domingo, 5 de maio de 2019

Anti-intelectualismo, culto da ignorância e autoritarismo: Bolsonaro e o ataque às universidades federais

Política

Anti-intelectualismo, culto da ignorância e autoritarismo: Bolsonaro e o ataque às universidades federais

''Como nos tempos atuais a morte da democracia pode ser lenta e gradual, pode haver dificuldades em mensurar a partir de que ponto a situação se torna grave. Qual é o limite do aceitável? Onde está a linha vermelha? Em que momento se atinge o ponto de não-retorno?''

 
02/05/2019 14:18
 
 
Se há um consenso entre os diversos observadores da vida política nacional é que Jair Bolsonaro não cometeu estelionato eleitoral. O atual ocupante do Palácio do Planalto nunca escondeu seu desprezo pelas regras do jogo democrático, nem tampouco seu total desconhecimento das mais diversas esferas da ação governamental. Em poucas palavras, é um político autoritário que nunca se preocupou em esconder ou disfarçar sua ignorância. Oriundo do baixíssimo clero, ele passou quase trinta anos como deputado praticamente sem apresentar propostas ou projetos de lei e sem participar das diversas comissões da Câmara. Ainda assim, ele conseguiu se reeleger ad infinitum graças a defesa de uma categoria profissional específica e à sua retórica reacionária. Não é de surpreender, portanto, que desde que assumiu a presidência da República, há pouco mais de 100 dias, Jair Bolsonaro venha testando a capacidade de resiliência da democracia brasileira. 

Há, contudo, uma discordância entre esses mesmos observadores no que se refere à sua real capacidade em solapar a democracia. Para os otimistas, a incompetência e a ignorância do presidente teriam ao menos o lado positivo de reduzir os danos potenciais de sua administração. Afinal de contas, um político habilidoso com um projeto autoritário seria muito mais temerário para o regime democrático. Para os mais pessimistas, o governo Bolsonaro caminha a passos largos em direção ao autoritarismo. É o que pensa, por exemplo, Eliana Brum, para quem, como escreveu em sua coluna do El País do dia 24/04/2019, “o projeto autoritário que Bolsonaro representa avança a cada dia sobre o Brasil com velocidade assombrosa”. A afirmação é consistentemente apoiada em vários exemplos que vão desde a utilização da Força Nacional para impedir o Acampamento Terra Livre, uma ocupação de Brasília pelos indígenas que ocorre desde 2004, até a extinção dos conselhos sociais com participação popular, passando pelo decreto de sigilo sobre os dados da proposta de reforma da Previdência. 

Se há um planejamento consciente da parte do presidente de levar o país em direção ao autoritarismo ou se é uma atuação errática marcada por avanços e recuos autoritários, ainda não é claro. Mas é necessário acrescentar um novo ingrediente autoritário desse governo: o anti-intelectualismo e a investida contra as universidades federais. Já presente há tempos em seu discurso, ele agora está sendo colocado em prática. No último dia 26 de abril, o presidente da República defendeu a contenção de recursos para os cursos de filosofia e de sociologia do país. Segundo ele, é necessário “focar em áreas que gerem retorno imediato aos contribuintes”. Ainda segundo o presidente da República, os jovens devem aprender a “a leitura, a escrita e a fazer contas e depois um ofício que gere renda”. Alguns dias depois, em 30 de abril, o Ministro da Educação Abraham Weintraub desferiu um golpe no conjunto das universidades federais e anunciou um corte de 30% em seus orçamentos. Essas declarações – e as medidas anunciadas – se inscrevem na esteira de outros ataques desferidos a outras áreas do conhecimento, como a história, mas também de declarações que externam um desejo de desmobilização e desengajamento da sociedade, particularmente das gerações mais jovens. Está claro, portanto, que o novo alvo do bolsonarismo é o instrumental que possibilita a compreensão da realidade e que permite o pensamento crítico. É, em última instância, um ataque ao próprio exercício da cidadania.

