segunda-feira, 11 de novembro de 2019

Militante do MST de 68 anos é assassinado no Rio de Janeiro

11 DE NOVEMBRO DE 2019, 21H02

Militante do MST de 68 anos é assassinado no Rio de Janeiro

Sebastião Carvalho foi morto no Assentamento Irmã Dorothy, localizado no município de Quatis
Foto: Coletivo de Comunicação MST-RJ
O estímulo à violência promovido pelo governo de Jair Bolsonaro segue vitimando os movimentos sociais. Sebastião Carvalho, de 68 anos, foi assassinado neste domingo (10), no Assentamento Irmã Dorothy, localizado no município de Quatis, no Rio de Janeiro. As informações são de Clívia Mesquita, para o Brasil de Fato.
Conhecido como seu Tião, sua trajetória é marcada por muita luta. Ele sobreviveu ao garimpo da Serra Pelada e esteve nas disputas por terra em vários estados do país.
No sul do Rio, era assentado há sete anos com a família. Sua esposa, dona Lúcia, é referência em produção agroecológica de alimentos.
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) divulgou uma nota para denunciar o descaso com a reforma agrária no estado.
Condições de vida
“Exigimos a regularização e a efetivação completa das políticas de Reforma Agrária que garantam o desenvolvimento do assentamento e as melhorias das condições de vida das famílias que ali se encontram, garantindo-lhes a tão sonhada dignidade imposta pela Constituição, bem como a responsabilização de quem tirou a vida do seu Tião, e do poder público por este crime bárbaro”, diz o texto.

Gleisi: ‘Bolsonaro faz apologia à violência, à tortura, à ditadura e ameaça Lula com a LSN. Ultrajante’

Gleisi: ‘Bolsonaro faz apologia à violência, à tortura, à ditadura e ameaça Lula com a LSN. Ultrajante’

Publicado em 11 novembro, 2019 8:53 pm

Bolsonaro faz apologia à violência, à tortura, à ditadura militar e agora ameaça Lula c/ a Lei de Segurança Nacional por ato político. E Lula é quem radicaliza? A inversão dos fatos é ultrajante. A extrema direita vai consolidando suas posições e as instituições se desmoralizando

Os destaques da noite no 247

Bolsonaro ameaça usar Lei de Segurança Nacional contra Lula título

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Acusados de hackear Moro encontram ‘microfone espião’ em chuveiro da PF

México concede asilo político a Evo Morales

Bolsonaro acaba com indenização do DPVAT para as vítimas de acidentes de trânsito

ABI vai ao STF contra Bolsonaro: obstrução de Justiça nas gravações do caso Marielle

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Programa de empregos de Bolsonaro exclui pessoas com mais de 55 anos e reduz direitos de jovens

Programa de empregos de Bolsonaro exclui pessoas com mais de 55 anos e reduz direitos de jovens

Além de excluir o trecho que beneficiaria as empresas que contratassem pessoas acima de 55 anos, a medida também reduz os direitos dos trabalhadores contratados na modalidade "verde e amarelo"
Sem saída para o emprego, Bolsonaro foca em populismo janista
Sem saída para o emprego, Bolsonaro foca em populismo janista
247 - Jair Bolsonaro assinou medida provisória nesta segunda-feira (11) criando o programa Emprego Verde e Amarelo, modalidade que reduz a tributação sobre empresas que contratarem jovens de 18 a 29 anos em primeiro emprego.
Mas a medida, além de excluir o trecho que beneficiaria as empresas que contratassem pessoas acima de 55 anos, também reduz os direitos dos trabalhadores contratados nessa modalidade.
As empresas que contratarem jovens de 18 a 29 anos até o fim de 2022 terão isenção na contribuição previdenciária patronal, que será reduzida de 20% para zero. Alíquotas do Sistema S (Sesi, Senai, Senac, etc), do salário-educação e do Incra também serão zeradas.
Apesar disse, a contrapartida não tem. O repasse ao FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) cairá de 8% para 2%. Para esses trabalhadores, a multa do FGTS em caso de demissão sem justa causa poderá ser de 20%, e não o patamar de 40% dos outros funcionários que seguem o regime atual.
. Elas foram excluídas da proposta e não terão direito a participar do programa.
Na última terça-feira (5), o porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros, havia confirmado a participação de trabalhadores dessa faixa etária no programa.
“Um dos objetivos é o de reduzir os custos de contratação de jovens entre 18 e 29 anos e de pessoas acima de 55 anos que não estejam aposentadas”, disse na ocasião.
A equipe econômica diz que serão criados pelo menos 1,8 milhão de vagas formais até 2022 com essa proposta. 

