quarta-feira, 26 de junho de 2019

Mariana Lacerda: O soco inglês de Carlos Alberto Brilhante Ustra

Mariana Lacerda: O soco inglês de Carlos Alberto Brilhante Ustra
Foto Wikipedia
DENÚNCIAS

Mariana Lacerda: O soco inglês de Carlos Alberto Brilhante Ustra


26/06/2019 - 22h18
O soco inglês de Carlos Alberto Brilhante Ustra
por Mariana Lacerda
Em 1967, o Banco do Estado realizou o primeiro concurso público que permitia a participação de mulheres.
Entre as aprovadas no concurso, estava a jovem Lúcia Skromov, com 21 anos de idade.
As mulheres tiveram pela primeira vez permissão para ingressar em um concurso público para trabalhar no banco, mas isso não queria dizer que seus direitos estavam equiparados aos dos homens.
Lúcia relata que recebia um salário menor que o de seus colegas do sexo masculino, ainda que tivessem o mesmo cargo.
Isso gerou revolta entre as trabalhadoras, que passaram a ser cada vez mais presentes dentro do Sindicato dos Bancários.
Nesse período, a ditadura militar estava instalada no país e qualquer tipo de reivindicação era vigiada.
Agora com mais idade, Lúcia contava a sua história sentada na poltrona da sala de sua casa que era silenciosa e tranquila, com janelas bonitas e arejada.
Enquanto expunha a realidade dura que viveu, a senhora de 73 anos não estremeceu nem por um segundo, descascou uma manga e comeu tranquilamente enquanto conversávamos sobre como ela conheceu Coronel Ustra, líder torturador do regime militar.
Um ano após começar a trabalhar no Banco do Estado, Lúcia foi presa pela primeira vez em uma passeata e levada ao DOPS (Departamento de Ordem Política e Social), um dos principais órgãos repressores do governo, responsável por vigiar e espionar qualquer tipo de organização popular.
Lá teve sua primeira experiência com a violência e a repressão do governo dos anos de chumbo, que estava apenas começando.
Em 1969, Emílio Garrastazu Médici assume a presidência.
Lúcia relata que esse foi um período de transição de uma ditadura tímida pra uma ditadura policial.
Mesmo com o endurecimento da repressão, a bancária não deixou suas atividades com o sindicato.
Alguns anos depois, em 1973, Lúcia teve o desprazer de conhecer as instalações do DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informação — Centro de Operações de Defesa Interna), mais um órgão repressor gerido pelo exército, este em especial era visto com mais prestígio, talvez por ter sua atuação pautada em táticas de guerra com a finalidade de aniquilar ‘’inimigos’’.
Esses inimigos poderiam ser qualquer cidadão que se articulasse ou participasse de organizações de caráter social.
Ao chegar no DOI-CODI, Lúcia foi recebida por Aparecido Laertes Calandra, conhecido como Capitão Ubirajara, outro nome que ficou bastante conhecido por sua atuação de torturador durante a ditadura militar.
Um homem se aproximou e acariciou sua face suavemente.
Logo em seguida, o mesmo desferiu um golpe contra o seu rosto.
Este era Carlos Alberto Brilhante Ustra, militar homenageado pelo atual presidente da república, Jair Messias Bolsonaro.
“Dele eu recebi um tapa, mas não foi um tapa qualquer, foi um tapa com soco inglês”, relata.
Fazia cerca de três dias que Lúcia estava confinada, sem poder vestir nenhuma roupa e sem se alimentar: “Eu tive o desprazer de conhece-lo de uma forma completamente vulnerável. E eu tava completamente nua, né? Porque eles tiram as roupas das pessoas, que é pra você já se sentir vulnerável’’.
Para Lúcia, pior que os choques, o pau de arara e outros tipos de torturas praticadas ali, era ser obrigada a ficar nua, em pé com as costas em uma parede.
Ficava 24 horas completamente estática, sem poder dar um passo ou mudar de posição. Não podia comer e nem beber.
Quando os militares passavam bebendo café, água ou até álcool, jogavam bebida em seu rosto.
As celas no DOI-CODI eram coletivas e as mulheres ficavam separadas dos homens.
As moças que não eram casadas podiam ser utilizadas como “carne de canhão’’ — como disse Lúcia — o que significa que eram constantemente estupradas por soldados.
Lúcia sobreviveu as torturas, mas ficou com sequelas: uma de suas vistas foi prejudicada e teve que fazer uma cirurgia corretora para as pernas. Mas nem os danos físicos que teve foram capazes de frear seus ideais e sua luta.
Em 2004, a ONU decidiu realizar uma missão de “paz’’ no Haiti que contou com a participação do exército de 40 países, entre eles o Brasil, que chefiou a ação.
Lúcia se deslocou até lá diversas vezes para prestar solidariedade ao povo haitiano, que sofria com os conflitos causados pela ação da ONU, e se tornou membro do Comitê Pró-Haiti.
