sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

E-book do livro Os Sem Terra e o MST: memórias de lutas e experiências transformadoras

 

SGeral <sgeral@mst.org.br>
À :SGeral
mar. 25 janv. à 16:01

 

Boa tarde, camaradas!

Anexo o e-book do livro "Os Sem Terra e o MST: memórias de lutas e experiências transformadoras", organizado por Davi Félix Schreiner. 

O livro "[...] traduz teórica e metodologicamente como os Sem Terra constituíram-se Sujeitos Individuais e Sujeitos Coletivos de Direitos na luta pela terra, a partir dos anos de 1960. Eles não cruzaram os braços! A cada despejo dos acampamentos às margens das rodovias, ou quando já instalados, mesmo que provisoriamente na terra ocupada, parafraseando José Mujica, não se vergaram, “não se resignaram a derrota”(p.11).

 

Abaixo o sumário, boa leitura!

À GUISA DE INTRODUÇÃO
Narrativas, Identidades e Luta Política - Davi Félix Schreiner

I - HISTÓRIAS EM MOVIMENTO: uma historiografia do Movimento
dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) - Clifford Andrew Welch

II - A HISTÓRIA RURAL e o MST no Pontal do Paranapanema-SP: o
desejo do roçado do passado ao tempo presente...- Maria Celma Borges

III - A IDENTIDADE SEM-TERRA E REFORMA AGRÁRIA NO OESTE
DO PARANÁ: história, memória e metodologia da história oral (décadas de 2000 e 2010) - Vagner José Moreira

IV - SEM-TERRA DO MST: Caminhos de Luta e Liberdade na Conquista da Terra - Douglas Menezes de Oliveira

V - “VAMOS FAZER, CHEGA DE DISCURSO”: Camponeses e a organização política no Sudoeste do Paraná (1964-1985)
Ricardo Callegari

VI - A CRIAÇÃO DE UM MÉTODO DE FORMAÇÃO DE MILITANTES NO MST - Rose Elke Debiasi

VII - OS RITUAIS EM NARRATIVAS DE ASSENTADOS RURAIS - Davi Félix Schreiner

Disponível: https://www.editoranavegando.com/livro-mst

--

SECRETARIA EXECUTIVA

SETOR DE EDUCAÇÃO DO MST/PR

E-MAIL: setoreducacaopr@gmail.com   

TELEFONE: (41)30838500/99715595

Há tres anos do crime da vale em Brumadinho, vejam diversos artigos e analises.

 SGeral

 <sgeral@mst.org.br>
À :SGeral
mar. 25 janv. à 13:27

 

 

Aqui video de 5 minutos

https://www.youtube.com/watch?v=Vm6lOgshr5o&list=PLytfbsQYLZpB5uDo8LRdjf9X9RfOlFw4d&t=1s

 

aqui artigos de  25 jan 22

https://www.brasildefato.com.br/2022/01/25/tres-anos-de-brumadinho-populacao-luta-contra-dependencia-da-mineracao-mas-governo-estimula

 

https://www.brasildefato.com.br/2022/01/25/lentidao-da-justica-gera-sentimento-de-impunidade-no-caso-brumadinho-mg

 

 

OS TRILHOS DO CRIME

Por Marina Oliveira, moradora de Brumadinho   25 janeiro 22


Meu nome é Marina e eu sou mineira. Sou de Brumadinho. Eu fui criada romantizando o barulho do trem. Desde pequena, desenhava o trem que passava pela minha cidade. Eu chamo tudo  
o que é bom de “trem”. Eu fui criada pra falar com orgulho do minério, do ferro e das coisas boas  que eles me trouxeram. Eu nunca estranhei esses buracos nas montanhas e nas serras da minha cidade. O trem sempre chegou vazio e saiu cheio, sem trazer nada em troca. Me formei em Relações  Internacionais na PUC-Minas, no dia 24 de janeiro de 2019. Meu sonho era trabalhar na Vale.