Indígenas contra o golpe avançam sobre La Paz e Bolívia está próxima de uma guerra civil

blog do rovai

11 DE NOVEMBRO DE 2019, 20H27

Indígenas contra o golpe avançam sobre La Paz e Bolívia está próxima de uma guerra civil

Estive no Chapare cobrindo conflitos entre as forças policiais e cocaleros antes de Evo chegar à presidência do país, na transição de Jorge Quiroga para Gonzalo Sánches de Lozada, em 2002. Ninguém me contou como isso se dá, eu vi.
Ontem a polícia e parte das Forças Armadas forçaram Evo Morales a renunciar. Parecia que num golpe rápido a extrema direita havia eliminado toda e qualquer resistência democrática.
O extremista “Macho Camacho” chegou se ajoelhar no centro do salão principal do palácio do governo com uma bíblia. Enquanto Evo ia paro Chapare, região cocalera de onde se projetou para se tornar presidente da República.
Não havia nada decidido, como analistas sérios ponderavam ontem nas redes.
E no exato momento que escrevo este post, milhares de indígenas avançam para La Paz.
Minha fonte na Bolívia me envia as seguintes informações:
Estamos al borde de una guerra civil.
Gente del MAS molesta por el golpe de Estado ha salido a las calles y se estan enfrentando con la policía.
Les estan quemando las estaciones policiales y quieren retomar plaza Murillo
Nos informan también que la Casa del Pueblo (Congresso) ya tendria francotiradores por si quieren tomarla (esta informação não está confirmada).
Ahorita salir a las calles es peligroso. Los vecinos se estan organizando para defender sus casas.
La policia se ha visto rebasada en El Alto y decidieron replegarse.
A Bolívia não é para principiantes, muito menos para análises arrogantes e apressadas.
É um país extremamente racista e movido a golpes. É um país dividido geograficamente. É um país onde colonizadores e colonizados ainda disputam em cada centímetro de rua suas tradições.
Ontem, quando alguns falavam da covardia de Evo, eu ponderava que a tradição de luta indígena não é a de guerra tradicional. É de emboscada, de se fingir de morto, de recuar, se amotinar. enganar o inimigo.
Estive no Chapare cobrindo conflitos entre as forças policiais e cocaleros antes de Evo chegar à presidência do país, na transição de Jorge Quiroga para Gonzalo Sánches de Lozada, em 2002. Ninguém me contou como isso se dá, eu vi.
A organização de vizinhos e de entidades indígenas em algumas regiões é impressionante. A polícia tem muita dificuldade em combater nesses territórios.
Não à toa, Evo deixou o Palácio do Governo e foi para o Chapare.
Os indicativos é de que o golpe terá grandes problemas para se consolidar. Com milhares indo para La Paz neste momento, dificilmente o parlamento vai conseguir aceitar a renúncia de Evo amanhã. A não ser que seja a partir de um banho de sangue.
O que tornaria a situação ainda mais complicada.



PEC sobre 2ª instância é inconstitucional

https://www.youtube.com/watch?v=rw2ptSTenm8

Elite brasileira costuma achar que é democrata, mas não gosta de povo



Elite brasileira costuma achar que é democrata, mas não gosta de povo

Congresso Nacional (Foto: Lula Marques)
CONGRESSO NACIONAL (FOTO: LULA MARQUES)

O silêncio das pesquisas de opinião esconde o verdadeiro Brasil sob o disfarce bolsonarista

