sexta-feira, 28 de outubro de 2016

A PETROBRAS NÃO ESTÁ QUEBRADA E TEM FUTURO BRILHANTE


A PETROBRAS NÃO ESTÁ QUEBRADA E TEM FUTURO BRILHANTE

Solange Santana

A defesa da Petrobras e de seu corpo técnico são os principais objetivos da Associação de Engenheiros da Petrobras (AEPET) e nesta entrevista o vice-presidente da instituição, engenheiro Fernando Siqueira, fala das ótimas perspectivas da empresa e questiona os que querem esvaziá-la. Também explica, didaticamente, a quem interessa tirar a Petrobras do pré-sal. Uma entrevista para ler, guardar e multiplicar.

Também nesta entrevista Siqueira comenta o panorama da indústria petrolífera no mundo e afirma que Brasil, Venezuela, Irã e os BRICS (bloco econômico que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) são hoje alvos da mesma geopolítica dos países desenvolvidos que não possuem reservas de combustível fóssil.

·         A Petrobras está quebrada? A situação da empresa é tão caótica em relação às grandes petrolíferas estrangeiras?

Fernando Siqueira - A Petrobras não está quebrada. Ela teve, em 2015, um lucro bruto de R$ 98,5 bilhões e um lucro líquido de R$ 14 bilhões. Mas por exigência da auditora americana PWC (raposa no galinheiro), ela desvalorizou seus ativos em R$ 49 bilhões, gerando um falso rombo de R$ 35 bilhões. As justificativas dessa baixa contábil são as perdas com a queda do preço do petróleo, mas a Exxon/Mobil, por exemplo, não fez nada disso. A Shell tem uma dívida igual à da Petrobras, mas tem reservas cinco vezes menores. A Petrobras já descobriu 50 bilhões de barris nos campos de Tupi, Iara, Búzios, Carcará e outros. A Shell tem reservas de cerca de 10 bilhões de barris, apenas. A Petrobras está melhor do que todas as empresas do cartel. Tem mais reservas e melhor tecnologia do que elas.

·         Quais as perspectivas do Brasil na produção de petróleo?

FS - São as melhores. O instituto de Geologia da UERJ prevê que a reserva do pré-sal pode se situar entre 178 e 280 bilhões de barris (segunda ou terceira do mundo). A Petrobras já descobriu cerca de 50 bilhões de barris dessas reservas; produz cerca de 1,5 milhão de barris equivalentes por dia (óleo + gás) no pré-sal. Em 2015, ela ganhou, pela terceira vez - fato inédito entre as petroleiras mundiais - o prêmio máximo da indústria do petróleo pelo seu domínio da tecnologia em águas ultraprofundas, aplicada no pré-sal; o custo total de produção no pré-sal, incluindo impostos royalties, amortizações e outros, caiu de US$ 40 por barril, em 2013, para US$ 20 em maio de 2016. No mesmo período, o custo de extração (considerando a infraestrutura toda montada e abstraindo dos custos externos), caiu para US$ 7,50 por barril. Ambos os custos continuam caindo em face do conhecimento técnico da Petrobras e da produtividade do pré-sal.



·         Há semelhanças entre o Brasil e a Venezuela na geopolítica mundial do petróleo?

FS - Podemos dizer que há muitas. A Venezuela tem a maior reserva do planeta e fica fora da zona conflituosa do Oriente Médio; o Brasil tem a segunda ou terceira reserva do mundo e fica também na América Latina. Os países desenvolvidos têm uma brutal insegurança energética devido à alta dependência do petróleo e por não possuírem reservas. Querem as nossas, pagando barato.

Na década de 1990, os EUA, junto com a Arábia Saudita, derrubaram o preço do petróleo para US$ 13 dólares e desmontaram a União Soviética, cuja renda tem 50% de sua origem no petróleo e estava dominando a Europa, dependente do seu petróleo e gás. Agora estão repetindo essa estratégia, pois os BRICS, que têm na Rússia o principal suporte tecnológico, são uma ameaça à hegemonia americana: os BRICS criaram um banco de desenvolvimento com um fundo de US$ 100 bilhões e pretendem criar uma moeda alternativa ao dólar. Mortal para os EUA. Sadham Hussein foi assassinado por isto. A Arábia Saudita, aliada aos EUA, não reduziu sua produção conforme solicitado pelos parceiros da OPEP.

Em vez disso, aumentou-a em 1 milhão de barris por dia e fez com que o petróleo caísse de US$ 115 para US$ 45 por barril. Com isto, Rússia, Venezuela e Irã se enfraqueceram economicamente. Além disto, o pré-sal deixou de ser o grande trunfo que o Brasil tem para deixar de ser o eterno país do futuro, segundo uma campanha insidiosa da mídia, que faz o jogo do mercado e engana os brasileiros. E minou economia da Petrobras que está sendo desmantelada pelo senhor Pedro Parente através da venda de ativos estratégicos.

