segunda-feira, 18 de julho de 2016

Parabéns entusiasmados a Marilena Chauí por desconstruir Moro e a Lava Jato. Por Paulo Nogueira

Parabéns entusiasmados a Marilena Chauí por desconstruir Moro e a Lava Jato. Por Paulo Nogueira



Postado em 05 Jul 2016
Clap, clap, clap
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Marilena Chauí fez muito bem em dizer certas coisas sobre Moro.
Nem importa exatamente o conteúdo das acusações. Não acredito que Moro tenha sido treinado pelos americanos para nos surrupiarem o pré-sal, embora seja uma possibilidade.
A relevância da fala de Chauí reside na descontrução de um personagem que é uma desgraça nacional.
Quanto Chauí incomodou a direita obtusa que idolatra Moro pode se ver pelo Twitter, onde ela ficou mais de um dia entre os trending topics levando pancadas de toda natureza.
Moro simboliza, ao lado de Gilmar Mendes, a justiça partidária e tendenciosa que castiga o Brasil.
O objetivo da Lava Jato, o tempo deixou claro para os inocentes, jamais foi erradicar a corrupção. Foi, isso sim, erradicar o PT.
Enquanto espetáculos cinematográficos mostravam em rede nacional petistas sendo presos, Eduardo Cunha e Aécio, para ficar em dois casos icônicos, roubavam sem preocupação nenhuma.
As coisas só ficaram mais complicadas para eles, e outros da mesma gangue, quando delatores contaram suas histórias. Não tenho dúvida: se os responsáveis pela Lava Jato pudessem obliterar os depoimentos que mostraram a alta roubalheira no PSDB e no PT, teriam feito.
É que não dava para fazer isso: censurar, deletar e coisas assim.
As delações recentes — sobretudo a de Sérgio Machado — revelaram o que a Lava Jato nunca pretendeu: o PT é mirim em corrupção diante dos profissionais do PMDB e do PSDB.
Pior do que não fazer nada contra a corrupção é fazer alguma coisa apenas contra um alvo. Isso é demagogia, manipulação, enganação. Você finge que está limpando o país quando na verdade está deixando as portas abertas para os gatunos de sempre.
Aconteceu em 1954, com Getúlio. Aconteceu em 1964, com Jango. E aconteceu agora, com Dilma. Sempre a mesma ladainha da plutocracia: a corrupção, o alegado mar de lama.
Dado o golpe, o capítulo seguinte é sempre o mesmo: rouba-se muito mais. Ninguém estava na verdade interessado em combater a corrupção.
Ou você acredita que uma empresa sonegadora e sem escrúpulo nenhum como a Globo pode falar em ética e moral sem ficar vermelha?
Não era Eduardo Cunha o centro da admiração de todos os analfabetos políticos que marchavam contra a corrupção até os suíços — não a Lava Jato — desmascará-lo? Enquanto os idiotas davam vivas a Cunha à luz do sol dos domingos ele tramava na sombra novas formas de achacar empresas e recolher propinas.
Moro foi um personagem central no enredo sinistro que destruiu 54 milhões de votos. Sua parceria com a Globo, da qual a apoteose foi o vazamento de conversas entre Lula e Dilma, ficará marcada como um dos episódios mais indecentes da história política nacional.
A posteridade não perdoará Moro, como não perdoou Lacerda, Roberto Marinho e os militares golpistas.
E é bom ver que uma intelectual brilhante como Marilena Chauí também não o perdoa desde já.
(Acompanhe as publicações do DCM no Facebook. Curta aqui).
Paulo Nogueira
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

Fórum 21-Floripa, uma voz das organizações sociais e políticas

Fórum 21-Floripa, uma voz das organizações sociais e políticas

Os principais movimentos e políticos de Florianópolis debateram a luta por democracia, inclusão social e ampliação de direitos dos trabalhadores.


Márcio Papa, para Desacato.info
reprodução
Debateram no CFH/UFSC, nesta quinta 14, na luta por democracia, inclusão social, manutenção e ampliação de direitos dos trabalhadores, representantes dos principais movimentos e organizações  sociais e políticas da cidade.
 