Os alvos da investida bolsonarista no que se refere especificamente aos campos do conhecimento – a história, a sociologia e a filosofia – não foram escolhidos ao acaso. Ao contrário do que o presidente afirmou, as razões não são de ordem econômica e prática e sim ideológicas. O primeiro ataque foi desferido contra a história, não especificamente em termos de cortes de investimento, mas a partir de propostas negacionistas e de falsificação histórica. Trata-se claramente de uma estratégia política: ao se negar a existência de determinados acontecimentos (golpe de 1964 e ditadura militar) ou ao falsifica-los (nazismo como movimento de esquerda), busca-se no fundo reabilitar a extrema-direita como força política legítima e respeitável. A sociologia, por sua vez, tem uma importância crucial em qualquer sociedade. O sociólogo contribui a tornar o mundo mais suportável, na medida em que esclarece as leis que regem o funcionamento da sociedade. Além disso, ampliando o campo da consciência social, o sociólogo contribui a superar as desigualdades produzidas pelas estruturas objetivas e impulsionar a capacidade de mudança que cada agente possui. A filosofia, finalmente, como disse Marilena Chauí, é ao mesmo tempo análise (das condições da ciência, da religião, da arte, da moral), reflexão (volta da consciência para si mesma para conhecer-se enquanto capacidade para o conhecimento, o sentimento e a ação) e crítica (das ilusões, dos preconceitos individuais e coletivos, das teorias e práticas científicas, políticas e artistas). Valorizar a ciência (que supostamente traz resultados imediatos para a sociedade) e menosprezar a filosofia (“inútil” segundo o senso comum) é um paradoxo em si pois, como a filósofa explicou, a ciência pressupõe como condição a filosofia. Isso porque o que fundamenta o trabalho científico – verdade, pensamento, procedimentos especiais para conhecer fatos, relação entre teoria e prática, correção e acúmulo de saberes – são questões filosóficas. O cientista parte delas como questões já respondidas, mas é a filosofia que as formula e busca repostas para elas. 

O anti-intelectualismo, contudo, não se restringe ao Brasil de Bolsonaro. Ele é fundamentalmente autoritário e se adequa perfeitamente ao discurso populista ambiente. Isso porque os populistas têm uma concepção moralista do mundo político, mundo este que seria marcado por uma divisão entre um povo moralmente puro e unificado e elites corruptas e moralmente inferiores. Além de antielitistas, populistas são antipluralistas, pois clamam que apenas eles representam realmente o povo: os opositores políticos dos líderes populistas são, como estes últimos argumentam, parte da elite corrupta e imoral e quem não os apoiam não fazem realmente parte do povo. Nada mais lógico, portanto, que na visão de mundo populista os intelectuais sejam considerados inimigos: eles são parte da “elite-corrupta-imoral-antipovo”. 

Donald Trump, por exemplo, já declarou que o common sense vale mais do que os argumentos sustentados pelos chamados experts. Recentemente, na Itália, membros do partido de extrema direita Liga do Norte, do homem forte do atual governo populista Matteo Salvini, questionaram na Assembleia da região Emilia-Romanha a utilização, em um curso de Ciência Política, de um livro que eles consideraram “anti-Salvini”. Esse episódio guarda semelhanças surpreendentes com o que vêm ocorrendo no Brasil. Os parlamentares da Liga defenderam medidas para proteger os estudantes “ideologicamente próximos do partido e que são discriminados na universidade”. Ainda segundo esses parlamentares, as universidades não deveriam promover materiais “antipartidos” e chegaram a afirmar que os professores, enquanto funcionários públicos, deviam ser “leais ao governo”. Em uma matéria sobre esse episódio, o jornal inglês Independent chamou atenção para o grave risco que isso representava: “o desejo de remover escritos baseados em dados e raciocínio científico, ou questionar o ensino acadêmico [...] é uma tentativa preocupante de silenciar as vozes livres e o pensamento crítico, juntamente com o enfraquecimento de todas as formas de oposição social e cultural. É como voltar o relógio para os anos fascistas da Itália, forçando os intelectuais e professores a se conformarem à ideologia antidemocrática e antiliberal da autoridade governamental. Este é o meio pelo qual regimes autoritários e ditaduras governam” [Italy has edged closer to fascism with a startling attack on academic freedom, 15/04/2019].

