Uma declaração de sentido dúbio do general Hamilton Mourão em longa entrevista concedida à jornalista Míriam Leitão sobre seu lugar como futuro vice-presidente de Jair Bolsonaro: "Estou aqui para substituir o presidente, por isso acompanharei todos os assuntos de governo, pensarei em soluções, para estar preparado caso o presidente me chame para conversar"; qual o recado de Mourão?; está pronto para assumir se necessário?; o militar deixou claro: está de prontidão
247 - Uma declaração de sentido dúbio do general Hamilton Mourão em longa entrevista concedida à jornalista Míriam Leitão sobre seu lugar como futuro vice-presidente de Jair Bolsonaro: "Estou aqui para substituir o presidente, por isso acompanharei todos os assuntos de governo, pensarei em soluções, para estar preparado caso o presidente me chame para conversar".
Qual o recado de Mourão? Está pronto para assumir se necessário? Qual a razão de uma declaração dessas? O general foi ainda mais adiante, colocando-se como alguém em prontidão: "por isso acompanharei todos os assuntos de governo, pensarei em soluções". O fim da frase, "para estar preparado caso o presidente me chame para conversar" quer dizer exatamente o quê? Preparado para uma conversa com Bolsonaro?
A jornalista Míriam Leitão teve uma interpretação curiosa a respeito das frases de Mourão, na linha da tentativa das Organizações Globo de "normalizarem" Bolsonaro e o bolsonarismo: "Sobre seu papel no governo, disse que será o mesmo de qualquer vice-presidente". Os principais quadros da Globo têm feito um esforço de lançar as declarações de Bolsonaro e de outros líderes do bolsonarismo num "liquidificador interpretativo" para venderem ao país uma versão adocicada e domesticada da extrema-direita nacional.
Mourão tem sido um dos polos da intensa luta interna em torno da formação do futuro governo e, segundo a leitura dos próprios bolsonaristas, teria sido o alvo do famoso tweet de Carlos Bolsonaro, no qual ele acusou "aos que estão muito perto" de desejarem a morte do pai, com um detalhe: "Principalmente após de sua posse".
A morte de Jair Bolsonaro não interessa somente aos inimigos declarados, mas também aos que estão muito perto. Principalmente após de sua posse! É fácil mapear uma pessoa transparente e voluntariosa. Sempre fiz minha parte exaustivamente. Pensem e entendam todo o enredo diário!
O estilo agressivo de Carlos, a quem o pai chama carinhosamente de "meu pitbull" (aqui), compõe uma personalidade que vê conspirações e tramas todo o tempo e em todo lugar. Mas não é apenas este perfil com traços paranoides que tem levado a confronto. Os outros dois irmãos Bolsonaro também investiram contra Mourão por considerarem que o general tentou "tomar as rédeas" quando o pai estava internado depois da facada em Juiz de Fora.
Além disso, Mourão tem dado declarações que contradizem intenções ou gestos do clã Bolsonaro em reação à política externa do país -ele é contra a visão ideológica radical de Eduardo Bolsonaro.
Gleisi sobre o BolsonaroGate: “A coisa tá piorando…”
7 de dezembro de 2018por Esmael Morais
A presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, disse que o BolsonaroGate piora a situação do presidente eleito Jair Bolsonaro.
Ao saber que ao menos 7 assessores do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) transferiram dinheiro para a conta do ex-motorista do parlamentar, aquele que movimentou R$1,2 milhão, Gleisi disse afirmou que “a coisa tá piorando” para o clã do presidente eleito.
Para a dirigente petista, o episódio envolvendo Jair Bolsonaro e sua família com assessor que movimentou recursos suspeitos é muito grave. “Quem depositou na conta? De onde vem o dinheiro? Por que Michele Bolsonaro recebeu parte do recurso? Pagamento de dívida? Tudo muito mal explicado pela turma “anticorrupção”?”, questionou.
Gleisi também comentou a explicação de Bolsonaro no Jornal Nacional, da Globo, nesta sexta à noite:
“Jair Bolsonaro disse ao JN q o depósito na conta da mulher era pagamento de dívida do assessor. Este ganhava muito bem! Não o suficiente p/ movimentar $ 1,2 mi em sua conta, mas muito p/ passar necessidade e ter de emprestar dinheiro do Bolsonaro. Muito mal explicado!”
O episódio envolvendo Jair Bolsonaro e sua família c/ assessor q movimentou recursos suspeitos é muito grave. Quem depositou na conta? De onde vem o dinheiro? Pq Michele Bolsonaro recebeu parte do recurso? Pgto de dívida??? Tudo muito mal explicado pela turma “anticorrupção”
Jornal GGN - O ministro anunciado da Casa Civil Onyx Lorenzoni disse, em entrevista a um programa da GloboNews, que sua relação com Sergio Moro existe desde 2005 e que, já naquela época, o então juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba - a única especializada em crimes de colarinho branco - pediu a atualização de duas leis que foram utilizadas pela Lava Jato para condenar e prender o ex-presidente Lula.
"(...) O pessoal de casa vai entender agora. A primeira [mudança em lei] que ele [Moro] pediu, em 2005, foi a atualização da delação premiada. Levou 7 anos para fazer. (...) A outra, a transformação do crime de levagem de dinheiro de crime acessório para crime principal, hoje [com pena] de 6 a 12 [anos de prisão], o que permite essas condenações volumosas em anos."
"Foram [as duas leis] a diferença entre, no Mensalão, [o Judiciário] não ter chego no Lula e, no Petrolão, sim."