Estiveram presentes na mesa redonda : Douglas Kovaleshu e Renato Francisquini da Coordenação Fórum Floripa 21 Floripa, Jacir A. Zimmer – Frente Brasil Popular, Elaine Sallas – Ocupa MINC Florianópolis, a advogada Rosangela de Souza (Lelé), Ana Lice Blancher – Plataforma 2016 Florianópolis, Sônia Maluf – UFSC contra o golpe e pela democracia, Rafael Poddixi – Brigadas Populares, Léo Vinícius -Campanha CONTRATAQUE, Amauri Soares – Frente Brasil sem medo e o arquiteto Loureci Ribeiro dos Movimentos Ponta do Coral 100% pública e Reforma Urbana. Na platéia, a chefe de gabinete do Mandato Popular do Vereador Lino Peres – PT/Florianópolis, alunos da Universidade Federal, professores da academia, entre eles Raul Burgos e a arquiteta Maria Inês Sugai, Marcos César Pinar – Pres. da UFECO, estudanres da rede pública, populares, além de representantes de entidades e movimentos sociais da cidade.
 
É fato, a existência de ampla resistência da mobilização popular, contra a ofensiva reacionária e golpista que visa colocar em curso, uma onda de retrocessos de caráter anti-popular, anti-nacional, autoritário. E que, através da desfaçatez parlamentar de um golpe de estado, coloca em risco a soberania nacional, enfraquecendo a governabilidade brasileira, com intuito de entrega das empresas estatais de capital aberto ao controle de facínoras transnacionais, à serviço de um império clandestino norte americano.
 
Além do indigesto ante-prato do veto presidencial da Presidente Dilma, à Auditoria Pública da Dívida, que sufoca estados e municípios, -inviabilizando todos os investimentos em Saúde, educação, segurãnça e modernização, inúmeras restrições às políticas públicas- estão 55 ameaças que tramitam no Congresso Nacional e Senado Federal, através de projetos de lei (PL),propostas de Emendas à Constituição (PEC), que vão desde a Instituição do Estatuto da Família (PL 6583/13), – coloca  fora do alcance de políticas de Estado – os grupos LGBT e as das mulheres, – potencializando a criminalização do aborto- a redução da maioridade penal (PEC115/2015), a regulamentação da terceirização (PL 4302/98) -Abrindo o precedente para a redução de 24% nos salários, e as condições de trabalho, o impedimento da participação dos sindicatos nas negociações entre empregados e empregadores (PL 8294/14), está a vil entrega  da maior empresa produtora de petróleo de capital aberto do mundo: a PETROBRAS, (empresa estratégica Brasileira, que sofreu R$ 6,2 bilhoes em desvios de recursos, apurados na operação Lava Jato em 2016). A alteração da participação na exploração de suas riquezas, coloca em total risco o desenvolvimento do país, como nação soberana e autônoma.





 
A imensurável lista de atentados e penalidades à contestação , que inclusive cerceia o direito de greve (PLS 728/11) – e coloca na “mira de tiro”,  criminalizando  os movimentos sociais, com o subterfúgio de impedir “infundir pânico, terror, sua aprovação se deu por motivos de bloquear a discordância ideológica e  política dos setores das entidades e da sociedade organizada. Agora com o “AI-5 da Copa”, o salteador “desejo de desenvolvimento” -das elites-, pode dar lugar a detenção de 15 a 30 anos de reclusão.
 
Mesmo após a divulgação -pouco difundida- do golpista, ex-ministro do Planejamento de Temer, Romero Jucá, em que foi membro de alto escalão admitiu que o processo de imeachment, –como golpe de Estado– tinha por objetivo obstruir a justiça, e assim livrar da inequívoca incriminação de políticos do PMDB e PSDB, da maior investigação de corrupção e lavagem de dinheiro que já existiu no País; associando o pérfido Judiciário Brasileiro e seus membros do STF  ao encobrimento de tamanha organização criminosa montada por políticos ligados à empreiteiras responsáveis pelo financiamento de suas campanhas políticas, e ainda ao desnudar de contratos bilionários superfaturados, grande parcela da sociedade brasileira permanece inerte e sem uma ação verdadeiramente contundente.
 
