domingo, 30 de setembro de 2018

Bolsonaros chafurdam na imundície

Bolsonaros chafurdam na imundície

Está no jornal O Globo. Está, também, no Estadão, reproduzido no portal Terra.
Eduardo Bolsonaro, deputado e chefe da campanha do pai, Jair, falou, com todas as letras, hoje, na avenida Brasil, antes que São Pedro abrisse as torneiras do “EleNão” sobre a Avenida Paulista.
“As mulheres de direita são mais bonitas que as da esquerda. Elas não mostram os peitos nas ruas nem defecam nas ruas. As mulheres de direita têm mais higiene”.
Perdão, não dá para comentar este tipo de monstruosidade.
A misoginia, neste patamar, é patológica.
Questão de higiene é banir da política quem queira fazer dela o lugar deste tipo de barbaridades, próprias de porcos bêbados.
Natural aliás, para quem procura fazer da pornografia aliada de campanha por “Deus e pela Família”, com Alexandre Frota como seu cabo eleitoral.
Por mais que eu saiba que isso é danoso aos planos da direta e seja reflexo de seu desespero eleitoral, não dá para deixar de sentir repugnância.
Nem para considerar que acabar com isso seja uma questão meramente eleitoral. É sanitária, civilizatória.


Direitalha já admite vitória de Haddad/Lula

https://www.youtube.com/watch?v=CiHhQMjbY2E&feature=push-u-sub&attr_tag=AdSNJK13jG_0zaBR%3A6

O que pensam os 13 candidatos à Presidência sobre privatização e as reformas trabalhista e da previdência


O que pensam os 13 candidatos à Presidência sobre privatização e as reformas trabalhista e da previdência

30 de setembro de 2018 às 20h06
Saiba o que pensam os presidenciáveis sobre privatizações e reformas
Confira o posicionamento das 13 candidaturas com alguns dos temas cruciais à sociedade
A CUT-SP fez um levantamento para saber o que planejam cada um dos 13 candidatos e candidatas à Presidência da República sobre a reforma da Previdência, privatizações de empresas públicas e a reforma trabalhista.
Esses três pontos estiveram em pauta durante o governo ilegítimo de Michel Temer (MDB) e atingem diretamente a classe trabalhadora.
Sobre a aposentadoria, o presidente golpista ameaçou, recentemente, retomar a discussão no Congresso após o segundo turno eleitoral.
A proposta não havia seguido adiante por conta da grande mobilização realizada pelas centrais sindicais, como a CUT, que promoveram uma das maiores greves da história do país.
A reforma da Previdência também foi considerada desgastante entre os deputados e senadores que disputam a reeleição.
Já a agenda privatista seguiu com prioridades no atual governo, colocando em risco os maiores patrimônios públicos, como petroleiras e empresas de energia.
Outro ponto polêmico é a reforma trabalhista que, aprovada há mais de um ano, destruiu direitos dos trabalhadores, fortalecendo os patrões e criminalizando as entidades de classe, está no alvo dos candidatos. Parte deles promete revogação total, enquanto que outros pretendem aprofundar ainda mais o fim dos direitos.
O levantamento a seguir foi feito a partir dos planos de governo registrados na Justiça Eleitoral pelos partidos que disputam a vaga e em declarações dadas na mídia, como entrevistas e sabatinas dos presidenciáveis.
MARIA DIAS/CUT-SP

Edição da Folha entra para a história. A história da covardia

Edição da Folha entra para a história. A história da covardia

Já era possível ver, ontem, na versão eletrônica.
Hoje, em papel, a Folha de S. Paulo confirma a covardia de seus editores diante do que o próprio advogado do jornal definiu como “uma bofetada na democracia”: a proibição de Luiz Fux de  que se realizasse uma entrevista com o ex-presidente Lula e, ainda pior, ameaçando punições caso fosse publicada.
Gasta um terço de sua capa para, solenemente, anunciar que não anuncia nada. Ou seja, não toma posição e iguala, miseravelmente, Fernando Haddad a Jair Bolsonaro.
Com todas as restrições que o jornal possa fazer, isso é um insulto à inteligência de qualquer não-fanático que o leia.
Coloca em cima, literalmente,  da espetacular foto da manifestação #EleNão no Largo da Batata, uma matéria “de cozinha” sobre dirigentes do PT “estarem sendo processados”. Matéria encomendada e isso fica evidente logo que você vê que, ao contrário do que é regra na Folha, não vem com assinatura do “repórter” que a fez.
Mas e a indignação do jornal com a censura?
Faltou à aula?
Fica, apenas e discretamente, por conta da colunista do Painel, Daniela Lima, em algumas notas em que diz que o caso “provoca mal-estar entre ministros do STF”.
Sites com muito menos recursos que a Folha, como o Conjur, foram ouvir advogados, que  condenaram a censura. O jornalão paulista, a nenhum.
Por acaso a ombudsman escreveu sobre o interesse jornalístico evidente da entrevista  ou sobre os precedentes, no próprio jornal, de entrevistar pessoas presas? Não. Recomenda “a busca radical por equilíbrio [que] deve  estar nas pequenas e nas grandes decisões”.
Como, por exemplo, servir de rosto à democracia para  levar “uma bofetada” de Luiz Fux e ficar quieta.
O advogado da Folha, Luís Francisco Carvalho Filho, cumpriria melhor o papel de editor de um jornal com dignidade. Ao menos reage diante dos absurdos.
Porque um jornal que não defende sua própria liberdade de informar com o que é relevante tem capacidade para defender a liberdade alheia?

Riscos de uma eleição por eliminação

30 DE SETEMBRO DE 2018, 11H57

Riscos de uma eleição por eliminação

Para não arriscar entrar no 2º turno fragilizado, (Haddad) precisa começar desde já a articular esse pacto de distensionamento e ampliação de suas bases. Uma “Frente Ampla”, organizada no dia seguinte à votação do 1º turno. Por Keffin Gracher
Haddad. Foto: Ricardo Stuckert
  
Por Keffin Gracher*
Caminhamos para um cenário de segundo turno entre Jair Bolsonaro e Fernando Haddad, sob um crescente movimento de contestação da candidatura do capitão. Esse movimento se dá tanto nas redes sociais, com #EleNão #EleNunca, como se espalham manifestações pelas mais diversas cidades do país.
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Esse cenário de negação pode eleger Fernando Haddad por eliminação de seu concorrente. Ou seja, a rejeição de tudo o que representa Bolsonaro possivelmente eleja Fernando Haddad presidente. Em vez de um projeto político sendo eleito pela maioria da população, teremos a negação de um projeto elegendo outro.
É uma situação perigosa.
É preciso levar em conta que a antítese de Bolsonaro não é somente o petismo. Bolsonaro consegue reunir contra si a parcela da população que tem apreço pela democracia, pelos direitos civis, pelas liberdades, mas não necessariamente existe hoje no país uma concepção de Estado majoritariamente de centro-esquerda. O PT polariza com Bolsonaro por ser a representação mais forte desse campo democrático, mas não tem a confiança e nem a concordância com seus projetos.
Nesse cenário de polarização, ódios e paixões, o país se mantém cindido. Mesmo o PT retomando um patamar próximo aos 30% de preferência da população, vivemos um acirramento que precisará ser tratado se Fernando Haddad for eleito. E, caso ele não seja eleito, os problemas podem ser ainda piores, haja vista o desprezo pela democracia já demonstrado pela chapa do PSL.
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Bolsonaro já afirma não reconhecer resultado diferente da sua eleição para presidente – o tucano Aécio Neves fez escola – e isso significa que, após o segundo turno, podemos vir a ter novamente a desestabilização política vivida em 2014, estopim que gerou a maior parte da crise que vivemos nos últimos quatro anos.
Caso se confirme um cenário como esse, muitos serão os desafios de Fernando Haddad: ele precisará, por exemplo, construir um consenso no PT para a direção partidária não tornar-se um problema para seu governo com a defesa pública de posições sectárias. Terá ainda de reunir e conquistar a legitimidade de liderar o campo progressista brasileiro, atraindo para composição do governo e construindo uma base parlamentar sólida com partidos que rivalizaram nessas eleições.
Haddad precisará também reconstruir seu programa de governo, aceitando novas propostas, ora defendidas por outros partidos também progressistas, para só assim ter condições de se voltar à sociedade brasileira e propor um pacto de distensionamento, com o qual ele consiga convencer mais da metade da população de que seu programa é amplo e tirará o país do atoleiro em que se encontra.
Sem engrossar suas fileiras no Congresso e na composição do governo, sem ganhar a confiança de uma maior parcela da população – que pode tê-lo escolhido nas urnas por eliminação, mas não lhe devota confiança – Fernando Haddad estará em situação semelhante a que Dilma esteve em 2014 e não teve habilidade política para sair.
Já é hora de Haddad se mostrar estadista e apresentar novas propostas para a conjuntura que o país enfrenta. Temos novos desafios, reafirmar os programas exitosos nos governos Lula e Dilma não é suficiente para atrair os eleitores que precisará para reunificar o país em entorno de um projeto.
Haddad precisa ganhar mais musculatura política antes do 1º turno. Para não arriscar entrar no 2º turno fragilizado, precisa começar desde já a articular esse pacto de distensionamento e ampliação de suas bases. Uma “Frente Ampla”, organizada no dia seguinte à votação do 1º turno.
Vale a máxima que vem ganhando força nas redes: é hora de Andrade ser mais Haddad.

