domingo, 27 de março de 2022

As principais notícias desta noite no Brasil 247

 

As principais notícias desta noite no Brasil 247 , em 26/3/2022

 

Informativo Semanal do Prof. Ernesto Germano Pares n° 958

 


 

 

 


Desgoverno total!

Realmente, o insano está demonstrando que não é um administrador, ou governante e nem sequer um cidadão sóbrio em suas decisões.

Podemos caracterizar os últimos três anos e meio no Brasil de um completo desgoverno ou de uma gestão catastrófica de quem nada entende de política ou de Brasil. Completamente incompetente para enfrentar as muitas necessidades nacionais, o ex-capitão vai sair da cena política nacional como um completo fracasso. Nunca antes um presidente causou danos tão devastadores e um desmantelamento tão feroz das políticas públicas e das estruturas do Estado brasileiro.

E um dos exemplos, lamentavelmente, é a situação da educação em nosso país. Os danos causados em um setor tão sensível e fundamental como a educação são incalculáveis. Até o momento, quatro ministros já foram rotacionados no cargo e o atual secretário Milton Ribeiro, pastor evangélico, está ameaçado de exoneração, justamente por ter favorecido outros dois pastores com recursos para aumentar sua influência local. Esses dois padres atuaram como assessores informais do ministro e intermediaram reuniões com gestores municipais para obter recursos em troca de “dicas” para cada projeto premiado. Em gravação veiculada pelo jornal Folha de São Paulo, o ministro também destina os recursos de seu ministério para a construção de igrejas em alguns municípios onde há pastores pertencentes à sua igreja, a presbiteriana.

A verdade, na realidade brasileira, é que o insano, pode pressionar a classe política por meio de favores para o financiamento de projetos e emendas parlamentares. Mas, internamente, suas opiniões são consideradas bizarras, grosseiras ou anedóticas, recebendo em diversas ocasiões o apelido de “bobo da corte”. Ou seja, muitos “mamam” nas tetas de um governo que deseja se manter no poder, mas todos sabem que se trata de um governo demente, senil e sem propostas.

Dízimo é coisa do passado. O Ministério da Educação é um celeiro de falcatruas e vasão de recursos públicos para alimentar pastores e seguidores da crença do insano que nos governa. Movido pela atuação dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura como mediadores para a liberação de recursos da pasta, o prefeito do município de Luis Domingues (MA), Gilberto Braga, explicou como era o trâmite exigido pela dupla para conquistar a preferência. De acordo com ele, eram cobrados R$ 15 mil apenas para protocolar as demandas da cidade no MEC. Braga afirma que, a ele, foi solicitado um quilo de ouro, que custa o equivalente a R$ 304 mil.

O prefeito conta que a negociação ocorreu em abril de 2021, durante um almoço em um restaurante em Brasília, logo após uma reunião com o ministro da Educação, Milton Ribeiro, na sede do MEC. Outros prefeitos estavam na mesa e as informações foram passadas sem sigilo ou segredo.

Agora, na segunda-feira (21), um áudio, obtido pelo jornal Folha de S. Paulo, revelou uma fala polêmica do ministro da Educação, Milton Ribeiro. Ele afirma que prioriza liberação de recursos da pasta para prefeituras que negociaram o repasse com dois pastores, que não possuem cargos no MEC. Ribeiro ainda diz que a prioridade dada por ele atende a um pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Com a revelação do caso, Milton Ribeiro agora é alvo de pedidos de investigação protocolados por parlamentares no Supremo Tribunal Federal (STF), na Procuradoria-Geral da República (PGR) e no Tribunal de Contas da União (TCU). Até mesmo o Centrão pressiona pela saída do ministro. Cadeia nele!

Em um governo das milícias vale tudo. O vereador de Porto Alegre e policial civil Leonel Radde (PT-RS) foi alvo de novas ameaças de morte feitas por neonazistas através de mensagens enviadas no número de WhatsApp de seu mandato.

Radde coordena a Operação Bastardos Inglórios, um canal de denúncias, em parceria com a polícia, que visa identificar e combater a atuação de grupos neonazistas no Rio Grande do Sul.

Nas novas mensagens recebidas, os extremistas chegaram a dar uma data para a morte do vereador: dia 31 de outubro deste ano. "Sua morte está planejada, será dia 31 de outubro de 2022, 21h, no Rio Grande do Sul", diz uma das mensagens.

“Vamos te matar, seu lixo. Sua cara vai ficar cheia de balas”, dizem os detratores, que prometem ainda matar o ex-presidente Lula (PT), a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) e também o ativista do movimento negro Antonio Isupério, que já vou alvo de ameaças de grupos neonazistas em outras ocasiões.

“Se prepara, você, Lula e o Isupério estão ferrados, vamos acabar contigo, seus vermes, lixo, macacos de merda (...) Lula vai morrer”, dizem, em meio a inúmeras mensagens do tipo.

Leonel Radde denunciou loja que vende produtos nazistas, que agora é investigada pela polícia

A loja Toca dos Bordados, de Gravataí (RS), além de ter sido banida da plataforma de vendas online Mercado Livre, é alvo de uma denúncia registrada na Delegacia de Polícia Civil de Combate à Intolerância (DPCI), de Porto Alegre (RS), e deve ser investigada por apologia ao nazismo.

Agricultura familiar é fundamental. A Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag) denuncia os impactos negativos causados pela alta dos preços dos combustíveis na produção da agricultura familiar. E o Portal CTB foi ouvir representantes das trabalhadoras e trabalhadores do campo.

Marcos Brambilla, presidente da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares do Estado do Paraná (Fetaep) explica: de acordo com ele, o aumento no preço dos combustíveis faz “encarecer toda a logística dos produtos” como “o custo de plantio, de toda a parte mecanizada do trabalho”, seja “com grãos, com hortaliças ou com frutas”.

Para Thaisa Daiane Silva, secretária-geral da Contag, a política econômica do atual governo, atrelada aos interesses do mercado externo, “afeta a vida de todo mundo, em especial os mais pobres”.

Pelo Censo Agropecuário 2017, feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem no país 5.072.152 estabelecimentos de produção agropecuária, em 350.253.329 hectares. A agricultura familiar abrange somente 23% dessa área e, mesmo assim, produz mais alimentos.

O mesmo Censo Agropecuário mostrou a existência de cerca de 17,3 milhões de trabalhadoras e trabalhadores no campo. E “nós precisamos de subsídios, especialmente após a pandemia, porque aumentaram as dificuldades de comercialização dos produtos”, revela Vânia Marques Pinto, secretária de Políticas Agrícolas da Contag.

Salários continuam em queda. Os acordos salariais têm mantido a tendência de ficar abaixo da inflação, que por sua vez segue sua trajetória de alta. De 119 reajustes com data-base em fevereiro analisados pelo Dieese, 60,5% ficaram abaixo da variação acumulada do INPC-IBGE. Segundo os dados, preliminares, outros 15,1% tiveram índice equivalente ao da inflação e 24,4% conseguiram aumento real.

Já a variação real (média dos reajustes após descontada a inflação) segue negativa. Em fevereiro, ficou em -0,98%.

O Dieese aponta um “agravamento do quadro” após ligeira melhora em janeiro. O reajuste necessário para acordos com data-base em março subiu para 10,80%, ante 10,60% no mês anterior e 10,16% no primeiro mês de 2022. “A situação tende a piorar nos próximos meses, em função do impacto da guerra na Ucrânia sobre o preço dos combustíveis e da alimentação”, alerta o instituto.

Fevereiro foi muito ruim para as negociações salariais. Boletim do Dieese indica que 60,5% dos acordos de reajustes ficaram abaixo da inflação. Índice pior que o de fevereiro de 2021, com 56,3%. No geral, a situação piorou. Mesmo assim, houve uma pequena elevação nos ganhos acima da inflação neste ano, mas queda no item paridade com o INPC.

Janeiro e fevereiro são períodos de baixa atividade sindical, até porque as negociações de maior porte começam em março. O pico do primeiro semestre costuma ser maio. O Dieese analisou 119 reajustes no segundo mês do ano.

Informalidade, desemprego e renda. A taxa de desemprego no país foi a 11,2% no trimestre encerrado em janeiro, menos do que em outubro (12,1%) e do que há um ano (14,5%). Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE, divulgada nesta sexta-feira (18), o número de desempregados é estimado em 12,048 milhões, queda de 6,6% no trimestre e de 18,3% em um ano. Mas, em boa medida, isso se deve ao crescimento das ocupações informais e, em consequência, à queda expressiva da renda: o trabalhador perde quase 10% em um ano.

De acordo com a pesquisa, o total de ocupados agora chega a 95,428 milhões. O crescimento é de 1,6% no trimestre e de 9,4% em 12 meses, com 8,2 milhões de pessoas a mais no mercado. O nível de ocupação (pessoas ocupadas em relação à população em idade de trabalhar) subiu para 55,3%.