Uma coisa, porém, é a retórica populista; outra, é a implementação e concretização da verborragia autoritária. Como nos tempos atuais a morte da democracia pode ser lenta e gradual, pode haver dificuldades em mensurar a partir de que ponto a situação se torna grave. Qual é o limite do aceitável? Onde está a linha vermelha? Em que momento se atinge o ponto de não-retorno? Sem querer minimizar os riscos que Trump e Salvini representam para os Estados Unidos e a Itália, é forçoso constatar que esses países ainda contam com sólidas instituições democráticas. A situação é muito mais preocupante em países menos desenvolvidos e com longas tradições autoritárias. 

Analistas ao redor do mundo tem alertado para esses processos de morte da democracia, alertando sobretudo para o court-packing como uma etapa fundamental. Ou seja, uma das medidas mais evidentes no caminho para o autoritarismo é a tentativa do Executivo de controlar do judiciário, especialmente a suprema corte, frequentemente aumentando o número de juízes próximos ao governo. Mas talvez outras ações autoritárias merecessem mais atenção como, por exemplo, a perseguição a intelectuais e o ataque às universidades. Junto com o court-packing, essa é uma etapa crucial na consolidação do autoritarismo. Isso pode ser atestado a partir da experiência de outros países que se tornaram autoritários a partir de governos democraticamente eleitos. 

A Turquia de Tayyip Erdo%u01Fan, por exemplo, caminha há alguns anos em direção ao autoritarismo, marcha que foi incrivelmente acelerada com a tentativa fracassada de golpe de Estado de julho de 2016. Desde então, três grupos têm sido visados por Erdo%u01Fan. Em primeiro lugar, as pessoas identificadas como membros ou simpatizantes do que o poder turco considera a “organização terrorista de Fethullah (FETÖ)”, ou seja, a confraria Gülen. Em segundo lugar, o grupo composto por militantes e políticos dos movimentos kurdos. Finalmente, em terceiro lugar, professores, intelectuais, jornalistas sindicalistas ou ativistas de organizações não-governamentais. O governo de Erdo%u01Fan vem reestruturando e remodelando as instituições, entre as quais as de ensino superior, e perseguindo os intelectuais que o presidente da República chegou a chamar de “traidores da nação”, “atores de terror acadêmico” e de “intelectuais de má qualidade”.

Na Hungria, Viktor Orbán, arauto do iliberalismo, empreende uma verdadeira Kulturkampf e busca promover uma cultura oficial. Desde 2010, o seu partido Fidesz vêm ocupando os lugares de cultura – teatros, óperas –, e ditando as manifestações culturais e espetáculos que estão ou não alinhados ideologicamente com suas ideias. Mas um dos alvos prioritários de Orbán é a Universidade da Europa Central. Essa instituição se tornou uma espécie de símbolo a ser derrubado, pois concentra animosidade do presidente húngaro contra George Soros, mas também contra as elites intelectuais progressistas. 

Em outros países, o ataque aos intelectuais e às universidade é menos direto, mas frequentemente atinge determinadas áreas do conhecimento, que passam a ser objeto de verdadeiros embates. Nesse sentido, o caso da Polônia é emblemático. Nos últimos anos, esse país conheceu uma preocupante virada autoritária. Nas eleições legislativas de outubro de 2015, saiu vencedor o partido xenófobo e nacionalista Lei e Justiça (PiS), que também elegeu o presidente da República Andrzej Duda. Desde então, a marcha autoritária se acelerou através de uma série de medidas visando a minar a autonomia do judiciário, a independência da imprensa e as liberdades individuais. Essa ascensão do autoritarismo não está dissociada da transição democrática de 1989. Nesse ano, a saída do comunismo se fez a partir de um acordo entre o poder comunista e a oposição ou, para ser mais específico, entre os setores reformistas do Partido Operário Unificado Polonês (PZPR) e os moderados do sindicato Solidarnosc. Na ocasião, duas visões se afrontaram: uma que defendia uma perspectiva “conciliadora” e outra “revanchista”, que insistia na punição dos ex-dirigentes comunistas. Tadeusz Mazowiecki, que formou o primeiro governo democrático, optou pela conciliação. Os defensores da perspectiva “revanchista” se inscrevem numa linhagem nacionalista e tradicionalista, especialmente no que se refere aos costumes. 