*Keffin Gracher é jornalista e cientista social. Há 12 anos coordena projetos de comunicação digital, com foco em governos e campanhas eleitorais.
No governo da presidenta Dilma Rousseff foi diretor de Internet, responsável pela presença digital do Governo Federal.

TV brasileira ignora #EleNão, protesto histórico comentado mundialmente

TV brasileira ignora #EleNão, protesto histórico comentado mundialmente

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Revista Piauí comenta que, “Ao reunir dezenas de milhares, a manifestação intitulada #EleNão provoca maior ato público liderado só por mulheres no Brasil, que é quase ignorado nas tevês do país.
As poucas matérias, como a da Record, duraram alguns segundos apesar de essas manifestações serem um fato que permanecerá em destaque na história do país e da humanidade.
Confira, abaixo, a matéria da Record e, em seguida, leia a reportagem da Piauí
Confira a reportagem da Piauí
Dezenas de milhares de mulheres saíram às ruas para bradar #EleNão neste sábado, em cidades de todas as regiões do Brasil. Juntas, produziram as maiores manifestações populares desta eleição presidencial, de longe.
Não se sabem números exatos porque a polícia, sintomaticamente, não contou na maioria das cidades. Mas as manifestantes ocuparam densamente amplas áreas da Cinelândia, no Rio, e do Largo da Batata, em São Paulo, para citar só duas.
Em uma campanha na qual rarearam os comícios, tamanha aglomeração de gente contra um candidato é notícia. E foi: em inglês, francês, árabe. Mas o brasileiro que passou o dia na frente da tevê não ficou sabendo. A menos que tivesse um celular na mão.
O episódio sintetiza todas as principais marcas da eleição presidencial de 2018 no Brasil. Em lugar da propaganda eleitoral televisiva, quem mobilizou os eleitores contra e a favor de candidatos foram as mídias sociais, notadamente o WhatsApp.
Foi uma hashtag distribuída via Twitter, Facebook e Instagram que levou as maiores multidões à rua, não foram anúncios de tevê.
Os efeitos mais profundos dessa mudança são potencialmente revolucionários, pois todo o jogo de poder dentro dos partidos políticos gira em torno da distribuição do tempo de propaganda eleitoral e das verbas públicas. Se a tevê perde influência, perdem junto os caciques partidários que controlam a distribuição de tempo de câmera entre seus correligionários.
Também perdem poder de barganha partidos que só existem para negociar minutos de tevê ao formarem coligações eleitorais.
Principal propaganda desse novo jeito de fazer campanha política é o candidato que lidera as pesquisas de intenção de voto e tem menos de 10 segundos por dia de propaganda na tevê. Perca ou ganhe, Bolsonaro é o personagem do ano por ter sido o único candidato capaz de surfar até o fim a onda de conservadorismo que tomou o país como um tsunami, e numa prancha de isopor: sem propaganda de tevê, sem marqueteiro, sem partido. Mas o fez destilando tanto ódio contra tantas minorias que a reação a ele acabou provocando a maior manifestação de rua de toda a eleição.
Não é de agora o movimento de mulheres contra Bolsonaro. Desde o começo da campanha, o capitão reformado sempre teve muito mais dificuldade de vender suas ideias repressivas ao eleitorado feminino do que ao masculino. O #EleNão catalisou o sentimento contra Bolsonaro e transformou algo difuso em uma ação simultânea e concreta de dezenas de milhares de mulheres.
Só não foi maior porque a cobertura da campanha eleitoral na tevê é deliberadamente omissa e limitada. Não faz reportagem, entrevista; não investiga, divulga agendas.
Se parte dessa omissão pode ser explicada pelas limitações impostas pela legislação eleitoral que tange o direito à informação dos telespectadores, nem tudo, porém, cai nessa conta. A falta de cobertura ao vivo dos atos do #EleNão e, mais grave, a ausência de contextualização e ênfase nas raras reportagens sobre a mais importante manifestação de rua da campanha eleitoral de 2018 até agora não se deve ao departamento jurídico das emissoras.
O movimento não é partidário nem promove nenhuma candidatura específica. É contra um candidato, sim, mas não prega que é melhor votar neste ou naquele outro.
O resultado dessa omissão e falta de contextualização é que coisas diferentes são tratadas como iguais. Uma manifestação de dezenas, no máximo centenas de pessoas em um lugar é apresentada da mesma maneira e com a mesma magnitude que dezenas de milhares de mulheres em dúzias de cidades.
Na tela da tevê, o ato solitário pró-Bolsonaro em Copacabana foi equivalente à maior manifestação popular capitaneada por mulheres na história do Brasil. Felizmente, a internet provê o que a tevê omite.

JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO (siga @zerotoledo no Twitter)

Jornalista da piauí, foi repórter e colunista de política na Folha e no Estado de S. Paulo e presidente da Abraji

DENÚNCIAS Boulos: TV que interrompeu programação para mostrar patos na Paulista quase não deu cobertura ao Levante das Mulheres


Boulos: TV que interrompeu programação para mostrar patos na Paulista quase não deu cobertura ao Levante das Mulheres

30 de setembro de 2018 às 13h04
Em 2016, a TV interrompeu jogo de futebol para mostrar os manifestantes de verde e amarelo na Paulista. Ontem, teve até reprises, mas quase não teve cobertura dos atos gigantes do #EleNão. Democratizar a comunicação é enfrentar esse tipo de partidarização da mídia brasileira. Guilherme Boulos, candidato do Psol ao Planalto, no twitter
Da Redação
O Levante das Mulheres brasileiras foi organizado numa página do Facebook, com mais de dois milhões de integrantes.
Sem flashes na programação da TV Globo — que em 2016, a título de noticiar, promovia os encontros da “família brasileira” em Copacabana e na avenida Paulista –, elas conseguiram arrastar multidões em dezenas de cidades brasileiras e do mundo (veja um resumo de imagens no vídeo acima).
Foi a reconquista das ruas por uma pauta progressista e multipartidária — em defesa da democracia, contra o feminicídio, o machismo, a misoginia, a violência e a tortura incorporadas à candidatura neofascista de Jair Bolsonaro.
Foi a maior manifestação da história do feminismo brasileiro, com o potencial de influir no resultado do primeiro turno das eleições de 2018.
José Roberto de Toledo, na Piauí, notou que um candidato que se organizou nas redes sociais, quase sem tempo na propaganda eleitoral da TV, teve sua resposta no mesmo campo.
De certa forma, ficou enfatizada não só a perda de importância da TV, mas exposta a falsa equivalência que é típica das coberturas supostamente neutras:
O resultado dessa omissão e falta de contextualização é que coisas diferentes são tratadas como iguais. Uma manifestação de dezenas, no máximo centenas de pessoas em um lugar é apresentada da mesma maneira e com a mesma magnitude que dezenas de milhares de mulheres em dúzias de cidades. Na tela da tevê, o ato solitário pró-Bolsonaro em Copacabana foi equivalente à maior manifestação popular capitaneada por mulheres na história do Brasil. Felizmente, a internet provê o que a tevê omite.
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