Candidato não informou até agora à Justiça Eleitoral diversos gastos de sua campanha, incluindo os detalhes de viagens que fez a pelo menos 16 cidades de 7 estados, onde ele, sua comitiva e aliados participaram de carreatas e comícios; até o momento, a três dias do segundo turno, ele declarou pagamento a apenas seis pessoas
247 - Candidato não informou até agora à Justiça Eleitoral diversos gastos de sua campanha, incluindo os detalhes de viagens que fez a pelo menos 16 cidades de 7 estados, onde ele, sua comitiva e aliados participaram de carreatas e comícios. Até o momento, a três dias do segundo turno, ele declarou pagamento a apenas seis pessoas, revela reportagem de Letícia Casado e Ranier Bragon, da Folha.
Bolsonaro informou, até agora, custo de R$ 955 mil na campanha do primeiro turno, excluídas doações a outros candidatos. As contas do capitão reformado somam 27 itens de gasto (R$ 843 mil) até o dia em que sofreu o atentado.
A legislação determina que toda a movimentação financeira dos candidatos feita até 8 de setembro deve ser informada de forma discriminada à Justiça Eleitoral, para divulgação na internet.
Fernando Haddad em ato no Largo da Batata.Foto: Ronaldo Silva/Futura Press
Um dos dados mais animadores para campanha de Fernando Haddad (PT) da pesquisa Ibope divulgada nesta terça-feira é sobre a cidade de São Paulo. Conforme o levantamento do instituto, na capital paulista, o petista tem vantagem númerica diante de Bolsonaro (PSL) com 51% dos votos válidos diante de 49% do rival.
Na pesquisa anterior do Ibope divulgada no dia 17 de outubro, Haddad tinha 47% diantede 53% de Bolsonaro. A última pesquisa mostrou a primeira oscilação negativa de Jair Bolsonaro na corrida eleitoral. Em live nas redes sociais na noite desta quarta-feira, o candidato do PSL voltou a questionar os institutos de pesquisa.
Bolsonaro já declarou mais uma vez que não aceitaria um resultado diferente de sua vitória e levantou suspeitas sobre as urnas eletrônicas e todo o processo eleitoral. Após o bom desempenho de seu partido no primeiro turno ele tergiversou em relação as suas suspeitas e chegou a dizer que “só os votos para presidente estariam sob suspeição”. Em outra oportunidade chegou a dizer que aceitaria uma eventual derrota.
Animado com o último levantamento, Haddad comemorou o resultado. “A eleição podia estar decidida até ontem. Hoje é provável. Ele vai descobrir que amanhã de provável ela será possível. No sábado, o gato vai subir no telhado. E no domingo ele vai descobrir que perdeu. O povo brasileiro vai falar sim à esperança, ao amor e à generosidade”, escreveu o candidato petista.
Milhares de pessoas se reuniram na noite desta quarta-feira no Largo da Batata, em São Paulo para manifestar seu apoio a candidatura do professor. Na terça-feira, em outro ato no Teatro Tuca, o petista recebeu amplo apoio da classe artística.
A reportagem do DCM que revelou a série de programas sobre a Venezuela que estava em construção na TV Record gerou manifestações de apoio a Jair Bolsonaro (PSL) por parte do diretor de Recursos Humanos da emissora, Márcio Santos.
Houve também reações dentro da empresa e nas redes sociais da emissora, pertencente ao mesmo grupo econômico que controla a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD).
Na semana passada, Márcio Santos, em “resposta” à reportagem do DCM, explicitou ao país em quem votará no próximo domingo, ostentando a hashtag #EleSim em seus perfis de internet, em alusão ao capitão da reserva.
Assim agindo, o diretor de RH conferiu ainda mais sustenção à reportagem que anunciava repudiar, na qual jornalistas da TV Record revelaram o partidarismo franco e impositor adotado pela direção da empresa em favor de um dos candidatos a presidente da República.
A lei brasileira veda expressamente a tomada de posição por parte de um canal de TV em favor de qualquer candidato a cargo eletivo, posto que a transmissão televisiva no país se faz mediante concessão pública.