No  dia 25 de janeiro, às 12h28, eu vi a Vale matar rio, matar peixe e matar gente. Nesse dia, eu comecei  a problematizar os impactos de uma mineração irresponsável, que coloca o lucro acima da vida.  
Eles soterraram 272 pessoas [sendo duas crianças nas barrigas de suas mães, não reconhecidas  pela Vale], dezenas de casas, hortas, rio, animais, vegetações, culturas etc. Desde então, tenho atuado,  
contratada pela Arquidiocese de Belo Horizonte, como articuladora social das comunidades atingidas pelo crime. Meu trabalho é acompanhar as comunidades, identificar as demandas, dar os encaminhamentos possíveis e sangrar junto. Dezoito famílias ainda esperam encontrar os corpos de seus  familiares para se despedirem. As buscas ainda não terminaram. Dezenas de agricultores atingidos  não tiveram qualquer suporte até hoje. Muitas comunidades estão sem água por causa da contaminação de rejeitos da barragem. O aumento da taxa de suicídio e o índice de depressão são reais. Enquanto isso, as mineradoras gastam milhões de reais em publicidade sem concluir as reparações, indenizações e compensações.

Eles se preocupam apenas com a Bolsa de Valores. Eles não  querem ser responsabilizados criminalmente pelo que fizeram, pois estariam criando parâmetros  internacionais para crimes minerários. Eles querem continuar cometendo crimes com impunidade. Eles gostam de comprar e de controlar todo o território. É a primeira vez que eu vejo isso: o assassino que se senta à mesma mesa da vítima e ainda mostra como vai ser daqui pra frente.  

O Estado? Coitado. Preso na minério-dependência, não consegue sequer apoiar os(as)  atingidos(as) de maneira justa. Em setembro deste ano, participei de um evento da ONU para falar  de Brumadinho, no Chile. Lá, estava a representante da Vale, com seu traje social, falando sobre  direitos humanos e sustentabilidade. Eles participam desses espaços para pegar o carimbo de responsabilidade social para continuar matando em outros lugares.
A pergunta que eu me faço é: para quem devo gritar? Para o Estado? Para a Vale? Para a ONU?  

Quem vai nos ajudar? Os interesses financeiros envolvidos são muito poderosos. Quem dera existisse uma receita para a reconstrução de uma cidade. Eles estão acostumados a romper barragem:  Mariana, Brumadinho... Mas  cidade nunca estará pronta para se ver coberta de lama de rejeito.

Eles chamam o que aconteceu de acidente, de evento. Evento, pra mim, é festa. Acidente, pra  mim, é quando a gente se queima fritando ovo. O que aconteceu na minha cidade é um crime.  Crime, porque houve trocas de e-mails entre a chefia para relatar a instabilidade da barragem;  porque eles pressionaram a empresa terceirizada a atestar o laudo de estabilidade; porque o refeitório e o prédio administrativo ficavam logo abaixo da barragem; porque as rotas de fugas assinaladas pelo relatório de risco produzido pela empresa estavam erradas. Ou seja, quem correu para os   pontos que eram considerados seguros está, hoje, soterrado.

Para quem gritar? Eu escolho gritar para vocês: jovens que serão os próximos engenheiros,  advogados e deputados (talvez sejam os próximos atingidos também). Eu não acredito neles, mas  eu acredito em vocês. Eu tenho o privilégio de viver a conversão real e profética, orientada pelo  impacto de um crime contra as várias formas de vida. Espero que muitas outras pessoas possam   também se converter. A gente não pode beber, comer e respirar minério.  

A gente pode mudar. É trabalho de gerações e gerações. Mas a gente pode. Porque, se eu aprendi que o “trem” é bom, daqui pra frente, eu vou ensinar que ele é ruim. E eu jamais, jamais,  vou deixar de estranhar os buracos que fizeram nas montanhas, na minha cidade e no meu coração. O trem é ruim. Ele levou nossas riquezas embora. Ele matou nosso rio. Ele levou nossos   amigos à força. Ele destroçou nossa cidade."

