quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Decisões tardias ajudam a entender o papel do STF no golpe


QUARTA-FEIRA, 15 DE JUNHO DE 2016

Decisões tardias ajudam a entender o papel do STF no golpe

Alguns juízes se camuflam com suas togas para desempenharem funções partidárias, dando assim ares de 'normalidade institucional' a um processo fascista.

Jeferson Miola

Teori Zavascki havia demorado 126 dias quando finalmente decidiu decidir, em 5 de maio de 2016, pela suspensão do mandato parlamentar de Eduardo Cunha e pelo seu afastamento da Presidência da Câmara, ainda que a extensa ficha criminal de Cunha, que formou a base para tal decisão, era do conhecimento deste juiz do STF desde 15 de dezembro de 2015.


No relatório que orientou a decisão
unânime do STF contra Cunha, Teori foi duro:

o Deputado Federal Eduardo Cunha, além de representar risco para as investigações penais sediadas neste Supremo Tribunal Federal, é um pejorativo que conspira contra a própria dignidade da instituição por ele liderada.Nada, absolutamente nada, se pode extrair da Constituição que possa, minimamente, justificar a sua permanência no exercício dessas elevadas funções públicas. Pelo contrário, o que se extrai de um contexto constitucional sistêmico, é que o exercício do cargo, nas circunstâncias indicadas, compromete a vontade da Constituição, sobretudo a que está manifestada nos princípios de probidade e moralidade que devem governar o comportamento dos agentes políticos”.
A contundência do relatório do Teori aumenta a indignação com a demora de 4 meses na decisão. Cunha deveria ter sido afastado da Câmara pelo menos em dezembro do ano passado, mas a complacência do STF com este notório psicopata corrupto afeito a métodos de gângster foi fundamental para a perpetração do golpe, que teve seu ápice em 17 de abril na “assembléia geral de bandidos comandada pelo bandido Eduardo Cunha”, como noticiou a imprensa internacional.
É induvidoso que, se Cunha tivesse sido afastado à época, como corresponderia, toda a engrenagem golpista dele com Temer-FHC-Aécio-Serrra, PMDB, PSDB, DEM, PPS, PTB, PP teria sido desarticulada, e eles então perderiam capacidade de perpetrar o impeachment fraudulento.


Teori Zavascki também demorou 88 dias para anular judicialmente as conversas telefônicas entre Dilma e Lula que o justiceiro Sergio Moro obteve e divulgou de maneira criminosa e violando a Constituição do Brasil no dia 16 de março de 2016.

