que afetam a neutralidade da rede e tantas outras coisas que fazem da internet – ainda – um espaço aberto, livre, que não discrimina conteúdos na camada de infraestrutura, que protege a liberdade de expressão e o direito dos usuários na rede.

Se ainda há metade da população brasileira desconectada por falta de acesso à infraestrutura de telecomunicações que as permita utilizar a internet, se nos outros 50% conectados a maior parte tem uma conexão precária, geralmente pelo celular, com valores abusivos e franquias de dados totalmente limitantes para um uso integral da internet, caso a ofensiva do governo e das empresas sobre o CGI.br vingue, é bem provável que em pouco tempo a internet no Brasil seja muito diferente do que é hoje, ainda mais excludente, segmentada e para poucos.

E, num mundo cada vez mais dependente da internet, os excluídos serão cidadãos de segunda, terceira categoria.


Porque a gente não fala disso?

Se a internet é tão fundamental para a sociedade, se ela media praticamente todas as relações econômicas, sociais, culturais, se ela se torna cada vez mais indispensável para a vida, então porque a gente não debate essas coisas?

Primeiro porque nós, os mortais, estamos acostumados a fazer uso das tecnologias e ferramentas e ponto final. Desde que funcionem o resto não é da nossa conta. Essa é uma postura cultural, mas que precisamos começar a mudar, porque no mundo digital, no mundo da Internet das Coisas e da Inteligência Artificial sua vida offline será cada vez mais afetada por essas decisões.

Segundo porque é difícil para *!#@[**! E como todo assunto que tem uma dimensão técnica – e esse tem demais –quem já está tomando as decisões faz questão de complicar para afastar as pessoas do debate. E isso funciona. Quem é que consegue discutir arquitetura da informação, TCP-IP, IPV6, ccTLD’s, gTLD’s, DNS, peer to peer, PTT, criptografia, neutralidade de rede, interoperalidade, deep web, clock chain, bitcoin? Isso tudo é um amontoado de siglas e termos que não fazem sentido para a esmagadora maioria das pessoas, afinal, são só tecnicismos.

Mas, não são. E as decisões sobre essas coisas não são técnicas, apenas, elas são sobretudo políticas. E é aí que o bicho pega.

Vamos tentar falar sobre essas coisas incríveis de uma maneira menos complexa e ir, aos poucos, entendendo como a decisão de um nome de domínio afeta a soberania de um país e o interesse público.

Porque é necessário manter o caráter aberto e descentralizado da rede mundial de computadores.

Porque é imprescindível discutir privacidade e proteção de dados num mundo em que não só as pessoas, mas as coisas (carros, geladeiras, aviões, casas, até privadas) estão e estarão cada vez mais interconectadas.

E porque é fundamental acompanhar e pressionar para impedir as tentativas de mudar o modelo multissetorial do CGI.br. Sobre isso, convido você a acessar a página da Coalizão Direitos na Rede que tem acompanhado e se posicionado sobre esse assunto, e também a participar do Fórum da Internet no Brasil, evento promovido pelo CGI.br que discute vários destes assuntos e é aberto a todos.


Texto replicado: BLOG DO MIRO

Tríplice aliança com Trump contra Venezuela

SÁBADO, 16 DE SETEMBRO DE 2017

Tríplice aliança com Trump contra Venezuela



Por Tereza Cruvinel, em seu blog
:

Não é Temer que será prestigiado por Donald Trump com jantar na Casa Branca na segunda-feira, como tem aparecido na mídia, como se se tratasse de cortesia bilateral. O jantar é na verdade uma reunião entre os três países que farão uma operação militar conjunta com os Estados Unidos em outubro, na Amazônia brasileira, nos fundos do quintal da Venezuela, a título de cooperação, mas que se destinariam, teme a Venezuela, a preparar ações desestabilizadoras. Os convidados de Trump são Temer, o presidente da Colômbia, José Manuel Santos, e o do Peru, Pedro Paulo Kuczynski.

