terça-feira, 9 de outubro de 2018

"Antunes: "Fascismo e ditadura são ameaças reais no Brasil hoje""

https://youtu.be/T95NAdk2RKU

Qual o balanço do primeiro turno?

20 Minutos Atualidade - Qual o balanço do primeiro turno?

Hipocrisia e irresponsabilidade ao extremo.

A hora do povo














São Paulo, 09 de outubro de 2018





A hora do povo

Passamos por um primeiro turno eleitoral dos mais estranhos da história brasileira. Não bastasse o principal candidato do povo estar encarcerado na República de Curitiba, proibido de vencer as eleições, temos um candidato fascista e nos encontramos agora sob ameaça de retorno do obscurantismo.

Um retrocesso que começou a ser estruturado em julho de 2013, quando a direita (Rede Globo à frente) se apropriou da pauta reivindicatória daquele momento. Desde então, não tivemos sossego. Em março de 2014, ano eleitoral, iniciou-se a Lava Jato; ao perder as eleições, Aécio Neves não reconheceu a vitória de Dilma Rousseff, provocando, além da crise econômica e política que vivemos, a derrota fragorosa do PSDB nestas eleições, que poderá levá-lo à extinção.

Em 2015, Globo, Parlamento golpista e Judiciário, passando por cima de 54 milhões de votos, impediram Dilma de governar, abrindo as porteiras do ódio. Não foram os fatos, mas a construção do antipetismo e do ódio à esquerda que levou ao impeachment de Dilma. Em 2017, assistimos à condenação sem provas de Lula e, neste ano, sua prisão política.

Nem mesmo a decisão liminar do Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas ou as inúmeras manifestações de centenas de juristas nacionais e internacionais, intelectuais e lideranças de todos os continentes, puderam conter o desejo ensandecido de eliminar Lula, o Partido dos Trabalhadores e a esquerda da direção dos rumos deste país.

Os dois grandes vitoriosos deste primeiro turno são Lula e Bolsonaro.

Apesar de todas as restrições de sua liberdade – proibido de escrever, de falar e conceder entrevistas, de receber pessoas de suas relações, de ser candidato e o presidente do Brasil –, Lula tornou viável o seu candidato Fernando Haddad, praticamente desconhecido da grande população brasileira.

Haddad, aliás, saiu-se muito bem. Alcançou 29% dos votos válidos em um ambiente – repito – de extremada rejeição ao PT e seus aliados. Exemplo disso foi a não eleição do ilustre senador do Paraná, Roberto Requião; do incansável e sempre lutador das causas sociais, Eduardo Suplicy; do jovem e aguerrido lutador Lindberg Farias; e da própria ex-presidente Dilma Rousseff, impichada sem crime algum.

Jair Bolsonaro, mesmo que derrotado num segundo turno, sairá como vencedor. Na crista do ódio, ele foi favorecido pela implosão do PSDB e por candidaturas que precisaram negar Temer para sobreviver, vide a bronca pública dada pelo presidente golpista a Geraldo Alckmin. É preciso reconhecer que Bolsonaro conquistou uma imensa base social. Seu discurso de ódio e violência vem capturando insatisfações desde os jovens às viúvas da ditadura, desde a periferia às elites brasileiras, sob aplauso dos fabricantes de armas.

Neste domingo, assistimos aos brasileiros votarem pelo retorno da ditadura. Responsável pela construção da polarização social no país, a Globo disseminou diuturnamente o antipetismo, reaplicando sua velha receita de anticomunismo. O feitiço, porém, pode virar contra o feiticeiro, inaugurando um turno de disputa pelos recursos públicos de propaganda e marketing do novo governo que virá a se instalar. Até agora, a diferença entre Globo e Record era de bilhões de reais; tudo indica, que ela irá se reduzir drasticamente se Bolsonaro for eleito.

A partir de hoje, passamos a enfrentar uma oposição muito distinta daquela que enfrentamos até agora com os tucanos. É uma nova realidade: a da disputa com a extrema direita, assumidamente antidemocrática, com um projeto fascista de poder, profundamente violenta e contrária aos valores laicos do Estado e dos direitos humanos.

