quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Seis em cada dez parlamentares têm parentes na política ISSO É UMA VERGONHA QUE PRECISAMOS ACABAR


Seis em cada dez parlamentares têm parentes na política
01.08.2017


Palco de escândalos políticos, troca de acusações e agressões verbais, o Congresso Nacional é também um ambiente familiar. Pelos plenários, corredores e gabinetes, uma bancada expressiva de  parlamentares bem poderia chamar de pai, filho, tio, sobrinho, primo ou, até mesmo, de amor aqueles que tratam pelo formal Vossa Excelência. Ao menos 60 deputados e senadores têm familiares no exercício do mandato, na suplência ou licenciados na Câmara e no Senado. Eles estão longe de ser exceção. De pai para filho, a política brasileira virou um grande negócio de família.

Levantamento da Revista Congresso em Foco revela que pelo menos 319 deputados (62%) e 59 senadores (73%) têm laços de sangue com outros políticos. Há parlamentares com sobrenomes associados nacionalmente à política, como Maia, Calheiros, Cunha Lima, Caiado, Barbalho e Magalhães, outros de influência regional e aqueles que inauguraram essa tradição.Os números são tão expressivos que fazem o Brasil superar nesse quesito a Índia e sua conhecida sociedade de castas. Pesquisa publicada em 2011  pelo historiador britânico Patrick French mostra que 28% das cadeiras da Câmara indiana eram ocupadas por deputados com políticos na família.

No Parlamento brasileiro, a árvore genealógica política é mais enraizada no Nordeste, mas tem ramificações frondosas por todos os estados e partidos representados no Congresso. O papel da família na eleição de cada um desses parlamentares deve ser analisado caso a caso. Há descendentes de ex-senadores, ex-deputados e ex-governadores, assim como familiares de políticos de expressão regional, bem como aqueles que se elegeram conciliando a força do nome com atuação destacada em outras áreas.

Também há casos de congressistas que, a despeito do parentesco, ou não fizeram uso do sobrenome ou até que são adversários políticos. Existem, ainda, os que desbravaram sozinhos o espaço na política e agora preparam, dentro de casa, seus sucessores. Qualquer que seja a situação, é inegável que o capital político familiar representa uma vantagem em relação aos adversários e um atalho para o sucesso eleitoral.

Conhecer desde o berço os bastidores do meio é apenas um dos diferenciais. Além do poder político, muitos herdam o poder econômico. São mais ricos ou têm mais facilidade de arrecadar dinheiro  para as campanhas eleitorais do que seus concorrentes. Muitos são donos de veículos de comunicação, como rádios e TVs e controlam ainda as principais máquinas partidárias de seus estados.

Caça ao dinheiro

O cientista político Ricardo Costa Oliveira, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), observa que, em vez de diminuir, a influência do parentesco na política, herança da colonização portuguesa, tem crescido no país, principalmente por causa do encarecimento das campanhas eleitorais.

“A política é cada vez mais um negócio de família no Brasil. As eleições estão cada vez mais caras. Muitos políticos bem sucedidos têm de organizar e  possuir uma estrutura de dinheiro, uma estrutura familiar política para beneficiá-los. Os candidatos mais fortes e com boas condições de elegibilidade concentram mais dinheiro e muitas vezes contam com a família na política. Isso é um fenômeno também de reprodução do poder político”, explica o professor.

Nesse ciclo vicioso, sobra pouco espaço para renovação de nomes e ideias. “No atual sistema político, só se elege quem é profissional, quem tem muito dinheiro, quem tem muita estrutura. Quem é amador,  político novo, só com suas idéias, não consegue se eleger de primeira vez, ressalvadas as exceções. Somos uma república de famílias”, avalia o professor, que estuda o tema há mais de 20 anos. Esse tipo de relação não se restringe ao Congresso e à política.

Todos os poderes

Pesquisas coordenadas recentemente por Ricardo Oliveira evidenciam o peso dos laços familiares em outros campos do poder no Brasil: do Executivo federal (17 ministros do presidente Michel Temer são de famílias de políticos) ao municipal (16 dos 26 prefeitos de capitais eleitos em 2016). O modelo também é reproduzido no Judiciário e no Ministério Público. No Supremo Tribunal Federal,  por exemplo, 8 dos 11 ministros têm parentes na área do Direito. Metade dos 14 integrantes da força-tarefa da Lava Jato também tem familiares magistrados e procuradores.