A opção, em face ao descalabro aceito e permitido pela população ainda adormecida mediante à realidade, é sem dúvida, a resistência e mobilização em “estado guerra”, contra este o govero ilegítmo e aos seus cupinchas usurpadore, que tem como única intenção a locupletação das riquezas nacionais e do futuro do Brasil, como Potência no Sul do continente americano.
 
Durante a mesa redonda, do Fórum 21 – Floripa, se questionou os motivos de uma greve geral,  não ter sido deflagrada, logo após o afastamento da Presidente Dilma. Ficou claro para todos, que em princípio, o fato se deve à desmobilização causada pela fragmentação das esquerdas e da ainda incipiente base de apoio, que provém da massa dos trabalhadores, cooptados pelas bancadas governistas e à agenda que antecipadamente estiveram em curso, até a derrocada política e letargia na articulação do mandato executivo, hora afastado.
 
Sônia Maluf argumentou que o Comitê Contra o Golpe, formado de professores e estudantes de variadas correntes políticas, na UFSC precisa estar agora associado aos movimentos populares, disseminar a intenção da radicalidade nos Centros de Saúde, escolas secundárias, pois já se vive atualmente o golpe de Estado.
 
A Doutora em Antropologia Social identifica, já na atualidade, a perseguição as associações e professores e a ruptura da democracia representativa. “…-Os políticos representam apenas, as empresas que os favoreceram nas últimas eleições… Suas alianças não  programáticas e sim ligadas ao orçamnto e cargos”. ” – Sabemos que as esquerdas, hoje, mantém-se esparsas, com execão apenas é o sistemático e comtinuado Movimento dos Trabalhadores sem Terra. É preciso ter em mente, que o plebiscito, para Nós não poderemos ser foco das ações, não iremos discutir um re-arranjo institucional… -Precisamos repensar o Brasil …” , afirma.
 
Amauri Soares da Frente Brasil sem Medo, em sua fala, argumentou que a existência do capital está atrelada à margem de lucro, e que o capitalismo está armado, é violento e centralizado, que possui mecanismos para se livrar de incômodos. Estes representados pelos movimentos sociais. ” -Quem tinha fé no pleno emprego, não percebeu que isso acabou… O capitalismo mantém os monopólios, e o latifúndio, (agronegócio) “.
 
André Luiz Alves, da Frente Brasil Popular, diagnosticou práticas erradas, em trinta anos, por parte das esquerdas brasileiras, mas que tanbém houve grandes acertos. Porém , nas eleições municipais que se aproximam não se poderá romper a atual aliança dos partidos de oposição ao governo: ” – Temos que manter a unidade, e na abertura das olimpíadas, dia 05 de agosto, realizar a marcha juntos, em um contraponto, pois o Presidente Lula trouxe para o Brasil as olimpiadas e a Dilma as estruturou …. Iremos  superar a crise financeira com a exigência de políticas de responsabilidade, em um possível retorno do governo Dilma. Acrescentou.
 
O arquiteto Loureci RibeiroMovimento Ponta do Coral 100% Pública, lembrou que o atraso da reforma urbana e nas demandas ambientais, se devem ao abandono dos partidos de esquerda aos movimentos da massa da população. Que é preciso reaprender a dialogar todo o conjunto da base da sociedade, para que haja então a luta institucional: ” – Questões estruturais propostas durante a Copa foram esquecidas. As parcerias público-privadas, assim como as agencias reguladoras, servem ao capital, seu grande beneficiário.
 
O veterano ativista, lembrou que o principal ator político, desde então, foi o estado, e que as forças sociais perderam o protagonismo.” -Dilma deu pleno domínio a seus inimigos, Ontem, (votação no congresso) o PT votou em  contrapolítica ao movimento popular… – É preciso nos afirmamos no campo político social. E de frente para as organizações de massa, lutar contra a lei anti-terror. Não podemos estar unidos dentro da cela de uma cadeia…”, concluiu.
 