Intensa campanha foi deflagrada para mudar o marco regulatório que resgatava o interesse do País em detrimento da lei de concessão que dá todo o petróleo para quem produz, gerando "o pior contrato de concessão do planeta". Aproveitaram as denúncias da Lava-Jato e passaram a defender a privatização "para eliminar a corrupção do petrolão. Irônico, porque as empresas capazes de produzir o pré-sal são as empresas do cartel internacional, que são as mais corruptas e mais corruptoras do mundo: derrubam, matam ou prendem lideranças que nacionalizaram petróleo: Mohamed Mossadeg, no Irã, Enrico Mattei, na Itália; e Jaime Roldós (Equador), são exemplos antigos. Sadham Hussein e Muamar Kadafi são exemplos recentes dessa ação predatória. Conforme mostrou o Widileaks, eles atuam dentro do Congresso.

Portanto, Brasil, Venezuela, Irã, Rússia (e os BRICS) são alvo da mesma estratégia geopolítica dos países hegemônicos petróleo-dependentes. Derrubaram Dilma Rousseff não pelos seus grandes erros, mas pelos seus acertos em defesa do Brasil. Estão sabotando Maduro o tempo todo.

·         A Petrobras não tem condições técnicas e econômicas de explorar o pré-sal?

FS - Falácia gigantesca. A Petrobras tem mais condição do que qualquer outra empresa do setor para produzir o pré-sal, tecnologicamente falando. Economicamente também a empresa tem condições excepcionais, pois tem reservas, já descobertas, de cerca de 50 bilhões de barris. A US$ 50 por barril são US$ 2,5 trilhões. O custo total de produção, como já dito, é de US$ 20 por barril. Por outro lado, a dívida líquida da empresa é da ordem de US$ 90 bilhões, irrisória diante do grande patrimônio da Companhia. Vale lembrar que a Shell perfurou o campo de Libra até 3990m e o devolveu à ANP como subcomercial. A Petrobras perfurou Libra e achou o maior campo do mundo. Se não fosse a Petrobras, Libra e o pré-sal não teriam sido descobertos.
·         Por que o governo Temer e seus aliados no Congresso defendem a entrega das nossas reservas na camada pré-sal?

FS - O golpe dado no País, reconhecido até pelo Papa Francisco, foi para colocar no Governo os vendilhões da Pátria. A maioria deles envolvidos e citados na Lava-jato. O programa do PMDB "A Ponte para o futuro (...dos EUA)" prevê isto. O Serra, segundo o Wikileaks, prometeu à Chevron que, se eleito presidente, derrubaria a Lei de Partilha. Eleito senador fez o projeto PLS 131, ou 4567 na Câmara, que tira a Petrobras do Pré-sal; Temer colocou na Petrobras o Pedro Parente, que no período 1999 a 2003, como presidente do Conselho de Administração da Petrobras, participou de um trabalho de desmonte da Companhia para desnacionalizar, chegando a mudar o nome para Petrobrax. Agora está retomando esse projeto, vendendo os ativos mais estratégicos para consumar o trabalho. Vendeu a malha de gasodutos do Sudeste (60% do transporte de gás do país), um monopólio natural, para grupo estrangeiro, Brokfield, formado por fundos especuladores (abutres?) internacionais. A Petrobras será refém deles.

·         A quem interessa que seja sancionado o Projeto de Lei 4567/16, de autoria do então senador José Serra (PSDB), que desobriga a Petrobras de ser a operadora na exploração do pré-sal, no regime de partilha?

FS - Como mencionado acima, aos países hegemônicos que precisam de petróleo, mormente os EUA, que tem uma reserva de 40 bilhões de barris, incluindo o Shale gás, e consomem cerca de 10 bilhões por ano. E as suas empresas (Anglo-americanas) que formam o cartel internacional do petróleo. Elas já dominaram 90% das reservas mundiais e, hoje, dominam menos de 5%. Precisam de reservas para sobreviver. Desobrigada, a Petrobras nem participará dos leilões, pois o Sr. Parente vendeu um dos melhores campos do pré-sal, o Carcará, já descoberto, com três poços perfurados e comprovado, o que a Petrobras irá fazer nos novos leilões? Nada. O pré-sal, portanto, irá ficar livre para as empresas internacionais mais corruptas do planeta. Elas terão imensos lucros com o pré-sal. Todos os países que entregaram o seu petróleo para elas estão na miséria – Angola, Gabão, Nigéria e outros.

·         O que o senhor acha de uma Petrobras 100% estatal?