Esses elementos de contextualização são necessários para se compreender o conflito que vem sendo travado em torno da história do país, conflito que passou a girar em torno do Instituto da Memória Nacional (IPN), criado em 1999. Esse instituto polariza as tensões em torno da “descomunização”, tensões que aumentaram em 2008 com a publicação de dois livros sobre a suposta implicação de Lech Walesa na polícia política do antigo regime comunista. Foi o início do caso “Bolek”, suposto pseudônimo de Walesa na polícia política. Arquivos foram restituídos pela viúva do general Kiszczak, antigo chefe dos serviços secretos, ao IPN, e publicados e divulgados na mídia sem nenhum tipo de verificação. Como se pode perceber, há nesse affaire a tentativa de construção de uma nova narrativa da história nacional, uma “política histórica” que hoje é central na ação governamental: Jaroslaw Sellin, ministro da Cultura e do Patrimônio, anunciou a criação de vários museus “patrióticos” e chegou a declarar que “a política histórica deve ser ofensiva e forçar o mundo a pensar e a respeitar os poloneses” [ver o artigo “La Pologne, de mal em PiS”, publicado em La vie des idées em 18 de maio de 2016]. 

Caberia ainda um último e breve exemplo, até pela proximidade com relação ao que vem ocorrendo no Brasil. Como se sabe, o alvo de Rodrigo Duterte nas Filipinas é menos os intelectuais do que os traficantes e usuários de drogas, contra quem ele instaurou uma verdadeira caça, com inúmeros assassinatos extrajudiciais. Mas o que chama atenção, e aqui o paralelo com Jair Bolsonaro é incontestável, é sua visão dos direitos humanos. Há uma disseminação da ideia nas Filipinas de que a defesa de direitos humanos está mais associada à defesa de criminosos do que à proteção dos mais fracos e vulneráveis. É importante lembrar que se a política de assassinatos extrajudiciais de traficantes e usuários de drogas choca o Ocidente, ela é aprovada por amplos setores da sociedade filipina. Ainda no que se refere à esfera dos discursos e valores, vale mencionar o presidente da Malásia Mahathir, que voltou ao poder em 2018 após já ter sido Primeiro Ministro entre 1981 e 2003 e que vem defendendo a ideia de um retorno aos “valores asiáticos”, incompatíveis com a democracia liberal. 

Esses exemplos tirados de países governados por populistas e que se encontram em um estágio avançado no caminho para o autoritarismo, são suficientes para dar uma ideia do risco dos atuais ataques do bolsonarismo às universidades e ao conhecimento de uma forma geral. O que o governo Bolsonaro busca não é apenas perseguir seus inimigos reais ou imaginários, personificados em filósofos, sociólogos e historiadores; é um ataque ao próprio conhecimento e uma tentativa de acabar com uma sociedade capaz de pensar criticamente. 

Ao longo da história, a tradição da filosofia política ocidental associou a dominação despótica a indivíduos incapazes de governarem a si próprios e, portanto, naturalmente “inclinados” à obediência. Até Montesquieu, esses povos inclinados à obediência eram sempre orientais: persas, turcos, etíopes, chineses e, em alguma medida, esse despotismo foi aceito como legítimo, pois correspondia a uma espécie de ordenação da barbárie. Já no Ocidente, segundo essa mesma tradição, o despotismo não poderia perdurar, pois o homem ocidental tinha uma natureza livre. Foi Alexis de Tocqueville que rompeu com essa tradição ao conceber a possibilidade de um “despotismo ocidental”, resultado da revolução democrática e do processo de igualização das condições. Essa revolução teria engendrado o isolamento dos indivíduos e a privatização das relações sociais, afastando-os das preocupações com a coisa pública, o que teria corrompido a natureza política do homem europeu e o condenado à eterna menoridade. É clara, portanto, na esfera das ideias políticas, a associação entre democracia e liberdade e/ou virtude do povo, por um lado, e entre despotismo e menoridade e/ou incapacidade do povo, por outro. 

Vemos hoje uma tentativa do presidente da República de infantilização da sociedade brasileira, entendida aqui como o desejo de torna-la desinteressada com a coisa pública. Nada expressa isso de forma tão clara quanto a afirmação feita por ele na posse do ministro da Educação quando disse que “queremos uma garotada que comece a não se interessar por política”. O ataque do bolsonarismo aos intelectuais, universidades públicas e ao próprio conhecimento faz parte desse desejo de desmobilização e embrutecimento da sociedade e é um dos aspectos mais marcantes e alarmantes do seu autoritarismo.