A operação militar conjunta com as forças especiais do Exército americano foi anunciada como sendo um convite do Brasil, o que deixou militares brasileiros espantados. Onde já se viu abrir uma área estratégica como a Amazônia, para forças militares estrangeiras? Conforme já registrado aqui, em verdade os Estados Unidos pediram que a ação, por eles proposta, fosse apresentada como iniciativa brasileira. Os quatro países, a pretexto de desenvolver a cooperação militar, farão exercícios na área chamada de Cabeça do Cachorro e conhecerão de perto o teatro de operações para eventual ação armada contra a Venezuela, a partir do Sul daquele país.

Autoridades de Caracas suspeitam, como já registrado aqui, que a ação militar contra a Venezuela, já admitida por Trump, não seria nos moldes clássicos, através de uma invasão, com todos os seus custos políticos e materiais. O que se faria, com apoio do Brasil, Colômbia e Peru, seria a indução da ocupação de uma porção do território venezuelano por “forças irregulares”. E isso é o que não falta na região da operação de outubro, onde atuam traficantes de drogas e armas, mercenários e foras-da-lei de toda natureza, que não hesitariam em compor uma força invasiva informal, criando um “território conflagrado”, a exemplo do que já foi feito contra a Líbia, ao tempo de Kadhafi, e contra a Síria.

Texto original: BLOG DO MIRO

Argentina: novo depoimento rejeita alegação da polícia de que Santiago Maldonado teria morrido afogado


Argentina: novo depoimento rejeita alegação da polícia de que Santiago Maldonado teria morrido afogado


Jovem mapuche que estava junto com Santiago Maldonado no momento de seu desaparecimento desmente versão da polícia de que ele poderia ter morrido afogado ao atravessar o rio Chubut
Santiago Maldonado (28) foi visto pela última vez no dia 01 de agosto em Cushamen, província de Chubut. Maldonado participava de ação junto aos mapuches (povo indígena argentino e chileno) quando a polícia, sem mandato, reprimiu violentamente a manifestação. A hipótese levantada pela polícia era a de que Maldonado poderia ter morrido afogado ao tentar atravessar o rio Chubut.
No entanto uma nova testemunha desmente a versão. Um membro da comunidade contou que Santiago entrou no rio para tentar fugir da violência polícial, mas não conseguiu atravessar à nado, voltando para a costa. Ele foi visto pelos policiais “e três deles desceram ao arbusto em que estava Santiago”.

Agência Efe

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Ainda segundo o relato, Maldonado foi levado a golpes para a parte de cima do barranco, onde estavam os outros policiais. Ele foi colocado em uma caminhonete “e essa foi a última vez que o vi”.
O novo testemunho será levado ao Comitê Interamericano de Direitos Humanos, organização que já havia se posicionado pedindo que o governo argentino investigue o paradeiro de Maldonado. 

Maioria dos estadunidenses não confia em Trump para lidar com Coreia do Norte, aponta pesquisa

Maioria dos americanos não confia em Trump para lidar com Coreia do Norte, aponta pesquisa


Segundo levantamento realizado pelo instituto Ipsos, 51% dos norte-americanos questionam capacidade de Trump com relação às tensões com Pyongyang; em agosto, presidente dos EUA intensificou discurso sobre Coreia do Norte
Uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira (18/09) pela emissora de rádio norte-americana NPR (National Public Radio), apontou que a maioria dos cidadãos dos EUA não confia no presidente Donald Trump, no que diz respeito às tensões com a Coreia do Norte.
O levantamento, elaborado pelo instituto Ipsos, concluiu que 51% dos americanos questionam a capacidade de Trump para administrar as tensões com o governo norte-coreano, enquanto 44% dos entrevistados afirmaram que confiam no governante.

A pesquisa também indica que 77% dos democratas dizem que não confiam no republicano para lidar com o assunto, enquanto 81% dos republicanos responderam positivamente.
Agência Efe

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A sondagem também revela que a maioria dos entrevistados acredita que os Estados Unidos têm a obrigação de proteger seus aliados no leste da Ásia, somando 74% dos entrevistados que concordam que o país tem essa obrigação, contra 13% que pensa o contrário.

O estudo foi realizado entre os dias 11 e 12 de setembro com 1.005 adultos, antes de a Coreia do Norte disparar na semana passada outro míssil que sobrevoou o Japão.

Em agosto, Trump intensificou o discurso sobre a Coreia do Norte advertindo que responderia com "fogo e fúria" se Pyongyang continuasse a "ameaçar" os Estados Unidos.

O presidente americano também insistiu que as opções militares permanecem sobre a mesa, enquanto a embaixadora do país na ONU, Nikki Haley, avisou no último fim de semana que a diplomacia está se esgotando com Pyongyang.
*Com Agência Efe

EUA: Dezenas de manifestantes são presos após protesto contra absolvição de policial que matou jovem negro

EUA: Dezenas de manifestantes são presos após protesto contra absolvição de policial que matou jovem negro


Manifestações iniciaram na sexta-feira (15/09) em Saint Louis após justiça alegar que Jason Stockley agiu em legítima defesa
Cerca de 80 pessoas foram presas na madrugada desta segunda-feira (18/09) em Saint Louis, no Missouri, cidade dos Estados Unidos que viveu a terceira noite de protestos pela absolvição de um ex-policial branco que matou um jovem negro.
Essas detenções se somam às 32 realizadas ao longo do fim de semana durante os protestos que começaram na sexta-feira (15/09), quando um juiz declarou inocente o ex-policial Jason Stockley. Ele era julgado pela morte do jovem negro Anthony Lamar Smith, de 24 anos.

O policial achava que Smith estava vendendo drogas na porta de um restaurante e começou a segui-lo com a viatura. O jovem acelerou e acabou batendo em uma árvore. Quando se aproximou do carro do suspeito, Stockley atirou, em suposta legítima defesa, porque o jovem estaria armado.
Danny Wicentowski

Protesto contra absolvição de Jason Stockley por assassinar jovem negro em Saint Louis

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O juiz considerou que o agente não era culpado das acusações porque foi obrigado a disparar devido à "conduta perigosa" de Smith.
Com gritos de "sem justiça não há paz", centenas de pessoas foram às ruas neste fim de semana com cartazes que levavam as palavras "Black Lives Matter" (Vidas de negros importam), lema do movimento que denuncia a violência policial contra os afro-americanos.
As manifestações foram pacíficas ao longo do dia. O ato de domingo (17/09), com mais de mil pessoas, foi o maior dos últimos dias, segundo os organizadores.

Em resposta, os agentes usaram gás de pimenta para dispersar um grupo de manifestantes que seguia na rua.

Os protestos de Saint Louis lembram os registrados em Ferguson, em agosto de 2014, quando outro policial branco matou o jovem negro Michael Brown e, posteriormente, foi inocentado das acusações.

A morte de Brown e de outros negros por agentes brancos provocaram vários protestos contra a violência da polícia contra as minorias nos EUA.

Moreira, o que “não pode ver um cofre”

Comissão de Ética processa Moreira, o que “não pode ver um cofre”



Valor noticia que a Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu abrir dois processos para investigar “a conduta ética “do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Francoalém de fazer um pedido de esclarecimentos ao ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, por conta da denúncia apresentada semana passada pelo ex-procurador-geral da República (PGR) Rodrigo Janot ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Mauro Menezes, presidente da Comissão de Ética Pública, disse que o colegiado vai investigar se  Moreira Franco favoreceu as empresas Odebrecht e Bertin na concessão de empréstimos com recursos do Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS) quando era  vice-presidente da Caixa Econômica Federal e  seu  filho, Pedro Moreira Franco, era executivo na empreiteira.
Em se tratando de Comissão de Ética, Moreira é especialista na primeira e desconhece a segunda parte do nome.
Dele, Antonio Carlos Magalhães, catedrático no tema, dizia que ouvira a confidência de que  “não confiava em Moreira para cargos que tivessem cofre”. FHC nega, mas a história ficou, sabe-se lá porque, não é?
De qualquer forma, a investigação e eventual punição de Moreira pela Comissão de Ética, cuja “pena”  máxima é solicitar a exoneração do ministro ao presidente da República, são inócuas: não será aplicada.
Moreira é indemissível. Ninguém, mais que ele – nem Geddel, nem Padilha – conhece os  meandros do “chefe”.
Moreira não é um mero rato, como os outros. É um em especial, aquele do desenho animado, o “Cérebro”.
Toda noite sonha em como “dominar o mundo”. O que, para ele, é passar o Brasil nos cobres.