Para o professor José Marciano Monteiro, da Universidade Federal de Campina Grande, na Paraíba, não há como compreender o Brasil sem analisar as relações entre família e política. “Não existe a renovação que muitos cientistas políticos apontam no Congresso. Há renovação de agentes que pertencem às mesmas famílias, têm os mesmos hábitos, visão de mundo e práticas dos antecessores. As eleições apenas legitimam esses grupos”, argumenta o cientista social.

Segundo ele, a concentração do poder político em  poucas famílias impõe ao Brasil uma agenda refém de interesses privados, favorece as desigualdades econômicas e sociais e a corrupção. Não por acaso, ressalta, as relações de parentesco costumam aparecer em esquemas de corrupção. Só para ficar no exemplo da Lava Jato, há casais, pais e filhos, sobrinhos e primos entre os parlamentares investigados


Fonte: Paraíba Radioblog.

Palco de escândalos políticos, troca de acusações e agressões verbais, o Congresso Nacional é também um ambiente familiar. Pelos plenários, corredores e gabinetes, uma bancada expressiva de  parlamentares bem poderia chamar de pai, filho, tio, sobrinho, primo ou, até mesmo, de amor aqueles que tratam pelo formal Vossa Excelência. Ao menos 60 deputados e senadores têm familiares no exercício do mandato, na suplência ou licenciados na Câmara e no Senado. Eles estão longe de ser exceção. De pai para filho, a política brasileira virou um grande negócio de família.

Levantamento da Revista Congresso em Foco revela que pelo menos 319 deputados (62%) e 59 senadores (73%) têm laços de sangue com outros políticos. Há parlamentares com sobrenomes associados nacionalmente à política, como Maia, Calheiros, Cunha Lima, Caiado, Barbalho e Magalhães, outros de influência regional e aqueles que inauguraram essa tradição.Os números são tão expressivos que fazem o Brasil superar nesse quesito a Índia e sua conhecida sociedade de castas. Pesquisa publicada em 2011  pelo historiador britânico Patrick French mostra que 28% das cadeiras da Câmara indiana eram ocupadas por deputados com políticos na família.

No Parlamento brasileiro, a árvore genealógica política é mais enraizada no Nordeste, mas tem ramificações frondosas por todos os estados e partidos representados no Congresso. O papel da família na eleição de cada um desses parlamentares deve ser analisado caso a caso. Há descendentes de ex-senadores, ex-deputados e ex-governadores, assim como familiares de políticos de expressão regional, bem como aqueles que se elegeram conciliando a força do nome com atuação destacada em outras áreas.

Também há casos de congressistas que, a despeito do parentesco, ou não fizeram uso do sobrenome ou até que são adversários políticos. Existem, ainda, os que desbravaram sozinhos o espaço na política e agora preparam, dentro de casa, seus sucessores. Qualquer que seja a situação, é inegável que o capital político familiar representa uma vantagem em relação aos adversários e um atalho para o sucesso eleitoral.

Conhecer desde o berço os bastidores do meio é apenas um dos diferenciais. Além do poder político, muitos herdam o poder econômico. São mais ricos ou têm mais facilidade de arrecadar dinheiro  para as campanhas eleitorais do que seus concorrentes. Muitos são donos de veículos de comunicação, como rádios e TVs e controlam ainda as principais máquinas partidárias de seus estados.

Caça ao dinheiro

O cientista político Ricardo Costa Oliveira, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), observa que, em vez de diminuir, a influência do parentesco na política, herança da colonização portuguesa, tem crescido no país, principalmente por causa do encarecimento das campanhas eleitorais.

“A política é cada vez mais um negócio de família no Brasil. As eleições estão cada vez mais caras. Muitos políticos bem sucedidos têm de organizar e  possuir uma estrutura de dinheiro, uma estrutura familiar política para beneficiá-los. Os candidatos mais fortes e com boas condições de elegibilidade concentram mais dinheiro e muitas vezes contam com a família na política. Isso é um fenômeno também de reprodução do poder político”, explica o professor.