Léo Vinícius, da Campanha CONTRATAQUE, rememou durante sua fala, a LEI No 10.835, DE 8 DE JANEIRO DE 2004 instituiu a renda básica de cidadania, ainda não implementada, ” – Querem encerrar o bolsa família encerrar o bolsa família… Companheiros do movimento que participo, foram presos na colagem de cartazes, e agora estão sendo processados. Precisamos buscar outras formas de expressão, foi uma detenção política… Foi dito que é um crime ambiental. Próximo dia 18, temos uma audiência e estamos coletando recursos para reverter a prisão em pagamento de multa…”, desabafou.
 
O representante percebe em sua visão, que o golpe mudou a correlação de forças, e que as esquerdas permitiram que as bancadas da posição, entre elas a evangélica, se estabelececem junto a base da sociedade, ” – Não venceremos esta situação, somente através de manifestações no face book…”, frizou.
 
Rosangela de Souza, (Lele) do Coletivo Memória Verdade e Justiça atualizou semelhanças entre o golpe de 64 e o ocorrido agora, onde João Goulart tinha 83% da aprovação popular: ” -O capitalismo não suportou as mudanças de base propostas. Naquela ocasião houve prisões assassinatos e o sequestro de estudantes em Santa Catarina, e , como naquele triste momento, Temer não permitirá recompo-se o salário mínimo… Foi o menor índice histórico registrado…”, lamentou.
 
A professora e coordenadora do coletivo, denuncia a continuidade do genocídio indígena e alerta a importãncia da contrariedade explícita de um plebiscito, a exigência incondicional da volta de Dilma Rouceff, com compromisso político sem as heranças da ditadura: ” -Não importa se somos contra ou a favor da presidenta. – Seu afastamento só pode se dar, através de uma revolução…o que não foi esse o caso…- Precisamos contruir a greve geral… A luta deve ser diária e permannte ” ,salientou.
 
Rafael Albuquerque Poddixi, economista e liderança das Brigadas Populares, acrescentou na reunião, a urgência em se retirar o Presidente Interino Micher Temer das funções de chefe do executivo, mas reconheceu que a volta de Dilma ao Palácio da Alvorada não tem significância alguma para os senadores:
 
” – Dilma, é chefe de um poder  executivo “aleijado… Ela segue apenas as regras do jogo, -Nem ontem, (votação do presidente do Congresso) nem anteriormente, o PT, votou honestamente. O que está em jogo agora, para nós todos, é o pré-sal. A disputa em questão são as empresas públicas de capital aberto… A agenda mínima terá de consistir em pleno emprego, defesa da PETROBRÁS, defesa do SUS e da Securidade, trazermos a população para o debate, lutar contra a repressão e a lei anti-terror…Mas vale a premissa histórica em todas as guerras: -Quantos soldados temos? – Quantas pessoas temos condições de termos nas ruas?
 
Elaine Sallas, professora e uma das líderes do OCUPA MINC, fez uma análise otimista dos 45 dias em que o movimento em qual participa: ” – Não acreditamos mais em política e em políticos. Sabemos do protagonismo e o decisivo protagonismo das mulheres e da utilização estratégica o convencimento, que a cultura e a arte tiveram, durante a nossa ação. – Não queremos a volta de um discurso do patriarcado. O ato de 10 de Junho, fez com que quebrássemos o jeito político de palanque dos homens… Precisamos intensificar o estreitamento das ações às atividades culturais, as ocupações nas ruas e as redes coletivas de unificação de luta…”, bradou ao fechar seu raciocínio.
 
Os próximos atos:
 
19 de julho,  às 17:30 na OAB – Florianópolis – Contra o diálogo sobre a Flexibilização dos Direitos Trabalhistas.
 