Na decisão proferida neste último 13 de junho, Teori esgrima argumentos jurídicos que poderiam e, sobretudo, diante da gravidade das conseqüências políticas que trouxeram, deveriam ter sido sustentados no próprio 16 de março, porém incrivelmente foram retardados em quase 3 meses:
Como visto, a decisão proferida pelo magistrado reclamado [Sergio Moro] está juridicamente comprometida, não só em razão da usurpação de competência, mas também, de maneira ainda mais clara, pelo levantamento de sigilo das conversações telefônicas interceptadas, mantidas inclusive com a ora reclamante[Dilma] e com outras autoridades com prerrogativa de foro. Foi também precoce e, pelo menos parcialmente, equivocada a decisão que adiantou juízo de validade das interceptações, colhidas, em parte importante, sem abrigo judicial, ...
O art. 5º, XII, da Constituição da República somente permite a interceptação de conversações telefônicas em situações excepcionais, ‘por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal ... para não resultar em absurdos patentes’.
Ora, a jurisprudência desta Corte é categórica acerca da inviabilidade da utilização da prova colhida sem observância dos direitos e garantias fundamentais previstas na Constituição”.
Ora, se a jurisprudência do STF é tão categórica sobre a interceptação ilegal, porque o STF não foi assertivo e categórico no próprio dia 16 de março de 2016, quando deveria ter interceptado a consecução do crime pelo Moro? – crime que foi instrumentalizado pelo tucano Gilmar Mendes na concessão de liminar ao PSDB e PPS anulando a posse do Lula na Casa Civil.
É também induvidoso que a anulação da posse do Lula na Casa Civil, que teve o efeito da cassação dos direitos políticos do ex-presidente, teve o propósito de esterilizar a capacidade de iniciativa e de recomposição política do governo Dilma para deter a marcha do golpe de Estado.
Com Lula no tabuleiro, o jogo político seria diferente, e dificilmente a farsa do impeachment teria prosseguido.
É incrível que a decisão do Teori, ao mesmo tempo em que revela os crimes cometidos contra a Constituição e a figura da Presidente da República, não apresenta nenhuma censura, nenhuma sanção contra Sérgio Moro, um justiceiro que atentou contra a Constituição e cometeu o crime gravíssimo de interceptação e divulgação ilegal de conversas telefônicas da Presidente da República da sétima economia do planeta, unicamente para tumultuar o ambiente político nacional e gerar o caos. A decisão do STF, neste contexto, é mais que contraditória; é abjeta.
Existe um amplo consenso no Brasil e no mundo inteiro a respeito do golpe de Estado de novo tipo que está em andamento no país. É um golpe diferente daqueles que a classe dominante empregou no passado, apoiado nas forças armadas e na repressão generalizada.
Neste golpe jurídico-midiático-parlamentar, o STF, o Ministério Público e a Polícia Federal desempenham papel-chave. E é notória a participação do STF na engrenagem golpista. Na Suprema Corte do Brasil alguns juízes se camuflam com suas togas para desempenharem funções partidárias, dando assim ares de “normalidade institucional” para um processo que, na realidade, inocula o país com tendências fascistas.

Texto original: CARTA MAIOR

Odebrecht, EUA e a Operação Vira-Lata


TERÇA-FEIRA, 27 DE DEZEMBRO DE 2016

Odebrecht, EUA e a Operação Vira-Lata


Por Renato Rovai, em seu blog:

O procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Operação Lava Jato, comemorou o acordo de leniência firmado pela Odebrecht e pela Braskem com o Ministério Público Federal, que incluiu uma multa de R$ 8,5 bilhões, dizendo que é possível melhorar o país a despeito do “complexo de vira-lata” de alguns de nós que achamos que “o Brasil não tem jeito”.

Ontem o ex-ministro da Justiça da presidente Dilma Rousseff, Eugênio Aragão, contestou no que chamou de uma “cartinha aberta” ao procurador, dizendo:

“E o que vocês conseguiram de útil neste País para acharem que podem inaugurar um ‘outro Brasil’, que seja, quiçá, melhor do que o vivíamos? Vocês conseguiram agradar ao irmão do norte que faturará bilhões de nossa combalida economia e conseguiram tirar do mercado global altamente competitivo da construção civil de grandes obras de infraestrutura as empresas nacionais”.

A prova inconteste de que Aragão tinha razão surge hoje em reportagem do sempre suspeito O Globo. Para celebrar acordo de leniência a Odebrecht e a Braskem tiveram que aceitar exigências das autoridades dos Estados Unidos, entre elas a de vigilância externa por três anos para poderem operar.

As empresas terão um fiscal escolhido pelas autoridades desses países que terá acesso a todos os dados, documentos, e atividades de funcionários e até diretores das empresas. O monitoramento foi uma das exigências feitas às empresas pelo do Departamento de Justiça americano (DoJ).

Em caso de qualquer irregularidade identificadas pelo fiscal, as empresas estão sujeitas ao rompimento do acordo e a serem processadas na Justiça americana. Nessa hipótese, segundo o sempre suspeito O Globo, as companhias ficariam sujeitas ao pagamento de multas pelo menos 10 vezes maiores do que já foram acertadas.