As diferenças se notam pelo tipo de ocupação. Estimado em 34,556 milhões, o número de empregados com carteira no setor privado sobe 2% no trimestre e 9,3% em um ano (acréscimo de 2,9 milhões). Mas o total de empregados sem carteira assinada (12,383 milhões) cresce duas vezes mais: 3,6% e 19,8% (mais 2 milhões), respectivamente. Isso acontece também os trabalhadores por conta própria (25,576 milhões): estabilidade no trimestre e alta de 10,3% (2,4 milhões) em 12 meses. Também em um ano, o número de trabalhadores domésticos (estimado em 5,621 milhões), setor com mais informalidade e menos renda, sobe 19,9%.

Com isso, a taxa de informalidade segue elevada – e corresponde a 40,4% dos ocupados, ou 38,5 milhões. Perto do registrado no trimestre anterior (40,7%) e bem acima de igual período de um ano atrás (39,2%).

Os chamados subutilizados, pessoas que gostariam de trabalhar mais, são 27,758 milhões, com queda de 15,5% em um ano. A taxa de subutilização caiu para 23,9%. Já os desalentados somam agora 4,754 milhões, -18,7% na comparação anual.

Estimado em R$ 2.489, o rendimento médio caiu 1,1% no trimestre e 9,7% em um ano. Ainda no acumulado em 12 meses, queda tanto para o com carteira (-7,1%) como para o sem (-9,1%). Assim como ocupações de menor renda, como trabalhador doméstico (-3,1%) e por conta própria (-2,7%). Mas cai fortemente também no setor industrial (-14,5%) e no comércio (-6%), um dos principais responsáveis pela recuperação de empregos. A massa de rendimentos (R$ 232,594 bilhões) ficou estável.

Desigualdade na Nossa América. “A desigualdade conspira contra a recuperação, contra o desenvolvimento, nutrição, saúde, educação, emprego, pobreza, contra tudo. É por isso que devemos enfrentá-lo de todos os lados", enfatizou Alicia Bárcena, secretária executiva da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), durante uma palestra proferida no Escritório Regional das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) para a América Latina e Caribe, em Santiago do Chile.

A máxima autoridade da CEPAL fez uma apresentação intitulada “Contexto socioeconômico e desafios na América Latina e no Caribe”, onde apresentou um panorama da situação econômica, social e ambiental da região após a crise derivada da pandemia de covid-19 e suas perspectivas de recuperação.

Em seu discurso de abertura, Alicia Bárcena ressaltou que não basta crescer para igualar, mas primeiro é preciso igualar para crescer. «Não se pode crescer sem igualdade, porque a desigualdade é ineficiente. A pandemia aumentou a pobreza, o desemprego e a informalidade, afetando especialmente as mulheres", frisou.

Na nossa região, a fábrica da desigualdade é a heterogeneidade produtiva, lacunas estruturais, baixa inovação, investimento e produtividade. A desigualdade define a região, é injusta, ineficiente e conspira contra o desenvolvimento sustentável”, enfatizou.

Exemplificou as importantes lacunas que aparecem na área econômica, na saúde, no combate às mudanças climáticas e na resposta à crise: atualmente, 1% da população detém 50% da riqueza mundial; Com 8% da população, a América Latina e o Caribe acumulam 32% das mortes causadas pela pandemia; a região acumula apenas oito por cento das emissões, mas é uma das mais afetadas por eventos climáticos extremos; e os países desenvolvidos gastaram 14,9 trilhões de dólares para enfrentar os efeitos da crise, enquanto os países emergentes investiram apenas 2,7 trilhões (de janeiro de 2020 a setembro de 2021).

Projeto do BRICS para a Nossa América. O Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS aprovou dois projetos na América Latina no valor total de US$ 140 milhões (R$ 686 milhões), segundo informa o site do banco.

Nota-se que US$ 50 milhões (R$ 254 milhões) serão alocados ao Fundo Financeiro de Desenvolvimento da Bacia do Prata (FONPLATA).

O empréstimo de US$ 90 milhões (R$ 440 milhões) será concedido ao estado de São Paulo para o desenvolvimento da infraestrutura, energia verde e irrigação, entre outros.

A tarefa principal do banco é financiar projetos de infraestrutura e de desenvolvimento sustentável dos Estados-membros do BRICS e de países emergentes. Além do Brasil, o BRICS inclui a Rússia, Índia, China e África do Sul.

Colômbia: mais um lutador assassinado. O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz (Indepaz) denunciou na segunda-feira (21) o assassinato de Domingo Mancilla Cundumi, que era signatário do Acordo de Paz, o décimo assassinado em 2022 e o 309º desde a assinatura do documento em 2016.