Nesse ciclo vicioso, sobra pouco espaço para renovação de nomes e ideias. “No atual sistema político, só se elege quem é profissional, quem tem muito dinheiro, quem tem muita estrutura. Quem é amador,  político novo, só com suas idéias, não consegue se eleger de primeira vez, ressalvadas as exceções. Somos uma república de famílias”, avalia o professor, que estuda o tema há mais de 20 anos. Esse tipo de relação não se restringe ao Congresso e à política.

Todos os poderes

Pesquisas coordenadas recentemente por Ricardo Oliveira evidenciam o peso dos laços familiares em outros campos do poder no Brasil: do Executivo federal (17 ministros do presidente Michel Temer são de famílias de políticos) ao municipal (16 dos 26 prefeitos de capitais eleitos em 2016). O modelo também é reproduzido no Judiciário e no Ministério Público. No Supremo Tribunal Federal,  por exemplo, 8 dos 11 ministros têm parentes na área do Direito. Metade dos 14 integrantes da força-tarefa da Lava Jato também tem familiares magistrados e procuradores.

Para o professor José Marciano Monteiro, da Universidade Federal de Campina Grande, na Paraíba, não há como compreender o Brasil sem analisar as relações entre família e política. “Não existe a renovação que muitos cientistas políticos apontam no Congresso. Há renovação de agentes que pertencem às mesmas famílias, têm os mesmos hábitos, visão de mundo e práticas dos antecessores. As eleições apenas legitimam esses grupos”, argumenta o cientista social.

Segundo ele, a concentração do poder político em  poucas famílias impõe ao Brasil uma agenda refém de interesses privados, favorece as desigualdades econômicas e sociais e a corrupção. Não por acaso, ressalta, as relações de parentesco costumam aparecer em esquemas de corrupção. Só para ficar no exemplo da Lava Jato, há casais, pais e filhos, sobrinhos e primos entre os parlamentares investigados



Fonte: Paraíba Radioblog.

Brasileiros lançam comitê pela paz na Venezuela e assinam manifesto em defesa da Constituinte

Brasileiros lançam comitê pela paz na Venezuela e assinam manifesto em defesa da Constituinte
Redação | São Paulo - 02/08/2017 - 08h29
Comitê é formado por 28 entidades, partidos políticos, organizações sociais e por representantes da mídia alternativa
  

Um grupo de entidades e veículos de comunicação da mídia alternativa do Brasil lançaram nesta terça (01/08) um manifesto em apoio à Venezuela e ao processo eleitoral para a Assembleia Nacional Constituinte, realizado no último domingo (30/07). O grupo, formado na segunda-feira (31/07), formou um “comitê de paz” pela Venezuela.
O texto convoca os brasileiros “à defesa da autodeterminação de nossos irmãos venezuelanos”. O manifesto também critica a posição do governo Michel Temer (PMDB), que se opôs à realização da Constituinte.
“O Brasil não pode passar pela infâmia de se aliar a governos que conspiram contra uma nação livre e se associam a facções dedicadas a tomar o poder de assalto, apelando para o caos e a coação. Convocamos todos os brasileiros e brasileiras à defesa da democracia e da autodeterminação de nossos irmãos venezuelanos, ao seu direito de viver em paz e a definir o próprio destino”, afirma o documento.
“Homens e mulheres de bem, no mundo todo, devem celebrar esse gesto histórico de autodeterminação da Venezuela, repudiando as ameaças intervencionistas e se somando a uma grande corrente de solidariedade. Também no Brasil se farão ouvir as vozes que rechaçam a violência e a sabotagem contra o governo legítimo do presidente Nicolás Maduro”, diz o texto.
 