Evidente que o tal fiscal só estará ali para verificar se as empresas são corruptas. Ele não fornecerá outras informações de projetos estratégicos aos americanos e a quem mais o Departamento de Justiça de lá achar conveniente.

E é óbvio que ao quebrar o mundo, em 2008, no maior esquema de corrupção da história, que ficou conhecido como “crise do subprime”, os EUA permitiram ao Brasil e a outros países que passassem a fiscalizar o seu sistema financeiro. Claro, claro, claríssimo…

Eliana Calmon diz que se Moro sair candidato denunciará uso político da toga

Eliana Calmon diz que se Moro sair candidato denunciará uso político da toga

POLÍTICA
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“Operação Mãos Limpas não deu certo porque se partidarizou, não podemos cometer o mesmo erro”
Por Lúcia Rodrigues
Caros Amigos
A ex-corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Eliana Calmon, conhecida por sua rigidez na condução dos casos enquanto esteve à frente do órgão, não admite a hipótese do juiz Sérgio Moro sair candidato à presidente da República nas próximas eleições.
“Ele não pode fazer isso. Eu seria a primeira a ir para os jornais e dizer da minha revolta contra alguém que usou a toga para se promover. Isso não vai acontecer. Isso é especulação.”
Eliana cita o caso italiano para advertir sobre a politização da justiça. “A Operação Mãos Limpas não deu certo porque se partidarizou, não podemos cometer o mesmo erro.”
O Instituto DataFolha realizou recentemente pesquisa de intenção de voto, em que coloca Moro entre os possíveis pré-candidatos à Presidência em 2018. O juiz também tem sido criticado por juristas de renome por conduzir a Operação Lava Jato de forma política, mirando apenas nos governos petistas.
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“Financiamento de campanha por empreiteiras não foi invenção do PT. Isso existe desde o Brasil Colônia. Todo mundo sabe disso. As campanhas eleitorais sempre foram feitas com dinheiro de empreiteiras, que sempre mandaram neste país. O poder econômico sempre esteve aliado ao poder político”, frisa.  “A nação inteira sabe que não é só o PT”, completa.
Para ela, a Operação Lava Jato é um divisor de águas por ter mandado para cadeia “figurões da República e donos de empreiteiras”.  Eliana ressalta que a legislação sobre crime organizado permitiu que Moro lançasse mão dessa prerrogativa. Antes, segundo ela, quem tinha bons advogados protelava os processos e se eximia da condenação.
Ilegalidades
Apesar de falar na condição de hipótese, por alegar desconhecimento do processo, a ex-corregedora é categórica ao criticar a condução coercitiva sem que haja uma intimação prévia do depoente. “Ninguém pode ser levado coercitivamente, se não for intimado antes. Para haver condução coercitiva é preciso que a pessoa se recuse a comparecer perante o juiz, que se recuse a atender o chamado judicial.”
Sobre os grampos na presidente Dilma, Eliana é direta: “Eu sempre disse que foi ilegal. Pode ter conotação política, e juridicamente é condenável. Até o Supremo já reconheceu.”
Ela não antecipa qual seria sua decisão sobre um eventual julgamento de Moro se estivesse à frente do órgão que investiga os atos dos juízes.  
“Todas as vezes que um juiz se comporta fora dos parâmetros da legislação, ele está sujeito a sofrer um processo. E esse processo conduz a uma investigação e aplicação de sanções. Mas é muito difícil trabalhar sobre hipóteses de uma realidade que não se conhece. Eu acho muito difícil uma pessoa cometer tantas ilegalidades sem justificativa, cometer falta primaria. É por isso que eu fico receosa de falar sobre uma coisa que eu não conheço”, enfatiza.

