quarta-feira, 27 de setembro de 2017

O Brasil não se constrói; ao Brasil, vende-se

O Brasil não se constrói; ao Brasil, vende-se

O Brasil está, reconhecidamente, numa situação de gargalo na geração de energia elétrica.
Escrevi, outro dia, aqui, como este ano está se sustentando, mal e mal, por conta dos projetos de geração eólica, que permitem garrotear os vertedores das hidrelétricas ao mínimo necessário e, assim, reter a água escassa.
O que faz o país? Licita a construção de novos sistemas, para aumentar o potencial de geração hídrica?
Não, claro.
Vende as que já existem, que agora passam a ser administradas por uma simples relação de lucros: é óbvio que quanto mais se abrirem as comportas, mais energia se gera e mais dinheiro se ganha,  sem contar, claro, a pressão por aumento de tarifa. Porque é a geração onde se ganha produzindo, na transmissão e na distribuição apenas se repõe, como maior ou menor ganho, o gasto para levar o produto ao consumidor.
No caso das usinas da Cemig, privatizadas hoje, o prejuízo vai além. O lucro previsto para o período de outorga é de R$ 40 bilhões. Como os bônus de outorga somaram R$ 12 bilhões, não é nada complexo ver que estamos, pela necessidade de caixa, “vendendo” por 30% do preço uma renda assegurada.
No outro leilão realizado hoje, o de áreas petrolíferas, igual não vendemos o direito de pesquisar a existência de óleo, com o risco – aliás, cada vez menor, graças á tecnologia – de encontrá-lo ou não em quantidades comerciais. Vendemos petróleo garantido e provado e o resultado só não é pior porque a expertise e o conhecimento da Petrobras faz dela um sócio lucrativo para todas as multinacionais, inclusive a gigante Exxon Mobil, grande vencedora da disputa.
A lesão, aí, mais do que a participação societária, é o que se perde com o fim da cadeia produtiva gerada pelo petróleo, provocada pela minguante exigência de conteúdo nacional. O argumento de que é mais caro produzir aqui os equipamentos necessários à prospecção e exploração, o que é verdade.
Nenhuma indústria se forma e ganha competitividade sem antes ganhar escala.
O  raciocínio rastaquera de investidores de balancete jamais alcançará isso, é claro.
O Brasil é um overnight para falar a linguagem econômica da minha geração, formada no ambiente da especulação.

DENUNCIADO POR CORRUPÇÃO RELATOR DA CPI CONTRA A CORRUPÇÃO



 DENUNCIADO POR CORRUPÇÃO
RELATOR DA CPI CONTRA A CORRUPÇÃO



O deputado federal Carlos Marun (PMDB-MS), relator da CPI mista da JBS e defensor de primeira hora de Michel Temer, está sendo processado por improbidade administrativa quando era presidente da Agência de Habitação Popular de Mato Grosso do Sul (AGEHAB).

Em denúncia do Ministério Público Estadual, aceita pela Justiça, Marun é acusado, com outros 13 réus, por causar lesão ao erário em valores estimados em R$ 16,6 milhões.

“Estou me defendendo, e tenho certeza de que o processo resultará na minha absolvição”, disse o deputado. Nesta quarta-feira, 20, mesmo dia em que o Estado falou com seus advogados, Marun informou à CPI que a ação estava em andamento.

O processo tramita, desde junho de 2013, na 1.ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos da Justiça de Mato Grosso do Sul. Está com o juiz Alexandre Antunes da Silva, em fase de recebimento da contestação dos réus – Carlos Eduardo Xavier Marun, AGEHAB, a empresa Dighito Brasil, e outros 11 denunciados.

A defesa de Marun foi entregue em 6 de março. Seus advogados, do escritório Paulo Tadeu Haendchen, refutam as acusações e pedem a total improcedência da ação. Os demais réus também, por seus respectivos advogados.

