quarta-feira, 24 de outubro de 2018

BOLSONARO OMITE GASTOS DE CAMPANHA DA JUSTIÇA

Ibope: Na capital paulista, Haddad supera Bolsonaro


Após reportagem do DCM, diretor da Record escancara apoio à candidatura de Bolsonaro

Após reportagem do DCM, diretor da Record escancara apoio à candidatura de Bolsonaro. Por Vinícius Segalla

 
Bolsonaro em “entrevista” na Record

POR VINÍCIUS SEGALLA
reportagem do DCM que revelou a série de programas sobre a Venezuela que estava em construção na TV Record gerou manifestações de apoio a Jair Bolsonaro (PSL) por parte do diretor de Recursos Humanos da emissora, Márcio Santos.
Houve também reações dentro da empresa e nas redes sociais da emissora, pertencente ao mesmo grupo econômico que controla a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD).
Na semana passada, Márcio Santos, em “resposta” à reportagem do DCM, explicitou ao país em quem votará no próximo domingo, ostentando a hashtag #EleSim em seus perfis de internet, em alusão ao capitão da reserva.
Assim agindo, o diretor de RH conferiu ainda mais sustenção à reportagem que anunciava repudiar, na qual jornalistas da TV Record revelaram o partidarismo franco e impositor adotado pela direção da empresa em favor de um dos candidatos a presidente da República.
A lei brasileira veda expressamente a tomada de posição por parte de um canal de TV em favor de qualquer candidato a cargo eletivo, posto que a transmissão televisiva no país se faz mediante concessão pública.
Ainda assim, para Márcio Santos, que não aponta qualquer incorreção ou inverdade constante na reportagem do DCM, esta não passa de “choradeira desesperada do bloguesinho PETISTA”. 
Dias depois, o executivo achou por bem apagar sua postagem, que foi, no entanto, preservada pelo DCM para efeitos legais.
De resto, há pouca preocupação em esconder a ilicitude nos ambientes de trabalho da Record. Desde a publicação da reportagem, no último dia 19, o DCM recebeu novas acusações de favorecimento ao PSL tanto na TV como no portal R7, controlado pelo mesmo grupo empresarial.
No último domingo (21), em uma manifestação de apoio a Jair Bolsonaro na avenida Paulista, em São Paulo, a equipe de cobertura da Record que estava ali para noticiar o fato teve acesso ao teto do carro de som do evento, de maneira exclusiva, enquanto ficaram no chão os jornalistas dos outros veículos de comunicação.
Foram registrados, inclusive, casos de agressão a alguns repórteres que tiveram negado o acesso a qualquer área de imprensa.
A equipe de reportagem da Record colheu material para exibição no “Domingo Espetacular”, o programa jornalístico dominical do canal de TV. Rendeu uma reportagem de um minuto e 25 segundos.
No dia anterior ao evento em que subiu no trio a equipe da Record, manifestações contrárias a Bolsonaro tinham ocorrido em mais cidades e com mais pessoas do que os atos em favor do ex-capitão ocorridos no domingo. Ocuparam somente 18 segundos no telejornal.
Novamente, como se deu na primeira reportagem do DCM sobre o tema, que gerou reação tresloucada do referido diretor, os jornalistas da emissora que conversaram com a reportagem só o fizeram sob a condição de anonimato. Não há ambiente dentro da emissora para que se fale abertamente sobre o episódio.
“A reportagem que noticiou a ida de duas equipes do Jornal da Record para Roraima e Colômbia se espalhou feito fogo em palha na redação”, disse uma das fontes.
“No Facebook e no Instagram da TV Record e dos profissionais que já trabalhavam nas reportagens anunciadas, todas as fotos das viagens foram apagadas”, destaca a fonte, apontando para um fato constatável por qualquer um que tenha a curiosidade de visitar os referidos perfis.
Assim, o material, que vinha sendo preparado sob atmosfera de segredo pelo núcleo de investigações da equipe de jornalismo da Record, e não pelo time regular do Jornal da Record, até a conclusão desta reportagem, não havia ido ao ar.
É possível que, nas circunstâncias atuais, tenha deixado de ser conveniente. “Na avaliação da chefia, talvez o desgaste de exibir as reportagens agora não valha mais a pena”, disse uma fonte.
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Bolsonaro desrespeita a Justiça e volta a falar em “kit gay” na propaganda eleitoral E AGORA, TSE?