FS - Acho que não é bom. Apenas o Governo deve deter a maioria das ações com direito a voto. A Noruega, que era o segundo país mais pobre da Europa, descobriu o petróleo no Mar do Norte, criou a Statoil, que tem ações no mercado, mas o governo tem maioria, ela trabalhou bem e a Noruega passou a ser o país mais desenvolvido do mundo, o melhor IDH dos últimos cinco anos. Ser 100% estatal gera muita interferência (espúria) dos políticos e do governo. Nossos governantes estão longe de ter credibilidade para isto. Aliás, estive estudando a forma de governo do Brasil. E concluí: não é democracia, pois vivemos as ditaduras da mídia, dos políticos corruptos e da morosidade do Judiciário. Pesquisando no Wikipedia acabei achando o verdadeiro regime político: Plutocleptocracia: Governo de corruptos sustentado pelos ricos do "Mercado". Segundo o americano John Perkins, o mercado é a corporatocracia americana, ou seja, o complexo financeiro/petroleiro/armamentista/CIA. Eles, coordenados pelo CFR - Conselho de Relações Internacionais, estabelecem a (Des)ordem mundial. A favor deles, claro. Por isto é preciso criar a "Jet Wash" – lava-jato internacional para inibir as compras de líderes nacionais.


Equador pode ser primeiro passo da hegemonia chinesa na América Latina

27/10/2016 11:06 - Copyleft

Equador pode ser primeiro passo da hegemonia chinesa na América Latina

Os Estados Unidos assistirão passivamente a construção de um projeto que abre caminho a uma influência concreta da China na América Latina?


Victor Farinelli
reprodução
Passou desapercebida em quase todo o subcontinente a visita do chanceler chinês Wang Yi a Quito, na primeira semana de outubro. Entre encontros com o chanceler Ricardo Patiño e com o presidente Rafael Correa, além de ministros e representantes de grupos empresariais, Yi verificou os avanços de mais de 200 acordos assinados entre os dois países nos últimos anos, e assinou alguns novos, fortalecendo ainda mais a relação bilateral.
 
Também passou desapercebida uma frase do chanceler, e são estas palavras as que devem ser guardadas na memória, porque talvez o futuro da geopolítica do continente pode estar atrelado à possibilidade delas serem certas. Disse Wang Yi: “a China pretende ajudar o Equador a deixar de ser uma economia exportadora de matéria-prima e avançar em um projeto de industrialização voltado à produção de tecnologia de ponta”.
 
China e Equador vêm reforçando sua aliança há tempos, e quem afirmou o caráter estratégico da mesma foi o próprio presidente chinês Xi Jinping, em janeiro de 2015, em encontro com o presidente Correa em Pequim. Porém, o compromisso de agora é muito mais forte, pois estamos falando de um projeto que, se concretizado tal qual a descrição do chanceler Yi, faria do Equador o primeiro país latino-americano a ter suas exportações lideradas por produtos com valor agregado.
 
Durante a recente conferência “A Nova Fase da China: Implicações para a América Latina”, realizada há poucos dias em Santiago do Chile, as palavras do chanceler chinês e as possibilidades que elas inspiram estiveram entre os temas mais debatidos. Quem colocou a declaração em pauta foi o acadêmico uruguaio Ignacio Bartesagui, especialista em relações internacionais da Universidade Católica do Uruguai e coordenador do Observatório América Latina Ásia Pacífico. “O processo já está em andamento, as empresas chinesas já estão trabalhando em alguns investimentos inovadores no Equador, e a expectativa é que avance mais rápido com os novos acordos”, comentou Bartesagui, lembrando que as empresas chinesas já trabalham na construção de seis hidroelétricas no Equador, num esforço para transformar a matriz energética do país, e fazer como que 90% da eletricidade seja produzida através da água. “Claro que os resultados só serão percebidos a médio ou longo prazo, e então teríamos uma situação que poderia efetivamente transformar o panorama geopolítico da América Latina”, analisou o professor, se referindo à capacidade da China de exercer influência política na região.





 
A iniciativa chinesa em financiar a industrialização do Equador não tem sentido somente sob a ótica do interesse em estabelecer influência geopolítica, mas também está sintonizado com o tipo de economia que o novo plano quinquenal chinês pretende imprimir, transformando uma economia até então baseada na produção de manufaturas a uma voltada para o consumo e que visa a consolidação de uma classe média – ver artigo “Por que a China torna mais urgente o desafio da industrialização”: http://cartamaior.com.br/?/Editoria/Economia/Por-que-a-China-torna-mais-urgente-o-desafio-da-industrializacao/7/37044.
 
O acadêmico uruguaio aprofundou suas considerações sobre o avanço da potência asiática no continente: “atualmente, a América Latina convive com investimentos chineses importantes em quase todos os seus países, que vão desde a modernização da infraestrutura ferroviária na Argentina até a construção de um novo canal interoceânico na Nicarágua. Também havia conversações com Argentina, Brasil e Venezuela para acordos em favor de projetos de incentivo à indústria e à modernização da mesma, semelhantes aos oferecidos ao Equador. Porém, as mudanças e as tensões políticas nesses três países colocaram um freio nas intenções chinesas”.
 