Diogo Cunha é doutor em história (Universidade Paris 1 Panthéon-Sorbonne), pós-doutorando em Ciência Política e Professor Substituto de Teoria Política da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Foi professor na Université Charles-de-Gaulle Lille 3 (França) e no Institut d’Études Politiques (SciencesPo-Poitiers) (França). Contato: d1cunha@gmail.com

Clipping Internacional - 05/05/2019

Clipping Internacional - 05/05/2019

Notícias internacionais sobre o Brasil, especial sobre a fuga de Bolsonaro do evento em NY; Notícias do Mundo; e Artigos

 
05/05/2019 09:04
 
 
1 - NOTÍCIAS INTERNACIONAIS SOBRE O BRASIL
A FUGA DE BOLSONARO DA “HOMENAGEM” EM NEW YORK
THE GUARDIAN, Inglaterra | Jair Bolsonaro cancela abruptamente a visita aos EUA após protestos. A derrocada do líder de extrema direita, que deveria receber um prêmio de prestígio, foi chamado de "um grande constrangimento". O cancelamento é uma derrota humilhante para Bolsonaro, que idolatra os Estados Unidos e foi homenageado por Donald Trump durante uma visita em março a Washington. Analistas dizem que é um sinal da reprovação internacional que suas visões extremistas e posições antiambientais estão começando a despontar no mundo. | bit.ly/2GWptWy 

RFI, França | Em NY, patrocinadores abandonam jantar de gala para Bolsonaro. Vários patrocinadores de um jantar de gala em Nova York, onde o presidente brasileiro Jair Bolsonaro receberá o prêmio de "Personalidade do Ano", em 14 de maio, se retiraram do evento, ao mesmo tempo em que ativistas aumentam a pressão para que o evento seja cancelado. | bit.ly/2VJQ0jb 

EL PAÍS, Espanha | Bolsonaro cancela sua viagem a Nova York depois de uma forte campanha de rejeição. O presidente do Brasil planejou participar de um jantar da Câmara de Comércio Brasil-EUA. O Museu de História Natural recusou-se a sediar a festa de gala e vários patrocinadores fugiram sob pressão de ativistas e políticos como o prefeito Bill de Blasio e o senador democrata Brad Hoylman. | bit.ly/2vCDiEs 

THE NEW YORK TIMES, EUA | 
Bolsonaro vai escapar da cerimônia de gala nova-iorquina em meio a crescente controvérsia. Os jantares de prêmios da Câmara de Comércio tendem a ser assuntos de baixa importância. Mas a decisão da câmara brasileira de homenagear o novo líder do Brasil provocou indignação. A Delta Air Lines, o Financial Times e a Bain & Company anunciaram que decidiram desistir como patrocinadores. | nyti.ms/2DNeTQQ 

THE WASHINGTON POST, EUA | Bolsonaro cancela viagem a Nova York em meio a reação. O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, cancelou uma viagem a Nova York na sexta-feira, depois que várias empresas desistiram de um evento em que ele seria homenageado. Bolsonaro, um ex-capitão do Exército, sofreu duras críticas de seus oponentes por seus repetidos comentários racistas e homofóbicos, bem como por sua agenda ambiental pró-negócios na Amazônia. No mês passado, mais de 600 cientistas europeus assinaram uma carta dizendo que "o novo governo do Brasil ameaça os direitos indígenas e as áreas naturais que eles protegem". wapo.st/2VcShUG 

DIÁRIO DE NOTÍCIAS, Portugal | Bolsonaro cancela sua participação no jantar em sua homenagem nos EUA pela Câmara Brasileira-Americana de Comércio como personalidade do ano. Várias empresas desistiram de patrocinar a cerimônia de homenagem a Bolsonaro, cujo cancelamento já tinha sido exigido por milhares de pessoas nas redes sociais. Na sexta-feira, a companhia aérea norte-americana Delta, o jornal britânico Financial Times e a consultora Bain&Company confirmaram à AFP que deixaram de patrocinar o jantar. bit.ly/2UZxnmZ 