Agência Efe

Grupo brasileiro lançou comitê pela paz na Venezuela
O comitê é formado por 28 entidades, partidos políticos, organizações sociais e pela mídia alternativa. São eles: seção brasileira dos movimentos sociais da ALBA, Brasil de Fato, Brasil Justo para todos e para Lula, Caros Amigos, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz), Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, Conselho Mundial da Paz (CMP), Consulta Popular, Democracia no Ar, Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), Fundação Perseu Abramo, Instituto Astrojildo Pereira, Intersindical – Central da Classe Trabalhadora, Jornalistas Livres, Levante Popular da Juventude, Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Opera Mundi, Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Partido dos Trabalhadores (PT), Resistência, Sindicato dos Arquitetos, Sindicato dos Bancários de Santos, União Brasileira de Mulheres (UBM), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), União da Juventude Socialista (UJS) e a União Nacional dos Estudantes (UNE).
O manifesto é somente a primeira de várias ações previstas pelo grupo, que recebe novas adesões pelo e-mail paznavenezuelabr@gmail.com.
Cuba
Os ataques à Venezuela já têm gerado uma onda de condenações internacionais. Cuba, por exemplo, denunciou na segunda-feira uma "operação internacional" contra a Venezuela, repudiou as sanções "insólitas" e "arbitrárias" impostas pelos Estados Unidos a Nicolás Maduro e reiterou sua "inquebrantável" solidariedade para com o povo e o Executivo do país sul-americano.

Segundo o governo da ilha, está em andamento uma "bem arquitetada operação internacional", dirigida pelos EUA e com apoio do secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, com o objetivo de "silenciar a voz do povo venezuelano, não reconhecer sua vontade" e "forçá-lo a se render através de ataques e sanções econômicas".

QUANDO IMPERA O ARBÍTRIO

QUANDO IMPERA O ARBÍTRIO



Em novo despacho ao TRF-4 em que defende o bloqueio nas contas de Lula, o juiz Sergio Moro reconheceu que a Lava Jato não foi capaz de "identificar" o destino da propina que a OAS afirma ter pago ao PT; no entanto, o valor que foi usado para condenar o ex-presidente no caso triplex deve ser cobrado do petista mesmo assim; "Esclareça-se que submetem-se ao sequestro e confisco não só o produto identificado dos crimes, o aludido apartamento do Guarujá, mas também bens de valor equivalente ao total da propina paga, de cerca de dezesseis milhões, já que não foi possível identificar o seu destino específico", disse Moro no despacho

Em novo despacho ao Tribunal Regional Federal, defendendo o bloqueio nas contas de Lula, o juiz Sergio Moro reconheceu que a Lava Jato não foi capaz de "identificar" o destino da propina que a OAS afirma ter pago ao PT, mas o valor que foi usado para condenar o ex-presidente no caso triplex deve ser cobrado do petista mesmo assim.

A força-tarefa do Ministério Público Federal acusou Lula de receber propina a partir de 3 contratos da OAS com a Petrobras, que teriam somado R$ 87 milhões em vantagens indevidas. Porém, Moro decidiu mudar a acusação e sentenciou Lula com base em uma delação premiada que diz que a propina ao PT, nesse caso, foi especificamente de R$ 16 milhões.

"Esclareça-se que submetem-se ao sequestro e confisco não só o produto identificado dos crimes, o aludido apartamento do Guarujá, mas também bens de valor equivalente ao total da propina paga, de cerca de dezesseis milhões, já que não foi possível identificar o seu destino específico, eventualmente consumida para financiamento a eleições, conforme previsão expressa do do art. 91, §1º e §2º, do CP", disse Moro no despacho proferido nesta segunda (31).

"A constrição foi ordenada para garantir o ressarcimento dos danos provenientes do crime, tendo o MPF legitimidade concorrente ao da entidade pública especificamente lesada", acrescentou.

Além de transferir para uma conta judicial R$ 660 mil de Lula, Moro conseguiu congelar cerca de R$ 9 milhões em previdência.

"Comunicado pela Brasilprev Seguros e Previdência o bloqueio de R$ 7.190.963,75, em plano de previdência empresarial, e de R$ 1.848.331,34, em plano de previdência individual. Foi comunicado à Brasilprev que os valores devem permanecer bloqueados junto à própria empresa de previdência privada, sem movimentação ou resgate, até nova determinação judicial, o que só será feito após o trânsito em julgado."

O juiz ainda afirmou ao TRF-4 que a defesa de Lula ainda não pediu o desbloqueio de "verbas alimentares", mas sinalizou que "pode-se proceder à liberação delas mediante requerimento da parte."

Moro ainda disse que "constam declarados rendimentos provenientes de aposentadoria e ainda lucros e dividendos expressivos recebidos de pessoas jurídicas, verbas estas, em princípio, não afetadas pela ordem judicial" e que, por causa disse, não assiste à defesa razão no argumento de que o congelamento dos bens de Lula prejudica sua subsistência.