Convivência com conflitos internos
 
Nos casos de Brasil e Argentina, os problemas começam com a prioridade que os novos governos dos dois países dão à relação com os Estados Unidos – e no caso venezuelano, o temor é que a crise política termine com a oposição retomando o poder e se adotando a mesma postura.
 
“Tenhamos claro que a China não é tão exigente ideologicamente, ou seja, não vai fazer ou deixar de fazer negócios com um país dependendo da corrente política que está no poder. O que ela quer é que os eventuais parceiros e seus atos não sejam contaminados pelos interesses de terceiros”, comentou Bartesagui.
 
Nesse sentido, surge outro caso a ser analisado: o Uruguai. O economista Gustavo Bittencourt, da Universidade da República do Uruguai, foi quem falou durante a conferência “Nova Fase da China” sobre os acordos de comércio e cooperação que estão prestes a serem assinados entre os dois países, e que incluem um intercâmbio entre empresas chinesas e pequenas empresas cisplatinas de tecnologia. “No começo será apenas troca de informações, com excursões de empresários uruguaios ao nordeste da China. E nem poderia ser diferente, já que a diferença em termos de avanço tecnológico é claramente gigantesca, mas o importante é verificar que existe vontade política transversal no Uruguai para se investir nessa parceria, e talvez em algo semelhante ao que a China ofereceu ao Equador”, opinou Bittencourt.
 
Logo, podemos imaginar que nenhum setor político uruguaio dispensaria uma oferta que visasse financiar a diversificação e a modernização da indústria a longo prazo. Porém, essa situação se dá porque a política no país não enfrenta um clima tão beligerante quanto o venezuelano, ou uma institucionalidade destroçada como no Brasil.
 
Voltando ao Equador
 
Assim sendo, o desafio equatoriano para se consolidar como o primeiro grande modelo de parceria com a China no continente será superar os obstáculos políticos que terá pelo caminho.
 
O primeiro deles será a eleição presidencial de fevereiro de 2017. Embora o governismo seja favorito para vencer o pleito, precisará lidar com o desafio de vencer pela primeira vez sem Rafael Correa como protagonista – o candidato que lutará por manter vivo o projeto de governo progressista será Lenín Moreno, que foi vice-presidente durante o primeiro mandato do correísmo –, além de saber evitar que a onda neoliberal, que vem se espalhando em todo o continente, também invada o país.
 
Será interessante observar se os projetos com a China e suas perspectivas serão parte do debate eleitoral, se os governistas se colocarão como únicos capazes de realizá-los e se os candidatos opositores se apresentarão como aliados ou detratores dos mesmos.
 
Também será o caso de verificar se os Estados Unidos assistirão passivamente a construção de um projeto que abre caminho a uma influência concreta da China na América Latina, ou se intervirá de alguma forma, seja apoiando eleitoralmente os opositores aos projetos, seja patrocinando algum outro tipo de iniciativa desestabilizadora, como as que tiveram sucesso em Honduras, no Paraguai e no Brasil, para ficar nos exemplos mais recentes. E claro, saber se a esquerda equatoriana está preparada para combater os ataques que vierem.
 
O sucesso de Correa e seus aliados em fazer essa aliança entre China e Equador funcionar poderia despertar uma nova era de hegemonia compartilhada na América Latina. A dúvida agora é saber se é essa situação pode se concretizar.


Créditos da foto: reprodução

Guia eleitoral das políticas de Clinton na América Latina

27/10/2016 15:52 - Copyleft

Guia eleitoral das políticas de Clinton na América Latina

Apoio a golpes de estado, militarização e privatização, acordos comerciais que causam caos econômico, revelam o fracasso do Clintonismo


Greg Gradin, The Nation
wikimedia commons
Matéria de Abril ainda em tempo, editada



Ouviu-se muito pouco sobre a América Latina nas primárias Democratas. Hillary Clinton acumulou um histórico profundo, tanto antes quanto durante seu tempo como secretária de Estado, o que é válido examinar com profundidade.

Honduras: Até agora, o envolvimento de Clinton em ajudar a institucionalizar o golpe de 2009 contra um presidente reformista que teve o apoio de todo o povo corajoso do país – agricultores, ativistas gays, sindicalistas, feministas, ambientalistas, etc – é conhecido. “Direitos das mulheres são direitos das mulheres”, ela declarou. Mas em Honduras, ela trabalhou para legitimizar a deposição de um governo que estava tentando tornar a pílula do dia seguinte disponível e avançar os direitos dos membros da comunidade LGBT. Clinton ajudou a instalar um regime que tem matado mulheres e homens de maneira impressionante. Os esquadrões da morte voltaram ao país.






Em uma entrevista no New York Daily News, Clinton revisou sua história sobre suas ações em Honduras novamente (depois de ter cortado de seu livro Hard Choices as partes mais condenatórias). Então ela disse, “temos que fazer tipo um Plano Colômbia para a América Central”.