PÁGINA 12, Argentina | Diante da pressão de manifestantes, patrocinadores e políticos locais, Bolsonaro ficou sem homenagem em New York. Confrontado , Bolsonaro argumentou quedesistiu de ir ao evento porque considera que tem um componente de "ideologização". Mas a estratégia para cancelar o evento não se restringiu a manifestações diante do hotel, mas foi lançada a petição “#CancelBolsonaro” que já havia recolhido mais de 53 mil assinaturas por iniciativa do senador estadual de NY, Brad Hoylman. | bit.ly/2LnzMs6 

SPUTNIK NEWS, Rússia | Prefeito de Nova York chama de Bolsonaro de covarde: 'seu ódio não é bem-vindo aqui'. Jair Bolsonaro desistiu de viajar aos EUA na última sexta-feira (4) após três empresas se recusarem a patrocinar a homenagem que o presidente iria receber da Câmara de Comércio Brasil-EUA em Nova York. "Jair Bolsonaro aprendeu que os novaiorquinos não fecham os olhos para a opressão. Nós fizemos um alerta para o fanatismo dele. Ele fugiu. Sem surpresas — covardes não costumam aguentar um soco. Já vai tarde, @jairbolsonaro. Seu ódio não é bem-vindo aqui", afirmou Bill de Blasio no Twitter. bit.ly/2J0lxYi 

LE FIGARO, França | Bolsonaro renuncia a viagem a Nova York depois de uma campanha de rejeição na cidade. "O presidente Bolsonaro decidiu cancelar esta viagem", disse o porta-voz em comunicado, denunciando a "ideologização" do evento e a pressão exercida sobre seus organizadores. O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, descreveu o presidente de extrema direita como "um ser humano muito perigoso". bit.ly/2VgBZKz 

ABC, Espanha | Bolsonaro cancela sua visita a Nova York após o boicote do prefeito e do Museu de História Natural. | bit.ly/2UWRLFq 

TRIBUNE DE GENÈVE, Suíça | Bolsonaro cancela sua visita a Nova York. Indicado para receber um prêmio em Nova York em meados de maio, o presidente brasileiro cancelou sob pressão contrária do público norte-americano. | bit.ly/2vE3E8Z 

THE INDEPENDENT, Inglaterra | Jair Bolsonaro: Presidente da extrema direita brasileira cancela repentinamente visita dos EUA após protestos. Porta-voz critica "resistência e ataques deliberados do prefeito de Nova York". Mas a história do político de extrema direita de fazer comentários racistas, sexistas e homofóbicos levou a uma série de locais recusando-se a sediar o evento, incluindo o Museu Americano de História Natural. | ind.pn/2LoQoQq 

LA JORNADA, México | Para evitar protestos, Bolsonaro não vai viajar para os EUA para receber um prêmio. Vozes brasileiras e norte-americanas se uniram às críticas nas redes sociais, incluindo a do prefeito de Nova York, Bill de Blasio, que chamou Bolsonaro de "um ser humano muito perigoso". | bit.ly/2LrJrOu 

AL JAZEERA, Catar | Jair Bolsonaro cancelou a visita dos EUA em meio a protestos. Bill de Blasio, o prefeito de Nova York, saudou o anúncio, dizendo que Bolsonaro "apenas aprendeu da maneira mais difícil que os nova-iorquinos não fecham os olhos para a opressão". Nós expulsamos sua intolerância. Ele fugiu. Não está surpreso - os valentões geralmente não aguentam um soco. “Seu ódio não é bem-vindo aqui", disse De Blasio em um tweet. | bit.ly/2Y1gcUa 

OUTRAS NOTÍCIAS

SPUTNIK NEWS, Rússia | RedeTV! cancela exibição da entrevista de Lula. A emissora RedeTV! obteve uma autorização do Supremo Tribunal Federal para realizar uma entrevista com o ex-presidente Lula, que seria exibida neste sábado. O canal, no entanto, informou que não irá veicular a entrevista, alegando que os direitos pertencem a canais internacionais. O dono da RedeTV!, Marcelo de Carvalho, em diversas ocasiões manifestou apoio ao presidente Jair Bolsonaro. bit.ly/2J187eO 