Em 2016 participou da Marcha Antifascista. “Eu tenho orgulho, na altura dos meus 70 anos de idade, em dizer que hoje estou numa praça falando com jovens e dizendo pra eles: Não permitam! Porque vocês serão as vítimas amanhã”, discursou Lúcia, sobre o avanço do autoritarismo no Brasil.
No ano seguinte foi até São Petersburgo, na Rússia, comemorar os 100 anos da Revolução Socialista.
Foram horas de conversa sobre um assunto que nem todos estão a vontade para falar a respeito, uma conversa tão delicada pode reacender traumas e abrir feridas.
Não deve ser fácil descrever como foi o encontro com seu torturador, mas durante o tempo que conversamos ouvi uma única lamentação: “Acho que eu seria uma pessoa melhor se não tivesse passado por isso”.
PS do Viomundo: 26 de junho é o Dia Internacional de Apoio às Vítimas da Tortura.

Victor Moreto: Moro, Dallagnol e a casta dos doutores de um país cortesão

Victor Moreto: Moro, Dallagnol e a casta dos doutores de um país cortesão
Fotos; Eduardo Matysiak
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Victor Moreto: Moro, Dallagnol e a casta dos doutores de um país cortesão


26/06/2019 - 21h55
Moro, Dallagnol e a casta dos doutores
por Victor Moreto, especial para o Viomundo
Um juiz brasileiro ganha, em média, um salário de R$ 47 mil. O teto do funcionalismo público é de quase R$ 34 mil.
Ou seja: quem justamente deveria garantir o respeito às leis, já na remuneração se mostra transgredindo o código que deveria resguardar.
Numa década em que o salário mínimo obteve bons rendimentos, 62% de ganho real, os membros do Judiciário conquistaram benefícios de 134% acima da inflação.
Mais do que o dobro.
Uma pessoa que passa no concurso para o Ministério Público ganha, de partida, catorze vezes a renda média brasileira. Na União Europeia, um juiz da mais alta corte ganha 4 vezes a média da região.
Não para por aí. O custo do sistema judiciário para a Alemanha, por exemplo, é de 0,32% do PIB nacional. O do nosso é de 1,4%, 4,3 vezes mais. Em cifras absolutas: R$ 84 bilhões. Desse montante, quase a totalidade (89%) foi de gastos com pessoal em 2015.
Sabe o que nós temos menos do que a Alemanha? A quantidade de juízes. São 8,2 magistrados para cada 100 mil habitantes; a terça parte do que o país europeu possui proporcionalmente.
O que isso significa?
Que pagamos mais do que os países do mundo democrático a um membro da magistratura por um serviço concentrado em poucos seres humanos.
Ou seja: preferimos pagar muito a poucos. E, por serem poucos, são “deuses” e ricos.
Isso porque o Brasil possui a maior quantidade de empregados na área jurídica de todos os países do planeta. Mas, juízes, não: são poucos.
Analogamente, vimos uma classe médica brasileira rechaçar a vinda de cubanos para completar as vagas não preenchidas pelo programa “Mais Médicos” nos rincões do país.
Na cabeça de quem entende a profissão por privilégio e status, é preferível existir poucos médicos para valorizar o salário de cada um do que estender o serviço de saúde num país com mais de 210 milhões de habitantes, sendo a maioria pobre e sem acesso a uma simples consulta.
Médicos e juízes são provenientes históricos das mais altas classes brasileiras.
Não à toa são chamados de “doutores”. Houve, inclusive, um decreto de D. Pedro I em 1827 obrigando médicos e operadores do direito a serem identificados como tal.
É característica de um país cortesão, acostumado à realeza dos costumes, manter sua rebuscada classe inatingível.
Moro e Dallagnol são frutos de um sistema que desempenha o poder moderador – o Judiciário – que é literalmente “vitalício”, segundo a Constituição Federal.
Por lei, nada é vitalício no Brasil. Nada, nem as maiores penas podem passar de trinta anos. Mas o cargo do juiz é perpétuo.
Por isso, não surpreende o tom das conversas entre a casta de procuradores e a casta da magistratura nacional.
Como pressupor que um juiz federal criado na burguesia paranaense, tradicionalmente conservadora, beirando a um fascismo estrutural (como a da minha terra, o Rio de Janeiro), possa encontrar na figura de Lula alguma empatia?
Lula é o “nine” – assim, nove em inglês – para Moro. Nove é a quantidade de dedos que Lula tem nas mãos. Perdeu um trabalhando num torno mecânico em sua época de metalúrgico.
Dessa forma, dizem muitas fontes, Moro refere-se a Lula. Em inglês, um cortesão do sul deprecia um nordestino de origem pobre, que mesmo depois de duas vezes presidente da república, mostra evidentemente de onde veio.
Isso soaria factível em 1822, em 1898, em 1940 e em 2019. A mesma frase e o mesmo contexto.
Não importa que seja um presidente, um porteiro ou um cientista: no Brasil, se você atua como um cortesão, mesmo sendo pobre você consegue uma “graça” oferecida pela elite.
Essa é uma teoria adaptada do que disse o sociólogo Oracy Nogueira sobre a distinção entre racismo de marca e de origem, respectivamente o que ocorre no Brasil e nos EUA.