Colômbia: A ideia de que Hillary Clinton quer fazer com a América Central o que seu marido fez com a Colômbia é assustadora.

Aqui está o que o Plano Colômbia fez com o país: Em 2000, logo após ter saído da Casa Branca, Bill Clinton aumentou o auxílio militar. O Plano Colômbia, como o programa de assistência foi chamado, forneceu bilhões de dólares para o que foi o governo mais repressivo no hemisfério. A ação foi para acelerar a paramilitarização da sociedade, com governo – e exército – aliados à esquadrões da morte penetrando os serviços de inteligência, judiciário, governo municipal, legislativo e executivo. O dinheiro de Washington efetivamente subsidiou o direito dos narcotraficantes em se apropriarem de terras. De acordo com dados do próprio governo dos EUA, “nas áreas rurais, menos de 1% da população é dona de mais da metade das melhores terras da Colômbia”. “Torturas, massacres, desaparecimentos, e morte de não combatentes, se tornaram rotineiros, sendo sindicalistas, civis, e afro-colombianos as vítimas principais. O próprio livro de fatos mundiais da CIA diz que 6.3 milhões de colombianos foram deslocados internamente desde 1985, com “cerca de 300.000 novos deslocamentos todo ano desde 2000” - isso é, o ano que Bill Clinton ativou o Plano Colômbia. Somadas, foram 2.4 milhões de pessoas durante o mandato de 8 anos de Bill.

Depois do Plano Colômbia, veio o Acordo de Livre Comércio Colombiano. Hillary Clinton se opôs ao tratado quando estava concorrendo à presidência contra Barack Obama em 2008, mas depois apoiou como secretária de Estado. Ainda assim, mesmo quando fez campanha contra, Bill Clinton recebeu $800.000 da Gold Service International com base na Colômbia para dar quatro discursos na América Latina, onde ele defendeu o acordo. Mark Penn, o conselheiro chefe de Hillary na sua campanha de 2008, também estava se encontrando com representantes colombianos lhes dizendo para não se preocuparem, que, se Clinton se tornasse presidente, ela iria reverter sua oposição. Quando perguntada sobre tais conflitos, Clinton riu e riu. “Ai, ai”, ela disse, e perguntou ao repórter “quantos anjos dançam na cabeça de um crachá?” Portanto, preocupações com corrupção são tão pitorescas quanto a tradição escolástica medieval católica. Se esses anjos fossem feitos de sindicalistas colombianos executados entre o período em que o acordo entrou em efeito em 2015, a resposta seria 105 – junto com centenas de afro-colombianos, civis e ativistas ambientais.

Vamos a David Sirota, Andrew Perez e Matthew Cunningham-Cook, escrevendo sobre os interesses de combustível fóssil por trás de Clinton e o livre comércio colombiano:

Ao mesmo tempo em que o Departamento de Estado de Clinton estava louvando o histórico colombiano de direitos humanos, sua família estava forjando uma relação financeira com a Pacific Rubiales, uma companhia de petróleo canadense que está no centro do conflito trabalhista colombiano. Os Clinton também estavam desenvolvendo laços comerciais com os fundadores da gigante do petróleo, o financista canadense Frank Giustra, que agora ocupa uma cadeira no conselho da Fundação Clinton, o império filantrópico global da família.

Os detalhes desses acordos financeiros permanecem obscuros, mas isso é claro: depois que milhões de dólares foram prometidos à Fundação Clinton pela petroleira – complementados por mais milhões do próprio Giustra – a secretária Clinton mudou sua posição sobre o controverso pacto comercial Colômbia-EUA.

Também podemos ver Ken Silverstein relatando sobre Colômbia e os Clintons. De verdade, quem poderia culpar Wolf Blitzer por não perguntar nada sobre esses conflitos de interesse. Por onde ele começaria?

Haiti: O Haiti talvez seja a nação mais vulnerável às patologias psíquicas da economia e filantropia Clintonianas. Há muito o que dizer sobre a tomada do Haiti pelos Clintons, então eu só vou apontar algumas reportagens. Aqui temos Ted Hamm, “Como Hillary ajudou a destruir o Haiti”; “A bagunça dos Clintons no Haiti” de Jonathan Katz e “O rei e rainha do Haiti”; O NYT sobre o tema; e Isabel Macdonald e Isabeau Doucet no The Nation sobre as casas-trailer mal feitas que a Fundação Clinton enviou ao Haiti depois do terremoto.

E aqui temos o próprio Bill Clinton se desculpando por ter forçado Jean-Bertrand Aristide a implementar políticas econômicas neoliberais que destruíram a habilidade do Haiti de produzir o próprio arroz: “Pode ter sido bom para alguns dos meus fazendeiros em Arkansas, mas não funcionou. Foi um erro. Foi um erro que eu cometi. Não estou apontando o dedo para ninguém. Eu fiz isso. Eu tenho que viver todos os dias com as consequências da capacidade perdida de produção de plantações de arroz no Haiti para alimentar aquelas pessoas, por causa do que eu fiz. Mais ninguém.”

Panamá: Enquanto estava prestes a concorrer à presidência em 2008, Clinton se opôs ao acordo de livre comércio com o Panamá – um acordo que, como apontou Bernie Sanders, faria da lavagem de dinheiro que aprendemos no Panamá Papers, ainda mais disseminada. Mas assim que se tornou secretária de Estado, Clinton insistiu no acordo com êxito, mesmo tendo sido alertada que tornaria mais fácil para os ricos conseguirem esconder seu dinheiro.

México: Como secretária de Estado, Clinton continuou a administrar as políticas punitivas de segurança e economia iniciadas por seu marido e seu sucessor, George W. Bush, políticas que transformaram o México em um país de muitas valas clandestinas. A própria contribuição de Clinton à miséria mexicana foi insistir pela privatização da indústria nacional de petróleo. Como Steve Hom escreveu em detalhes no DeSmog blog, o Departamento de Estado de Clinton não somente ajudou a abrir o setor petroleiro mexicano ao capital estrangeiro, como também um grande número de ajudantes de Clinton foi para o setor privado para lucrar com essa abertura. Foi Franklin Roosevelt que forçou os interesses petroleiros dos EUA a aceitarem a nacionalização do México em 1930, então aqui temos um caso em que Clinton praticamente regrediu o New Deal.

El Salvador: Em 2012, o Departamento de Estado de Hillary Clinton, agindo através de sua embaixadora, Mari Carmen Aponte, ameaçou reter auxílio crítico de desenvolvimento a não ser que o país aprovasse uma lei de privatização. Não seria a única vez que a embaixadora Aponte, uma aliada política dos Clintons, ameaçaria o governo de esquerda FMLN do país. Recentemente, ela alertou os salvadorenhos sobre a necessidade de comprar sementes corporativas geneticamente modificadas, insistindo que o programa de cooperativas de sementes do FMLN viola os termos do Acordo de Livre Comércio da América Central (CAFTA).

Paraguai: Honduras não foi o único país da América Latina a sofrer um “golpe constitucional” (a deposição de um líder eleito por meio de mecanismos formalmente legais) no turno do Departamento de Estado de Clinton. No Paraguai, um ex-padre católico de esquerda, Fernando Lugo, foi removido do cargo a pedido de seus oponentes da agro-indústria. Quase todas as outras nações da América Latina chamaram de golpe. Mas não o Departamento de Estado de Clinton, que rapidamente reconheceu o novo governo.

Acima de qualquer país ou política, essas políticas se alimentavam umas das outras. O programa de auxílio multi-bilionário de Bill Clinton a um dos maiores violadores dos direitos humanos no mundo, o Plano Colômbia – o qual Hillary agora recomenda para a América Central – teve o efeito de diversificar a violência e corrupção endêmicas ao comércio de cocaína, com os cartéis da América Central e do México e facções militares tomando conta da exportação da droga nos EUA. Isso, junto com o colapso do setor de agricultura do México e da América Central causado pelo NAFTA e pelo CAFTA, iniciou o ciclo de violência criminal e de gangues que hoje toma conta da região. Essa violência foi acelerada pela privatização mais profunda da economia (do tipo que a embaixadora de Clinton fez em El Salvador) e pela disseminação rápida de operações de mineração, hidroelétricas, de bio combustíveis e petróleo (do tipo que tomou conta de Honduras depois do golpe de 2009 e que faz doações à Fundação Clinton), o que iniciou caos nos ecossistemas locais, envenenando terra e água. A violência também foi acelerada pela abertura dos mercados nacionais à agro-indústria dos EUA, que destrói economias locais. O deslocamento subsequente ou cria ameaças criminosas que justificam medidas mais pesadas de contra insurgência ou provoca protestos, que são estabilizados pelos esquadrões da morte – do tipo que matou Berta Cáceres e centenas de outros em Honduras (e Colômbia, Guatemala e El Salvador).

A militarização da fronteira – que começou com Clinton – trabalhou simbolicamente com o NAFTA de Clinton e depois com o CAFTA, para criar um mercado de três níveis: livre e comum para o capital; protegido pela agricultura dos EUA; dividido em guarnições por trabalho. O México pode continuar competitivo com os EUA somente se mantiver seu pagamento por hora incrivelmente baixo. Os salários são piores na América Central. Nos EUA, o sistema de salários colapsou; pense naquela taxa de suicídio crescendo entre a classe trabalhadora branca que foi manchete alguns meses atrás com o impacto do NAFTA.

E Clinton recomenda mais do mesmo como solução a essas problemas. “Precisamos fazer tipo um Plano Colômbia na América Central”. Não há violência causada por exagero de militarização que mais militarização não possa curar. Não há pobreza causada pelo “livre comércio” que mais “livre comércio” não possa curar.