Mancilla Cundumi, 37 anos, foi atingido na noite de domingo no povoado de Temuey, setor Bonanza do município de Guapi, no departamento de Cauca. Ele morreu baleado no hospital Guapi, para onde foi levado devido à gravidade de seus ferimentos.

A vítima realizou o seu processo de reincorporação nos Espaços Territoriais de Formação e Reincorporação (ECTR) Aldemar. Da mesma forma, ele fazia parte da Associação de Balsiteños pela Paz (Asobalsitas), disse o Indepaz em uma mensagem postada em sua conta na rede social Twitter.

O partido de Comunes também denunciou o assassinato por meio de uma publicação em sua conta oficial no Twitter.

Mas há esperanças na Colômbia! A coalizão de esquerda Pacto Histórico confirmou sua chapa presidencial com os candidatos Gustavo Petro e Francia Márquez na quarta-feira (23) na Colômbia. A dupla obteve a maior votação nas primárias realizadas no dia 13 de março.

Segundo as últimas pesquisas de opinião, a chapa de unidade do campo progressista é favorita para vencer as eleições presidenciais no dia 29 de maio, obtendo cerca de 47% das intenções de voto.

“Hoje chegamos num momento definitivo. Conquistamos um triunfo inegável. Milhões de colombianos e colombianas querem que o país mude e hoje são maioria”, declarou Petro durante evento de anúncio da candidatura.

Além do anúncio da chapa presidencial, a dupla também ofereceu uma coletiva de imprensa a meios de comunicação locais. "Tomamos essa decisão de forma coletiva, sabendo que representa a mudança que queremos para a Colômbia. Da exclusão à democracia, da violência à paz", afirmou Petro.

Após rumores sobre a possibilidade de que a chapa fosse formada por um nome de fora do Pacto Histórico, buscando ampliar a coalizão, Petro respondeu dizendo que Francia "é a melhor candidata que tivemos nos últimos tempos na Colômbia".

Francia Márquez é advogada e líder ambiental, natural de Cauca, região do pacífico colombiano. Com mais de 786 mil votos, foi a terceira pré-candidata mais votada entre as opções de todas as chapas que realizaram primárias no dia 13 de março.

Pesquisas mostram Petro como favorito. O principal adversário de Petro é o direitista Federico Gutiérrez, que está atrás nas pesquisas.

O líder da coalizão de forças progressistas e de esquerda colombianas, Gustavo Petro, continua liderando como favorito nas pesquisas para as eleições presidenciais do país em maio próximo, confirmou a pesquisa da empresa YanHass.

De acordo com o estudo, o Petro está no topo da lista com 37 por cento da intenção de voto, o que representa um aumento de 10 pontos percentuais face a uma investigação semelhante realizada em janeiro passado pela empresa.

O candidato da Seleção da Colômbia, Federico Gutiérrez, tem 19% da preferência eleitoral, enquanto o voto em branco somou 16 pontos.

Mais adiante na lista está o ex-prefeito de Bucaramanga, Rodolfo Hernández, com 11%; ele é seguido pelo candidato da aliança Centro Esperança, Sergio Fajardo, com dez por cento; atrás continua a candidata do Partido do Oxigênio Verde, Ingrid Betancourt, com apenas 2,0 por cento.

Outro dos dados produzidos pela pesquisa é o da preferência eleitoral por região e a tendência continua favorável ao Petro, com exceção de Antioquia, chamada Região do Café, onde seu rival mais forte o supera.

Por outro lado, em Bogotá, região do Caribe, no Centro-Leste e no Pacífico, o líder de esquerda lidera a intenção de votos com ampla margem para se firmar como o provável vencedor nas eleições de 29 de maio próximo.

Os resultados desta pesquisa foram publicados esta segunda-feira em meio a uma forte polêmica após o anúncio pelo secretário nacional Alexander Vega de uma recontagem dos votos das últimas eleições legislativas.

Petro escolher mulher negra para vice. A jovem advogada afro-colombiana Francia Márquez foi indicada como candidata a vice-presidente colombiana pelo Pacto Histórico de centro-esquerda liderado por Gustavo Petro, que tem ampla vantagem antes das eleições presidenciais de 29 de maio, embora os grupos de direita e poder, negócios e mídia, tente descarrilar a locomotiva de centro-esquerda.

Afrodescendente, advogada, feminista, ativista pela paz e pelos direitos humanos, reconhecida ativista ambiental e ainda sem experiência como funcionária pública, Márquez havia prevalecido com mais de 780 mil votos não apenas como o segundo candidato mais votado do Pacto Histórico, mas como o terceiro nas consultas interpartidárias de 13 de março, acima até do candidato do centro, Sergio Fajardo.