Oracy percebeu algo fundamental: no racismo dos EUA, quando um branco revela um antepassado negro, essa pessoa perderá imediatamente o seu rótulo de caucasiano, independente de ser rico ou pobre, ou de que hábitos apresenta socialmente.
No Brasil, ao contrário, vale a marca que você atribui aos seus hábitos. Um dos casos mais emblemáticos é o de Machado de Assis, que foi atestado como “branco” em sua certidão de óbito, depois de famoso e de ter frequentado recintos suntuosos. Machado nasceu negro, na condição de vida e na certidão de nascimento.
Mas, acreditando em Oracy Nogueira, ousaria dizer que a distinção se dá também na função de classe.
Lula frequentou os salões mais nobres do mundo, mas se manteve na linguagem popular, na cachacinha e no futebol. Ainda que você questione se isso é real ou não, é essa a persona que Lula faz questão de mostrar publicamente.
Então, é esperável que Moro, Dallagnol – e o resto dos procuradores da operação Lava Jato – tenham ojeriza à figura de Lula. Serviria para ser o sambista irreverente ou o craque da copa, mas não para ser presidente da república, na avaliação desses “nobres” servidores públicos.
A democracia, para esta casta, é um bibelô com sotaque francês e acento moderno yankee.
São expressões em inglês, CEOs, hindsight privilege, livros empilhados – e não lidos, empáfia e pouca atividade empática intelectual.
Pouca disponibilidade psicológica e cognitiva para entender o verdadeiro conceito de ser democrático: respeitar, pesar e valorizar as diferenças, sejam elas quais forem.
Nossos vizinhos, os argentinos de Buenos Aires, também tiveram um processo de modernização cultural que engolia da Europa livros e conceitos como se fossem chás da 5 em louças de porcelana.
A alta sociedade maravilhava-se com Rousseau e Montesquieu, mas a liberdade da população deveria ser mediada pela vontade dos iluminados – eles mesmos – , repelindo hábitos e produtos provincianos.
No início do século 19, a elite porteña já dizia não comprar ou usar os móveis dos artesãos locais porque não merecia aquele tipo de mobília, mas sim os requintados produtos ingleses. E ainda, segundo eles, preconizavam que faria bem à produção local a competição para que aprendessem a marcenaria europeia.
Como a argentina, a elite brasileira também acha lindo o Montesquieu, o Rousseau, a justiça social e a cidadania plena: na Europa.
Veja que não há nada de novo nos conceitos de meritocracia e livre-mercado. Eles saem da boca dos mesmos almofadinhas latino-americanos que estão se lixando para o que representa o popular, tanto na cultura quanto na economia há duzentos anos, pelo menos.
A diferença é que, com o passar dos anos, e a deterioração das condições sociais de um país que se moderniza de forma caótica na periferia do capitalismo, forma-se um mar de miseráveis e outsiders impossível de se ignorar.
O judiciário, formado por gente que teve todas as condições do mundo para estudar, se divertir e viajar – como eu e você que compartilhamos essa leitura – deveria ter a obrigação moral de, ao menos, ser sensível ao país que lhe paga o altíssimo salário.
Mas a regra não é essa, infelizmente.
Segue o jogo cortesão do exclusivismo hereditário: são famílias que se perpetuam em suas castas e usam do cargo, e do poder financeiro, para se manter no status imperial a que um dia pertenceram.
As mensagens reveladas pelo portal The Intercept Brasil, uma mídia tocada por um não-brasileiro, diga-se de passagem, são a prova fiel de algo corriqueiro.
Tão corriqueiro que, mesmo pegos no flagra, os atores não admitem o crime. Agem como agiam nobreza e clero, na Revolução Francesa, contra o povo, combinando o voto para tentar aniquilar todas as aventuras de se tentar equalizar minimamente o abismo desse laboratório tropical de miséria e desigualdade.
Mesmo o judiciário se degradou. Os doutores são Moro e Dallagnol: falam mal sua língua nativa (apesar de se aventurarem no inglês – o que seria o francês há um século), são rasos intelectualmente e quase não leem nada para além do necessário para passar no concurso: sua última e única façanha na vida.
O judiciário brasileiro é coerente com a história do país: um lugar onde se mantém muitos privilégios a poucos habitantes.
Um país de uma elite perversa e hipócrita que pensa no trabalhador para cobrir um “rombo” na previdência e sequer cogita a possibilidade de se questionar a estrutura fiscal que faz com que mi e bilionários não paguem lucros e dividendos, por exemplo. Só outro país concede esta dádiva: a Estônia.
Um judiciário que custa quase 2% do PIB (quando se adiciona o Ministério Público na conta), emprega mais gente do que todos os países do mundo, apesar de dispor de poucos magistrados e figura como um dos trinta mais lentos do planeta (dentre 133 nações).
Esse é o poder que desempata a fatura entre os irmãos mal-falados “Executivo” e “Legislativo”.
Num país que durante séculos, e até hoje, ofereceu poucas alternativas de sobrevivência.
Pior: que sempre sufocou o incentivo à arte e ao senso crítico em geral, com exceção visível da primeira década do século XXI.