DIÁRIO DE NOTÍCIAS, Portugal | Doria, o antiLula, e Dino, o antiBolsonaro, preparam terreno para 2022. O primeiro, um ex-apresentador, ambiciona a presidência desde que passou a investir pesado na política, em 2016. O segundo, que derrubou a dinastia Sarney, busca preencher o vazio de poder à esquerda. | bit.ly/2PLx2n8 

THE GUARDIAN, Inglaterra | 
Assassinatos cometidos pela polícia atingem alta recorde no Rio de Janeiro. O aumento vem sob o governador Wilson Witzel, um aliado de Bolsonaro que prometeu uma política de tolerância zero contra criminosos. No início deste ano, ele confirmou planos para implementar táticas de policiamento do tipo "atirar para matar" na região. | bit.ly/2VDbH4L 

LE MONDE, França | No Brasil, o ministro que quer reduzir as ciências humanas. Alguns temem uma lógica "produtiva", inadequada ao sistema educacional, outros temem mais drasticamente a implementação de medidas guiadas pelo "obscurantismo". Desde o anúncio do ministro da Educação brasileiro, Abraham Weintraub, em 26 de abril, para reduzir os investimentos concedidos por Brasília às universidades de sociologia e filosofia, o mundo acadêmico está em crise. lemde.fr/2YaZ6TT 

LA VANGUARDIA, Espanha |
 Por que Bolsonaro perde popularidade? O presidente brasileiro obtém, em 100 dias de governo, a pior avaliação desde a redemocratização do Brasil em 1985, por escândalos, tensão e má economia. bit.ly/2VMXdzg 

EL MERCÚRIO, Chile | Lula pedirá o regime semi-aberto: "Vou pedir, quero ir para casa". O ex-presidente fez essas declarações na segunda entrevista que ofereceu desde que foi preso em 7 de abril de 2018, depois de duas semanas atrás. o Supremo Tribunal Federal (STF) irá autorizá-lo a falar com a mídia. | bit.ly/2LpgUt0 

2 - NOTÍCIAS DO MUNDO 

VENEZUELA
. O golpe que falhou: como a ‘revolta’ fracassou na Venezuela. As deserções do regime não se concretizaram e Maduro continua no poder. Os cálculos dos EUA estavam errados. (THE GUARDIAN, Inglaterra) bit.ly/2GSIQQm 

VENEZUELA. Tranquilidade em tempos de guerra. Fracassou o chamado do líder da oposição venezuelana para tomar as ruas. A política é debatida nas esquinas, nas redes sociais, na preocupação com um aumento de preços ou uma ameaça dos EUA. (PÁGINA 12, Argentina) | bit.ly/2VGqA6j 

VENEZUELA. Pouca resposta na Venezuela ao chamado de Guaidó para ir ao quartel, Juan Guaidó pediu aos cidadãos que fossem ao quartel para que os militares se levantassem contra o governo de Nicolás Maduro. O maior grupo foi para o controle militar da residência presidencial La Casona, que há anos não tem nenhum presidente. (EL DIÁRIO, Espanha) | bit.ly/2Y5o9HR 

VENEZUELA. Escassa participação nos protestos da oposição diante de quartéis. (LA REPUBBLICA, Itália) bit.ly/2Y34OXG 

ESPANHA e VENEZUELA. Leopoldo López incomoda a Espanha. O ativismo incessante do político da oposição irrita o Ministério das Relações Exteriores. A Espanha não permitirá que a residência do embaixador espanhol em Caracas seja usada para fazer oposição política ao governo de Nicolás Maduro, disse o ministro das Relações Exteriores espanhol, Josep Borrell, em Beirute. "A Espanha não permitirá que a embaixada se torne um centro de atividade política em nome do Sr. López ou de qualquer outra pessoa", disse Borrell. (LA VANGUARDIA, Espanha) | bit.ly/2Wozdzn 

ALEMANHA
. Há 12.700 extremistas de direita prontos para a violência na Alemanha. O Ministério do Interior calcula o número de neonazistas e pede "para não subestimar o potencial terrorista do direito". (LA VANGUARDIA, Espanha) | bit.ly/2PLY4uw 