Golpe da direita no Peru. Por duas semanas o nosso Informativo denunciou as tentativas da direita peruana para se livrar de um presidente, professor rural, que não reza pela cartilha de Washington. Mas, enquanto todas as atenções estavam voltadas para o presidente eleito, a direita se aproveitou para um novo e surpreendente golpe.

Em uma decisão que é um atentado à legalidade, à justiça e à memória, poucos dias antes do início do julgamento de 2.100 casos de esterilizações forçadas realizadas em mulheres andinas, o Tribunal Constitucional peruano decidiu na quinta-feira (24) anular a sentença que suspendeu um perdão para o ex-ditador Alberto Fujimori, que agora será libertado após três anos de prisão.

Os constitucionalistas peruanos apontaram que esta resolução viola o direito internacional, já que Fujimori tem condenações por crimes contra a humanidade. Espera-se que nos próximos dias o caso seja levado à Corte Interamericana de Direitos Humanos para que a decisão da Corte Constitucional possa ser anulada. Enquanto durar o processo, Fujimori, de 83 anos, aguardará em liberdade.

A Corte Interamericana já se pronunciou em 2018 sobre a ilegalidade do indulto que o ex-presidente Pedro Pablo Kuczynski concedeu a Fujimori e, na época, ordenou ao Estado peruano que revise essa decisão. Após essa revisão, um juiz supremo anulou o perdão, considerando-o ilegal por estar cercado de uma série de irregularidades e os argumentos apresentados para justificar o perdão humanitário eram falsos . Espera-se que a CIDH ratifique sua decisão anterior contra o perdão.

O presidente Pedro Castillo e o primeiro-ministro Aníbal Torres criticaram a decisão. Castillo destacou que a decisão do TC reflete a crise institucional a que se referiu na última segunda-feira em uma mensagem ao Congresso em que se referiu à precariedade do sistema de justiça e à necessidade de uma reforma do Estado. “Os órgãos de justiça internacional aos quais o Peru está vinculado e o estado de direito devem salvaguardar o efetivo exercício da justiça para o povo”, acrescentou.

Fujimori chegou ao governo por meio de eleições entre 1990 e 1992, depois deu um autogolpe e governou de fato até 1995, quando foi reeleito. Em 2000, ele ganhou uma segunda reeleição, mas teve que renunciar após a divulgação de uma série de vídeos mostrando Vladimir Montesinos, chefe de fato da inteligência peruana, subornando membros de outros partidos para apoiar o presidente.

Esquadrão da morte. Com o apoio de Fujimori, Montesinos, agora na prisão, criou e liderou o esquadrão da morte Colina. Quando sua ditadura estava entrando em colapso em meio a alegações de fraude na reeleição, escândalos de corrupção e violações de direitos humanos, Fujimori fugiu em novembro de 2000 para o Japão, país de seus pais, onde encontrou proteção. Surpreendentemente, em novembro de 2005, ele viajou para o Chile, onde foi preso e extraditado para o Peru em setembro de 2007 para ser julgado.

O ex-ditador teve que cumprir pena de prisão de 25 anos até 2032, por corrupção e violação de direitos humanos, entre os dois últimos casos envolvendo o paramilitar Grupo Colina, que respondeu a Montesinos: o massacre de Barrios Altos, em 1991, no qual 15 pessoas foram mortas e foi o massacre de La Cantuta, em 1992, no qual morreram nove estudantes e um professor da Universidade Nacional de Educação Enrique Guzmán y Valle.

Fujimori, cuja filha Keiko Fujimori perdeu a eleição presidencial contra Castillo no ano passado, foi preso em uma base policial em Lima, onde, segundo seus médicos, sofre de úlceras estomacais, hipertensão, fibrose pulmonar e foi submetido a várias operações.

O Estado genocida e terrorista continua ocupando território palestino. Um especialista das Nações Unidas solicitou à comunidade internacional que aceite e adote as conclusões de seu relatório [A/HRC/49/8, Relatório do Relator Especial sobre a situação dos direitos humanos no Território Palestino Ocupado desde 1967 ], no qual ecoa as recentes conclusões de organizações palestinas, israelenses e internacionais de direitos humanos de que Israel pratica o apartheid no território palestino ocupado.

“Hoje, no território palestino ocupado por Israel desde 1967, existe um sistema jurídico e político dual profundamente discriminatório que privilegia os 700.000 colonos judeus israelenses que vivem nos 300 assentamentos ilegais construídos por Israel em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia”, disse ele. declarou Michael Lynk, relator especial das Nações Unidas para a situação dos direitos humanos no território palestino ocupado desde 1967.