"De todo modo, informa-se que a pretensão de liberação dos valores sob esse fundamento, da necessidade para subsistência, não foi apresentada a este Juízo", acrescentou.

Ao final, o juiz ainda disse que só está cobrando de Lula os desvios que julgou terem acontecido no caso triplex porque os réus da OAS já sofreram bloqueios e sequestros em outras ações penais.

"Quanto à reclamação da Defesa de que outros condenados não sofreram as mesmas medidas, releva destacar que José Adelmário Pinheiro Filho e Agenor Franklin Magalhães Medeiros, condenados na mesma ação penal, já tinham tido o seu patrimônio submetido à constrição em decorrência de ações penais e medidas cautelares pretéritas (processos 5018487-08.2015.4.04.7000 e 5020769-19.2015.4.04.7000), sendo, portanto, desnecessárias novas. Aliás, rigorosamente, é praxe do MPF promover medidas assecuratórias envolvendo casos graves de corrupção e lavagem de dinheiro."


O assunto deverá ser analisado pelo desembargador João Pedro Gebran Neto, no TRF-4.

Rússia pede que comunidade internacional desista de 'planos destrutivos' contra Venezuela


Rússia pede que comunidade internacional desista de 'planos destrutivos' contra Venezuela

Redação* | São Paulo - 31/07/2017 - 13h16
Moscou afirma que é necessário 'criar as condições propícias, também externas', para que a Assembleia Constituinte possa apaziguar o país; EUA, Brasil, Argentina, Peru e UE são alguns que não reconhecem votação realizada ontem
   

   
A Rússia pediu nesta segunda-feira (31/07) que a comunidade internacional se contenha em seus planos "destrutivos" de pressionar a Venezuela após a votação da Assembleia Nacional Constituinte realizada ontem (30/07).
"Esperamos que aqueles membros da comunidade internacional que querem rejeitar os resultados das eleições venezuelanas e aumentar a pressão econômica sobre Caracas mostrem contenção e renunciem a estes planos destrutivos que podem aguçar a polarização da sociedade venezuelana", diz um comunicado do Ministério de Relações Exteriores russo.
A nota acrescenta que "agora é importante evitar uma nova espiral de violência e a sua transformação em novas formas de enfrentamento".
"É preciso criar as condições propícias, também externas, para que a Assembleia Constituinte possa assentar as bases de uma solução pacífica para as contradições que existem na sociedade venezuelana", ressalta a nota.


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Entre os governos que disseram que não reconhecerão a Constituinte venezuelana estão os de Estados Unidos, Brasil, Argentina, Peru e Espanha, além da União Europeia.
Moscou lamentou também que a oposição ao governo de Nicolás Maduro "tenha ignorado o convite a participar nas eleições" e "tenha tentado impedir sua realização provocando confrontos nos quais se produziram vítimas mortais".
A oposição venezuelana não reconheceu hoje o resultado da votação de domingo para a Assembleia Nacional Constituinte e questionou as cifras oficiais de participação que o CNE (Conselho Nacional Eleitoral) situa em um total de 8.089.230 pessoas.
A nova Assembleia Constituinte foi eleita para redigir uma nova Carta Magna, mudar o ordenamento jurídico e reformar as instituições da Venezuela.


*Com Agência Efe

Cuba denuncia 'operação' mundial contra Venezuela e repudia sanções a Maduro

Cuba denuncia 'operação' mundial contra Venezuela e repudia sanções a Maduro

Redação | São Paulo - 01/08/2017 - 08h24
Segundo governo da ilha, está em andamento uma "bem arquitetada operação internacional", dirigida pelos EUA e com apoio do secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA)
   

 

O governo de Cuba denunciou nesta segunda-feira (31/07) uma "operação internacional" contra a Venezuela, repudiou as sanções "insólitas" e "arbitrárias" impostas pelos Estados Unidos ao presidente Nicolás Maduro e reiterou sua "inquebrantável" solidariedade para com o povo e o Executivo do país sul-americano.
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Em uma declaração emitida nesta segunda, o Ministério de Relações Exteriores de Cuba acusa o governo dos EUA de impor ao presidente venezuelano sanções "insólitas, que violam o Direito Internacional e arbitrárias".