Não pode este país querer ascender a um status de primeiro mundo, como querem os conservadores e os ultraliberais, sem financiar a diversidade.
Foi o conceito de valorização da diversidade, ação afirmativa, justiça social e direitos humanos que possibilitou que os países com os mais altos IDHs e GINIs pudessem hoje ser o que são.
Não foi na manutenção de castas intocáveis, nem na negação a direitos básicos de cidadania em nome da lei do mercado, muito menos no desrespeito às minorias que esses países se destacaram.
O Brasil foi, e continua sendo, por séculos, a terra dos doutores. Porque se recusa a dar opções à esmagadora maioria da população e a descentralizar a renda. Um país que prefere pagar caro pelo Uber Select do que lutar por um transporte público eficiente.
No inconsciente coletivo, propagado desde a escravidão, o exclusivismo é status nacional. Como nossa sociedade sempre preferiu concentrar, e não democratizar, vivemos anos bajulando profissões básicas da estrutura social: a medicina e a magistratura.
São funções públicas que deveriam ser pautadas pelo cuidado extremo com o outro. Elas decidem pela vida e pela morte de alguém.
Mas, na média, temos o contrário: médicos que nos enxergam como um pedaço de carne; e juízes, que nos tratam como súditos.
*Victor Moreto é historiador UNIRIO, mestre em Ciências Sociais PUC-Rio.

Informativo Semanal do Prof. Ernesto Germano Pares






Como será o amanhã (4).
Vamos continuar fornecendo informações para os companheiros que costumam debater a conjuntura nacional e enfrentar a direita no país.
Fato 1. O Monitor do PIB, calculado pela FGV, aponta, nas séries dessazonalizadas, recuo de 0,1% do PIB na passagem de março para abril e queda de 0,9% no trimestre móvel encerrado em abril. Na comparação interanual, a economia permaneceu estagnada em abril e teve retração 0,3% no trimestre. A baixa de 0,1% na economia observada em abril é explicada, principalmente, pelo fraco desempenho da agropecuária, que caiu 1,9%, e da indústria. (Valor Econômico – 18.06.2019)
Fato 2. Após a economia recuar 0,2% no primeiro trimestre deste ano, ante o quarto trimestre do ano passado, o Monitor do PIB da FGV acendeu sinal de alerta para uma segunda taxa negativa trimestral consecutiva na atividade. A possibilidade foi admitida pelo economista Claudio Considera, coordenador da pesquisa. (Valor Econômico – 18.06.2019)
Fato 3. No primeiro trimestre deste ano, 22,7% dos domicílios brasileiros não tinham nenhum tipo de renda proveniente do trabalho, informou o Ipea em análise do mercado de trabalho divulgada na terça-feira. Com base em dados da Pnad Contínua, do IBGE, o instituto concluiu que os domicílios de renda mais baixa foram os que registraram menores ganhos salariais no período. A análise do Ipea indica ainda que a renda dos domicílios mais ricos no país é 30 vezes maior que a dos mais pobres. (Valor Econômico – 18.06.2019)
Fato 4. A parcela de desempregados que estão nesta situação há mais de dois anos cresceu 42,4% em quatro anos, segundo aponta análise do mercado de trabalho divulgada nesta terça-feira pelo Ipea. De acordo com a instituição, o percentual de desempregados de longo prazo no país avançou de 17,4% no primeiro trimestre de 2015 para 24,8% no mesmo período deste ano, alcançando o patamar de 3,3 milhões de pessoas. Os dados do primeiro trimestre deste ano indicam que o desemprego de longo prazo é mais acentuado entre as mulheres: 28,8% das desocupadas estavam nesta situação há pelo menos dois anos. Entre os homens sem emprego, esse percentual era de 20,3%. (Valor Econômico – 18.06.2019)
Fato 5. Pela primeira vez, o Brasil está na lista dos dez piores países do mundo para os trabalhadores, de acordo com o Índice Global de Direitos da Confederação Sindical Internacional (CSI), divulgado nesta quarta-feira, durante a 108ª Conferência Internacional do Trabalho da OIT, que ocorre em Genebra, na Suíça.
O Índice Global de Direitos 2019 classificou 145 países de acordo com 97 indicadores reconhecidos internacionalmente. Esses indicadores apontam em quais países os trabalhadores estão menos protegidos tanto no que diz respeito à legislação quanto à prática sindical.
Segundo o índice, Arábia Saudita, Argélia, Bangladesh, Brasil, Colômbia, Filipinas, Guatemala, Cazaquistão, Turquia e Zimbábue são os dez piores países do mundo para os trabalhadores. (Jornal Monitor Mercantil)
Fato 6. De 2014 a 2019, os 10% mais ricos da população elevaram de 49% para 52% a fatia da renda do trabalho, no Brasil, apesar da crise econômica vivida pelo país. Por outro lado, os 50% mais pobres, que antes da crise ficavam com 5,74% da renda do trabalho, viram esse percentual cair para apenas 3,5%, no primeiro trimestre, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV) divulgado hoje pelo jornal El Pais Brasil.