Uma extrema direita nenhum pouco nacionalista, cujo capitão Messias bate continência para a bandeira norte-americana e tem Trump como ídolo. Paulo Guedes, um ultraliberal da escola de Chicago, entregará o país ao mercado em tenebrosas transações. Esse é núcleo duro da extrema direta brasileira.

O ódio não cria emprego, não aumenta a renda, não resolve os graves problemas sociais do Brasil, da saúde, da educação e muito menos da segurança pública. Armar a população só atende ao lucro da Taurus, fabricante de armas; não o imenso problema da desigualdade social do Brasil. Aliás, o alimento do ódio é a desigualdade. É sobre ela que precisamos falar a partir de agora.

Vençamos ou não, precisamos nos preparar para enfrentar essa nova força, a partir da aliança com partidos, entidades da sociedade civil e pessoas progressistas que possam defender a democracia em um novo patamar. O momento é de união e não mais de divisão. União fundamental tanto para a sustentação do futuro governo Haddad quanto para o fortalecimento da resistência contra o fascismo e o ódio.

Em 2019, a questão da mídia será central. Independentemente de quem ganhar a eleição, Globo e Record estarão em franca disputa e as redes sociais permanecerão dominadas pelo ódio contra a esquerda, propagado por ambas concessionárias públicas, e pela milícia virtual do messias que conta com fartos recursos de empresários brasileiros e estrangeiros como estamos vendo ao longo desta campanha.

Em meio a esta guerra, a Mídia Alternativa ou o que restar dela terá enorme dificuldades de sobrevivência. Aos 72 anos de idade e 56 de militância política, eu estou com muita vontade de trabalhar em 2019. Projetos não faltam. Sabemos perfeitamente o que precisamos fazer; para isso, Carta Maior precisa de uma enorme mobilização de seus leitores.





Vocês são os protagonistas deste processo. Carta Maior é mero instrumento entre o pensamento de vocês e a realidade política que estamos vivendo. Para que possamos avançar, com condições de enfrentarmos o que virá pela frente, a doação de nossos leitores é fundamental. Hoje, contamos com 300 mil leitores mês dos quais somente dois mil são doadores, este número precisa crescer sob pena de sermos obrigados a encerrar os 17 anos de luta da CM.

Com apenas R$1,00 por dia, R$30,00/mês, você pode agregar força e legitimidade a essa trincheira. Quem puder, DOE MAIS (clique aqui e confira opções de doação) possibilitando que o nosso conteúdo também ultrapasse os limites atuais. E, por favor, cadastrem-se na Carta Maior ou atualizem seu cadastro clicando aqui. Precisamos nos manter unidos e em contato permanente frente a qualquer eventualidade. Sigamos juntos e mobilizados.

Joaquim Ernesto Palhares
Diretor da Carta Maior

'Coveiro da democracia quase eleito': imprensa mundial repercute eleição no Brasil

Eleições 2018

'Coveiro da democracia quase eleito': imprensa mundial repercute eleição no Brasil