A Lava Jato em Curitiba, sob a batuta de Moro, elaborou e deixou vazar uma série de acordos de delação premiada que atingiram Lula nos últimos anos. Há ainda casos de presos da Operação, como Léo Pinheiro, da OAS, e Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda, que aceitaram delatar Lula de maneira informal, ou seja, sem ter assinado acordo de cooperação com o Ministério Público. Palocci, nos últimos meses, conseguiu negociar o termo com a Polícia Federal e deixou a penitenciária após ter implicado Lula, sempre seguindo o script dos procuradores.
Com a lei da lavagem de dinheiro, Moro conseguiu construir uma condenação para Lula relacionamento supostos benefícios à OAS dentro do governo petista, com contratos na Petrobras, à formação de uma caixa 2 com o PT, de onde teriam saído recursos para a reforma de um apartamento no litoral paulista. Moro entendeu que houve, com a "atribuição" do triplex a Lula, crime de lavagem.
RELAÇÃO COM ONYX
Segundo Onyx, sua relação com Moro "vem de dezembro de 2005. Eu era subrelator das normas de combate à corrupção da CPI dos Correios e convidei o Moro, naquela época [para participar das discussões]. Ele trouxe uma série de contribuições, duas muito relevantes."
Onyx disse ainda que desde 2005 vem "sofrendo perseguição por parte do PT". Naquele ano, "o PT tentou cassar meu mandato para impedir que um fato que eu identifiquei de José Dirceu batesse no presidente Lula."
O ministro também disse que "a primeira pessoa que fez conexão entre Lula, Odebrecht e África fui eu." A relação foi usada pela Procuradoria da República em Brasília para apresentar uma denúncia contra Lula, após avanços da Lava Jato sobre o Instituto Lula e a empresa de palestra do ex-presidente, a LILS.
Moro condenou Lula no caso triplex e, por conta da decisão, o ex-presidente foi preso e inviabilizado na corrida presidencial. Com a vitória de Jair Bolsonaro, Moro foi alçado ao centro do governo, assumindo o Ministério da Justiça. A imprensa diz que quem fez a ponte com o ex-magistrado foi Paulo Guedes, futuro ministro da Economia.
Onyx, contudo, mostrou na entrevista que tem relação com Moro há mais de 10 anos. Recentemente, ao ser questionado sobre a acusação de uso de caixa 2 na campanha do deputado, o ex-juiz respondeu que Onyx tem sua confiança pessoal e que já pediu desculpas pelo crime eleitoral. A declaração causou polêmica, mas Moro segue colocando a mão no fogo pelo colega de ministério.
PASTORA DAMARES, MINISTRA DOS DIREITOS HUMANOS, TAMBÉM EMPUNHOU 'KIT GAY'
A pastora Damares Alves, futura ministra dos Direitos Humanos, afirmou em culto de 2013 que "não há prova científica de que o gay nasça gay. Porque se houvesse, eles já teriam jogado na nossa cara. A homossexualidade é aprendida a partir do nascimento". Ela também disse que "Deus está dizendo para a Igreja: 'Abre o olho'. É hora de nos levantarmos. Os crentes estão deixando a educação dos seus filhos por conta do Estado"
247 - A pastora Damares Alves, futura ministra dos Direitos Humanos, afirmou em culto de 2013 que "não há prova científica de que o gay nasça gay. Porque se houvesse, eles já teriam jogado na nossa cara. A homossexualidade é aprendida a partir do nascimento". Ela também disse que "Deus está dizendo para a Igreja: 'Abre o olho'. É hora de nos levantarmos. Os crentes estão deixando a educação dos seus filhos por conta do Estado."
A reportagem do jornal O Globorelembra a atuação da pastora em passado recente: "em uma pregação na Primeira Igreja Batista de Campo Grande (MS) em 2013, Damares Alves afirmou que o time de assessores da Câmara dos Deputados — do qual fazia parte — forma um 'exército silencioso' que move o funcionamento da Casa. A pastora também disse aos fiéis que Deus estaria chamando a 'Igreja Evangélica do Brasil' para um novo tempo e uma nova fase de transformação da sociedade. O chamado divino, segundo ela, teria como objetivo uma revisão de valores e de conceitos, com foco na educação das crianças e adolescentes."
Damares também desfilou por cultos empunhando - e criticando - o chamado 'kit gay': "para além do discurso inflamado sobre a necessidade de revolucionar valores sociais e reformular o conteúdo lecionado aos estudantes de Ensino Fundamental, Damares passou 20 minutos do culto mostrando slides sobre materiais didáticos supostamente distribuídos em colégios brasileiros.
PIMENTA: FLÁVIO BOLSONARO FOI POUPADO DE SER PRESO? E O QUE FARÁ MORO?
"A pergunta que fica é: será que o dinheiro encontrado na conta do motorista de Flávio Bolsonaro que abasteceu a conta da futura-primeira dama também não é de origem ilícita? Será que Flávio Bolsonaro foi poupado de ser preso pela operação Furna da Onça? Por quê? E Sérgio Moro, o que fará?", questiona o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), líder do PT na Câmara
247 – "Segundo relato do Conselho de Controle de Atividade Financeiras (Coaf), até um depósito no valor de R$ 24 mil foi feito na conta da futura primeira-dama Michelle Bolsonaro. Em novembro de 2018, a operação Furna da Onça prendeu 7 deputados estaduais do Rio de Janeiro por recebimento de propina. A pergunta que fica é: será que o dinheiro encontrado na conta do motorista de Flávio Bolsonaro que abasteceu a conta da futura-primeira dama também não é de origem ilícita?", diz o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), líder do PT na Câmara dos Deputados.
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"Será que Flávio Bolsonaro foi poupado de ser preso pela operação Furna da Onça? Por quê? E Sérgio Moro, o que fará?", questiona ainda o parlamentar, que apresentou representação criminal contra ele a futura primeira-dama (saiba mais aqui).