Marun se notabilizou, na Câmara dos Deputados, como integrante da tropa de choque do deputado Eduardo Cunha, preso e condenado na Operação Lava-Jato. Gaúcho de nascimento, fez carreira política no PMDB de Mato Grosso do Sul. Foi vereador (2005-2007) e deputado estadual (2007-2014). Licenciou-se para ser secretário de Habitação e Cidades e presidente da Agência de Habitação Popular, a convite do governador peemedebista André Pucinelli (2007-2014).



Desembargador do TR4 diz que o Judiciário vai pagar caro por esse momento de atração pelos holofotes


Acessem:



https://www.youtube.com/watch?time_continue=82&v=7INTynWNyVQ

Visões opostas

Comparem as desinformações, as deformações intencionais, os preconceitos, as acusações sem nenhum fundamento, as calúnias,a falta de sensibilidade social da entrevista do deputado Jair Bolsonaro, repito, comparem com o conteúdo humano e a dedicação dos médicos cubanos do programa Mais Médicos. Tirem suas conclusões.

Entrevista com Bolsonaro:    https://www.youtube.com/watch?v=ZOv7oITRYm8




Vídeo do Mais Médicos:    https://www.youtube.com/watch?time_continue=45&v=E4-LqCpZIRs

A CORRUPÇÃO E A FALTA DE DEBATE SOBRE O BRASIL QUE QUEREMOS

A corrupção e a falta de debate sobre o Brasil que queremos



Roberto Amaral*


Enquanto priorizam-se os escândalos, deixamos de lado as questões centrais para o País, como a concentração de renda e o desemprego.

A denúncia de corrupção, sistêmica e endêmica, tem sido uma constante da História republicana, bem mais presente que o debate sobre os destinos do país, e muitas vezes repercutindo na vida político-institucional.

Assim, a discussão sobre o ‘Projeto Brasil’, sobre que país queremos, é secundarizada, os graves problemas estruturais, econômicos e sociais jogados para debaixo do tapete, ignoradas as questões estratégicas.

Por que as duas ordens de preocupações não são enfrentadas simultaneamente?

O fato objetivo é que, enquanto a prioridade é a magnificação dos escândalos, construindo vítimas, algozes e heróis, ficam de lado as questões centrais do país, aquelas que dizem respeito ao nosso dia-dia e ao futuro, como a recessão, o desemprego e a concentração de renda, e todas as sequelas do subdesenvolvimento do qual não conseguimos nos apartar.

Mesmo a crise das instituições, a crise da magistratura e a crise do Ministério Público, a crise de legitimidade e representatividade dos Poderes, desnudadas com a chamada ‘Operação Lava-Jato’, cedem lugar ao espetáculo da fogueira de vaidades que aos poucos desmoraliza julgados e julgadores, investigadores e investigados, delatados e delatores, promotores e juízes, todos envolvidos numa só mixórdia.

Dessa pobreza não se livrou, sequer, o Supremo Tribunal Federal, e dela não se livrará enquanto seu padrão, técnico e ético, for pautado pelo inefável ministro Gilmar Mendes, advogado de interesses notórios atuando com a toga de juiz.

A espetacularização da Justiça, de uma Justiça politizada e partidarizada, a transformação de juízes e procuradores e delegados em pop-stars que passam a disputar espaços na mídia, vem ensejando o desrespeito crescente aos ritos processuais.

Em nome de preservar o direito, ameaçado pelos poderosos, a nova ordem jurídica viola o Direito, repetindo a ditadura, que, a pretexto de preservar da Constituição e da democracia, rasgou a Carta Magna e extinguiu a democracia.

A corrupção, cuja presença nociva ninguém nega, como ninguém nega a necessidade de reduzi-la à menor proporção possível, mas que não encerra os mais graves problemas brasileiros, é transformada em instrumento político que tende à alienação das massas, enganadas, quando se lhes promete salvar o Brasil tão só erradicando a roubalheira. O golpe de 1964, como sabemos, prometia ‘prender os corruptos’ e terminou por gestar uma série de Malufs.

Antes, o populismo de Jânio Quadros prometeu ‘varrer a bandalheira’, e mais recentemente Collor de Mello anunciou a prisão dos ‘marajás’. Sabemos como terminaram seus governos.