por Deutsche Welle — publicado 08/10/2018 13h22
Jornais e sites destacam divisão na sociedade brasileira e grande votação de Bolsonaro. Para 'FAZ', esperança de reconciliação é mínima e 'Süddeutsche' vê alerta para o mundo
M.Pimentel/AFP
dw.jpg
'Um político autoritário, racista, machista, homofóbico... Um adorador da ditadura", disse o espanhol El País
A imprensa internacional repercutiu entre a noite de domingo e a manhã desta segunda-feira 8 o primeiro turno das eleições brasileiras. O destaque é a ameaça à democracia, personificada no primeiro colocado no pleito, Jair Bolsonaro (PSL).
Süddeutsche Zeitung, Alemanha - Por que o coveiro da democracia pode se tornar presidente
Por um momento, na noite de domingo 7 no Brasil, parecia que um novo presidente havia sido eleito. Um presidente que é chamado de coveiro da democracia porque vocifera contra as minorias, glorifica a ditadura e declara que não quer reconhecer qualquer outro vencedor a não ser ele mesmo. Mas não a coisa não foi tão ruim assim – pelo menos não por enquanto.
Parece simplesmente há atualmente uma maioria de extrema direita no maior país da América do Sul. A confiança nas instituições democráticas sofreu muito durante a crise econômica e por conta dos escândalos de corrupção gigantescos dos últimos anos. Bolsonaro conseguiu, com isso, posar com sucesso como um candidato anti-establishment, embora ele mesmo pertença ao establishmentpolítico.
Seu incrível sucesso se baseia em parte num ódio generalizado e já irracional contra o PT de Lula e Haddad, que governou por anos. Por outro lado, ele liderou uma campanha profissional de fake newsnas redes sociais, onde recentemente explorou politicamente um real ataque a faca que sofreu no início de setembro.
O grande empresariado do Brasil, os investidores do mercado de ações, os partidos conservadores, partes do sistema judiciário e dos meios de comunicação, os militares e, não menos importante, as igrejas evangélicas altamente influentes preferem apoiar um incendiário de direita a um candidato do PT.
Die Welt, Alemanha - Brasil vive o começo de uma revolução de direita
A ânsia dos brasileiros por uma mão dura, por uma força que tira da miséria uma terra que afunda num pântano de corrupção e violência, aparentemente é maior do que qualquer objeção a alguém acusado por seus críticos de ser neofascista, homófobo e misógino.
Süddeutsche Zeitung, Alemanha - Bolsonaro, um alerta para o mundo
O sucesso do extremista de direita no primeiro turno da eleição presidencial mostra que o anseio por slogans fáceis, radicalismo e promessas milagrosas que não podem ser cumpridas atinge cada vez mais pessoas.
O candidato de extrema direita Jair Bolsonaro venceu, como esperado, o primeiro turno da eleição presidencial brasileira – surpreendente foi apenas a enorme distância para o segundo colocado. Isso é chocante porque, antigamente, pessoas como Bolsonaro costumavam chegar ao poder por meio de golpes militares, e não por processos democráticos.
Que muitos cidadãos queiram voluntariamente tornar alguém como ele chefe de Estado mostra a que ponto chegou a democracia brasileira. A ascensão de um homem que incita ao ódio contra minorias, elogia a ditadura militar como exemplo e que, no início do ano, ainda era visto como sem chances de vencer é um sinal de alerta – não só para a democracia no Brasil, mas para o mundo inteiro.
Frankfurter Allgemeine Zeitung, Alemanha - Brasil é varrido pela onda Bolsonaro
O que se viu nas últimas semanas entre os eleitores dos dois campos nas redes sociais é uma prévia do que está por vir e atesta a raiva e o ódio que há em muitos brasileiros quando se trata de política. A esperança de uma reconciliação do país e de um diálogo construtivo encolhe a um mínimo com esta constelação do segundo turno. A disputa é entre dois candidatos que vivem da rejeição recíproca.
El País, Espanha - Candidato ultra Bolsonaro obtém uma grande vitória no primeiro turno
Um político autoritário, racista, machista, homofóbico... Um adorador da ditadura que mergulhou o Brasil em um dos seus períodos mais sombrios durante 20 anos. Jair Messias Bolsonaro, o defensor dos valores mais retrógrados, esses que andam às soltas pelo mundo descontroladamente, acaricia a presidência do país sul-americano.