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Fonte: Caros Amigos

Acordo Odebrecht-EUA: eles são os dono do mundo

Acordo Odebrecht-EUA: eles são os dono do mundo

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Acordo Odebrecht-EUA: eles são os dono do mundo
Por Fernando Brito
Do Tijolaço
Embora isso não seja propriamente uma novidade, é bom que apareçam as propinas pagas pela Odebrecht em 11 países para que se entenda que, em qualquer grande mercado mercado mundial, grandes empresas não hesitam em usar a corrupção como passaporte de seus interesses.
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Também é interessante ver que, de repente, a construtora brasileira passou a ser apresentada como uma “ovelha negra” no alvo rebanho dos grandes grupos industriais do mundo, todos eles fazendo negócios, claro, apenas por sua “expertise” e capacidade técnica. E como ela virou ” campeã” de ressarcimentos, quando Siemens, Alstom, Halliburton (aquela do vice-presidente americano  Dick Cheney) ,  British Aeroespace e Total pagaram multas maiores aos americanos por práticas idênticas e continuem sendo “modelos” mundiais de capacidade. Tanto que a última está recebendo quase de graça parte importante dos ativos importantes da pobre Petrobras.
"A ladroagem, portanto, não é 'coisa de brasileiro'. Não é o 'caráter dissoluto' de empresários e políticos de um só País, mas a regra que vige no mundo" 
  
A ladroagem, portanto, não é “coisa de brasileiro”. Não é o “caráter dissoluto” de empresários e políticos de um só País, mas a regra que vige no mundo – mundo, literalmente- dos negócios bilionários do capitalismo.
E olha que nem se foi – e nem se vai – ao foco do banditismo financeiro mundial: os bancos.
A melhor forma de compactuar com a corrupção é achar que, no planeta do dinheiro grosso, existe algum santo.
O mais curioso, entretanto, é que o Departamento de Justiça, órgão do Governo americano, julga e multa empresas de outros países por atos de corrupção praticados também em outros países, sem que isso nada tenha a ver com os negócios de ambos nos Estados Unidos.
O país que sempre foi “a polícia do mundo” é, também, sem questionamentos, a “justiça do mundo”.

Verdades da mídia comercial sobre a Síria são como as verdades nacionais

Verdades da mídia comercial sobre a Síria são como as verdades nacionais

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Verdades da mídia comercial sobre a Síria são como as verdades nacionais
Por Mario Augusto Jakobskind
Do Brasil de Fato 
A cobertura dos últimos acontecimentos em Aleppo pela mídia comercial do Ocidente, nela incluídos, claro, jornalões e telejornalções brasileiros, revelam total manipulação da informação. Repetem o esquema das manipualções sobre o noticiário nacional. 
Os terroristas de Aleppo, expulsos da região pelo Exército regular sírio com a ajuda de forças russas, são chamados pelos meios de comunicação ocidentais de “rebeldes”.
Matéria no site Sputnik, assinada por Mikhail Alaeddyn, destaca fatos importantes que revelam a forma pouco jornalística com que fatos são divulgados, como se fossem verdades absolutas, mas não passam de mentiras ou meias verdades com o objetivo de demonizar quem não apoia os terroristas chamados de rebeldes.
Por aqui no Brasil, a mídia comercial conservadora simplesmente reproduz o que é divulgado de forma manipulada e tem por objetivo criminalizar o presidente Vladimir Putin. Na verdade, isso tem acontecido desde o início dos dramáticos acontecimentos no país que se encontra na alça de mira dos Estados Unidos pelo menos desde 2005. Aliás, até antes na gestão de Haafez Assad, quando o então dirigente sírio não se submetia às pressões norte-americanas e de tabela de Israel.
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Mas voltando a Aleppo, após a libertação da cidade que estava ocupada por terroristas considerados “rebeldes moderados inocentes” pelas mídias ocidentais, o noticiário resumiu-se a apresentar as forças vitoriosas como autores de massacres ou coisas do gênero, não faltando graves acusações contra Assad e Putin, acusações que não resistem a uma análise mais apurada.
A questão que não pode deixar de ser levada em conta, como revela Sputnik, é que o noticiário não segue os acontecimentos de guerra no local, mas os comentaristas e repórteres apenas estão sentados frente a seus computadores e dispositivos, atacando no twitter e copiando notícias de Al-Jazeera ou publicando artigos sem citar fontes autênticas.
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O jornalista italiano Sebastiano Caputo, que chegou recentemente da Síria onde trabalhou como repórter e é coautor do livro "Às portas de Damasco" ("Alle porte di Damasco"), revela que 'reportagens de Aleppo' “são escritas por pessoas sentadas em Londres".
Na verdade, prossegue Caputo, “a informação é manipulada todo o tempo: os jornalistas ocidentais, em vez de se dirigirem ao local dos acontecimentos, copiam notícias de canais de TV Al-Arabiya e Al-Jazeera que são controlados respectivamente por Arábia Saudita e Catar, que têm as mãos manchadas de sangue já por mais de cinco anos e que não têm nenhum interesse em oferecer informação objetiva".

