segunda-feira, 29 de julho de 2019

Lideranças da esquerda pedem afastamento de Moro e Dallagnol

Bolsonaro nega assassinato de cacique e diz que reservas indígenas inviabilizam agronegócio O DEMENTE

Bolsonaro nega assassinato de cacique e diz que reservas indígenas inviabilizam agronegócio

“Nesse caso agora aqui... não tem ainda nenhum indício forte de que esse índio foi assassinado lá agora. Chegaram várias possibilidades. A PF está lá, quem nós pudermos mandar para lá já mandamos para buscar desvendar o caso e buscar a verdade sobre isso aí”, disse Jair Bolsonaro, em mais uma declaração que estimula o extermínio dos povos indígenas
(Foto: ADRIANO MACHADO / REUTERS)
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira que o excesso de reservas indígenas no país está “inviabilizando o agronegócio”, e levantou dúvidas sobre o assassinato de um cacique da etnia Waiãpi, no Amapá, após relatos de uma possível invasão de garimpeiros a uma terra indígena.
“Nesse caso agora aqui... não tem ainda nenhum indício forte de que esse índio foi assassinado lá agora. Chegaram várias possibilidades. A PF está lá, quem nós pudermos mandar para lá já mandamos para buscar desvendar o caso e buscar a verdade sobre isso aí”, disse o presidente em entrevista na saída do Palácio da Alvorada.
Em nota, a Fundação Nacional do Índio (Funai) informou, no domingo, que a Polícia Federal abriu inquérito para apurar a morte do cacique. Equipes da PF, da Funai e do Batalhão de Operações Especiais (Bope) do Estado chegaram no domingo à terra indígena, uma área isolada no oeste do Amapá.
De acordo com a Funai, a Coordenação Regional da Fundação Nacional do Índio no Amapá encaminhou para a presidência do órgão no sábado memorando informando sobre um possível ataque à Terra Indígena Waiãpi, e relatos publicados pela mídia disseram se tratar de uma invasão de garimpeiros.
Ao comentar o caso, Bolsonaro fez questão de primeiro defender a legalização dos garimpos, inclusive em terras indígenas. Segundo o presidente, é uma medida que os índios também querem.
“É intenção minha regulamentar o garimpo, legalizar o garimpo. Inclusive para índio, que tem que ter o direito de explorar o garimpo na sua propriedade”, afirmou.
O governo prepara um projeto de lei para ser encaminhado ao Congresso alterando a legislação que trata de terras indígenas para permitir o garimpo. Durante o final de semana, em entrevistas, Bolsonaro afirmou que está buscando parcerias com países de “primeiro mundo” para fazer a exploração mineral dessas regiões.
Segundo o presidente, o Brasil precisa parar de demarcar novas reservas porque isso está inviabilizando os negócios no país, e que o Brasil depende das commodities.
“O Brasil vive de commodities, daqui a pouco o homem do campo vai perder a paciência e vai cuidar da vida dele. Vai vender a terra, aplicar aqui ou lá fora, e cuidar da vida dele. A gente vai viver do quê? O que nós temos aqui além de commodities? Será que o pessoal não acorda para isso? Se esse negócio quebrar todo mundo vai para o barro, acabou o Brasil”, afirmou.
Bolsonaro também acusou mais uma vez ONGs estrangeiras de quererem manter os indígenas em reservas por interesses econômicos. “E esse território que está nas mãos dos índios, mais de 90% nem sabem o que tem lá e mais cedo ou mais tarde vão se transformar em outros países. Está na cara que isso vai acontecer, a terra é riquíssima”, disse.