Alguém se lembra de quantas pesquisas nacionais de opinião foram publicadas em outubro? E nos últimos três meses? E do início do ano para cá?
Com alguma boa vontade, chegamos a um número próximo a dez pesquisas tecnicamente defensáveis desde janeiro, léguas abaixo do padrão internacional e aquém daquilo que o tamanho e a complexidade do País justificariam.
Nos Estados Unidos, apenas em outubro, foram publicadas 85 pesquisas de âmbito nacional a respeito de Donald Trump. Se excluirmos os resultados de tracking polls, restam 41 pesquisas convencionais, como aquelas que fazemos no Brasil. Os principais veículos de comunicação encomendaram oito, em uma média de duas por semana. Sete universidades promoveram as suas, assim como fundações privadas e consultorias. Empresas tradicionais de pesquisa realizaram várias. 
São tantas pesquisas que os analistas americanos quase só raciocinam com os chamados “agregadores de pesquisas”, sistemas que calculam, de maneira até sofisticada, o resultado de conjuntos de levantamentos. Hoje passam de meia dúzia, o que criou um mercado novo: desenvolver metodologias para agregar agregadores.
Longe da exuberância dos EUA, em outubro, no Reino Unido, foram seis pesquisas nacionais, considerando apenas as convencionais. Na França, oito. Na Espanha, 25 (há eleição por lá na semana que vem). Neste ano, saindo dos países europeus maiores, foram publicadas, por exemplo, 16 pesquisas na Lituânia e dez na Letônia. Na América Latina, a mídia mexicana divulgou, ao longo de 2019, os resultados de 48 pesquisas, de tracking ou não. Em todos os lugares, qualquer uma delas foi considerada suficientemente correta para ser integrada em um agregador respeitável.
O Brasil destoa do resto do mundo. Aqui, as pesquisas são infrequentes e limitadas, a maioria patrocinada por empresas e entidades empresariais, com evidente interesse na promoção de suas agendas. Fora dos períodos eleitorais, a mídia nacional e parte dos veículos regionais trabalham com um único instituto, tratado como se fosse uma espécie de oráculo, em um modelo inteiramente anacrônico. As pesquisas de opinião, algo intrínseco às democracias contemporâneas, são tão infrequentes no Brasil quanto em lugares onde as preferências da maioria não contam.
A razão é simples e decorre do caráter epidérmico da democracia brasileira: pesquisar a opinião dos cidadãos tem como premissa a ideia de que a opinião deles é importante e é preciso conhecê-la. Quando, ao contrário, o que elas pensam é irrelevante, por que perder tempo as consultando?
A elite brasileira costuma achar que é democrata, mas não gosta de povo e não respeita sua opinião. O que ela quer é apenas um sistema político que lhe permita olhar-se no espelho e não se ver como um ou uma gorila. Nada além de um verniz de civilização.
Não falamos, é claro, daqueles que não estão nem aí para se assumir demofóbicos. São tão comuns entre nós quanto a jabuticaba e infectam o aparelho estatal, em especial as Forças Armadas e o sistema de Justiça. Quem não é capaz de citar um general, juiz, promotor ou ministro do Supremo que se acha intérprete da vontade nacional e acredita haver recebido a missão de guiar a coletividade?
A ojeriza ao povo não se limita aos abertamente autoritários. No Brasil, a regra, entre as “pessoas de bem”, os “estudados” e “modernos”, na classe média e entre os ricos, é gostar do povo, desde que este fique em seu lugar, não tenha a veleidade de ser igual, não aspire ao poder e não meta o bedelho onde não foi chamado.
A sociopatia brasileira típica é a mania de superioridade dos que têm em relação aos que nada ou muito pouco têm, fruto de uma cultura que trata as diferenças entre os indivíduos como decorrência de algum desígnio divino. Falta pouco para que nos vejamos como castas. Cada um no seu lugar.
Estamos com dez meses de um governo calamitoso, chefiado por um delinquente que comete desatinos e irregularidades diariamente, e que adotou políticas que contrariam os interesses e pontos de vista da maioria. Em países democráticos normais, a cada passo de um governo desse tipo teríamos pesquisas para retratar a reação da sociedade ao que diz e faz. Aqui, não.
O silêncio das pesquisas é bom para aqueles que estão satisfeitos com Bolsonaro e o status quo. O que não se compreende é a falta de iniciativa de quem não o aprova. Não é somente por meio de manifestações de rua que se mostra a opinião da maioria, até porque é irrealista esperar que os cidadãos se mantenham em estado de mobilização permanente. Dispomos de menos pesquisas do que o desejável, que exponham com clareza a distância que existe entre o verdadeiro Brasil e a contrafação bolsonarista.

Este texto não reflete necessariamente a opinião de CartaCapital.

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Sociólogo, é presidente do Instituto Vox Populi e também colunista do Correio Braziliense.