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Em carta enviada nesta terça-feria 20 à Campanha Nacional pelo Direito à Educação, a relatora especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Direito à Educação, Mme. Koumbou Boly Barry, parabenizou as instituições e organizações da sociedade civil que lutaram para que o nome de Paulo Freire fosse mantido como patrono da educação brasileira.

Em dezembro do ano passado, após tentativa de retirada de seu título proposta por movimentos ultraconservadores, a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado Federal arquivou o pedido feito pelo Movimento Brasil Livre.
“Essa carta tem duas mensagens: primeiro, Paulo Freire é um patrimônio mundial e não pode ser desrespeitado no Brasil, sua terra. Segundo que a luta pelo direito à educação no Brasil tem sido vitoriosa e é reconhecida no mundo”, afirmou Daniel Cara, coordenador geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação.
No documento, a relatora explica que, no início de 2017, a convite da equipe da Campanha, pôde conhecer a biblioteca de Paulo Freire, na sede do Instituto Paulo Freire, em São Paulo. “Foi-me presenteada uma cópia em inglês do livro Pedagogia do Oprimido e, ao lê-lo, tive a impressão de que Paulo Freire estava comemorando nosso compromisso com a emancipação das mulheres e dos homens através da educação”, afirma.
Ela coloca ainda que “a pedagogia de Paulo Freire representa o caminho mais seguro para a liberdade e para a promoção de uma sociedade justa e digna para todos”, concluindo que ficou muito feliz em saber que o lugar de Paulo Freire como Patrono da educação brasileira permanece intacto, “respeitando a sua memória, legado e crenças”.
Em sua conclusão, Boly Barry encoraja fortemente o povo brasileiro a nunca parar de lutar por educação pública de qualidade gratuita para todos, sem discriminação, “como Paulo Freire nos ensinou”.