O histórico de Clinton na América Latina revela o fracasso do Clintonismo.


Créditos da foto: wikimedia commons

Pelo bem da Europa, os social-democratas devem reconhecer que o capitalismo é uma fonte de injustiça

27/10/2016 15:19 - Copyleft

Pelo bem da Europa, os social-democratas devem reconhecer que o capitalismo é uma fonte de injustiça

O antídoto para o nacionalismo populista sempre foi uma democracia social que reconhecesse a injustiça inerente das hierarquias de classe capitalistas


Douglas Voigt, Social Europe
reprodução
Apesar do risco de os nacionalistas populistas aproveitarem ao máximo o turbilhão do Brexit, a centro-esquerda britânica continua se recusando a repensar sua compreensão básica do capitalismo europeu. Desde 23 de junho, esta obstinação se reflete no contraste expresso implacavelmente por figuras da política e dos meios de comunicação como Peter Mendelson e Polly Toynbee, que dividem a Europa em duas: uma delas “aberta” e “apoiada em fatos”, regida pela livre circulação de capital, trabalho, bens e serviços, e a outra "fechada", governada pela reverberação de fantasias populistas. Esta narrativa iguala o nacionalismo xenófobo de Nigel Farage ao socialismo democrático de Jeremy Corbyn. No entanto, enquanto os primeiros já ganharam espaço no Partido Conservador e no poder, a centro-esquerda mergulhou os trabalhistas em uma luta pelo poder enquanto buscam defender a mesma compreensão "plausível" do capitalismo já rejeitada pela população. Isto sugere uma perigosa incapacidade de compreender a natureza da economia política contemporânea – uma fraqueza que remete às origens intelectuais do que tem sido chamado de "social-democracia neoliberal”.
 
Influenciada por estudiosos como Anthony Giddens e Anton Hemerijck e implementada por Tony Blair e Gerhard Schröder, a social-democracia neoliberal celebrou a chamada "nova economia" da década de 1990, concebida como o parâmetro objetivo de talento, produtividade e escolha do consumidor. O Estado democrático tornou-se subserviente ao capitalismo global nesta formulação, orientada apenas para tornar seus cidadãos investimentos mais atraentes através de flexibilização das leis trabalhistas, sistemas de bem-estar mais rigorosos e estruturas educacionais com foco no trabalho. Após uma extensa pesquisa de campo sobre os efeitos de tais políticas na Alemanha, minhas descobertas sugerem dois elementos importantes aplicáveis %u20B%u20Ba toda a Europa, que lançam luz sobre as razões da ascensão do nacionalismo populista hoje.
 
Em primeiro lugar, as relações de classe capitalistas claramente sobrevivem na chamada "nova economia", e rejeitar a luta de classes como bobagem marxista é uma atitude ignorante e autodestrutiva. A estrutura de classes tem origem na lei. Por exemplo, a política europeia que se desdobra da Direção-Geral da Concorrência protege os investidores privados da concorrência pública, independentemente da necessidade social de investimentos em uma determinada região. Isso deliberadamente aumenta o poder do capital privado em relação aos cidadãos sem ativos financeiros. Ao mesmo tempo, ao abandonar a política social ao método aberto de coordenação, a União Europeia incentiva efetivamente uma "guerra” entre os países em busca de tais investimentos. Ambos os mecanismos criam uma hierarquia no aparato legal entre grupos de pessoas, aumentando o poder daqueles que possuem bens em detrimento daqueles que vivem com benefícios governamentais ou são assalariados. Consequentemente, um modelo útil para a identificação de classe social não é o nível de renda, mas sua fonte. Embora seja mais complicado na prática, neste modelo analítico quatro classes básicas são distinguíveis: um, agentes financeiros focados em retorno de investimentos, tradicionalmente descritos comorentistas; dois, capital, que se concentra em gerar lucros com vendas; três, trabalhador, que obtém rendimentos de salários; e quatro,dependentes do estado de bem-estar ou da generosidade familiar. Este padrão de diferenciação social é parte integrante do capitalismo desde seu surgimento e perdura até hoje.
 
Dados recentes sugerem que esta estrutura de classe está se tornando ainda mais enraizada e desigual. Previsivelmente, rendas mais baixas torna mais intensa a luta diária para trabalhadores e dependentes, bem como para pequenas empresas, endividadas e competindo com grandes conglomerados ou fabricantes que  terceirizam sua mão de obra da China – não exatamente um modelo dedemocracia  ou direitos trabalhistas. Paralelamente a esta competição transnacional, as pequenas empresas são obrigadas a pagar sua dívida a "rentistas" globalizados que oferecem pouca flexibilidade e pouco compromisso com a comunidade. Em tal ambiente, o lucro assume primazia intensificada, obrigando as empresas a tratar os trabalhadores assalariados como ferramentas descartáveis, minando as normas sociais e a igualdade de respeito que sustentam a social-democracia capitalista. A promoção pela UE de flexibilidade trabalhista e da competitividade é, consequentemente, experimentada como inflexibilidade e intolerância em relação aos trabalhadores, cujas lutas, como conciliar diariamente trabalho e cuidado com os filhos, são cada vez mais ignoradas pelos empregadores. Estes justificam a postura citando as dívidas e a concorrência – uma lógica que começa de cima, a partir da lei da concorrência europeia. Dessa forma, a política da UE enriquece a classe rentista ao minar as normas sociais básicos que sustentam uma relação empregador-empregado produtiva e mutuamente benéfica – criando em seu lugar um sistema injusto e que agrava a desigualdade.