Essa alienação, dirigida, desviando a atenção das questões cruciais da vida nacional, por força do papel dos meios de comunicação de massa e a anomia da universidade, é, porém, o tema que, encantando a mídia, mobiliza a classe-média urbana.

A História registra o risco desse mote, destruindo os valores da política, desmoralizando os instrumentos da democracia representativa, desmoralizando os governos e convencendo a população, e suas lideranças, ‘de que o país está à deriva’, como por várias vezes já registrou o Comandante do Exército, e suas declarações devem ser lidas com muito cuidado depois das ameaças, claras, de seu comandado general Mourão.

Quando se coloca o país em face de um impasse e não se indica a alternativa, que sempre há, se está aprofundando a crise, real, e suscitando saídas ‘heterodoxas’ sempre pleiteadas pelas forças reacionárias, as quais, brandindo loas à democracia, na verdade pleiteiam a emergência de governos autoritários.

Nesses momentos, e vivemos presentemente um deles, as ‘vivandeiras’, como denunciou o próprio ditador Castello Branco, rondam os quartéis em romarias, na expectativa de resolver pela ‘imposição’ militar o que não logram mediante a consulta popular.

A corrupção, sob combate seletivo é apenas aquela que depende dos meandros do poder público, sugerindo, à sociedade, que se trata de fenômeno que envolve apenas políticos e funcionários públicos, mesmo agora quando se flagram grandes empresários envolvidos, como agentes ativos, no processo de corrupção que nos assola desde sempre.

A criminosa sonegação de impostos é tratada como simples instrumento de defesa do capital ante ‘a voracidade fiscal do Estado’, e assim absolvida pelos valores do capitalismo.

Esta é, certamente, a raiz explicativa da ausência de qualificação do combate à corrupção, tratada como fenômeno em si, autônomo, causa e efeito em si mesmo.

Não se discutem suas causas, e o embate limita-se ao registro de suas consequências mais vistosas, aquelas que alimentam as manchetes, vendem jornais, garantem audiência.

A manipulação ideológica tem objetivo claro, e se funda em argumento simples: se a corrupção é algo inerente e inafastável da política, a única alternativa é a cassação da política. Esse projeto é semente fértil em terreno adubado pela desmoralização moral e política do Poder Legislativo, o descrédito do Judiciário e a ilegitimidade do governo federal.

Desde os primeiros anos da República, conduzidos pelo debate promovido pelos meios de comunicação, setores militares assumiram como seu dever a moralização dos costumes políticos.
Nos anos 1960, o marechal Juarez Távora, figura proeminente do ‘tenentismo’ e ex-candidato à Presidência da República, percorreu o país comandando o ‘rearmamento moral’, movimento internacional nascido entre militantes protestantes dos EUA, que se diziam chamados por Deus a realizar a ‘ressurreição moral dos povos’.

Essa temática tornou-se muito cara a partir do ‘Tenentismo’, que, vindo à tona em 1922 com o ‘Levante do Forte de Copacabana’, chegaria, vivo em seus fundamentos, até o golpe de 1º de abril de 1964, cujo programa se resumia a cassar os comunistas e pôr os corruptos na cadeia.

Antes de 1964, o projeto messiânico de salvação nacional mediante o combate à corrupção (a que eram reduzidos todos os problemas nacionais) seria a justificativa das rebeliões de 1924 (revolta de São Paulo), 1925 (Coluna Prestes) e 1930 (‘revolução’ liderada por Getúlio Vargas), os golpes de Estado de 1954 (deposição de Vargas, acusado de corrupção), 1955 (tentativa de impedir a posse de Juscelino Kubitscheck), 1961 (tentativa de impedir a posse de João Goulart, herdeiro politico de Vargas, e imposição do Parlamentarismo).

Todos esses movimentos, mais reativos do que propositivos, estavam voltados messianicamente à ‘salvação moral’ do país. Só a higidez moral e o patriotismo dos militares poderia salvar o país, dizia-se, e por isso sua intervenção na vida civil foi ora solicitada por setores da sociedade, ora estimulada por forças políticas e empresariais, sem escada para alçar-se ao poder.