“Vivendo no mesmo espaço geográfico, mas separados por muros, postos de controle, estradas e uma presença militar entrincheirada, há mais de três milhões de palestinos que carecem de direitos, vivem sob um regime opressivo de discriminação institucional e não têm como alcançar o direito. a um verdadeiro Estado palestiniano, como a comunidade internacional há muito lhes prometeu”.

“Outros dois milhões de palestinos vivem em Gaza, muitas vezes descrita como uma 'prisão a céu aberto', sem acesso adequado à eletricidade, água ou saneamento, com uma economia em colapso e sem autorização para viajar livremente para o resto do mundo. Palestina ou o mundo lá fora”.

Esquerda tem chances na França. Tudo indica que Jean-Luc Mélenchon pode ser a grande surpresa das eleições presidenciais em 10 de abril, na França. Esta é a aposta da esquerda na França, e que se viu reforçada pela última sondagem da Ifop, na qual Mélenchon aparece em terceiro lugar, com 14% das intenções de voto. O antigo ministro socialista e fundador do partido La France Insoumise aparece, assim, à frente do líder de extrema direita Éric Zemmour (12,5%) e se aproxima da também ultradireitista Marine Le Pen (18,5%), a segunda colocada. O atual presidente, o liberal Emmanuel Macron, lidera a lista com ampla vantagem (28%).

Como é que o líder esquerdista conseguiu subir quase cinco pontos percentuais em três meses? A primeira explicação se encontra em um princípio de ‘desfragmentação’ da esquerda. Em dezembro, havia oito candidatos neste campo. Em março, quando foram validadas as candidaturas, ficaram seis nomes. Parte importante do eleitorado então disperso nas chapas que não vingaram se concentrou em Mélenchon.

Mas não é apenas a esquerda que está dividida. Na extrema direita, Zemmour, pela primeira vez candidato, despedaçou parte do eleitorado de Le Pen. O ex-colunista do jornal Le Figaro é conhecido por suas declarações de incitação ao ódio racial, e pautou grande parte do debate político. Seus elogios ao presidente Vladimir Putin, contudo, acabariam lhe custando votos após a eclosão da guerra contra a Ucrânia.

Loquaz e corajoso para os seus admiradores, debochado ou utópico para os seus críticos, Mélenchon, de 70 anos, propõe ambiciosas reformas: entre os pontos altos de seu programa, está a criação de uma nova República Francesa para dar mais poder ao Parlamento – e menos ao presidente. Cético em relação à União Europeia (ao contrário de Macron), ele critica a OTAN e o alinhamento político com os Estados Unidos, mas também condenou a invasão da Ucrânia.

Jornalismo em crise. A imprensa escrita está encolhendo rapidamente em todo o mundo. A pandemia, os conflitos armados, a insegurança dos jornalistas e a censura ameaçam a informação independente e de qualidade.

Em muitos países, os clássicos vendedores ambulantes de jornais já são uma vaga marca do passado. Enquanto isso, o quiosque que vende jornais e revistas desaparece aos poucos das esquinas do bairro. 

Não são poucos os lugares onde apenas as pequenas bancas dos jornais gratuitos ativam a memória nostálgica do que até alguns anos atrás era a era, quase exclusivamente, da informação impressa, radiofônica e televisiva.

Nesse cenário específico, as vendas de jornais e revistas caem acentuadamente enquanto a mídia compete pelos “cliques” que significam lucros com a publicidade comercial.

Mas isso não é um fenômeno apenas da Europa. Aqui mesmo, no Brasil, nosso Informativo acompanha assustado o desaparecimento das antigas bancas de jornais, ponto constante de debates políticos de acordo com a opinião do dono da banca!

A informação falsa acaba com o jornalismo. A propaganda de guerra é tanto mais eficiente quando há uma relativa falta de pensamento crítico. E a intervenção militar da Rússia na Ucrânia é um prólogo da reconfiguração da ordem mundial. Qualquer cenário resultante da tragédia da guerra reordenará as relações internacionais e essa situação preocupa aqueles que se dedicam a instituir um senso comum homogêneo em nível global. A decisão do Kremlin chutou a diretoria de uma hegemonia exclusiva em que um dos atores estatais, os Estados Unidos, reivindicava a prerrogativa de intervenção, interferência ou invasão de territórios fora de suas fronteiras. A quebra dessa regra implícita por Vladimir Putin –e seu apoio apesar das ameaças e sanções– representa um grave revés para aqueles que defendem a crença em uma única franquia com tom imperial.