"O objetivo deste comportamento é desestabilizar a Síria e atacar o Irã e a Rússia, porque os dois países acima mencionados (Qatar e Arábia Saudita) são aliados dos Estados Unidos no Oriente Médio"
São utilizadas pelos jornalistas, acrescenta Caputo, “fontes anônimas, contas de twitter indistintas, e o site Republica até citou a mensagem de um terrorista famoso no Oriente Médio por ser um dos membros da Al-Qaeda”.Ainda segundo o jornalista italiano, o objetivo deste comportamento é desestabilizar a Síria e atacar o Irã e a Rússia, porque os dois países acima mencionados (Qatar e Arábia Saudita) são aliados dos Estados Unidos no Oriente Médio. "A cobertura da libertação de Aleppo atingiu seu auge em número de mentiras, embora não devamos esquecer que todas as notícias sobre o tema estão sendo falsificados já por cinco anos".
Para Caputo, "a mídia ocidental é hipócrita, eles mostram as pessoas comuns como se elas só morressem por culpa de uma parte do conflito. Isso não me surpreende, porque a Europa e o Ocidente nasceram com base em uma grande hipocrisia – falamos da libertação da Europa do nazismo pela América [do Norte]. Os EUA nos libertaram do nazismo lançando bombas sobre Hiroshima e Nagasaki, bombardeando Dresden, Milão e Roma quando a guerra já tinha acabado. Não lhes cabe discursar sobre civis inocentes mortos sem motivo."
Revela ainda Caputo, o que é reproduzido por Sputnik, que “a luta ocidental contra terrorismo é falsa”. Para ele, só três exércitos (sírio, iraniano e russo) combatem os terroristas. "Na verdade todo o mundo sabe que os militantes sírios são grupos radicais e mercenários. Os militantes não querem ser filmados em vídeo, durante a evacuação, porque eles não se parecem com sírios. Entre eles há georgianos, chechenos, afegãos e paquistaneses".
A reprodução de parte da matéria é importante no sentido dos leitores conhecerem argumentos que são omitidos pela mídia comercial do Ocidente, que prefere também reproduzir quase diariamente informações divulgadas por um pretenso Observatório de Direitos Humanos, com sede em Londres e manejado por uma pessoa de nacionalidade síria que lá reside há anos.
Por aqui, os jornalões e telejornalões repetem as informações divulgadas sem que seus correspondentes, seja nos Estados Unidos ou na Europa, se disponham a checar. E assim tudo se transforma em uma única verdade.
Tal método, diga-se de passagem, é reproduzido com outras informações de caráter internacional ou mesmo nacional. Neste momento de grave crise que passa o Brasil, as informações repetidas constantemente pelas mídias comerciais conservadoras são apresentadas como verdades absolutas, sem nenhum tipo de questionamento ou apresentação de outras versões. É o surrado esquema conservador de fazer cabeças ao iludir incautos para que projetos atentatórios à maioria da população brasileira se tornem vitoriosos.


 Mario Augusto Jakobskind é jornalista

Fonte: Caros Amigos