8 de agosto, Ato contra o impeachment. Ocorrerá a sessão no plenário do Senado, comandada pelo presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski,
 
15 de agosto de 2016 às 18:30, no Centro de Estudos em Reparação Psíquica de Santa Catarina/UFSC. A filósofa Marilena Chauí virá a Florianópolis para a Aula Magna do Curso “Como lidar com os efeitos psicossociais da violência”
 
Fontes:
Portal FCC Carta de Conjuntura
Camara dos Deputados
http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/DIREITOS-HUMANOS/497879-CAMARA-APROVA-ESTATUTO-DA-FAMILIA-FORMADA-A-PARTIR-DA-UNIAO-DE-HOMEM-E-MULHER.html
Fórum 21- Floripa Idéias para o avaço social
Brigadas Populares
http://brigadaspopulares.org.br/?p=2400
Senado Federal
http://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/103652
http://www12.senado.leg.br/noticias/senado-agora
http://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/125840
Comissão Nacional da Verdade
http://www.cnv.gov.br/todos-volume-1/653-v%C3%ADtimas-civis.html
Presidência da Repubú Casa Civil
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/lei/l10.835.htm
Portal Jus Brasil
http://sintrajuf-pe.jusbrasil.com.br/noticias/100636617/projeto-do-senado-quer-criminalizar-movimentos-sociais-e-cercear-direito-de-greve-no-servico-publico
Ministério Público Federal
http://lavajato.mpf.mp.br/entenda-o-caso
Pragmatismo Político
http://www.pragmatismopolitico.com.br/
EBC Agência Brasil
http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2016-03/em-dois-anos-lava-jato-consegue-devolucao-de-r-29-bi-desviados-da-petrobras
Notícias da UFSC
http://noticias.ufsc.br/event/aula-magna-o-que-e-democracia-reitoria/?instance_id=258


Créditos da foto: reprodução




Como na ditadura, República de Curitiba usa os jornais para destruir os inimigos

Como na ditadura, República de Curitiba usa os jornais para destruir os inimigos

É preciso acabar com Lula, fazer sua caveira, antes que ele tenha chance de voltar pelo voto. E antes que sua defesa desmoralize a Lava Jato.


Ricardo Amaral - Conversa Afiada
reprodução
Nos últimos dez dias, Globo, Folha e Estadão republicaram antigos vazamentos da Lava Jato contra o ex-presidente Lula.  Notícias velhas foram requentadas e servidas como carne fresca a quem perdeu a memória dos desmentidos: uma sede do Instituto Lula que nunca existiu, uma rodovia na África e o acervo que Lula tem de guardar por força da lei. Isso se chama publicidade opressiva, violência inerente ao estado de exceção e essencial aos “julgamentos pela mídia”. 

Não pode ser coincidência. A ofensiva dos vazadores e seus repórteres amestrados segue-se à ação da defesa de Lula, que levantou a suspeição de Sérgio Moro para julgá-lo, por perda da imparcialidade. Essa é a notícia nova do caso, que a imprensa brasileira escondeu. Deu no New York Times, mas não saiu no Jornal Nacional.

A ação aponta 12 afirmações de Moro antecipando a decisão prévia de condenar Lula. Registra os abusos que ele cometeu – da condução coercitiva sem base legal à divulgação criminosa de grampos telefônicos. No estado de direito, Moro deveria declinar do caso para outro juiz, isento, imparcial, condição que ele perdeu em relação a Lula. 
O Datafolha também ajuda a entender a ofensiva. Só Lula cresceu. Tem um terço dos votos válidos no primeiro turno e mais de 40% no segundo, contra os três tucanos e a insustentável Marina. Só perde, hoje, para o antipetismo; e debaixo de uma campanha de difamação sem precedentes. 






É preciso acabar com Lula, fazer sua caveira, antes que ele tenha chance de voltar pelo voto. E antes que sua defesa desmoralize a Lava Jato. Tem de bater na cabeça da jararaca. Mas como, se não há crime para acusá-lo? Se há só pedalinhos, obras de alvenaria, propriedades imaginárias, palestras profissionais, presentes de governos estrangeiros.