Ao discurso moralista do tenentismo, ainda hoje majoritário nas Forças Armadas, associou-se, com a Guerra Fria, um novo personagem à cena política, mobilizando de fora para dentro os militares: o anticomunismo. A tarefa dos conservadores é facilitada pela memória do desastre de 1935.

O anticomunismo caboclo passa a identificar como tal qualquer política popular, qualquer discurso desenvolvimentista, qualquer ensaio nacionalista, qualquer pleito de desenvolvimento autônomo, qualquer ensaio estatizante. Ora, essas seriam as bandeiras das forças populares e trabalhistas na ‘República de 46’ (1946-1964).

O varguismo torna-se o inimigo número um, seu enfrentamento reúne todas as forças conservadoras e termina conquistando as Forças Armadas, o que explica as deposições de Getúlio Vargas e de João Goulart (1964).

Era o encontro catalizador do moralismo com o anticomunismo que será o leitmotiv da preeminência da força militar sobre o poder civil.

O que indicava, para os militares e para os civis associados, a presença dos comunistas no governo Jango, era o pleito das ‘Reformas de base’, um conjunto de propostas que timidamente propunham o fortalecimento do capitalismo: reforma agrária, extensão da legislação social ao campo, distribuição de renda, reforma do ensino, alfabetização, política habitacional etc.

Por ironia, muitas destas políticas seriam adotadas, ainda que com óbvia variação de viés, pelo regime anticomunista dos militares, nacionalista após Castello Branco, estatizante a partir de Costa e Silva e operador de uma política externa independente a partir, principalmente, de Ernesto Geisel.

O lulismo, contra quem se assentam todas as baterias, atacado por todas as vias como ‘promotor e cúmplice da corrupção’, tem, independentemente de seus gostos, suas raízes ideológicas no trabalhismo varguista e no nacionalismo, no compromisso com o desenvolvimento, na defesa dos salários dos trabalhadores e no exercício de uma política externa independente.

Eis como se explica sua eleição como o ‘inimigo publico número 1’ do establishment , e, por isso, a decisão da Casa Grande de extirpá-lo, seja por que meio for, já que fica cada vez mais claro que, pelo voto, não pode ser derrotado.


* Jornalista, cientista social e ex-ministro de Ciência e Tecnologia

Fonte: blog do Roberto Amaral

O FIM DO BNDES E O GRANDE GOLPE DO BRASIL QUEBRADO

O fim do BNDES e o grande golpe do Brasil quebrado



Nos últimos anos, e mais especialmente a partir de 2013, o Brasil tem se transformado, cada vez mais, no país de pequenos e grandes golpes, canalhas, sucessivos e mendazes. Golpes na economia, golpes na soberania e na estratégia nacional, golpes contra a democracia, que culminaram no grande golpe jurídico-midiático-parlamentar de 2016.
Mauro Santayana

Mas, sobretudo, golpes contra verdade, a consciência popular, a própria realidade e a opinião pública. Com a criação e disseminação de mentiras, fakes e falsos paradigmas apoiados mutuamente na fabricação do consentimento para a desconstrução de um sistema político que, com todos os seus defeitos – aliás, como toda democracia – funcionava com um mínimo de governabilidade, de estabilidade institucional e de equilíbrio entre os poderes da República.

Golpes voltados para sabotagem e destruição de um programa nacionalista e desenvolvimentista que levou o Brasil da 14ª para a sexta economia do mundo, em 9 anos, a partir de 2003, apoiado no retorno à construção de plataformas de petróleo, hidrelétricas de grande porte, ferrovias, refinarias, tanques, submarinos, navios, rifles de assalto, caças, cargueiros aéreos militares, multiplicando o crédito, dobrando a produção agrícola, triplicando a produção de automóveis.

