domingo, 2 de abril de 2017

Boletim do NPC


Boletimdo NPC

29 de março de 2017
NOTÍCIAS DO NPC

Jornalista e historiadora Claudia Santiago Giannotti será homenageada com a medalha Chiquinha Gonzaga

NOTÍCIAS DO NPC

Livro do jornalista Gustavo Barreto será lançado hoje na Livraria Antonio Gramsci

Será lançado nesta quarta (29.03), às 19h, na Livraria Antonio Gramsci, o livro ‘Cidadania e Internet - Entre a representação midiática e a representatividade política’. A obra, escrita pelo jornalista das Nações Unidas, professor e doutor Gustavo Barreto, traz informações sobre a nova dinâmica de comunicação, em curso desde os anos 1990 com a ascensão da internet. Como a rede mundial se desenvolveu a partir das ideias de seus primeiros fundadores? E quais rumos está tomando? Estão são algumas das questões abordadas no livro. Em sua pesquisa, o autor busca explicar como essa nova comunicação pode ampliar a cidadania e melhorar a qualidade de vida das pessoas. Para isso, contextualiza essa relação por meio da breve história dos conceitos que envolvem a reivindicação coletiva por cidadania, a partir da utilização de aparatos tecnológicos e comunicacionais. Outra questão abordada se refere à forma como a comunicação comunitária ou alternativa tem se beneficiado da rede. Para contribuir com esse debate, o autor toma como exemplo a Revista Viração, publicação que foi tema de diversos estudos e já é considerado um dos mais destacados projetos de comunicação comunitária em nível nacional. Para se aprofundar neste tema, venha ao lançamento do livro na Livraria Antônio Gramsci (Rua Alcindo Guanabara, 17 - Cinelândia - Rio de Janeiro), nesta quarta (29.03), às 19h. Durante o evento, o autor vai dar uma entrevista, que será transmitida ao vivo pelo Facebook do NPC e, posteriormente, disponibilizada também em nosso site.
NOTÍCIAS DO NPC

‘A limpeza étnica da Palestina’ – Livro do historiador israelense Ilan Pappé é lançado na Livraria Antonio Gramsci

NOTÍCIAS DO NPC

NPC realiza o terceiro encontro do Curso Vito Giannotti de Comunicação Popular

ARTIGOS

A informação como fonte de poder político

ENTREVISTAS

Lei da terceirização acaba com concurso público, diz procurador-geral do Trabalho

A COMUNICAÇÃO QUE QUEREMOS

A Revolução Pernambucana em quadrinhos

DE OLHO NA MÍDIA

Violação do sigilo da fonte: atentado ao direito à comunicação

RADIOGRAFIA DA COMUNICAÇÃO SINDICAL

Fisenge e NPC lançam cartilha sobre a Reforma Política

DE OLHO NA VIDA

Democracia já tem quase 2 mil assassinatos políticos no campo

DE OLHO NA VIDA

Ocupação Sem-Teto inaugura rádio, salão de beleza e bazar em SP

DE OLHO NO MUNDO

A crescente violência mundial prejudica os progressos do desenvolvimento humano

DEMOCRATIZAÇÃO DA COMUNICAÇÃO

Publicação denuncia violações ao direito à comunicação no Brasil

MEMÓRIA

Editora UNB lança o livro “Paixão de Honestino” sobre a trajetória do líder estudantil Honestino Guimarães

MEMÓRIA

Anatomia de um crime

DICAS

Está em cartaz a Exposição ‘Meus Caros Amigos – Augusto Boal – Cartas do Exílio’

DICAS

“A Repressão Militar-Policial no Brasil: o livro chamado João”

DICAS

‘Mandela: o caminho para a liberdade’ estreia na Netflix

PÉROLAS

Por Frei Betto, quando questionado por que um frade dominicano como ele se envolve tanto na política

Edição 329
Para jornalistas, dirigentes, militantes e assessores sindicais e dos Movimentos Sociais
Índice
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NPC - Núcleo Piratininga de Comunicação
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Equipe
Coordenação: Claudia Giannotti
Edição: Claudia Giannotti (MTB 14.915)
Redação: Claudia Giannotti e Ívina Costa
Colaboraram nesta edição: Eric Fenelon (RJ), Katia Marko (RS), Luisa Santiago (RJ), Marina Schneider (RJ), Mario Camargo (SP), Najla Passos (MG), Sergio Domingues (RJ), Sheila Jacob (RJ), Reginaldo Moraes (SP), Rosangela Ribeiro Gil (SP).

UMA CONVERSA COM BERTOLT BRECHT

Uma conversa com Bertolt Brecht

Camila Nogueira

Se nos perguntarem qual o texto pertencente a série “Conversas com Escritores Mortos” que, ao longo desses anos, mais nos marcou e mais fala ao leitor do DCM, nossa escolha repousará muito provavelmente naquela com o dramaturgo, diretor e ativista social  alemão Bertolt Brecht (1898 – 1956). Os trechos que utilizamos constam em suas peças, poemas e tratados. A tradução foi feita pela autora da entrevista.

·        Herr Brecht, qual é a importância da consciência política?

Só podemos mudar a realidade quando somos instruídos por ela. Suponho que o pior dos analfabetos seja o analfabeto político.

·        É mesmo? Por quê?

O analfabeto político não se informa sobre política, não fala sobre política nem participa de eventos políticos. Ele não entende que o custo da vida, o preço do arroz, do peixe e da farinha, do aluguel, dos sapatos e dos remédios, tudo isso depende de decisões políticas. O analfabeto político é tão estúpido que é com orgulho que declara detestar política, sem sequer imaginar que é da ignorância de pessoas como ele que nascem os criminosos, as crianças abandonadas, as prostitutas e os políticos corruptos, lacaios de empresas multinacionais e nacionais.

·        Por falar em ladrões e em prostitutas, não posso deixar de pensar na Ópera dos Três Vinténs, um dos maiores sucessos de sua vasta obra teatral. O anti-herói do musical, Macheath, possui um código moral bastante questionável. O senhor simpatiza com ele?

O bastante para parafraseá-lo: “Não sei o que é pior: roubar um banco ou fundá-lo”.

·        Essa é uma verdade incontestável.

Tenho para mim que a única verdade de fato incontestável é que a vida é uma vagabunda e então você morre.

·        Que verdade pessimista. Pensar em morrer não é agradável.

A maior parte das pessoas teme a morte, e eu lhes diria uma única coisa – temam menos a morte do que a vida insuficiente.

·        Herr Brecht, uma de suas frases mais citadas é a seguinte: “Do rio que tudo arrasta, diz-se que é violento. Mas ninguém chama de violentas as margens que o comprimem”. Que margens são essas?

Uma delas é a justiça. A justiça é simples e solenemente feita para explorar aqueles que não a compreendem e aqueles que, em situação miserável, não podem obedecê-la.

·        E quanto aos juízes?

Muitos juízes são absolutamente incorruptíveis: ninguém jamais conseguirá os obrigar a fazer justiça.

·        Quais as medidas que o senhor pensa que devem ser tomadas para remediar essa situação?

A prioridade é sempre alimentar os pobres. Para quem está bem de vida, falar de comida é desimportante. O motivo é óbvio: eles já comeram. Algumas pessoas acham que têm a missão de purificar os pobres dos sete pecados, mas deveriam alimentá-los antes de dar início à pregação – caso contrário, que proclamem sua adorável filosofia, mas aguardem o pior. Primeiro vem a comida, depois a moral.