Desde a reeleição de Dilma (aliás, por isso mesmo), Lula, seus filhos, sua empresa de palestras e o Instituto Lula tornaram-se alvos de 9 inquéritos do Ministério Público e da Polícia Federal,  3 proposições de ação de penal, 2 fiscalizações da Receita e 38 mandados de busca. Quebraram e vazaram seus sigilos bancário, fiscal e telefônico. 
Numa afronta à Constituição e a princípios universais do Direito, adotados pelo Brasil em tratados internacionais, Lula é investigado pelos mesmos fatos em inquéritos simultâneos: da Procuradoria-Geral da República, de procuradores regionais do Paraná e Brasília e de promotores do Estado de São Paulo. É tiro-ao-alvo.

Essa verdadeira devassa – insisto: sem precedentes no Brasil – não encontrou nenhum depósito suspeito, conta no exterior, empresa de fachada ou contrato de gaveta; nenhum centavo sonegado, nenhuma conversa de bandido. Nada que associe Lula direta ou indiretamente aos desvios na Petrobras investigados na Lava Jato ou qualquer ilegalidade.

Nem mesmo os réus delatores, que negociam acusações sem provas em troca de liberdade e (muito) dinheiro, apontaram fatos concretos contra Lula. No máximo, ilações, do tipo “ele devia saber”, conduzindo à esfarrapada tese do domínio do fato. No estado de exceção midiática, apela-se à tese da obstrução da justiça (o maldito direito de defesa), a partir do pré-julgamento de grampos ilegais. 

O fato é que a Lava Jato e a Procuradoria-Geral da República não têm como entregar – na só-base da prova, da lei e do direito – a mercadoria esperada desde sempre por seus patrocinadores: Lula na cadeia. Não em julgamento justo, com policias e procuradores apartidários, juiz natural e imparcial, tribunais fiscalizadores da primeira instância. Não no estado de direito democrático.
Para tirar Lula do jogo, precisam desesperadamente da cumplicidade dos meios de comunicação; a Rede Globo à frente e o rebotalho dos impressos na retaguarda.  Precisam promover um julgamento pela mídia, com base na publicidade opressiva. Precisam espalhar que Lula estaria metido “nessa coisa toda”; silenciar e até intimidar quem duvide disso, para sancionar uma condenação sem prova.

Quem foi jornalista na ditadura tem amarga lembrança de colegas que serviam à repressão (alguns em dupla jornada, como na Folha da Tarde, da família Frias). Noticiavam assassinatos de presos como “atropelamentos”, tratavam torturas como “rigorosas investigações”. Faziam a caveira dos “subversivos”. Eram chamados jornalistas de “tiragem” – a serviço dos “tiras”, é claro, não da verdade.

Recordo sem intenção de ofender os jornalistas “investigativos” de hoje que comem na mão dos “investigadores” anônimos. Podem acreditar sinceramente que contribuem para “combater a corrupção”. Ganham as manchetes, mas abrem mão do jornalismo, que é a busca da verdade. Quando a meganha pauta e o repórter obedece, cegamente, quem perde é a notícia. E perde a democracia.
Créditos da foto: reprodução

Expectativa na Venezuela pela presidência do Mercosul


Expectativa na Venezuela pela presidência do Mercosul

A incógnita sobre se Venezuela assumirá a presidência do bloco segue sem resposta definitiva.


Pátria Latina
Ismael Francisco / Cubadebate
Caracas, 12 jul (Prensa Latina) A passagem da presidência pró tempore do Mercado Comum do Sul (Mercosul), do Uruguai à Venezuela, concentra hoje a atenção de analistas e políticos do país, depois de terminar sem acordo a cimeira de chanceleres do bloco integracionista.
 
Considerado por muitos observadores o resultado de uma crise interna em um momento delicado do grupo, o debate do tema em Montevidéu, capital uruguaia, reafirmou apenas as posições dos países membros e manteve em suspenso a data da transferência.
 
As representações diplomáticas do Paraguai e do Brasil opõem-se à cessão, apoiadas pela Argentina, com a alegação de que a instabilidade na nação caribenha, andina e amazônica afetará a negociação do acordo de livre comércio entre os Estados membros “menos a Venezuela” e a União Europeia, reiniciada em maio.
 