 
Uma segunda característica da social-democracia neoliberal é a moralização da participação no mercado de trabalho através de políticas de bem-estar. A participação no mercado de trabalho assalariado se torna um dever moral em si, em vez de um meio para alcançar outros objetivos, como a participação cidadã, o desenvolvimento cultural e a felicidade da família. Um conjunto de normas claramente protestantes em torno do conceito de trabalho passa a embasar praticamente todos os aspectos das políticas sociais – educação, assistência social, subsídios habitacionais, aposentadorias e imigração. O estado comunica, assim, aos seus próprios cidadãos, que o trabalho é a fonte de valor moral individual e a única via para um status social respeitável. Os trabalhadores se veem presos entre um discurso implacável sobre o imperativo moral do trabalho assalariado e empregadores que os tratam cada vez mais como ferramentas descartáveis. Isto é desmoralizante e enfurecedor. O desgosto é particularmente evidente entre indivíduos mais velhos, sem flexibilidade no mercado de trabalho por possuir uma casa, com habilidades que perdem valor com o tempo, e, acima de tudo, criados em uma época em que a lealdade entre empresa e trabalhador, Estado e sociedade, eram conceitos recíprocos e não unilaterais.
 
No entanto, apesar de serem apontados os problemas de desigualdade, ainda falta ver na Europa alguma tolerância com o que isso realmente significa na prática, com o pagamento do serviço da dívida para os rentistas globais tendo clara prioridade sobre a justiça social. Ao recusar-se a aceitar que o capitalismo pode sim ser inimigo da justiça social, perde-se um precioso tempo de luta contra o verdadeiro adversário. O problema da rejeição pura e simples da globalização e da União Europeia é, naturalmente, a miséria de ser governado por nacionalistas de direita. Sob a fachada da identidade nacional, limitam a liberdade de expressão e de escolha, a igualdade de gênero e a diversidade cultural, substituindo-as por tiranos mesquinhos que aplicam hierarquias raciais e de gênero, bem como modos de comportamento que refletem concepções estreitas de caráter nacional – como já ficou evidente para as minorias e as mulheres na Hungria e na Polônia.
 
O antídoto para o nacionalismo populista sempre foi uma democracia social que reconhecesse a injustiça inerente das hierarquias de classe capitalistas ao mesmo tempo que fossem reconhecidos seus benefícios para a liberdade pessoal e a produtividade econômica. Na prática, isto significa subordinar o poder de rentistas ao bem público e fortalecer as classes trabalhadoras. Consequentemente, fazem sentido as propostas de manter as leis trabalhistas e fortalecer a capacidade dos sindicatos de negociação coletiva negócio. Também faz sentido a eliminação dos regulamentos da UE que restringem o investimento público e recomenda a privatização dos serviços públicos. Tais políticas aumentam o poder estratégico dos trabalhadores, reduzem a dependência pública dos rentistas, e permitem que entidades públicas e privadas trabalhem em conjunto para produzir bens e serviços de valor social. No entanto, a legislação da UE impossibilita grande parte dessas políticas. O que é pior, os social-democratas neoliberais lutam para mantê-las fundamentalmente contra seus adversários políticos à esquerda – impedindo, na prática, a adoção das únicas medidas que poderiam salvar a UE do nacionalismo populista.
 
Se algo pode ser aprendido com o Brexit, portanto, é que a concepção benigna de capitalismo surgida na década de 1990 e ainda glorificada pela centro-esquerda (e pela centro-direita), geralmente descrita como neoliberalismo, está morta e estava errada. Em vez disso, a concepção baseada em classes que construiu a social-democracia do pós-guerra está muito viva e presente na vida quotidiana dos cidadãos. Ao simplesmente aceitar isso, os líderes da União Europeia e os políticos de centro-esquerda podem se aliar com a esquerda para salvar tanto a UE como o Reino Unido do populismo nacionalista, reformando ambos em busca de uma ordem econômica que promova a igualdade, com o fortalecimento das classes trabalhadoras e da democracia econômica.
 
Tradução de Clarisse Meireles
 
Douglas Voigt é professor assistente na Oxford Brookes University, no Reino Unido, e membro do Post-Growth Societies College, da Friedrich-Schiller-University of Jena, na Alemanha.




Créditos da foto: reprodução