Notas curtas sobre a Ucrânia. Sabemos que muitos já estão cansados de tantas análises e informações sobre o que se passa na Ucrânia e aquilo que a grande mídia resolveu chamar de “guerra”. Nossa primeira observação nessa situação, depois de 30 dias de intervenção, é que o mundo está entrando em um novo tipo de “guerra”, a guerra econômica com golpes e sanções de lado a lado. A supremacia militar russa sobre as armas fornecidas pelos EUA e da OTAN é incontestável. A alternativa do chamado “mundo livre” é fazer sanções econômicas, mas, quem tem cacife para este jogo?

Nota curta 01. Sim, temos muitos amigos e conhecidos que criticam a crise na Ucrânia e não se posicionam ou postam argumentos criticando os dois lados. Mas não podemos defender uma “paz” na qual não acreditamos. Dizem que, quando iniciou a Segunda Guerra, Winston Churchil, então premier inglês, teria dito que “se Hitler invadisse o inferno eu apoiaria do demônio!”. Não sei se é verdadeiro, mas estou analisando o que acontece na Ucrânia e deixo clara a razão de me posicionar.

Fato 1: O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, suspendeu no domingo (20) o funcionamento de 11 partidos de oposição, inclusive alguns de esquerda, sob alegação de que seriam pró-Rússia. Além disso, o mandatário estendeu a lei marcial no país. Fato 2: O chefe do conselho de observação do hospital de campanha ucraniano, Gennadi Druzenko, parece ter se inspirado em Josef Mengele, mais conhecido como o “Anjo da Morte”. Em uma entrevista ele confirmou uma declaração: “Dei uma ordem muito estrita para que todos os feridos russos que caíssem em nossas mãos fossem castrados. São baratas, não são humanos”, disse Druzenko. Fato 3: A mídia sempre fiel aos poderes ocidentais não divulga, mas os fatos estão comprovados. O apresentador de uma das principais redes de televisão ucranianas, o Canal 24, Fahrudin Sharafmal, disse em rede aberta que é essencial “cortar as gargantas de todos os russos e de seus filhos”. Durante seu discurso emocionado, o apresentador citou a doutrina de um famoso ideólogo do Holocausto.

Nota curta 02. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, suspendeu no domingo (20) o funcionamento de 11 partidos de oposição, inclusive alguns de esquerda, sob alegação de que seriam pró-Rússia. Além disso, o mandatário estendeu a lei marcial no país.

As siglas afetadas são Bloco de Oposição, Partido da Sharia, Nosso, Oposição de Esquerda, União das Forças de Esquerda, Partido do Estado, Partido Socialista-Progressista Ucraniano, Partido Socialista da Ucrânia, Socialistas, Bloco Vladimir Saldo e Plataforma de Oposição Pela Vida. Este último tem 44 das 450 cadeiras do Parlamento.

Nota curta 03. Nos dias 18 e 20 de março, durante a operação militar especial, o exército russo usou mísseis hipersônicos Kinzhal pela primeira vez. O presidente dos EUA, Joe Biden, comentou sobre o uso de tais projéteis na Ucrânia.

“A Rússia acaba de lançar seu míssil hipersônico porque é a única coisa que pode alcançar com absoluta segurança”, disse o presidente dos EUA durante um fórum de negócios realizado em Washington. E acrescentou que o míssil hipersônico russo “tem a mesma ogiva que qualquer outro míssil”, mas “é quase impossível detê-lo”.

Nota curta 04. A Marinha dos EUA implantou um grupo de ataque de porta-aviões no Mediterrâneo para criar uma zona de exclusão aérea na Ucrânia, caso Biden dê essa ordem.

Os EUA operam 11 grupos de ataque de porta-aviões, os implantando frequentemente em todo o mundo ao longo de décadas em uma demonstração de força contra nações menores e militarmente mais fracas.

O grupo de ataque do porta-aviões USS Truman foi enviado ao Mediterrâneo, com o secretário da Marinha, Carlos Del Toro, afirmando que sua missão inclui "dissuadir" a Rússia e implementar uma potencial zona de exclusão aérea sobre a Ucrânia, caso o presidente americano, Joe Biden, ordene seu estabelecimento.

Nota curta 05. O que está acontecendo agora não se refere à Ucrânia, mas ao desejo dos EUA de dominar o mundo, disse o chanceler russo Sergey Lavrov em uma reunião com estudantes e professores do Instituto Estatal de Relações Internacionais de Moscou.

O envio de forças de paz da Otan para a Ucrânia pode levar a um confronto direto entre a Rússia e a Aliança Atlântica, disse o ministro das Relações Exteriores da Rússia.