Ainda assim, para Márcio Santos, que não aponta qualquer incorreção ou inverdade constante na reportagem do DCM, esta não passa de “choradeira desesperada do bloguesinho PETISTA”.
Dias depois, o executivo achou por bem apagar sua postagem, que foi, no entanto, preservada pelo DCM para efeitos legais.
De resto, há pouca preocupação em esconder a ilicitude nos ambientes de trabalho da Record. Desde a publicação da reportagem, no último dia 19, o DCM recebeu novas acusações de favorecimento ao PSL tanto na TV como no portal R7, controlado pelo mesmo grupo empresarial.
No último domingo (21), em uma manifestação de apoio a Jair Bolsonaro na avenida Paulista, em São Paulo, a equipe de cobertura da Record que estava ali para noticiar o fato teve acesso ao teto do carro de som do evento, de maneira exclusiva, enquanto ficaram no chão os jornalistas dos outros veículos de comunicação.
Foram registrados, inclusive, casos de agressão a alguns repórteres que tiveram negado o acesso a qualquer área de imprensa.
A equipe de reportagem da Record colheu material para exibição no “Domingo Espetacular”, o programa jornalístico dominical do canal de TV. Rendeu uma reportagem de um minuto e 25 segundos.
No dia anterior ao evento em que subiu no trio a equipe da Record, manifestações contrárias a Bolsonaro tinham ocorrido em mais cidades e com mais pessoas do que os atos em favor do ex-capitão ocorridos no domingo. Ocuparam somente 18 segundos no telejornal.
Novamente, como se deu na primeira reportagem do DCM sobre o tema, que gerou reação tresloucada do referido diretor, os jornalistas da emissora que conversaram com a reportagem só o fizeram sob a condição de anonimato. Não há ambiente dentro da emissora para que se fale abertamente sobre o episódio.
“A reportagem que noticiou a ida de duas equipes do Jornal da Record para Roraima e Colômbia se espalhou feito fogo em palha na redação”, disse uma das fontes.
“No Facebook e no Instagram da TV Record e dos profissionais que já trabalhavam nas reportagens anunciadas, todas as fotos das viagens foram apagadas”, destaca a fonte, apontando para um fato constatável por qualquer um que tenha a curiosidade de visitar os referidos perfis.
Assim, o material, que vinha sendo preparado sob atmosfera de segredo pelo núcleo de investigações da equipe de jornalismo da Record, e não pelo time regular do Jornal da Record, até a conclusão desta reportagem, não havia ido ao ar.
É possível que, nas circunstâncias atuais, tenha deixado de ser conveniente. “Na avaliação da chefia, talvez o desgaste de exibir as reportagens agora não valha mais a pena”, disse uma fonte.
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Bolsonaro desrespeita a Justiça e volta a falar em “kit gay” na propaganda eleitoral
Nova inserção eleitoral do candidato na TV e no rádio fala sobre um filme com "beijo lésbico" que seria passado para "criancinhas de 6 anos" e faria parte do "kit gay"; há uma semana, Justiça Eleitoral proibiu Bolsonaro de espalhar fake news sobre o assunto
O candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL) desrespeitou uma decisão da Justiça Eleitoral, nesta quarta-feira (24), ao insistir na pauta “kit gay” em uma inserção de 30 segundos que foi ao ar pela TV e pelo rádio.
Na inserção, o capitão da reserva associa a Haddad a veiculação de um filme com “beijo lésbico” para “criancinhas de 6 anos em escola”. O material faria parte do inexistente “kit gay”.
Texto de Rodolfo Vicentini no UOL informa que, com o título “Tempos sombrios estão chegando ao meu país”, Caetano Veloso escreveu um artigo ao The New York Times nesta quarta-feira (24) em que opina sobre a atuação situação política do país e pede que “minha música, minha presença sejam uma resistência permanente a qualquer característica antidemocrática que venha de um provável governo Bolsonaro”.