24 DE OUTUBRO DE 2018, 21H19

Bolsonaro desrespeita a Justiça e volta a falar em “kit gay” na propaganda eleitoral

Nova inserção eleitoral do candidato na TV e no rádio fala sobre um filme com "beijo lésbico" que seria passado para "criancinhas de 6 anos" e faria parte do "kit gay"; há uma semana, Justiça Eleitoral proibiu Bolsonaro de espalhar fake news sobre o assunto
Reprodução/TV Globo
O candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL) desrespeitou uma decisão da Justiça Eleitoral, nesta quarta-feira (24), ao insistir na pauta “kit gay” em uma inserção de 30 segundos que foi ao ar pela TV e pelo rádio.
Na inserção, o capitão da reserva associa a Haddad a veiculação de um filme com “beijo lésbico” para “criancinhas de 6 anos em escola”. O material faria parte do inexistente “kit gay”.
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Na semana passada, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) condenou a campanha de Bolsonaro a retirar do ar vídeos que disseminam fake news sobre um livro de sexualidade que o candidato afirmava, equivocadamente, que faria parte do que ele chama de “kit gay” que, para o TSE, nunca existiu. A decisão, na prática, o proibiu de insistir na notícia falsa de que Haddad teria distribuído material impróprio para crianças nas escolas.
Os advogados que representam o PT no âmbito eleitoral já estão cientes da veiculação da nova inserção de Bolsonaro e devem acionar o TSE.

Caetano critica Bolsonaro e elogia FHC e Lula no jornal New York Times

Caetano critica Bolsonaro e elogia FHC e Lula no jornal New York Times

Publicado em 25 outubro, 2018 12:23 am
Texto de Rodolfo Vicentini no UOL informa que, com o título “Tempos sombrios estão chegando ao meu país”, Caetano Veloso escreveu um artigo ao The New York Times nesta quarta-feira (24) em que opina sobre a atuação situação política do país e pede que “minha música, minha presença sejam uma resistência permanente a qualquer característica antidemocrática que venha de um provável governo Bolsonaro”.
De acordo com a publicação, segundo o compositor, o sucesso de Jair Bolsonaro está diretamente ligado aos acontecimentos no Brasil nos últimos anos, como os protestos que tomaram as ruas em 2013, o impeachment da presidente Dilma Rousseff e grandes escândalos de corrupção, incluindo “Lula na cadeia”, apontou Caetano. “Muitos artistas, músicos, cineastas e pensadores viram-se em um ambiente de ideais reacionários, que – através de livros, sites e artigos de notícias – têm denegrido qualquer tentativa de superar a desigualdade ligando políticas socialmente progressistas a um tipo de pesadelo venezuelano, gerando medo que os direitos das minorias irão corroer os princípios religiosos e morais, ou simplesmente doutrinando as pessoas em brutalidade através do uso sistemático de linguagem depreciativa”, opinou o baiano.
“A ascensão de Bolsonaro como uma figura mítica cumpre as expectativas criadas por esse tipo de ataque intelectual. Não é uma troca de argumentos: aqueles que não acreditam em democracia funcionam de maneira insidiosa”, completou. No artigo, Caetano ainda se recorda de como o Brasil conseguiu sair de 20 anos de ditadura na década de 80 para entrar na democracia. “Se alguém me dissesse na época que conseguíramos eleger Fernando Henrique Cardoso e depois Luiz Inácio Lula da Silva, teria soado como um sonho. E então aconteceu. A eleição do Sr. Cardoso e do Sr. Silva carregaram um peso simbólico gigantesco. Brasil ganhou mais respeito próprio”. Após lembrar que Bolsonaro defendeu Carlos Alberto Brilhante Ustra, figura importante da ditadura militar, em agosto de 2016, Caetano Veloso explicou o motivo pelo qual decidiu escrever o texto e lembrou do tempo em que foi preso. “Como figura pública no Brasil, tenho o dever de tentar esclarecer esses fatos. Eu sou um homem velho agora, mas eu era jovem nos anos 60 e 70, e eu lembro. Então eu tenho que falar”, completa o Portal UOL.
Caetano Veloso. Foto: Reprodução/YouTube

São Paulo é o 'ponto de virada' da eleição; Haddad vai pra cima