Da imensa usina de contrainformação fascista, montada principalmente, a partir de 2013, saíram – e continuam a sair – milhares de calúnias, seguindo uma estratégia não escrita que usa pequenas “notícias” cotidianas. A maior parte delas surreal, disseminada pela má fé, o ódio e a hipocrisia, realimenta permanentemente, sobretudo nas redes sociais, grandes correntes e paradigmas midiáticos que adquiriram o ar de certeza para a parcela mais ideologicamente imbecil, quanto mais apaixonadamente ignorante, da população brasileira.

Uma das principais pós-verdades vendidas para esse público, hoje já transformada em discurso e adotado como bandeira e muleta pelo atual governo e boa parte da mídia, é de que o Brasil estaria totalmente inviabilizado economicamente e, logo, necessitado de passar por um urgente programa de “reformas” – com venda de ativos públicos e privados para “sair do buraco”.

Ora, quebrados, ou quase isso, estávamos no último ano de governo do senhor Fernando Henrique Cardoso. Em 2002, depois de um nefasto e maior programa de “reformas” e de “privatizações” (na verdade, de desnacionalização) da economia brasileira em 500 anos, encerramos o ano com um PIB nominal e uma renda per capita em dólares, segundo o Banco Mundial, menor do que de oito anos antes, no final do governo Itamar Franco. E uma dívida com o FMI de US$ 40 bilhões.

Hoje o Brasil tem R$ 380 bilhões de dólares – mais de R$ 1 trilhão – em reservas internacionais e é ainda, com toda a crise, a nona economia do mundo. Entre as 10 principais economias do planeta, grupo em que nos incluímos depois de 2002, pelos menos sete países – Estados Unidos, Japão, Reino Unido, França, Itália, Canadá – têm dívida pública em relação ao PIB maior do que a nossa.

O salário mínimo e a renda per capita são maiores, em dólares, agora, do que no final de 2002, e as dívidas bruta, externa e líquida são menores do que eram quando Fernando Henrique deixou o poder.

208 milhões de idiotas

Mas a mídia, os ministros, os “especialistas” e “analistas” do “mercado” insistem em afirmar a todo o momento exatamente o contrário. Que estamos redondamente quebrados e que a dívida nacional explodiu por terem, talvez, na verdade, a mais descarada certeza de que conseguiram nos transformar impunemente, nos últimos quatro anos, a todos os brasileiros em uma populosa nação de 208 milhões de idiotas.

Afinal, há muita diferença entre dificuldades fiscais momentâneas, causadas entre outras coisas, por um programa de desoneração fiscal equivocado, mas que deixou um déficit muito menor do que o de hoje – agravado por volumosos aumentos de salários para o Judiciário e o Ministério Público aprovados depois que Temer chegou ao poder – e os dados macroeconômicos de um Brasil que já emprestou dinheiro ao FMI e ocupa o posto de quarto maior credor individual dos Estados Unidos. (Basta pesquisar na página oficial do Tesouro norte-americano procurando a expressão mayor treasuries holders no Google.)

A razão pela qual o governo e o sistema de contrainformação fascista, na internet principalmente, não alardeiam para a maioria da população o excelente nível de reservas internacionais é óbvia. Essa informação contradiz o mito de que Lula, Dilma e os governos do PT quebraram o Brasil, a ponto de deixar o país de chapéu na mão.

E anula, praticamente, a justificativa que está por trás de um programa apressado, antidemocrático – porque a sociedade não está sendo ouvida – e antipatriótico de privatizações que está entregando o Brasil a toque de caixa e preço de banana podre aos estrangeiros. Como ocorreu, por exemplo, com a venda da maior refinaria de resina PET da América Latina, recém-inaugurada pela Petrobras (na qual foram investidos R$ 9 bilhões) por apenas R$ 1,3 bilhão para capitais mexicanos, no final do ano passado, provocando um prejuízo, apenas nesse caso, três vezes superior àquele que teoricamente teria sido gerado por Dilma no caso Pasadena, se ela já não tivesse, a bem da verdade, sido isentada pelo TCU dessas acusações.

Ou da entrega – por meio de um discurso entreguista tão hipócrita quanto calhorda – de reservas de petróleo do pré-sal para empresas 100% estatais de outros países como Noruega e China, enquanto, para consumo interno, defende-se a “desestatização” da Eletrobras e a própria Petrobras, com a alegação de que o capital privado seria mais honesto e competente.