Para o chanceler paraguaio, Eladio Loizaga, Venezuela não cumpre os requisitos democráticos que garantem a legitimidade de sua futura gestão.





 
O subsecretário geral brasileiro para a América do Sul, Central e o Caribe, Paulo Estivallet de Mesquita, opinou que a administração do presidente Nicolás Maduro descumpre as regras de política comercial e não pode assumir a identificação institucional do Mercosul.
 
Nesse contexto, somente o Governo do Uruguai, representado por seu ministro de Relações Exteriores, Rodolfo Nin Novoa, manifestou conformidade em entregar a presidência a Caracas, para respeitar os estatutos e cumprir com o protocolo exigido a cada seis meses pelo organismo.
 
No término da sessão, Nin Novoa declarou aos meios de imprensa que os associados continuarão discutindo e analisando opções para resolver a crise, e comunicou outro encontro na próxima quinta-feira.
 
A chanceler venezuelana, Delcy Rodríguez, que viajou a Montevidéu, não pôde participar da reunião porque, segundo afirmaram as delegações do Brasil e do Paraguai, corresponde aos fundadores do bloco determinar uma posição final.
 
Assim lhe foi comunicado pelo chanceler uruguaio e o vice-ministro argentino Carlos Foradori, o que foi considerado por Rodríguez como uma manobra orquestrada pela direita latino-americana para comprometer os direitos da Venezuela.
 
Tal como estabelecem as leis do bloco regional, ao cumprir cada país um semestre no exercício da presidência pró tempore, se realiza a passagem ao sucessor em ordem alfabética.
 
Não há nenhum outro critério de eleição. Os funcionários do Paraguai e do Brasil só apresentaram desculpas que pretendem desconhecer e prejudicar as normas, enfatizou.
 
Rodríguez assegurou que há uma investida contra a Venezuela no seio do Mercosul, mas não obstante ratificará os direitos do país a receber a presidência, que se materializará nos próximos dias.
 
Já se estabeleceram conversas a respeito da data para fazer a transferência efetiva entre os presidentes dos países envolvidos (Maduro e seu homólogo do Uruguai, Tabaré Vázquez). Adiá-la constituiria uma violação aos tratados do Mercosul, insistiu.
 
A incógnita sobre se Venezuela assumirá a presidência do bloco segue sem resposta definitiva, e Nin Novoa assinalou que há intenções de encontrar o mais rápido possível uma solução que satisfaça a todas as partes.
 
Venezuela já exerceu essa responsabilidade com êxito, com o próprio Maduro na condição de presidente, de 12 de julho de 2013 a 29 de julho de 2014, última vez que durou quase um ano.
 
A reunião de ministros de Relações Exteriores foi solicitada em maio passado pelo Paraguai, para analisar a situação nesta nação no marco do Protocolo de Ushuaia, compromisso democrático do Mercosul.


Créditos da foto: Ismael Francisco / Cubadebate

18/07/2016 - Clipping Internacional

18/07/2016 - Clipping Internacional

Em dois dias a Turquia viveu dois golpes de Estado. Um mal sucedido e um bem-sucedido que está em curso com o presidente turco concentrando poderes.


Carta Maior
reprodução
MUNDO
 
Esquerda.net, Portugal
“Em dois dias a Turquia viveu dois golpes de Estado”. “Um mal sucedido e um bem-sucedido que está em curso com o presidente turco a concentrar poderes”, afirmou Catarina Martins, defendendo que a UE deve rever a sua posição com a Turquia e não pactuar com a liquidação da oposição e concentração de poderes de Erdogan.
http://www.esquerda.net/artigo/em-dois-dias-turquia-viveu-dois-golpes-de-estado/43720
 
The Guardian, Inglaterra





O assassino de policiais de Luisiana de ontem era, tal qual o outro de Dallas, negro e ex-membro das forças armadas que serviu em países muçulmanos com a presença norte-americana, no caso no Iraque. Também manifestava seu inconformismo pela maneira com que sentia serem os negros tratados pelos policiais no país.
https://www.theguardian.com/us-news/2016/jul/17/baton-rouge-gunman-gavin-e-long-cosmo-setepenra-marines
 