Nenhuma pesquisa conseguiu avaliar o crescimento exponencial do líder da extrema direita. A última, divulgada no sábado à noite, apontou que ele obteria cerca 40% dos votos válidos, 6 pontos a menos do que os que conseguiu. A mesma falta de precisão como nos Estados Unidos, com a vitória de Donald Trump, o triunfo do Brexit ou a rejeição do processo de paz na Colômbia. Como já aconteceu, de fato, nas últimas eleições brasileiras. Quando tudo parecia apontar para um segundo turno entre Dilma Rousseff e Marina Silva, o candidato de centro-direita Aécio Neves prevaleceu sobre Silva. No final, Dilma recebeu 54 milhões de votos e Neves, 51. O Brasil ficou dividido ao meio e, desde então, o país parece à mercê dos elementos. Agora, tem diante de si o desafio de impedir que o caminho autoritário que cavalga pelo mundo se consolide em seu país ou de dar uma lição em defesa dos valores democráticos.
Le Figaro, França - Presidenciais no Brasil: Bolsonaro vence primeiro turno
Defensor ardente da ditadura militar, ele acredita que o erro da ditadura "foi torturar em vez de matar". Na votação para o impeachment de Rousseff, ele dedicou seu voto à família, às Forças Armadas, à luta contra o comunismo e à memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, famoso torturador durante a ditadura. Sobre os homossexuais, ele diz: "Eu seria incapaz de amar um filho homossexual. Eu preferiria que ele morresse em um acidente de carro."
Sua recente ascensão se deve muito à sua aproximação com os evangélicos, muito influentes no Brasil e no Parlamento. De origem católica, ele foi batizado por um pastor em Israel em 2016. Ele também seduziu grandes proprietários de terra ao planejar legalizar o porte de armas e liberalizar um pouco mais o uso de pesticidas. Mas é especialmente à degradação do mundo político que este homem de 63 anos deve seu sucesso. Por meses, escândalos de corrupção respingaram líderes políticos de todos os partidos. Os deputados parecem mais ocupados nos últimos tempos em se proteger da Justiça do que em legislar.
The New York Times, EUA - Jair Bolsonaro vai ao segundo turno, após quase se eleger no primeiro
Embora vários dos vizinhos do Brasil tenham politicamente virado à direita nos últimos anos, uma vitória de Bolsonaro, um populista conservador que se une a um crescente número de líderes anti-establishment em todo o mundo, seria uma mudança conservadora sísmica.
Críticos de Bolsonaro e analistas políticos observaram sua ascensão com alarme, temendo que ele possa se tornar um líder autoritário nos moldes de Recep Tayyip Erdogan, da Turquia, e Rodrigo Duterte, das Filipinas.
A vitória de Bolsonaro na primeira rodada foi ainda mais notável porque ele não teve o apoio de um grande partido e fez campanha com um orçamento apertado, confiando principalmente nas mídias sociais para construir uma base. Em meados de setembro, a campanha Bolsonaro informou ter gasto cerca de 235 mil dólares, uma pequena fração dos 6,3 milhões de dólares que a campanha de Haddad revelou ter gasto.
A ascensão de Bolsonaro foi possibilitada pelas divisões políticas que racharam o país nos últimos anos.
Os brasileiros ficaram indignados quando os líderes dos partidos tradicionais foram envolvidos em uma investigação de corrupção de amplitude crescente, que começou em 2014 e tornou-se cada vez mais desesperadora à medida que a economia explodia, o desemprego crescia e o crime disparava.
Embora alguns eleitores tenham permanecido leais ao Partido dos Trabalhadores – que governou de 2003 a 2016 – por seus esforços para melhorar a vida dos pobres e da classe trabalhadora brasileira, muitos passaram a responsabilizá-lo pelas dificuldades financeiras e econômicas dos últimos anos.
Milhões de brasileiros abraçam hoje entusiasticamente a abordagem radical de Bolsonaro em relação a lei e ordem – mesmo que isso signifique matar criminosos ou inimigos políticos, que foram temas frequentes para o candidato.
Clarín, Argentina - Jair Bolsonaro arrasa no Brasil e fica com ampla vantagem na eleição contra Fernando Haddad
O certo é que agora começam 20 dias de profunda ansiedade e incerteza. O que se pode prever do comportamento de Bolsonaro? Ele participará de debates televisionados com Haddad ou manterá sua estratégia de priorizar as redes sociais? Até agora, sua tática de não se expor mais do que o necessário deu-lhe resultados surpreendentes. É claro que o ajudou a permanecer fora do contato físico com o seu eleitorado o terrível ataque que sofreu durante um evento em Juiz de Fora (Minas Gerais). O ex-capitão pode ou não aceitar a discussão pública com Haddad. Nada ou ninguém o obriga. Sua experiência nesse campo não foi favorável: o único encontro que ele protagonizou com seus oponentes, que foi o primeiro deles, na TV Bandeirantes, resultou em uma discussão com Marina Silva. A candidata o obrigou a abandonar a atitude contemplativa que ele havia ensaiado até então.
DW_logo