Tudo isso em um país em que, paradoxalmente, com base em uma campanha jurídica eivada de primeiras, segundas e terceiras intenções políticas, se acaba de destruir cinicamente – e em alguns casos, desnacionalizar – a base do capital privado nacional e da megaengenharia brasileiras, por serem consideradas, as duas, fontes de corrupção e muito dependentes do governo.

BNDES poderoso e eficiente

São essas mesmas razões – a mentira e a manipulação e a necessidade de sustentar o mito de que o PT quebrou o país – que fazem com que o governo e a mídia deixem de mencionar, ou tentem esconder da maior parte da população, que Temer e Meirelles herdaram dos governos Dilma e Lula, quando assumiram o poder depois do golpe de 2016, um BNDES muito poderoso e eficiente, com centenas de bilhões de reais em caixa.

Recursos que eles estão raspando dos cofres do nosso maior banco de fomento, enviando-os “antecipadamente” para o Tesouro, com a desculpa de estar diminuindo a dívida pública, quando ela é menor hoje do que em 2002 e esse dinheiro fará quase ou nenhuma diferença em percentual de dívida com relação ao PIB, ao fim desse estúpido e gigantesco austericídio.

Não é preciso lembrar ao ministro da Fazenda – que recebeu mais de R$ 200 milhões em “consultoria” no exterior nos últimos três anos – que o BNDES foi criado, em 1952, no segundo governo Vargas, para promover o desenvolvimento econômico e social do país, e não para gerar recursos para o pagamento de uma dívida pública que ainda se encontra em uma classificação mediana do ponto de vista internacional.

Como não é preciso recordar que bancos precisam de dinheiro para funcionar, retirar deles recursos, nesse caso, capitais públicos, equivale a fechar as suas portas. Tampouco é preciso lembrar que, assim como no caso da justificativa imbecil da queda de Dilma por “pedaladas” fiscais, o dinheiro que está no BNDES, ou no Tesouro, pertencem ao mesmo dono – o povo brasileiro –, que o que importa não é ficar fingindo que se tratam de coisas diferentes, mas, no frigir dos ovos, gerir esses recursos, economizados nos últimos anos, em benefício de todos os cidadãos e não de firulas contábeis para se posar de bons moços para o “mercado”.

Isso tudo em um momento em que o país, com mais de 14 milhões de desempregados, padece com centenas de bilhões de dólares em projetos importantíssimos – muitos deles estratégicos – paralisados irresponsavelmente por decisão da Justiça nos últimos três anos. E precisa desesperadamente recuperar suas maiores empresas, e de mais infraestrutura e vagas de trabalho.

A intenção de acabar, na prática, com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, estrangulando-o enquanto principal instrumento estratégico para a competitividade brasileira, não atende apenas aos interesses de nossos concorrentes externos.

Faz parte da mesma estratégia de enfraquecer também o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal para justificar privatizações, ou, no mínimo, “equilibrar” o “mercado”, favorecendo bancos privados nacionais e estrangeiros no sistema financeiro nacional.

Não por acaso, o ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco acaba de declarar, em seminário em Belo Horizonte, que o Banco do Brasil está pronto para privatização. Franco presidiu o Banco Central no primeiro mandato de FCH, entre 1997 e 1999, era das grandes privatizações. Não é também por coincidência que contratos do Minha Casa Minha Vida têm sido sistematicamente atrasados pela Caixa. Anunciou-se nesta semana que o financiamento de imóveis usados na Caixa agora só chegará, no máximo, a 50% do valor do bem a ser adquirido.


A classe “média”, principalmente, aquela parcela que se assume como vanguarda do fascismo nas redes sociais, ou está engolindo a seco, ou deve mesmo estar satisfeita com essas notícias, e também com outras novidades desse “novo” Brasil, ordeiro e progressista, como a volta dos frequentes, quase semanais, aumentos do preço dos combustíveis da Petrobras para as distribuidoras, rapidamente repassados pelos postos, tão comuns na última década do século passado. 