Fato 7. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na quarta-feira (12) que o volume de vendas do comércio recuou 0,6% em abril ante o mês anterior. A queda ocorre após dois meses de certa estabilidade no setor.
A maior parte das atividades pesquisadas teve queda. Os destaques ficaram com hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-1,8%) e tecidos, vestuário e calçados (-5,5%). Ainda houve recuo nas vendas de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-0,7%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,4%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-8,0%), revertendo os resultados positivos de março. As atividades em alta foram de móveis e eletrodomésticos (1,7%), combustíveis e lubrificantes (0,3%) e livros, jornais, revistas e papelaria (4,3%).
O clima de pessimismo, porém, não ocorre apenas no comércio. Ele atinge todos os setores da economia. A pesquisa Focus do Banco Central apresenta recorrentes reduções na expectativa de crescimento do país em 2019. A estimativa de expansão do PIB (Produto Interno Bruto) foi rebaixada pela 15ª vez na última semana, chegando a 1% no ano. Ou seja: o Brasil do miliciano Jair Bolsonaro está afundando! A promessa de imediata retomada da economia feita por Paulo Guedes, o abutre financeiro que ocupa o superministério no laranjal, só foi para enganar os midiotas sem qualquer senso crítico.
Fato 8. A produtividade por hora trabalhada no país, calculada pela Fundação Getulio Vargas (FGV), recuou 1,1% no primeiro trimestre deste ano, na comparação com o primeiro trimestre de 2018. O dado é calculado com base nas Contras Trimestrais e na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No trimestre anterior, a produtividade havia crescido 0,1%. Considerando-se os grandes setores da economia, apenas a agropecuária teve alta na produtividade do trabalho na comparação do primeiro trimestre do ano com o mesmo período de 2018 (0,4%). Na indústria e nos serviços, houve recuo de 1,2% no período.
Fato 9. O tempo médio em que os trabalhadores e trabalhadoras ficam desempregados no Brasil é de 24 meses e as perspectivas futuras não são boas. Enquanto o país corre o risco de entrar novamente em recessão, com a projeção de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em menos de 1% este ano, ao invés de projetos para gerar emprego e renda, o governo de Jair Bolsonaro (PSL) se preocupa com tomada de três pinos.
De acordo com estudo sobre o Mercado de Trabalho no primeiro trimestre de 2019, divulgado nesta terça-feira (18), pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o tempo médio de recolocação no mercado de trabalho é de dois anos para 3,3 milhões de trabalhadores e trabalhadoras – um aumento de 17,4% para 24,8% entre o primeiro trimestre de 2015 e o mesmo período de 2019. Em quatro anos, cresceu 42,4% o total de brasileiros que ficam 24 meses sem emprego.
E as mulheres são as que mais têm dificuldade de conseguir um novo emprego (28,8%). Na sequência vêm os adultos com mais de 40 anos (27%) e os trabalhadores com ensino médio completo (27,4%).
Fato 10. Com a estagnação da economia e o aumento das taxas de desemprego, que atinge mais de 13 milhões, está cada vez mais difícil pagar as contas. E os brasileiros que, a duras penas, saíram das listas de inadimplentes e limparam o nome no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) quitando suas dívidas no ano passado, estão voltando a se endividar este ano e, de novo, ficando com os nomes sujos, sem poder comprar a crédito e fazer empréstimos pessoais.
No ano passado, o número de devedores reincidentes era de 24,9% do total que tinham dívidas vencidas e não pagas. De janeiro a maio deste ano, os que se endividaram de novo já somam 27% do total de inadimplentes – um aumento de 2,1%.
Voltamos aos tempos de FHC? Durante os dois governos de FHC o Brasil entrou no pior dos labirintos: depender quase unicamente das exportações para um único país. Dados da época mostram que uma das razões do naufrágio que levou o país a pedir dinheiro para o FMI foi ter, praticamente, 70% da sua balança comercial dependente dos EUA. Isso é uma loucura para qualquer país que deseje um crescimento lógico e independente.
A partir de 2003, com o governo Lula, passamos a diversificar nosso mercado externo. A política de priorizar o comércio Sul-Sul e abrir o mercado do Oriente Médio e Ásia mostrou que o país estava no rumo certo. Tivemos saldos seguidos na balança comercial, pagamos as dívidas com o FMI e chegamos a ter um excelente saldo em caixa durante o governo de Dilma Rousseff.
Mas parece que tomamos novamente o rumo anterior. As exportações brasileiras para os EUA cresceram 72% em maio de 2019, contra igual mês de 2018, enquanto as vendas para a China e a Argentina caíram 10% e 20%, respectivamente.
Os embarques para os EUA, foram impulsionados pelo aumento das vendas de óleo bruto de petróleo (+ 492%) e de semimanufaturados de ferro e aço (+ 322%). A soma dos dois foi responsável por 24% do total exportado pelo Brasil para o mercado estadunidense, mostra o Icomex do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE).
Sim, ele mentiu 1. O agora ministro da Justiça e juiz que armou todo o esquema para a condenação de Lula da Silva compareceu à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado Federal na quarta-feira (19) para ser interpelado pelos senadores.
Sem sequer ficar com a cara vermelha, negou a acusação de que agiu de forma parcial na Operação Lava Jato. E insistiu que não houve conluio para a prisão de Lula, dizendo que “O que havia no fundo era muita divergência”.
Contrariando todas as normas conhecidas de um processo, ele afirmou que “são normais na Justiça brasileira as conversas entre integrantes do processo, e o aplicativo Telegram (um aplicativo da Internet que pode ser usado nos celulares para enviar mensagens) usado era apenas para agilizar a troca de informações”.
Ainda em seu depoimento no Senado, o ministro disse que não pode mostrar as mensagens do Telegram porque saiu do aplicativo em 2017 e tudo foi apagado. Mas executivos do próprio aplicativo já disseram que nada é apagado e que, se ele solicitar, todas as mensagens podem ser recuperadas. O que ele vai fazer?
Sim, ele mentiu 2. Na mesma audiência ele disse que não lembrava das conversas sobre a procuradora Laura Tessler, retirada do caso, mas a verdade foi demonstrada horas depois de seu depoimento.
Em mais um capítulo dos vazamentos, vem a público que houve uma discussão sobre alterar a escala de procuradores em audiências da operação após críticas do ex-juiz Sérgio Moro a Laura Tessler, uma das procuradoras do grupo. Os diálogos que envolvem, além do atual ministro da Justiça, os procuradores Deltan Dallagnol e Carlos Fernando dos Santos Lima foram divulgados na quinta-feira (20), pelo comentarista Reinaldo Azevedo em seu programa de rádio “O É da Coisa”, após acordo com o site The Intercept.
As novas mensagens reveladas mostram que Dallagnol e Santos Lima, hoje aposentado, discutiram a escala das audiências após o coordenador da força-tarefa compartilhar com o colega mensagem de Moro tecendo críticas à procuradora Laura Tessler. Segundo consta, Moro teria escrito: “Prezado, a colega Laura Tessler de vcs é excelente profissional, mas para inquirição em audiência, ela não vai muito bem”.
Após compartilhar o conteúdo, Deltan teria argumentado: "Vamos ver como está a escala e talvez sugerir que vão 2, e fazer uma reunião sobre estratégia de inquirição, sem mencionar ela”. Em sequência, Santos Lima responde: “Por isso tinha sugerido que Júlio ou Robinho fossem também. No [depoimento] do Lula não podemos deixar acontecer”. O atual procurador aposentado teria dito que apagaria a conversa de seu celular, a pedido de Deltan.
Dois meses depois da data que teria ocorrido o diálogo, em maio de 2017, o primeiro depoimento de Lula como réu em Curitiba acontece sem a presença de Tessler, mas com a participação do próprio Santos Lima, além de Júlio Noronha e Roberson Pozzobon, citados pelo colega nas mensagens.
Na última quarta-feira (19/06), Moro compareceu a uma audiência no Senado Federal, onde foi questionado sobre a orientação relacionada a Laura Tessler. Sobre o tema, ele argumentou que isso era um factóide e que não se lembrava da mensagem específica.
Vai mentir novamente? A Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados deve ouvir o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, na próxima terça-feira. A vinda do ministro foi proposta pelo vice-líder do PT Rogério Correia (MG). Moro é convidado e, por isso, não é obrigado a comparecer.
Desde o último dia 9, o site The Intercept Brasil tem publicado mensagens supostamente trocadas entre Moro e o procurador-chefe da Lava Jato, Deltan Dallagnol, que lançam suspeitas sobre a imparcialidade do então juiz Moro na operação.
Rogério Correia alega que as mensagens divulgadas mostram que Moro orientou os procuradores da República em diversas fases da Lava Jato, o que não é permitido por lei, ferindo o princípio da imparcialidade previsto na Constituição Federal e no Código de Ética da Magistratura. A audiência com Moro está marcada para as 10 horas, no plenário 12.
O apagão na Argentina. Para quem esqueceu, na noite de 11 de março de 1999 (governo de FHC), 11 estados brasileiros e o Paraguai ficaram completamente às escuras. Falta de investimentos no setor de energia, preparação das empresas estatais para serem privatizadas, descaso por parte das instituições governamentais que deveriam cuidar do setor e muitos outros motivos levaram ao apagão que durou mais de cinco horas e deixou 90 milhões de pessoas sem energia em suas casas.
O então presidente usou a desculpa dada por seus assessores e tudo foi creditado a um certo raio que teria caído em uma subestação provocando a queda em cadeia. A desculpa esfarrapada ficou conhecida como “o raio de Bauru”, que sabemos hoje ter sido uma grande mentira.
No domingo (16) foi a vez da Argentina sentir o mesmo “gostinho”. Preparando para privatizar as estatais no país e fazendo os cortes exigidos pelo FMI nos investimentos, Mauricio Macri provocou um caos nacional. Falta de luz começou às sete da manhã e estima-se que o corte elétrico afetou 48 milhões de pessoas.