Segundo o governo da ilha, está em andamento uma "bem arquitetada operação internacional", dirigida pelos EUA e com apoio do secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, com o objetivo de "silenciar a voz do povo venezuelano, não reconhecer sua vontade" e "forçá-lo a se render através de ataques e sanções econômicas".

"Conhecemos bem todas essas práticas intervencionistas. Eles acreditam que assim conseguirão fazer com que o povo se submeta a uma oposição marionete, que eles mesmos financiaram e que agora promete fazer o país explodir", acrescentou o governo cubano na declaração.

Além disso, Havana opinou que "os que pretendem derrubar a Revolução Bolivariana e Chavista por vias inconstitucionais, violentas e golpistas, assumirão uma séria responsabilidade perante a história".

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Cuba enviou nota em solidariedade ao processo Constituinte venezuelano

O ministério cubano afirmou que, nas eleições para a Assembleia Nacional Constituinte deste domingo (31/07), o povo venezuelano demonstrou que "é dono pleno de seus direitos soberanos e que milita decisivamente ao lado da paz, em defesa da segurança popular, da independência e da livre determinação de sua Pátria".

Além disso, Havana assinalou que a Venezuela "compareceu às urnas como nunca antes em um processo constituinte" e que "a estratégia do imperialismo e das oligarquias, e de uma oposição que não titubeou para desatar as expressões mais brutais de crueldade, foi derrotada".

O governo venezuelano comemorou nesta segunda o triunfo obtido na eleição dos integrantes da Assembleia Nacional Constituinte e, segundo o Conselho Nacional Eleitoral, mais de 8 milhões de votantes compareceram às urnas.

A Venezuela é na atualidade o principal aliado político e econômico de Cuba, que recebe petróleo venezuelano a preços subsidiados em troca do envio de profissionais cubanos - principalmente médicos e professores - ao país sul-americano.

Maduro diz que sanções demonstram 'ódio' e 'impotência' de Trump

Maduro diz que sanções demonstram 'ódio' e 'impotência' de Trump


'Não obedeço ordens imperiais, ordens de governos estrangeiros, nem hoje nem nunca', disse o presidente venezuelano; EUA impôs sanções contra ele em resposta à eleição da Constituinte no domingo
Atualizada às 19:47
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, respondeu na noite desta segunda-feira (31/07) às sanções impostas contra ele pelo governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump. Segundo o líder chavista, as sanções são prova do “ódio” e da “impotência” do mandatário norte-americano, que as ordenou como resposta à eleição da Assembleia Nacional Constituinte, realizada no domingo (30/07).
"São algumas decisões que expressam sua impotência, seu desespero, seu ódio. Expressam o caráter do magnata que é o imperador dos EUA. Não obedeço a ordens imperiais de governos estrangeiros", disse Maduro em um discurso transmitido por rede nacional de televisão a partir da sede do CNE (Conselho Nacional Eleitoral).
O presidente venezuelano criticou mais uma vez os EUA por se comportarem de maneira imperial na América Latina e no Caribe, atacando os governos da região que não se dobram ao domínio do governo norte-americano. “Ele [Trump] dá ordens que devem ser obedecidas por seus súditos em suas terras imperiais na América Latina e no Caribe”, disse Maduro.
“Eu não obedeço ordens imperiais, não obedeço ordens de governos estrangeiros, nem hoje nem nunca”, afirmou. “Sancionem, imponham as sanções que queiram, mas o povo venezuelano decidiu ser livre e eu sou o presidente de um povo livre, soberano, orgulhoso, patriota, bolivariano e chavista”, enfatizou.
Prensa Presidencial

Nicolás Maduro durante discurso na sede do CNE ao lado da presidente do órgão, Tibisay Lucena, também sancionada pelos EUA

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EUA impõem sanções contra Maduro em resposta a Constituinte venezuelana