Fonte: RBA

AÉCIO SAI DO GOLPE PARA O LIXO DA HISTÓRIA

AÉCIO SAI DO GOLPE PARA O LIXO DA HISTÓRIA



Depois de liderar o golpe parlamentar de 2016, que destruiu a economia e a imagem do Brasil no mundo, o senador Aécio Neves foi humilhado nesta terça-feira 26.

Embora não tenha sido preso pelo Supremo Tribunal Federal, ele, herdeiro político de Tancredo Neves, foi afastado do parlamento. Aécio foi denunciado pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot por corrupção passiva e obstrução de Justiça, com base nas delações premiadas de executivos da JBF.

A decisão da 1ª Turma foi tomada por três votos a dois. Concordaram com o afastamento os ministros Roberto Barroso, Rosa Weber e Luiz Fux e foram contrários Alexandre de Moraes e Marco Aurélio Mello, relator da ação.

A corte determinou que Aécio não poderá se ausentar de casa à noite, deverá entregar seu passaporte e ainda não poderá se comunicar com outros investigados do caso, como a sua irmã Andrea Neves.

O tucano foi inicialmente afastado das suas funções no dia 18 de maio, por decisão do ministro Edson Fachin. No dia 30 de junho, o ministro Marco Aurélio Mello havia determinado seu retorno ao Senado, decisão essa revogada nesta terça.


Um final humilhante para um político que dizia ter perdido a disputa presidencial para uma "organização criminosa", mas acabou envolvido num esquema de propinas da JBS.

Fonte: Brasil247

Os espertalhões, os golpistas, os corruptos se apoiam mutuamente

É uma figura que tenho o maior respeito', diz Doria sobre Aécio

 Folhapress seg, 25 de set 22:25 BRT 

Para juristas, carta redigida de Palocci desacompanhada de provas não tem valor jurídico

Para juristas, carta redigida de Palocci desacompanhada de provas não tem valor jurídico