Marina Oliveira, moradora de Brumadinho   e articuladora social da Arquidiocese de Belo Horizonte

 

Artigo | Mineradoras têm que ser responsabilizadas pelos estragos das enchentes

Comunidades que vivem abaixo de empreendimentos de mineração foram alagadas por lamas de minério e de rejeitos

Luiz Paulo Siqueira

Belo Horizonte (MG) | Brasil de Fato MG |

 17 de Janeiro de 2022 às 16:31

Milhares de pessoas estão em contato direto com a lama e expostas a diversas enfermidades - Foto: Douglas Magno / AFP

A intensidade das chuvas de dezembro e janeiro impactou severamente diversas regiões de Minas Gerais. Segundo levantamento da Defesa Civil, as enchentes já deixaram 24 mil desabrigados, mais de 3 mil desalojados e 341 cidades declararam situação de emergência.  Além disso, mais de 100 pontos em rodovias estão parcialmente ou totalmente interditados no estado.

O estrago tem sido especialmente pior para as famílias pobres, que são empurradas para viverem em locais inseguros e mais susceptíveis a essas tragédias. A violência das enchentes e os impactos causados na vida do povo não é culpa das chuvas, mas é responsabilidade de uma classe que impõe um modelo de desenvolvimento em que a ocupação e disputa dos territórios está subordinada aos interesses da especulação imobiliária, da mineração e do agronegócio.

:: Leia também: “É urgente rever o processo de fiscalização e segurança de barragens”, diz Marcus Polignano :: 

A realidade enfrentada pelas comunidades que vivem abaixo de empreendimentos de mineração é ainda mais grave, pois foram alagadas por lamas de minério e de rejeitos.

Alagados pela lama de rejeitos

Os municípios que vivem na beira do Rio das Velhas, como Rio Acima e Raposos, foram surpreendidos com a elevação repentina do nível do rio, foram pegos de surpresa e não houve tempo para salvar quase nada. A tragédia atingiu casas, lojas, igrejas, prefeitura e destruiu todos os pertences afetadas pela enchente. Quando a enchente começou a diminuir o nível e as águas foram embora, ficou para trás uma lama escura, densa e abrilhantada, típica de um material rico em minério de ferro.   

Itabirito teve sua maior e pior enchente, a cidade foi completamente destruída e a prefeitura declarou estado de calamidade. Diversas encostas desabaram, casas ficaram destruídas e inúmeras famílias perderam todos seus pertences. Importante lembrar que Itabirito está abaixo de várias cavas de mineração e será drasticamente atingida caso as barragens de Forquilha, da Vale, que estão em nível 3 de emergência, se rompam. Assim como no leito do Rio das Velhas, Itabirito ficou inundada com lamas de minério.    

As comunidades próximas aos rios Paraopeba e Doce foram impactadas ainda mais com as enchentes. Os rejeitos presentes nas margens e leito dos rios subiram para regiões que não haviam sido contaminadas, aumentando assim o número de famílias e áreas impactadas pelo crime da Vale e da Samarco/Vale e BHP Billiton.

Os rios Itabirito, das Velhas, Paraopeba e Doce são historicamente castigados pela irresponsabilidade e ganância das mineradoras. Seus leitos estão carregados de rejeitos e assoreados pelos projetos predatórios de mineração. A dimensão dos estragos causados e a concentração de minério nas lamas da enchente nos mostra quem são os responsáveis por essas tragédias.

É, portanto, fundamental que seja apurada as evidências para que as mineradoras que atuam nessas regiões impactadas sejam devidamente responsabilizadas. Essas empresas, que promoveram os estragos, têm que arcar com a limpeza, reparação e recuperação de todas estruturas afetadas e danos causados.

:: Leia também: Artigo | A fatura chegou! ::

Milhares de pessoas estão em contato direto com a lama e expostas a diversas enfermidades. Mas o pior ainda está por vir. A permanência desses compostos torna os locais insalubres e a lama, ao secar, se torna poeira de minério e pode acarretar em uma série de problemas na saúde das comunidades.

Recorde de lucro para a mineração

Em 2021, a mineração bateu recorde de lucratividade. Enquanto milhares de famílias estimam suas perdas e batalham para retomar suas vidas, o ca

Boletim Carta Maior, em 25/01/2022

 

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