Cuba denuncia 'operação' mundial contra Venezuela e repudia sanções a Maduro

 
Desde meados de julho o governo Trump vinha ameaçando o governo Maduro com sanções em uma tentativa de pressionar o presidente venezuelano a suspender a eleição para a Constituinte. O ministro de Relações Exteriores da Venezuela, Samuel Moncada, já havia anunciado que Caracas iria fazer “uma revisão profunda” da relação com Washington.
O secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, afirmou nesta segunda-feira (31/07) em comunicado que “a eleição ilegítima de ontem [domingo] confirma que Maduro é um ditador que desconsidera a vontade do povo venezuelano”. “Ao sancionar Maduro, os EUA deixam clara nossa oposição às políticas deste regime e nosso apoio ao povo da Venezuela que busca devolver uma democracia plena e próspera a seu país”, acrescentou.
A sanção significa que todos os ativos de Maduro sujeitos à jurisdição dos EUA estão congelados e que todos os norte-americanos estão proibidos de fazer qualquer transação com o presidente venezuelano.
Com Maduro, chega a 29 o número de membros ou ex-membros do governo da Venezuela sancionados pelos EUA, em medidas iniciadas pela administração de Barack Obama em 2015. Além do presidente venezuelano, os presidentes da Síria, Bashar al Assad, da Coreia do Norte, Kim Jong-un, e do Zimbábue, Robert Mugabe, também estão sob sanção dos EUA.

DEPUTADO QUE VOTAR COM TEMER TAMBÉM É CORRUPTO

DEPUTADO QUE VOTAR COM TEMER TAMBÉM É CORRUPTO



Pesquisa do Ibope encomendada pelo site de petições online Avaaz aponta que 81% dos brasileiros desejam que Michel Temer investigado pela denúncia de corrupção passiva; 79% da população concordou com a afirmação: "Acho que a denúncia é correta e o deputado que votar contra a abertura do processo é cúmplice da corrupção"; pesquisa faz outro alerta para os deputados: para 73% do eleitorado, os parlamentares que votarem pela rejeição da denúncia não merecem ser reeleitos nas eleições de 2018

Uma pesquisa realizada pelo Ibope às vésperas da sessão da Câmara que irá decidir pela abertura ou não do processo por corrupção contra Michel temer aponta que 81% dos brasileiros desejam que o processo seja aberto e o peemedebista investigado.
Ainda pensando na abertura do processo no STF, foram apresentadas algumas frases para medir o grau de concordância dos entrevistados. Observa-se que, para a afirmação "Ficarei indignado se os deputados votarem contra a abertura do processo no STF", 70% concordam, 26% discordam e 4% não sabem ou não respondem.

Frente à afirmação "Acho que a denúncia é correta e o deputado que votar contra a abertura do processo é cúmplice da corrupção" nota-se que quase 8 em cada 10 entrevistados (79%) concordam com ela, 18% discordam e 3% não sabem ou não respondem.

A pesquisa, encomendada pela Avaaz aponta que 90% dos entrevistados com idades entre 16 e 24 anos querem a investigação e entre os que têm 55 anos ou mais, 70% também desejam a abertura do processo pela Câmara. Para 73%, os parlamentares que votarem pela rejeição da denúncia não merece ser reeleitos nas eleições de 2018.

"O que deu para perceber nessa pesquisa é que a população quer saber a verdade sobre Michel Temer. A estratégia dos deputados de dizer que, no dia 1º de janeiro de 2019, o presidente Temer vai poder responder como um cidadão comum na verdade coloca o Brasil em um suspense. Já imaginou chegar em 2019 e perceber que todas aquelas acusações de corrupção foram verdades?", ressaltou o representante da Avaaz, Diego Cassais, à Rádio CBN.


A pesquisa ouviu mil eleitores com 16 anos ou mais e foi realizada entre a segunda-feira e quarta-feira da semana passada. O levantamento possui margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos.

DEFESA DOS INVISÍVEIS TRABALHADORES ANÔNIMOS

Defesa dos invisíveis trabalhadores anônimos

Leonardo Boff*

Por mais ameaças que pesem sobre a Casa Comum, a Terra, atacada em todas as frentes pelo tipo de cultura que desenvolvemos nos últimos dois séculos, explorando ilimitadamente seus bens e serviços limitados, mais diretamente para a acumulação material de poucos – apesar disso tudo - ela continua generosamente nos ofertando beleza de frutos, flores, plantas, animais e vasta biodiversidade.

A mim impressiona as pequeninas flores vermelhas e amarelas de três vasos que pendem de uma das minhas janelas. Elas, ridentes, estão sorrindo para o universo. Isso me remete à frase do místico poeta alemão Angelus Silesius que diz: “a flor é sem porquê, ela floresce por florescer, não se preocupa se a olham ou não, ela simplesmente floresce, por florescer”.

