segunda-feira, 2 de setembro de 2019

Lava Jato criou um 'Estado paralelo que integrava um projeto de poder', diz Gilmar Mendes

Lava Jato criou um 'Estado paralelo que integrava um projeto de poder', diz Gilmar Mendes

O ministro Gilmar Mendes, do STF, afirmou que é preciso separar o hackeamento do conteúdo das mensagens divulgadas pelo The Intercept. "As pessoas que participaram das conversas não negaram que tenham participado. Então, assumindo que isso se deu, há que se prestar contas", destacou o ministro, afirmando que a Lava Jato criou um "Estado paralelo que integrava um projeto de poder"
Gilmar: 'vai ter que examinar' se inclui novas provas da Lava Jato
Gilmar: 'vai ter que examinar' se inclui novas provas da Lava Jato (Foto: ABr | Senado)
247 - Em entrevista à rádio CBN, nesta segunda-eira (2), o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, voltou a falar sobre o conteúdo das mensagens vazadas pelo The Intercept. Segundo ele, as mensagens revelaram "a atuação proativa do juiz" Sergio Moro, o que "gerou suspeita".
Em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, o ministro disse que o Judiciário vive a sua maior crise institucional. "O sistema todo foi contaminado por essa coisa", enfatizou, afirmando que a Lava Jato criou um "Estado paralelo que integrava um projeto de poder".
"Há uma frase que diz que o trapezista morre quando pensa que voa. E acho que os trapezistas aqui pensaram que voavam", acrescentou.
Para o ministro, é preciso separar o hackeamento, crime que, segundo ele, merece repúdio e punição, do conteúdo das mensagens divulgadas. "As pessoas que participaram das conversas não negaram que tenham participado. Então, assumindo que isso se deu, há que se prestar contas", destacou.
Gilmar Mendes também falou sobre os comentário debochado de procuradores sobre a morte de parentes do ex-presidente Lula. 
"É interessante que alguém observava que a população se sensibilizou muito que os procuradores tiveram em torno dos enterros dos familiares de Lula, e da falta de sensibilidade moral", avaliou. "Porque a população entende isto. Talvez não entenda o debate jurídico, que está por trás de todas essas coisas, mas aquilo que ela entende, ela repudia. Ela sabe o que é enterrar um parente, enterrar um neto. E fazer a brincadeira sobre isso mostra uma falta de sensibilidade moral muito grave".

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Para favorecer Trump, Bolsonaro libera etanol dos EUA e prejudica produtor brasileiro

Para favorecer Trump, Bolsonaro libera etanol dos EUA e prejudica produtor brasileiro

Em mais um gesto de submissão a Donald Trump, o governo Jair Bolsonaro aumentou a cota de importação de etanol isenta da tarifa de 20% de 600 milhões de litros para 750 milhões de litros por um ano. A medida deve significar R$ 270 milhões em renúncia fiscal
SÃO PAULO (Reuters) - O governo brasileiro elevou para 750 milhões de litros, ante 600 milhões anteriormente, uma cota para importações anuais de etanol sem tarifa, que vigorará por 12 meses, segundo publicação no Diário Oficial da União durante o final de semana.
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As importações ficam limitadas a 187,5 milhões de litros por trimestre, segundo portaria do Ministério da Economia e da Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais.
A medida, que deve favorecer principalmente os Estados Unidos, principais exportadores de etanol para o Brasil, veio após reunião do presidente norte-americano Donald Trump com o chanceler brasileiro Eduardo Araújo e o deputado federal Eduardo Bolsonaro, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para assumir a embaixada do país em Washington.
A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), que anteriormente chegou a defender o fim das importações sem tarifa, disse em nota que viu “uma grande vitória do governo brasileiro” na nova cota, uma vez que havia pressões pela liberalização total do mercado, com taxa zero para qualquer volume.
A associação citou “meses de tensão” antes do resultado das negociações e disse que o acordo final “demonstra firmeza do Brasil”, uma vez que estabeleceu “condições para um incremento futuro do comércio bilateral de etanol”.
No final de julho, a Unica defendeu que manter qualquer facilidade para importações favoreceria os Estados Unidos e prejudicaria a indústria de cana do Brasil, que havia se preparado para o final da cota para importações.
O governo brasileiro ainda não se manifestou oficialmente sobre a decisão em relação à cota de importações, mas segundo a Unica o novo limite foi estabelecido após negociações lideradas pela ministra da Agricultura, Teresa Cristina, com respaldo do presidente Jair Bolsonaro.
CONTRAPARTIDA
Segundo a Unica, as condições em troca da cota envolveriam “abertura do mercado americano de açúcar, um dos mais protegidos do mundo, e a implementação efetiva do E15 (mistura de 15% de etanol na gasolina, versus os 10% atuais) nos Estados Unidos”. A associação, no entanto, não cita prazos para essas medidas.
A Unica disse que o tom proposto para as negociações pelo Ministério da Agricultura foi adotado por membros da equipe econômica, como o ministro da Economia, Paulo Guedes, e transmitido ao governo norte-americano pelo chanceler brasileiro Ernesto Araújo em “encontro que contou com a presença e influência de Eduardo Bolsonaro”.
O filho do presidente Bolsonaro teve a indicação para a embaixada em Washington elogiada por Trump, mas a nomeação ainda não foi submetida ao Senado Federal.
Apesar da elevação da cota para importações, uma associação de produtores de biocombustíveis dos Estados Unidos criticou a decisão do governo brasileiro, que definiu como “desapontadora” porque “mantem barreira comercial protecionista contra o etanol dos EUA”.
"A simbólica elevação da cota não ajuda em nada os consumidores brasileiros que enfrentam preços mais altos de combustíveis por causa da política discriminatória do Brasil”, disse em nota a Renewable Fuels Association (RFA).

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Bolsonaro quer perdoar pena de envolvidos em chacinas do Carandiru e Eldorado dos Carajás

Bolsonaro quer perdoar pena de envolvidos em chacinas do Carandiru e Eldorado dos Carajás

"Não quero dar detalhes, mas tem casos que, se puder colocar, eu vou colocar. Como os policiais que estiveram no caso do Carandiru, do ônibus 174, Eldorado dos Carajás. E, se tiver alguma pendência ainda, o caso da Ana Hickmann", disse Bolsonaro neste sábado
(Foto: Foto: Reprodução)
247 - O presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse neste sábado (31) que pretende conceder indulto para os policiais que participaram dos massacres de Eldorado dos Carajás (Pará) e do Carandiru (São Paulo), além dos envolvidos no episódio do ônibus 174, no Rio de Janeiro.
A conversa com os jornalistas não pode ser gravada nem anotada, e nela Bolsonaro disse que pedirá para os comandantes da Polícia Militar nos estados faça uma lista dos policiais que podem receber o benefício. Durante a semana, ele já havia dito que os nomes que receberiam o indulto seriam "surpreendentes".
Bolsonaro afirmou ainda que se o comandante Ubiratan Guimarães, que comandou a operação que terminou na morte de 111 presos no presídio do Carandiru em outubro de 1992, estivesse vivo, também seria indultado.
"Não quero dar detalhes, mas tem casos que, se puder colocar, eu vou colocar. Como os policiais que estiveram no caso do Carandiru, do ônibus 174, Eldorado dos Carajás. E, se tiver alguma pendência ainda, o caso da Ana Hickmann", disse Bolsonaro.