Mais agressões dos apoiadores do coiso. Até quando isso se repetirá, impunemente?

Apoiadores de Bolsonaro agridem brutalmente estudante da UFPR por usar boné do MST; em BH, mulher é atacada após dizer que não votaria no candidato
DCE UFPR e reprodução Facebook
DENÚNCIAS

Apoiadores de Bolsonaro agridem brutalmente estudante da UFPR por usar boné do MST; em BH, mulher é atacada após dizer que não votaria no candidato


09/10/2018 - 20h22

Da Redação

A escalada da intolerância, ódio e violência por parte dos apoiadores do candidato Jair Bolsonaro cresce em todo o País com a complacência e cumplicidade do presidenciável.
Há pouco também em Curitiba um grupo de apoiadores, gritando ”Aqui, é nome de Bolsonaro”, espancaram um rapaz com boné do MST, agredindo-o na cabeça.
Isso aconteceu em frente à UFPR.
A ”torcida” de vandalos também quebrou os vidros da Casa do Estudante da Universidade
URGENTE!
Estudante da UFPR acaba de ser brutalmente violentado em frente à Universidade por membros de uma torcida organizada aos gritos de “Aqui é Bolsonaro!”.
O estudante sofreu lesões na cabeça causadas por inúmeras garrafas de vidro quebradas pelos agressores. Além disso, houve depredação à Cada da Estudante Universitária de Curitiba (CEUC), que teve vidros quebrados.
A justificativa da agressão foi o uso de um boné do MST pelo estudante.
Resistiremos à barbárie, ao fascismo e à violência. Mais do que nunca, a democracia, o diálogo e a tolerância precisam prevalecer.
#ELENÃO #ELENUNCA #ELEJAMAIS
Jovem teve um corte no punho e ainda bateu com o rosto no chão. Reprodução Facebook
Mulher é agredida em BH após dizer que não votará em Bolsonaro
Jovem fazia caminhada quando foi abordada por um homem. Ao dizer que não votaria em Bolsonaro, o agressor a empurrou e jogou caixas contra ela
Uma jovem de 24 anos foi agredida por um homem na Pampulha, em Belo Horizonte, após dizer que não votaria no candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL). De acordo com o boletim de ocorrência, o caso aconteceu pouco antes das 6h da manhã, na avenida Santa Rosa, no bairro São Luiz, quando a jovem saiu para caminhar.
A mulher, que preferiu não se identificar, contou que passava pelo local quando viu um homem descarregando caixas de um caminhão em uma empresa. Segundo ela, o homem estava visivelmente nervoso e falando sozinho. O rapaz a abordou e perguntou diretamente se ela votaria em Jair Bolsonaro. A jovem repondeu que não e o homem ficou bastante alterado. Ele a empurrou e jogou caixas de papelão contra ela.
A jovem caiu, teve um corte no punho direito e ainda bateu com o rosto no chão. Ela contou que ficou muito assustada com a situação e, no momento, só pensou em sair dali, por isso a polícia não foi acionada imediatamente. “Saí chorando e a primeira coisa que pensei foi em pedir um Uber para a casa da minhã mãe”, disse.
Lá, ela recebeu auxílio da prima, técnica em enfermagem, que fez curativos nos ferimentos. Em seguida, a vítima registrou o boletim de ocorrência.
A jovem fez uma publicação no Instagram para compartilhar sua indignação. “Hoje você, familiar conhecido ou colega de trabalho que diz gostar de mim mas vota no Bolsonaro, ta com a mão suja de sangue, do meu sangue”, escreveu.
A jovem, que se declara LGBT, conta que não é eleitora do PT, mas que não votaria em “alguém que incita o ódio”. “Não votaria em quem tem ódio de quem eu sou. Estou dizendo enquanto ser humano, não é uma fala partidária. Não existe nenhuma situação econômica que pague a vida de alguém. A vida vale mais do que isso”, disse.
Na publicação na rede social, ela disse que o machucado é o “menor dos males”. “O maior é psicológico. É o medo de sair de casa, medo de poder ser quem você é”, concluiu.

VOX/247: 52% QUEREM REVOGAÇÃO DA REFORMA TRABALHISTA; 56% A RETOMADA DO PRÉ-SAL