Glenn denuncia ao mundo que o Brasil está sob o comando de um sociopata

Glenn denuncia ao mundo que o Brasil está sob o comando de um sociopata

O jornalista Glenn Greenwald, editor do Intercept, fez uma postagem em inglês denunciando ao mundo que o Brasil está sendo comandado por um sociopata, ao comentar a declaração criminosa sobre o desaparecido político Fernando Santa Cruz. Movimento pelo afastamento de Bolsonaro já conta com apoio de uma frente ampla de partidos e de juristas para que o Brasil seja libertado da ameaça fascista
Jair Bolsonaro e Glenn Greenwald
Jair Bolsonaro e Glenn Greenwald (Foto: Marcos Corrêa/PR | Gustavo Bezerra)
247 – O Brasil está sob o comando de um sociopata. A denúncia acaba de ser feita ao mundo pelo jornalista Glenn Greenwald, editor do site Intercept, em reação à declaração criminosa sobre o desaparecido político Fernando Santa Cruz. O movimento pelo afastamento de Bolsonaro já conta com apoio de uma frente ampla de partidos e de juristas para que o Brasil seja libertado da ameaça fascista. Confira o tweet de Glenn e a reportagem da Reuters:
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira que pode contar ao presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, como o pai dele desapareceu no período militar, afirmando que ele teria participado do grupo “mais sanguinário” da Ação Popular, movimento que combateu a ditadura no Brasil.
Irritado com a OAB, que tem questionado ações propostas pelo governo, Bolsonaro reclamou que a entidade teria impedido a quebra do sigilo telefônico do advogado de Adélio Bispo, que o atacou com uma faca durante a campanha eleitoral do ano passado. A OAB e a própria Polícia Federal negaram que tenha sido pedida uma liminar pela OAB para impedir o acesso.
“Por que a OAB impediu que a Polícia Federal entrasse no telefone de uma dos caríssimos advogados? Qual a intenção da OAB? Quem é essa OAB? Um dia se o presidente da OAB quiser saber como é que o pai dele desapareceu no período militar, conto para ele”, disse Bolsonaro.
“Ele não vai querer ouvir a verdade. Conto pra ele. Não é minha versão. É que a minha vivência me fez chegar nas conclusões naquele momento. O pai dele integrou a Ação Popular, o grupo mais sanguinário e violento da guerrilha lá de Pernambuco, e veio desaparecer no Rio de Janeiro”, acrescentou.
O pai do presidente da OAB, Fernando Augusto Santa Cruz de Oliveira, era de fato parte da Ação Popular (AP), de acordo com a Comissão Nacional da Verdade, mas não há indícios de que tenha agido em Pernambuco. Ele morava em São Paulo e passava alguns dias na casa dos pais, no Rio de Janeiro, quando teria sido preso.
De acordo com relatório da Comissão, Fernando Oliveira foi visto pela última vez em fevereiro de 1974, quando teria sido preso no Rio de Janeiro por agentes do DOI-Codi. Em buscas por ele, a família recebeu diversas negativas de que tivesse sido preso, mas em suas investigações a Comissão encontrou um relatório do Ministério da Aeronáutica da década de 1990 em que se informava ao Ministério da Justiça que ele havia sido preso em 23 de fevereiro de 1974 e era considerado desaparecido desde então. Ele tinha 26 anos.
Apenas em 2014, com o relatório da Comissão da Verdade, Fernando Oliveira foi considerado oficialmente morto.
A Anistia Internacional criticou as declarações do presidente e cobrou que o país assuma suas responsabilidades com as famílias das vítimas.
“É terrível que o filho de um desaparecido pelo Regime Militar tenha que ouvir do presidente do Brasil, que deveria ser o defensor máximo do respeito e da Justiça no país, declarações tão duras. O Brasil deve assumir sua responsabilidade, e adotar todas as medidas necessárias para que casos como esses sejam levados à Justiça”, disse a diretora-executiva da Anistia Internacional, Jurema Werneck.

Líder do PT, Paulo Pimenta assume a bandeira do impeachment de Bolsonaro

Líder do PT, Paulo Pimenta assume a bandeira do impeachment de Bolsonaro

"Não podemos mais tapar o sol com a peneira. Bolsonaro tem que ser impedido. Ele é um criminoso que idolatra genocidas, torturadores e ditadores. Ele e seu clã miliciano conduzem o país para um estado policial autoritário que corrói a democracia e as instituições da república", postou o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), líder do partido na Câmara
(Foto: Lula Marques/PT)
247 – O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) assumiu a bandeira do 'Fora, Bolsonaro' e defendeu o impeachment do presidente Jair Bolsonaro depois que ele exaltou, nesta manhã, a morte de Fernando Santa Cruz, militante político assassinado durante a ditadura militar e pai do atual presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Felipe Santa Cruz. "Não podemos mais tapar o sol com a peneira. Bolsonaro tem que ser impedido. Ele é um criminoso que idolatra genocidas, torturadores e ditadores. Ele e seu clã miliciano conduzem o país para um estado policial autoritário que corrói a democracia e as instituições da república", disse Pimenta.
"Por que a OAB impediu que a Polícia Federal entrasse no telefone de um dos caríssimos advogados? Qual a intenção da OAB? Quem é essa OAB? Um dia, se o presidente da OAB quiser saber como é que o pai dele desapareceu no período militar, conto pra ele. Ele não vai querer ouvir a verdade. Conto pra ele. Não é minha versão. É que a minha vivência me fez chegar nas conclusões naquele momento. O pai dele integrou a Ação Popular, o grupo mais sanguinário e violento da guerrilha lá de Pernambuco e veio desaparecer no Rio de Janeiro", afirmou Bolsonaro, em mais um de seus recorrentes crimes de responsabilidade.
Confira, abaixo, a reação de Pimenta: