segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

ALERTA ONU: clima está mudando mais rápido do que o previsto

 ALERTA

ONU: clima está mudando mais rápido do que o previsto

Mudanças climáticas terão efeitos irreversíveis, diz relatório

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Devastação ambiental influencia mudanças climáticas - Bruno Kelly/Amazônia Real

Relatório publicado, nesta segunda-feira (28), pela Organização das Nações Unidas (ONU) alerta que os impactos das mudanças climáticas estão sendo “muito mais rápidos” do que o previsto pelos cientistas, causando “perturbações perigosas e generalizadas na natureza”.

De acordo com o relatório do Painel Intergovernamental sobre Especialistas em Mudanças Climáticas (IPCC), os esforços que estão sendo feitos no sentido de mitigar esses efeitos não são suficientes. E, como consequência, há efeitos danosos para a vida de bilhões de pessoas, em especial povos indígenas e comunidades locais.

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“Tenho visto muitos relatórios científicos na minha vida, mas nada como isso”, disse o secretário-geral geral da ONU, António Guterres, logo ao abrir seu discurso, durante a entrevistas coletiva para divulgar o documento.

“O relatório do IPCC apresentado hoje é um atlas do sofrimento humano e uma indagação sobre danos e sobre o destino de nossas lideranças climáticas. Fato a fato, esse relatório mostra que pessoas e planeta estão afetados pelas mudanças climáticas”, disse.

“Neste momento, praticamente metade da humanidade vive em zona perigosa. Neste momento, muitos ecossistemas chegaram a um ponto sem retorno. E neste momento, o alcance descontrolado da poluição corrente força uma vulnerabilidade global que está em marcha para a destruição. Os fatos são inegáveis. Essa abdicação de nossas lideranças é criminosa. Os grandes poluidores continuam sendo os culpados por prejudicar nosso único lar”, acrescentou. 

Segundo o presidente do IPCC, Hoesung Lee, “este relatório traz um sério alerta sobre as consequências da inação”, uma vez que mostra que as mudanças climáticas são uma “ameaça cada vez mais séria ao nosso bem-estar e à saúde do planeta”.

Injustiça climática

De acordo com a diretora do Programa Ambiental das Nações Unidas, Inger Andersen, a mensagem que o relatório envia é clara: “Mudanças climáticas já são nossos oponentes”. “As chuvas estão aí, prejudicando bilhões de pessoas”, disse.

“Temos visto destruições perigosas em todo o mundo natural. Espécies em migração vivem em condições mais vulneráveis, e há mortes ocorrendo por inundações causadas por tempestades”, disse ela, ao lembrar que, na última década, pessoas vulneráveis que vivem em países de menor desenvolvimento têm 15 vezes mais chances de morrer em decorrência de inundações, secas ou tempestades.

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O risco, segundo a diretora da ONU, atinge particularmente povos indígenas e comunidades locais. “O nome disso é injustiça climática”, sentenciou, ao defender que o retorno à natureza é a melhor forma de a humanidade se adaptar e diminuir as mudanças climáticas e, ao mesmo tempo, promover empregos que potencializar economias.

“Temos a obrigação de dedicar pensamentos e fundos para transformar e adaptar os programas tendo a natureza em seu centro. A humanidade passou séculos tratando a natureza como seu pior inimigo. A verdade é que a natureza pode ser nossa salvação, mas apenas se nós a salvarmos primeiro”, completou.

O relatório destaca que, nas próximas duas décadas, o planeta enfrentará vários perigos climáticos inevitáveis, caso o aquecimento global chegue a 1,5°C. Alguns deles terão efeito irreversível. Os riscos são cada vez maiores e terão consequências para infraestruturas e para assentamentos costeiros de baixa altitude.

Financiamento, tecnologia e compromisso

O estudo alerta que, em algumas regiões, o “desenvolvimento resiliente ao clima será impossível”, caso o aquecimento global aumente mais de 2°C. Neste sentido, o levantamento destaca “a urgência de implementar a ação climática, com foco particular na igualdade e justiça”, o que implica em “financiamento adequado, transferência de tecnologia, compromisso político e parcerias que aumentem a eficácia da adaptação às mudanças climáticas e à redução de emissões”.

António Guterres lembrou que a ciência tem reiterado que o mundo precisa cortar 45% de suas emissões até 2030, para atingir zero emissão de gases até 2050. “No entanto, os atuais acordos indicam que as emissões vão aumentar em quase 14% durante esta década. Isso representa catástrofe, e vai destruir qualquer chance de mantermos vivos os compromissos”.

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Ele acrescentou que os combustíveis fósseis têm grande responsabilidade nesse cenário, e criticou os países que têm descumprido acordos multilaterais sobre o tema. “A presente combinação global sobre [emissões de] energia está quebrada, e os combustíveis fosseis continuam causando danos, choques e crises econômicas, de segurança e geopolíticas”, disse.

“Agora é tempo de acelerar a transição energética para um futuro de energia renovável, porque combustível fóssil representa impasse para nosso planeta, para a humanidade e, sim, para as economias. A transição imediata para uma fonte renovável de energia é a único caminho para garantir a segurança energética, o acesso universal e para os empregos verdes que nosso mundo precisa”, acrescentou.

A adaptação, visando o uso amplo de energia limpa, não é algo barata, ainda mais no caso de países menos desenvolvidos. Tendo em vista essas dificuldades, Guterres convocou países desenvolvidos, bancos multilaterais de desenvolvimento, financeiras privadas e outras corporações a fazerem coalizões de forma a incentivar, desenvolver e dar acessos ao uso de energia limpa.

O levantamento da ONU cita relações diretas entre as mudanças climáticas e exposição de pessoas a situações de insegurança alimentar e hídrica aguda, especialmente na África, Ásia, América Central e do Sul, bem como em pequenas ilhas e no Ártico.

Atraso é morte

“Precisamos ajudar países a se adaptarem às novas necessidades. Precisamos de dinheiro para salvar vidas, porque atraso é morte. Todos os bancos multilaterais sabem o que precisa ser feito: trabalhar com governos para desenvolver caminhos para projetos visando a obtenção dos recursos públicos e privados necessários. Todo planeta precisa cumprir o acordado para conseguirmos, de fato, reduzir as emissões”, argumentou.

Guterres acrescentou que o G20, grupo formado pelas 20 maiores economias do planeta, precisa liderar esse caminho. “Caso contrário, a humanidade pagará um preço alto, com um número ainda maior de tragédias. Pessoas em todos lugares estão ansiosas e furiosas. Eu também. Agora precisamos transformar essa fúria em ação. Toda voz pode fazer diferença. E cada segundo conta”, concluiu.

RECORDE DE DÍVIDAS 70% das famílias brasileiras estão endividadas, e 43% não sabem como pagar, aponta Senacon

 

RECORDE DE DÍVIDAS

70% das famílias brasileiras estão endividadas, e 43% não sabem como pagar, aponta Senacon

Crise é resultado do derretimento do poder de compra, desemprego, informalidade, inflação e má gestão da economia

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Estudo da Senacon sobre endividamento recorde dos brasileiros contou com o apoio do Pnud/ONU - USP Imagens

Levantamento da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) aponta crescente endividamento dos brasileiros: 69,7% da população do país está endividada. Destes, 43,2% declaram que não conseguirão quitar seus débitos. As principais razões são o derretimento do poder de compra dos salários, o desemprego e a informalidade, a inflação e a má gestão da economia pelo governo de Jair Bolsonaro (PL). O estudo foi divulgado na semana passada e contou com o apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), agência da Organização das Nações Unidas (ONU).

O cenário antecipa que a esperada recuperação econômica terá de lidar com a necessidade de se recuperar a renda das famílias e retomar sua capacidade de honrar compromissos. “É uma situação que acarreta variados desafios econômicos e sociais, uma vez que muitas dessas pessoas poderão enfrentar dificuldades para se inserir ou permanecer no mercado consumidor”, afirma a ONU em nota.

A entidade cobra ações urgentes do governo para tentar tirar as famílias brasileiras do sufoco. “O trabalho sugere ainda a atuação urgente e efetiva do poder público, na tentativa de realocar esses consumidores no mercado de consumo como forma de mitigar os efeitos do superendividamento, os quais ultrapassam a dimensão econômica e afetam diversos outros aspectos do desenvolvimento humano”.

Para isso, o estudo apresenta algumas recomendações para o poder público. “Entre elas, a regulamentação e aprimoramento de um programa de educação financeira em âmbito nacional, com projetos voltados aos jovens no ambiente escolar, à população em geral e a grupos vulneráveis; a definição de sistema para iniciação e centralização de acesso à via administrativa do processo de repactuação de dívidas; e a adoção de ferramentas que proporcionem parâmetros unificados para auxílio na caracterização do mínimo existencial”.

O representante residente adjunto do Pnud, Carlos Arboleda, destacou a urgência de ações concretas no campo econômico. “Pensar na realocação do cidadão no mercado de consumo beneficia não somente o desenvolvimento do país, mas também o desenvolvimento humano – em dimensões que ultrapassam impactos econômicos”, afirma.

Conta não bate

De acordo com a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), realizada pelo IBGE, no período de junho de 2017 a julho de 2018, a renda mensal média das famílias brasileiras é de R$ 5.452,81, sendo R$ 3.388,96 fruto de trabalho. No campo, esta média cai para R$ 2.809,09 de rendimento total, sendo R$ 1.426,33 oriundo de trabalho. Enquanto isso, as despesas médias dos brasileiros são de R$ 4.985,39 nas cidades e R$ 2.543,15 no campo.

Por outro lado, Mapa da Inadimplência divulgado pelo Serasa em maio de 2021 constatou que o valor médio da dívida por inadimplente é de R$ 3.937,98. O cenário do endividamento é crescente e saltou de 61,36 milhões de não pagadores para 62,56 milhões apenas em 2021. Os estados com maior percentual de endividados são Amazonas, Mato Grosso, Acre, Rio de Janeiro, Roraima, Amapá e São Paulo, além do Distrito Federal.

Em relação ao nível de endividamento, 14,7% dos brasileiros estão “muito endividados”; 24,6% “mais ou menos endividados”; 30,4% “um pouco endividados”; e 30,3% “possuem dívidas que podem pagar”. O total é de 69,7%. A maioria das famílias endividadas (81,8%) estão com atraso no cartão de crádito, seguido por carnês (17,5%); financiamento de carro (11,9%); e crédito pessoal (10%).

Leia a íntegra do relatório aqui.

PERSEGUIÇÃO POLÍTICA Liberdade para Assange é reivindicada em protestos em seis capitais brasileiras e no exterior

 PERSEGUIÇÃO POLÍTICA

Liberdade para Assange é reivindicada em protestos em seis capitais brasileiras e no exterior

Manifestantes pressionaram autoridades diplomáticas dos EUA e Reino Unido contra prisão do fundador do Wikileaks

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
 

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Embaixada estadunidense no Brasil é palco de protesto contra perseguição sofrida por Assange - Lula Marques

Centenas de ativistas e militantes protestaram nesta sexta-feira (25) em seis capitais brasileiras pela liberdade do fundador do Wikileaks, Julian Assange. Os protestos integram o Dia Internacional de Mobilizações para Liberdade de Assange, que contou com atos em outros seis países. 

No Brasil, manifestantes levaram cartazes e faixas em frente às representações diplomáticas dos Estados Unidos e Reino Unido, apontados como responsáveis por liderar a perseguição judicial sofrida por Assange há 12 anos. 

Os protestos ocorreram em Belo Horizonte, Brasília, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. Integrantes de movimentos populares protocolaram cartas direcionadas a embaixadas e consulados pedindo a soltura do ativista. 

Organizada no exterior pela Internacional Progressista, a mobilização ocorreu na Colômbia, Argentina, África do Sul, Estados Unidos, Nepal, Índia e México. Em Nova York, jornalistas, políticos e juristas realizam um tribunal popular condenando a prisão do jornalista. 

:: “Liberdade para Assange, Já!” é a nova série radiofônica do MST ::

"Uma vergonha para os Estados Unidos"

No Brasil, os atos foram articulados pela Associação Internacional dos Povos (AIP). Segundo o secretário operativo da entidade, Giovani del Prete, o objetivo é aumentar a visibilidade das denúncias de violação de direitos humanos sofridas por Assange, tanto na imprensa, como nas redes sociais. 

“Nosso trabalho agora é seguir construindo e acumulando experiência para que consigamos de fato mudar a correlação de forças. Vamos pressionar cada vez mais as autoridades em cada um dos nossos países para que elas, por sua vez, pressionem as autoridades inglesas pela liberdade de Assange”, declarou del Prete.

Fundador do Wikileaks, Assange foi preso em Londres após ter divulgado documentos confidenciais que revelaram crimes e violações aos direitos humanos cometidos pelos Estados Unidos ao redor do mundo, incluindo o Brasil. 

“É uma vergonha para os Estados Unidos. Mesmo falando tanto em liberdade de expressão e de imprensa, estão perseguindo um jornalista que fez seu trabalho”, opinou o integrante da AIP, que participou do protesto na capital paulista.  

Assange segue preso em uma penitenciária de segurança máxima na capital britânica e luta para não ser extraditado para os Estados Unidos. A extradição foi autorizada pela Justiça britânica em dezembro, mas um recurso à Suprema Corte poderá reverter a decisão. Caso seja conduzido ao país norte-americano, deverá cumprir prisão perpétua.

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Protestos no Brasil 

Em Brasília, manifestantes criticaram a ausência de base jurídica para a prisão do ativista. “Assange não cometeu crime nenhum. Ele prestou um serviço para a humanidade, liberando todas aquelas denúncias das ações criminosas dos organismos de inteligência dos países imperialistas”, opinou o manifestante Afonso Magalhães, da Central de Movimentos Populares (CMP). 

Nilson Alexandre, do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras por Direitos (MTD), reforçou: “Se você perguntar para qualquer pessoa qual foi o crime que o Assange cometeu, nem eles vão saber falar. Nem os juízes que o condenaram vão saber qual é o crime. É porque não teve crime”.

No Rio de Janeiro, uma faixa escrita "Liberdade para Assange” ocupou a avenida Presidente Wilson em frente ao consulado dos Estados Unidos. Os manifestantes estenderam fitas amarelas na calçada, em referência a tradição estadunidense que simboliza o retorno dos soldados para casa. 

Carmen Diniz, coordenadora do capítulo Brasil do Comitê Internacional Paz, Justiça e Dignidade aos Povos, marcou presença na manifestação carioca: “Ele não é norte-americano, não tem que ser extraditado. Ele é australiano e está preso na Inglaterra. A Inglaterra é o novo capacho do governo dos Estados Unidos", afirmou. 

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Em Porto Alegre, o Levante Popular da Juventude providenciou a batucada e uma intervenção que representou o sangue derramado pelo imperialismo estadunidense ao redor do mundo. 

“Estivemos em frente ao consulado norte-americano para afirmar que os EUA é o inimigo número um dos Direitos Humanos, da democracia, da soberania dos povos e da paz mundial”, afirmou Lucas Gertz, militante do Levante e diretor de Relações Internacionais da União Nacional dos Estudantes (UNE).

Ele lembrou que Cuba, Venezuela, Honduras, Bolívia, Argentina, Afeganistão, Iraque e tantos outros países sofreram ou sofrem intervenções. “Seja através de golpes coloridos ou invasões militares, a única certeza que temos é que somos sempre um alvo em potencial. Precisamos nos manter sempre atentos e atentas”, avaliou.


Em Porto Alegre (RS), intervenção representou o sangue derramado pelo pelos norte-americanos ao redor do mundo  / Maiara Rauber

:: Assange poderá recorrer de extradição aos EUA no Supremo, decide justiça britânica ::

Tribunal popular condena Estados Unidos 

Ainda nesta sexta-feira, a Internacional Progressista organiza os Tribunais de Belmarsh em Nova York, nos Estados Unidos. O evento é inspirado no tribunal popular organizado pelos filósofos Bertrand Russell e Jean-Paul Sartre, há 50 anos, para colocar os EUA no banco dos réus pela Guerra no Vietnã.

O evento deste ano conta com a participação de peritos da Organização das Nações Unidas (ONU), jornalistas e intelectuais. O objetivo da reunião é discutir o caso da extradição de Assange e também os crimes da chamada "Guerra ao Terror". 

"Julian Assange cometeu uma transgressão grave. Ele é culpado de expor crimes graves do governo dos Estados Unidos, que tentou mantê-los escondidos dos seus próprios cidadãos e do mundo", afirmou o linguista e filósofo Noam Chomsky.

O historiador e diretor do Instituto Tricontinental de Pesquisa Social, Vijay Prashad, também participa do evento e destacou que o trabalho do WikiLeaks permitiu que se pudesse falar sobre crimes cometidos por potências ocidentais sem "soar como maluco". Além disso, Prashad criticou os veículos de comunicação que se serviram das informações fornecidas pelo WikiLeaks e agora não o apoiam. 

"O que Julian Assange fez que o New York Times não fez? O que Julian Assange fez que o jornal The Guardian não fez? E para a vergonha do The New York Times e a vergonha do The Guardian, para a vergonha do The Spiegel, nenhum deles ficou com o homem que lhes forneceu informação", destacou Prashad.

:: As inestimáveis contribuições do Wikileaks para o jornalismo e movimentos populares ::

Entenda o caso Assange

Julian Assange é um jornalista e editor australiano que cofundou o WikiLeaks em 2006. O site publicou documentos vazados anonimamente por funcionários de governos e corporações. Até 2009, o WikiLeaks publicou documentos que revelaram a lista de membros do Partido Nacional Britânico fascista (2008), o escândalo do petróleo Petrogate no Peru (2009) e um relatório sobre o ataque cibernético dos EUA e de Israel contra as instalações de energia nuclear no Irã (2009). 

No Brasil, documentos recebidos pelo Wikileaks revelaram que os Estados Unidos grampearam a ex-presidenta Dilma Rousseff (PT), ex-ministros e até o avião presidencial. As interceptações telefônicas atingiram também titulares de ministérios da Casa Civil, Planejamento, Fazenda, Gabinete de Segurança Institucional e Relações Exteriores. A Petrobras também foi espionada, em função do interesse estadunidense na tecnologia envolvendo a exploração em águas profundas da camada pré-sal.

Do Iraque, a analista de inteligência do Exército estadunidense Chelsea Manning enviou ao Wikileaks centenas de milhares de documentos, incluindo vídeos, e disse em uma mensagem: “Este é possivelmente um dos documentos mais significativos do nosso tempo, removendo a névoa da guerra e revelando a verdadeira natureza da guerra assimétrica do século 21”.

O Wikileaks também publicou os Registros da Guerra do Iraque e os Diários da Guerra do Afeganistão, que continham materiais que sugeriam que as forças dos EUA haviam cometido crimes de guerra nos dois países. Entre esses documentos estava um vídeo de 2007 mostrando forças dos EUA matando civis, incluindo funcionários da organização de notícias Reuters.

Edição: Rodrigo Durão Coelho