Sabemos que somente 5% da vida é visível. O restante é invisível, composto de micro-organismos, bactérias, vírus e fungos. Já escrevi isso aqui e o repito nas palavras de um dos maiores biólogos vivos, Edward O. Wilson: "em um só grama de terra, ou seja, menos de um punhado, vivem cerca de 10 bilhões de bactérias, pertencentes a até 6 mil espécies diferentes" (A criação: como salvar a vida na Terra, 2008, p.26). Se assim é com apenas um punhado de chão, imaginemos os quintilhões de quintilhões de micro-organismos que habitam no subsolo de toda a Terra. Por isso tem razão James Lovelock e seu grupo ao afirmar que a Terra é um super-organismo vivo. Não no sentido de um imenso animal, mas de um sistema que se autorregula e que articula o físico, o químico e o ecológico de forma tão inteligente e sutil que sempre produz e reproduz vida. Chamou-a de Gaia, nome grego para designar a Terra viva.

Nada é supérfluo na natureza. Com certo sentido de humor escreveu o Papa Francisco em sua encíclica “Sobre o Cuidado da Casa Comum” referindo-se a São Francisco. Este pedia aos frades “que no convento, se deixasse sempre, numa parte do horto, um lugar para as ervas silvestres”, porque do jeito delas também louvam o seu Criador.

Devemos cuidar destes trabalhadores anônimos que garantem a fertilidade dos solos e são responsáveis pela inimaginável diversidade dos seres, dos frutos diferentes, da variedade de flores, da diversidade das plantas e também da existência dos seres humanos, em seus diferentes modos de ser o que são. Com os bilhões de litros de agrotóxicos (só no Brasil se lançam ao solo cerca de 760 bilhões de litros) os ameaçamos e matamos. A humanidade é a primeira espécie na história da vida que já tem 3,8 bilhões de anos, a se tornar uma força geofísica letal. Ela é o meteoro rasante, capaz de criar as condições, por sua falta de cuidado e pela máquina de morte que criou, de exterminar a vida visível e a nossa civilização. Há quem diga que com isso foi inaugurada uma nova era geológica, o antropoceno. Mas esses micro-organismos ficam indiferentes. Um naturalista Jacob Monod aventa a ideia de que, pelo fracasso de nossa espécie, um outro ser, capaz de suportar o espírito, irá surgir, quem sabe mais amante da vida. Consideremos estes fatos: os pequeninos organismos vivos e visíveis como as formigas totalizam cerca de 10 mil trilhões e pesam o equivalente ao peso de toda população humana de 7,5 bilhões de pessoas. Os insetos, aos bilhões, são responsáveis pela polinização das flores que, posteriormente, darão frutos.

Quem poderia imaginar que uma simples ervinha silvestre de Madagascar fornecesse alcaloides que curam a maioria dos casos de leucemia infantil aguda? Ou que um obscuro fungo da Noruega fornecesse uma substância que permite realizar o transplante de órgãos? Mais surpreendente ainda: a partir da saliva de sanguessugas foi desenvolvido um solvente que evita a coagulação do sangue em cirurgias?

Como se depreende, todos os seres possuem primeiramente um valor em si mesmos, pelo simples fato de terem surgido ao longo dos milhões de anos de evolução e em seguida poderem ser generosamente úteis para o seu irmão ou irmã, o ser humano? As espécies ditas “daninhas” mas que, na realidade, são silvestres, enriquecem o solo, limpam as águas, polinizam a maioria das plantas com flores. Sem eles a nossa vida estaria sujeita a doenças e seria mais breve. Essa legião de micro-organismos e minúsculos invertebrados, especialmente os vermes nematoides que constituem quatro quintos de todos os seres vivos da Terra, como nos afirmam os biólogos, não estão à toa e sem cumprir a sua função no processo cosmogênico. Nós precisamos deles para sobreviver. Eles não precisam de nós.

São Francisco pisava de mansinho sobre o solo com medo de matar algum bichinho. Nós andamos atropelando, sem consciência de que, escondidos no subsolo, estão membros da comunidade de vida.

* Leonardo Boff é colunista do JB online e escritor