Nota curta 06. O possível envio de forças de paz da OTAN na Ucrânia levaria a consequências terríveis, alertou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

“Uma operação especial está em andamento na Ucrânia e um confronto hipotético entre nossos militares e as tropas da Otan pode levar a consequências terríveis”, disse o alto funcionário a repórteres.

Em meados deste mês, o vice-primeiro-ministro da Polônia e líder do partido no poder Lei e Justiça (PiS), Jaroslaw Kaczynski, sugeriu o envio de uma missão de paz da OTAN à Ucrânia com um contingente armado.

Peskov enfatizou que seria uma decisão “precipitada e muito perigosa” do bloco de guerra ocidental.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, não descartou que, com essa iniciativa, a Polônia queira controlar o oeste da Ucrânia.

Nota curta 07. O ministro das Relações Exteriores da Hungria, Peter Szijjarto, declarou que Budapeste não apoiará restrições e sanções contra o fornecimento de energia da Rússia, pois isso se tornaria uma ameaça à segurança energética de seu país.

“Restrições ao fornecimento de energia da Rússia para a Europa ou sanções nessa esfera afetariam negativamente o direito do povo húngaro a um fornecimento seguro de energia, e é por isso que não apoiaremos tais decisões”, disse Szijjarto ao Conselho de Direitos Humanos da ONU.

A manchete observou que não é culpa de seu estado que o petróleo e o gás russos desempenhem um papel tão importante no fornecimento de energia para “Hungria, Europa Central e todo o continente”.

Nota curta 08. A Rússia não vai mais aceitar pagamentos de seu gás ou petróleo em dólares ou euros, informou o presidente do país, Vladimir Putin, na quarta-feira (23). A partir de agora, as quitações devem ser feitas apenas em rublos.

“Não faz sentido receber o pagamento em dólares e euros pelo fornecimento de nossos produtos aos EUA e à EU”, afirmou Putin.

Ele disse que a Rússia, no entanto, irá continuar cumprindo os contratos de venda de gás ao exterior, mantendo as mesmas entregas e sob o mesmo preço.

Laboratórios biológicos militares dos EUA na Ucrânia. O Ministério da Defesa da Rússia revelou novas informações sobre os laboratórios biológicos financiados pelos EUA no leste da Ucrânia. A revelação tem ainda mais peso diante do fato de que uma companhia ligada ao centro de pesquisa de alto risco foi fundada por Hunter Biden, filho do presidente estadunidense, Joe Biden.

Uma operação de US$ 2,1 bilhões (cerca de R$ 9,96 bilhões) explorando vírus considerados perigosos em pelo menos 30 laboratórios — patrocinada pelo Pentágono e três empresas privadas: esse é o programa de laboratórios biológicos dos EUA. Operando em diversas regiões, o programa emprega civis sem o escrutínio do Congresso norte-americano e que podem passar ao largo das leis devido à falta de supervisão.

O programa teve a existência confirmada por ninguém menos que a subsecretária de Estado para Assuntos Políticos dos EUA, Victoria Nuland, durante audiência em um Comitê do Senado norte-americano, em 8 de março deste ano. Apesar disso, os principais órgãos de imprensa dos EUA trataram a questão como “conspiração”.

Os laboratórios biológicos são operados pelo programa militar dos EUA, da Agência de Defesa para a Redução de Ameaças (DTRA, na sigla em inglês). Além disso, funcionários civis dessas companhias privadas podem operar pelos EUA e pelo governo estadunidense sob disfarce diplomático — prática utilizada pela CIA.

Só coincidência? Em janeiro de 2016 pelo menos 20 soldados ucranianos morreram de um vírus semelhante à gripe em um período de duas semanas na Carcóvia, onde ficava um dos laboratórios administrados pelos EUA. À época, mais de 200 pessoas foram hospitalizadas. Já em março de 2016, 364 casos fatais foram reportados em toda a Ucrânia. A causa de 81% das mortes foi o vírus influenza A (H1N1) pdm09 — o mesmo que gerou uma pandemia em 2009.

Recentemente, outro surto repentino de uma doença infecciosa, a Hepatite A, foi registrado na região sudeste da Ucrânia — região onde ficam diversos laboratórios biológicos do Pentágono.

No último mês de janeiro, 37 residentes de Nikolaev foram hospitalizados com icterícia, o que levou a polícia local a iniciar uma investigação por suspeita de "infecção deliberada com vírus de imunodeficiência humana e outras doenças incuráveis".

Três anos atrás, mais de 100 pessoas na mesma cidade ficaram doentes com cólera. Em ambos os casos, foi assumido que a causa foi a ingestão de água contaminada.