Resultado: Argentina e Uruguai amanheceram sem energia e a justificativa do governo foi tão ridícula quanto a de FHC: “segundo a secretaria de Energia da Argentina, o corte deve-se ao colapso do Sistema Argentino de Interconexão (SADI). A pasta informou que as causas [do apagão] estão sendo investigadas”.
E o apagão deu a volta ao mundo! O corte de luz que afetou a Argentina e algumas cidades do Brasil e do Paraguai foi registrado com longas matérias nos principais jornais e canais de notícias do mundo. A impossibilidade do governo de Macri de explicar o apagão foi ridicularizada em todos os lugares e o canal estadunidense CNN destacou: “O governo não sabe o que houve”.
O jornal espanhol El País deu destaque e disse que “o governo Macri admite que haverá muita demora para determinar as causas do apagão”. A BBC, de Londres, destacou que “Argentina e Uruguai tremeram”.
Pelo que vimos em diversas matérias, a preocupação maior em jornais de diversos países foi analisar se o mesmo poderia acontecer com eles, uma vez que praticamente todos os governos estão sendo levados pelo FMI e pelo neoliberalismo a reduzir investimentos nas empresas estatais. Há um medo generalizado de o fato se repetir diversas vezes, em vários países.
Submissão pouca é bobagem. O governo de Macri vai cada vez pior e mais submisso aos interesses dos patrões internacionais. A tal ponto que o Ministério da Cultura da Argentina publicou na segunda-feira (17) um mapa dos pontos culturais do país que nomeava as Ilhas Malvinas de Falklands Islands, nome como o Reino Unido intitula a região.
O arquipélago das Malvinas, como o território é reconhecido pelos argentinos, é reivindicado pelo país sul-americano que alega uma ocupação forçada dos britânicos desde 1833. Em 1982, a Argentina e o Reino Unido iniciaram um conflito pelo controle da região, que acabou com o país europeu como vencedor.
Em 2017, já havia ocorrido um erro similar quando o Ministério de Modernização do país publicou um mapa que também chamava as Malvinas de Falklands. Em outras duas ocasiões, o arquipélago foi retirado de outros documentos cartográficos publicados por outros órgãos do governo.
E a recessão vai aumentando. A recessão econômica na Argentina teve continuidade nos três primeiros meses deste ano, um período que configurou o quarto semestre consecutivo de declínio econômico, de acordo com informações do Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec) do país.
O Produto Interno Bruto (PIB) mostrou que a economia argentina apresentou contração de 5,8% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período de 2018, e recuou 2,0% na comparação com os três meses imediatamente anteriores.
Rússia reafirma apoio ao Governo de Maduro. O Conselho de Segurança da Rússia anunciou que mantém “sua posição inalterável que consiste no apoio ao presidente legitimamente eleito da Venezuela e às autoridades constituídas do país”.
O secretário do Conselho, Nilolái Pátrushev, confirmou às autoridades venezuelanas a disposição da Rússia de contribuir para o diálogo entre as autoridades e a tal “oposição”. E afirmou também que seu país considera inaceitável a ingerência externa, causadora da crise política atual.
Analistas internacionais estranham a atual posição de Donald Trump voltando toda a sua atenção para uma guerra com o Irã e deixando de lado a Venezuela, inclusive retirando parte do apoio que dava a Juan Guaidó que parece ter caído em descrédito depois que ficou comprovada a sua total falta de liderança no país.
A oposição corrupta! Todos os gastos da CIA e da Casa Branca para construir uma “oposição democrática” na Venezuela estão mostrando a verdadeira face dos oportunistas que tentam chegar ao poder no país.
A “oposição” venezuelana é agora questionada pelos seus próprios seguidores depois que ficou conhecida a participação de seus líderes em uma grande trama de corrupção com os fundos destinados à entrada de uma tal “ajuda humanitária”. Parece que o dinheiro “sumiu”!
Segundo informes agora divulgados pelo ministro das Comunicações do país, Jorge Rodríguez, Juan Guaidó e alguns poucos dirigentes da “oposição” deram um desfalque e sumiram com o dinheiro que serviria para financiar atos de desestabilização na Venezuela e em outros países da região. Ele mostrou documentos comprovando que cerca de 800 milhões de dólares pertencentes à empresa Citgo, filial estadunidense da Pdvsa nos EUA, foram transferidos para contas de pessoas “de confiança” de Juan Guaidó.
Mais problemas para Trump? Recentemente publicamos o problema que está sendo enfrentado pelas empresas de alta tecnologia dos EUA para enfrentar a China e seu espantoso desenvolvimento na área de informática e telecomunicações. Em especial falamos na guerra aberta contra a empresa chinesa Huawei que está desenvolvendo a tecnologia 5G, muito mais rápida e eficaz que qualquer uma estadunidense.
E nesta semana mais uma notícia fez tremer o “trono” de Trump: a Huawei acaba de apresentar seus novos celulares, o Nova 5 e Nova 5 Pro, com o novo processador Kirin 810. O processador foi todo desenvolvido na China e, com ele, a empresa assegura ter superado em inteligência artificial qualquer um dos seus rivais. O fato real é que, depois de testado por cientistas internacionais, o novo processador chinês supera de fato qualquer concorrente estadunidense.