ISRAEL. Turquia condena "terrorismo israelense" por bombardear agência de notícias em Gaza, matando seis palestinos e um israelense. O presidente da Turquia disse que " agência da Turquia e Anadolu continuará a dizer ao mundo sobre o terrorismo israelense e atrocidades em Gaza e outras partes da Palestina, apesar de tais ataques." As Forças de Defesa de Israel disseram ter bombardeado um prédio na Cidade de Gaza contendo inteligência militar do Hamas e escritórios de segurança em geral. (THE GUARDIAN, Inglaterra) | bit.ly/2ZWT8HV 

ARGENTINA. Sem reservas. O Banco Central argentino 71 bilhões de dólares em reservas, mas a quantidade disponível atualmente é de apenas 17 bilhões. Embora o governo chore, Trump joga duro para Macri para chegar a outubro. O FMI censura os países que escondem informações econômicas ou divulgam estatísticas não confiáveis, como fez com a Argentina durante vários anos durante o ciclo político Kirchnerista. Agora, sustenta que o Banco Central esconde as razões para a variação diária das reservas internacionais, a fim de disfarçar a liquidação de dólares para financiar a fuga de capital. (PÁGINA 12, Argentina) bit.ly/2Yev7KX 

ITÁLIA. Salvini quer estudantes com traje obrigatório. O ministro do Interior da Itália, dirigente do partido de extrema-direita Liga, sugeriu o regresso da obrigatoriedade do uso de batas nas escolas. Pensa promover assim a “ordem e disciplina” num momento em que o seu partido é alvo de outras polémicas devidas às denúncias de corrupção. (ESQUERDA.NET, Portugal) | bit.ly/2vDwzKz 

TAILÂNDIA. A coroação extravagante do poderoso rei da Tailândia. Sob o nome de Rama X, o monarca tornou-se neste sábado um semideus antes do qual todos os seus súditos, incluindo sua esposa, devem se prostrar. (EL PAÍS, Espanha) bit.ly/2H3NuMN 

ITÁLIA. O fantasma de Mussolini. A memória do ditador ainda está viva em sua cidade natal, Predappio, um local de peregrinação para aqueles nostálgicos do fascismo. (LA VANGUARDIA, Espanha) bit.ly/2JhN32T 

ESCÓCIA. O movimento escocês de independência manifesta-se em Glasgow por um segundo referendo. Milhares de pessoas marcharam pacificamente pelas ruas de Glasgow, a maior cidade da Escócia, para pedir a realização de um segundo referendo sobre a independência do Reino Unido. (LA VANGUARDIA, Espanha) bit.ly/2ZZNzZ6 

EUA. As primárias democráticas não estão apenas procurando um candidato: também uma identidade. O Partido passa por um processo de renovação interna após o trauma da derrota de Hillary Clinton em 2016. Figuras renovadoras da ala esquerda do partido e das minorias ganham peso. (EL DIÁRIO, Espanha) bit.ly/2PJxt12 

ÁUSTRIA. O governo de extrema direita da Áustria quer prejudicar a mídia crítica. O Partido da Liberdade ataca os muçulmanos e se aproxima do movimento identitário extremista. Não admira que veja o jornalismo independente como um incômodo a ser silenciado. (THE NATION, EUA) | bit.ly/2JdQAPP 

3 - ARTIGOS/ENTREVISTAS

Eric Nepomuceno – Brasil (Página 12, Argentina) | “Um país rumo ao naufrágio” | bit.ly/2WoObFN 

Emir Sader
 – Brasil (Página 12, Argentina) | “Lula e a esquerda do século XXI” | bit.ly/2H3UARm

Juan Arias – Brasil (El País, Espanha) | “Por que Bolsonaro quis ressuscitar o milagre de seu atentado?” bit.ly/2Y8hv3O 

Robert Reich – Vacina (The Guardian, Inglaterra) | “Receber uma vacina contra o sarampo não é uma escolha pessoal - é uma responsabilidade social.” | bit.ly/2PLxbHc 

Jose Pablo Feinmann – Argentina (Página 12, Argentina) | “Populismo, o peronismo negro” bit.ly/2JhEODY

ERIC NEPOMUCENO SOBRE PRISÃO DE LULA: BRASIL PERDEU QUALQUER VISLUMBRE DE LUCIDEZ