Os medos em Baton Rouge, palco do mais recente assassinato de policiais por negros nos Estados Unidos, evidenciam a tensão racial crescente em todos os Estados Unidos. 
https://www.theguardian.com/us-news/2016/jul/17/baton-rouge-shooting-police-relations-barack-obama   
 
The Independent, Inglaterra
Os militares rebelados na Turquia tiveram o jato que conduzia Erdogan sob mira, mas não dispararam. A razão permanece um mistério.
http://www.independent.co.uk/news/world/europe/turkey-coup-attempt-rebel-jets-had-erdogans-plane-in-their-sights-but-did-not-fire-a7142116.html
 
Le Monde, França
Turquia: os europeus receiam uma direção autoritária do poder após o golpe fracassado.
http://www.lemonde.fr/europe/article/2016/07/18/apres-le-putsch-manque-bruxelles-veut-mettre-la-pression-sur-recep-tayyip-erdogan_4970945_3214.html
 
The New York Times, EUA
Tiroteio em Baton Rouge, Luisiana, Estados Unidos, em que 3 oficiais foram assassinados por atirador negro abalam a nação, já no limite das tensões raciais.
http://www.nytimes.com/2016/07/18/us/baton-rouge-shooting.html?_r=0  
 
The Washington Post, EUA
A mídia turca ajudou na resistência ao golpe, entretanto, dificilmente ganhará tratamento diferente por parte de Erdogan. O presidente tem sido duro com a imprensa com muitos de seus repórteres presos.
https://www.washingtonpost.com/world/?hpid=hp_hp-cards_hp-card-world%3Ahomepage%2Fcard
El País, Espanha
Os curdos rechaçam o golpe mas criticam o governo. A minoria reclama ao Executivo para que ponha fim a políticas que consideram opressoras.
http://internacional.elpais.com/internacional/2016/07/17/actualidad/1468779139_659479.html
 
Diário de Notícias, Portugal
Trump prepara coroação. Panteras Negras levam armas. Candidato à nomeação republicana para as presidenciais de 8 de novembro nos EUA. Republicanos reúnem-se até quinta-feira para escolher candidato à Casa Branca. Trump, que ontem culpou falta de liderança pela morte de polícias, é o único na corrida.
http://www.dn.pt/mundo/interior/trump-prepara-coroacao-panteras-negras-levam-armas-5290415.html
 
Le Figaro, França
Pesquisa: os franceses não sentem confiança no governo para lutar contra o terrorismo. Cerca de 67 % dos franceses pensam assim e 81 % estão dispostos a um certo cerceamento de suas liberdades para apertar controles anti-terroristas.
http://www.lefigaro.fr/politique/2016/07/17/01002-20160717ARTFIG00144-sondage-les-francais-ne-font-pas-confiance-au-gouvernement-pour-lutter-contre-le-terrorisme.php



BRASIL
 
Pagina 12, Argentina
Artigo de Emir Sader: “Tudo é igual, nada é melhor”. A nova estratégia da direita latino-americana tem na destruição da reputação dos maiores líderes populares de nossos países seu principal eixo de ação.
http://www.pagina12.com.ar/diario/elmundo/4-304527-2016-07-18.html
 
El País, Brasil
Erundina: “Não vamos pagar a dívida pública com mais sofrimento para o povo”. Aos 81 anos, deputada tenta chegar à prefeitura de São Paulo pela segunda vez.
http://brasil.elpais.com/brasil/2016/07/12/politica/1468340633_251137.html
 
Só 14% aprovam Temer, mas metade dos brasileiros prefere que ele fique no Planalto. Depois de hiato, Datafolha volta a medir percepção sobre o impeachment e economia. Lula lidera todos os cenários de primeiro turno para 2018, mas não em segundo turno 
http://brasil.elpais.com/brasil/2016/07/16/politica/1468704377_340327.html


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