Ainda o caso de Jamal Khashoggi. A relatora sobre execuções extrajudiciais da ONU, Agnes Callamard, afirmou na quarta-feira (19) que existem provas confiáveis de que o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, e outros oficiais de alto escalão do país são responsáveis pelo assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, morto em outubro de 2008 no consulado saudita em Istambul.
Em um documento de 101 páginas produzido após uma investigação de seis meses, a enviada especial relata que “existem elementos de provas que justificam uma investigação suplementar sobre a responsabilidade individual de altos funcionários sauditas, incluindo o príncipe herdeiro”.
Khashoggi era crítico assumido de Mohammed e foi assassinado após ser torturado. O corpo do jornalista foi esquartejado por funcionários sauditas e, até hoje, não foi localizado. Ele havia ido até o local para obter documentos quando foi “brutalmente morto”. Desde o ano passado, Riad forneceu várias versões sobre o crime, inclusive chegando a negar a morte do colunista do jornal Washington Post.
Sarkozy será julgado por corrupção. O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy fez de tudo para evitar o julgamento por corrupção, mas na quarta-feira (19) o Tribunal de Cassação de Paris rejeitou seus últimos recursos. Flagrado por grampos da polícia, Sarkozy é acusado de tentar influenciar um juiz.
Esta é a primeira vez desde a fundação da V República francesa, em 1958, que um ex-presidente do país será julgado por corrupção. O advogado de Sarkozy, Thierry Herzog, e o ex-juiz Gilbert Azibert, também são processados. Os três são acusados de corrupção e tráfico de influências.
O ex-presidente é acusado de tentar, em 2014, com a ajuda do advogado Thierry Herzog, obter informações do então magistrado Gilbert Azibert. Eles propunham ao juiz da Corte de Cassação um cargo de prestígio, em Mônaco, em troca de revelações secretas sobre o chamado “caso Bettencourt”.
Sarkozy, que se retirou da política em 2016, ainda é alvo de um outro processo, o caso Bygmalion, por financiamento ilegal de campanha, em 2012.
Trump x Irã (1). Como tudo começou? Os Guardiões da Revolução do Irã anunciaram na quinta-feira (20) terem derrubado um avião não tripulado dos EUA que serviria para operações de espionagem perto do Estreito de Ormuz, onde vários incidentes foram registrados no mês passado.
Segundo comunicado, o drone, do tipo RQ-4 Global Hawk, entrou no espaço aéreo iraniano durante a madrugada, sobrevoando a região de Koohe Mobarak, na província de Hormozgan, no sul do país.
O porta-voz do Ministério do Exterior do Irã Abbas Mousavi condenou, segundo a televisão estatal iraniana, o que chamou de violação do espaço aéreo do país e alertou para as consequências de tais “medidas ilegais e provocadoras”.
Os Guardiões, apontados pelos EUA como um grupo terrorista, denunciaram que o drone “violou o espaço aéreo territorial iraniano”.
O Estreito de Ormuz é a única ligação entre o Golfo Pérsico e os oceanos, sendo um ponto geográfico estratégico pelo qual passa um quinto dos carregamentos de petróleo mundial. Ele está localizado a apenas 80 quilômetros dos Emirados Árabes Unidos e de Omã.
No mesmo dia (20) o porta-voz do Ministério do Exterior do Irã, Abas Musaví, apresentou um protesto diplomático à ONU alegando provocações dos EUA contra seu país.
Trump x Irã (2). O exército dos EUA chegou a iniciar os preparativos para um ataque militar contra o Irã em retaliação ao abatimento do drone de vigilância estadunidense, mas a operação foi cancelada abruptamente poucas horas antes de ser lançada, segundo informou a imprensa local.
Um funcionário do governo, que não estava autorizado a discutir publicamente a operação e falou sob condição de anonimato à agência de notícias Associated Press, disse que os alvos do ataque incluiriam radares e lançadores de mísseis iranianos.
O jornal The New York Times informou que Donald Trump aprovou os ataques na noite de quinta-feira (20), mas depois os cancelou. O diário citou autoridades administrativas anônimas. A Casa Branca se recusou a comentar as informações.
O rápido acionamento de uma resposta bélica foi um lembrete expressivo do sério risco de conflito militar na região, num momento em que o governo Trump tem combinado uma campanha de “pressão máxima” de sanções econômicas com o aumento de tropas estadunidenses na região. As tensões aumentaram significativamente nas últimas semanas, levando a um temor crescente de que qualquer um dos lados possa executar um erro de cálculo que leve a um conflito.
Putin faz alerta! Uma ação bélica estadunidense contra o Irã só contribuiria para uma explosão de violência na região”, disse o presidente russo.
Putin fez essa declaração em seu novo programa de TV chamado “Linha Direta” onde responde a perguntas feitas por espectadores em todo o país. As perguntas podem ser feitas por telefone, mensagens de texto ou pelas redes sociais. E o presidente russo vai respondendo.

Os documentos que mostram a participação ilegal dos EUA na Lava Jato