De acordo com a publicação, segundo o compositor, o sucesso de Jair Bolsonaro está diretamente ligado aos acontecimentos no Brasil nos últimos anos, como os protestos que tomaram as ruas em 2013, o impeachment da presidente Dilma Rousseff e grandes escândalos de corrupção, incluindo “Lula na cadeia”, apontou Caetano. “Muitos artistas, músicos, cineastas e pensadores viram-se em um ambiente de ideais reacionários, que – através de livros, sites e artigos de notícias – têm denegrido qualquer tentativa de superar a desigualdade ligando políticas socialmente progressistas a um tipo de pesadelo venezuelano, gerando medo que os direitos das minorias irão corroer os princípios religiosos e morais, ou simplesmente doutrinando as pessoas em brutalidade através do uso sistemático de linguagem depreciativa”, opinou o baiano.
“A ascensão de Bolsonaro como uma figura mítica cumpre as expectativas criadas por esse tipo de ataque intelectual. Não é uma troca de argumentos: aqueles que não acreditam em democracia funcionam de maneira insidiosa”, completou. No artigo, Caetano ainda se recorda de como o Brasil conseguiu sair de 20 anos de ditadura na década de 80 para entrar na democracia. “Se alguém me dissesse na época que conseguíramos eleger Fernando Henrique Cardoso e depois Luiz Inácio Lula da Silva, teria soado como um sonho. E então aconteceu. A eleição do Sr. Cardoso e do Sr. Silva carregaram um peso simbólico gigantesco. Brasil ganhou mais respeito próprio”. Após lembrar que Bolsonaro defendeu Carlos Alberto Brilhante Ustra, figura importante da ditadura militar, em agosto de 2016, Caetano Veloso explicou o motivo pelo qual decidiu escrever o texto e lembrou do tempo em que foi preso. “Como figura pública no Brasil, tenho o dever de tentar esclarecer esses fatos. Eu sou um homem velho agora, mas eu era jovem nos anos 60 e 70, e eu lembro. Então eu tenho que falar”, completa o Portal UOL.
Os dados da pesquisa Ibope sobre a capital paulista são aquele "fato novo" que chacoalha uma eleição; a bomba que pode mudar tudo rapidamente, o "ponto de ruptura". Como elemento estratégico, simbólico e psicológico é muito potente. Haddad assumiu a liderança, com 51% a 49%. Posso garantir a você, amigo e amiga, que a diferença nesta quarta (24) é ainda maior -o Ibope ouviu eleitores em São Paulo entre sábado e terça (20 a 23). Nesta quarta, Haddad continuou crescendo e Bolsonaro caindo.
É um salto grande em menos de uma semana. Na rodada anterior do Ibope, entre segunda-feira e quarta-feira da semana passada (15 a 17), Haddad perdia para Bolsonaro na capital paulista por 47% a 53%. Haddad ganhou quatro pontos e Bolsonaro perdeu quatro -em menos de uma semana. Você pode ver os relatórios das pesquisas da semana passada (aqui) e desta semana (aqui). O que está acontecendo em São Paulo é um terremoto eleitoral. No primeiro turno, Haddad perdeu para Bolsonaro na capital paulista por 44% a 19%.
Recuemos no tempo. Em 2014, Dilma perdeu para Aécio por 63% a 36%. E Haddad pedeu a Prefeitura em 2016 no primeiro turno para Doria, que teve 53% dos votos, enquanto o então prefeito obteve apenas 16%.
Sim, é disso que se trata: a São Paulo conservadora, a São Paulo da derrota fragorosa de Haddad em 2016, a São Paulo bastião das elites, a São Paulo dos coxinhas e das camisas amarelas na Paulista está se tingindo de vermelho (ou vermelho, verde, amarelo e azul, as cores da campanha no segundo turno).
É como a queda do mais importante bastião de um exército numa guerra. Algo como a vitória do povo do Vietnam contra o exército de ocupação francês em na batalha de Dien Bien Phu, em 1954.
Romper com a hegemonia da direita em São Paulo muda o equilíbrio da disputa em todo o país. São Paulo é a maior capital nordestina do Brasil -o que reforça muito a vantagem de Haddad no Nordeste. São Paulo é a referência de metrópole, é a "meca" capitalista, é onde está mais arraigada a arrogância de uma elite escravocrata e voraz. Virar em São Paulo é quebrar a arrogância contra a pedra da resiliência dos mais pobres.
E, sobretudo, é derrotar duas vezes os fascistas. O fascista militar e o fascista playboy.