 Yahoo Notícias 3 horas atrás 

Alckmin sucateia metrô para justificar privatização, diz líder do PT

Alckmin sucateia metrô para justificar privatização, diz líder do PT

por Beatriz Drague Ramos — publicado 27/09/2017 16h28, última modificação 27/09/2017 16h33
Tribunal de Contas do Estado suspendeu o leilão das linhas 5 e 17 do metrô paulistano
Gilberto Marques/A2img
Geraldo Alckmin
Alckmin em entrega de estação de metrô, no início de setembro. Obras atrasam sistematicamente nas gestões do PSDB
Após a tentativa do governo do estado de São Paulo de privatizar as linhas 5-Lilás e 17-Ouro do Metrô paulistano, o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) suspendeu o leilão agendado para a quinta-feira 28.
A decisão do conselheiro Antônio Roque Citadini responde a uma representação expedida pelo deputado estadual Alencar Santana (PT-SP), que aponta prejuízos da privatização das linhas para a população de São Paulo, além de irregularidades no processo de leilão.
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O conselheiro deu prazo de 48 horas para a Secretaria dos Transportes Metropolitanos apresentar justificativas para a concessão. É a segunda vez que o TCE barra o processo de concessão das duas linhas, a primeira foi em julho, a pedido das empresas.
Segundo o documento apresentado pelo líder do PT na Assembleia Legislativa, a privatização acarretaria em graves prejuízos aos cofres públicos, na medida em que os investimentos estatais contabilizados até agosto de 2017 chegariam a um montante de 22 bilhões de reais.
“O que Geraldo Alckmin quer fazer com o Metrô de São Paulo é crime. Gastou 22 bilhões de reais, e quer dar um lucro de mais de 10 bilhões (às empresas) e vender (as linhas) por menos de 300 milhões. Por que Alckmin quer abrir mão do dinheiro, quando aumenta tarifa por falta de verbas? As linhas geram lucro, então devem permanecer com o estado”, diz o deputado. 
 Alencar afirma que o governo quer se livrar do metrô. “O estado sucateia as linhas de metrô propositadamente para justificar a entrega para a iniciativa privada”. Procurada pela reportagem de CartaCapital, a Secretaria de Transportes Metropolitanos informou apenas que "prestará todos os esclarecimentos necessários ao tribunal dentro do prazo estipulado".
Para o deputado petista, a conta não fecha. Isso porque o valor mínimo estipulado para a outorga fixa representa menos de 2% do valor gasto pelo estado, ou seja, o valor mínimo leiloado representaria uma porcentagem irrisória quando comparado ao valor já gasto pelo próprio estado.
Além dos aspectos mencionados, Santana denuncia ainda a ausência de justificativas que comprovem a conveniência da concessão, bem como de reunião de duas linhas distintas em uma única concessão. O petista ressalta, ainda, as restrições de competição entre empresas, como, por exemplo, as exigências de qualificação econômico-financeiras não admitidas pela Lei de Licitações e a habilitação técnica da empresa declarante. Segundo essa representação, a medida é igualmente ilegal.
O capital social necessário para a participação da empresa no leilão seria de apenas 27 milhões de reais, ou com 30% a mais em caso de consórcio. A garantia do contrato é de pouco mais de 55 milhões, o que corresponde a 10% de receita tarifária mensal de todo o Sistema do Metrô paulista.
O deputado também critica a obrigação de indenização para as empresas em caso de atraso nas obras. Para ele, a medida é "irracional", uma vez que o atraso é recorrente nesse tipo de obra em São Paulo. Outro problema está na redução (de 2% para 1% ao mês) da taxa de fiscalização a ser paga pela concessionária sobre o faturamento bruto da operação das linhas.
Obras inacabadas
Obras linha 5
As obras da linha 5 – Lilás do metrô foram iniciadas ainda nos anos 1990 (Foto: Diogo Moreira/A2 FOTOGRAFIA)
Em 6 de setembro, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) entregou as estações Alto da Boa Vista, Borba Gato e Brooklin, da linha 5- Lilás do metrô. As estações estão, no entanto, incompletas e apresentam falhas, um potencial fator de risco para a população, segundo o Sindicato dos Metroviários. Inicialmente, a entrega da linha completa estava prevista para 2014. Três anos depois, apenas sete das 17 estações funcionam e outras três operam parcialmente.
Estima-se que, quando completa, a linha transportará 800 mil passageiros por dia. As obras da linha Lilás foram iniciadas em 1990, ainda na gestão Mario Covas (PSDB), e o trecho inicial foi entregue em 2002.
A obra do monotrilho da linha 17-Ouro é uma novela. Esta linha deveria ter 17,7 quilômetros de extensão, com 18 estações entre o Aeroporto de Congonhas e o bairro do Morumbi. Alckmin prometeu entregar parte da obra para Copa do Mundo de 2014. Agora a previsão é que tudo fique pronto apenas em 2019. Em 2015, uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) constatou que a licitação inicial foi realizada pelo governo tucano sem projeto básico nem orçamento, o que contraria a legislação. Além da demora no atendimento à população, o resultado final pode pesar ainda mais: em 2015, o orçamento encareceu 41%, somando mais 5,5 bilhões de reais.
Cartéis e corrupção
O deputado relembra as irregularidades cometidas na gestão Alckmin durante o período de obras e a formação de cartéis na linha 5 - Lilás do metrô paulistano. Segundo ele, “as obras da linha 5 começaram com maracutaias no processo de licitação, de contratação e de obras, o governo tocou as obras com empresas envolvidas na Operação Lava Jato”.
Após afirmações da Construtora Camargo Corrêa de superfaturamento e formação de cartel com as empresas Odebrecht, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão e OAS, na linha 5 - Lilás do metrô, foram iniciadas investigações no Ministério Público sobre supostas irregularidades cometidas em 2009, em que o consórcio Galvão/Serveng ganhou o processo de licitação.
Em novembro de 2011, uma liminar afastou Sérgio Avelleda da presidência do Metrô e suspendeu os contratos de licitação. O caso segue na Justiça.
Fonte: Carta Capital