• Novos dados sobre a Guerrilha
do Araguaia. A Comissão Nacional da
Verdade (CNV) ouviu no domingo (18) o depoimento de três ex-soldados que
atuaram no combate à Guerrilha do Araguaia, no início da década de 1970. Os
relatos marcaram o fim do encontro de três dias da CNV com indígenas e
camponeses em Marabá (PA).
Os soldados foram localizados por Paulo Fonteles,
liderança em direitos humanos em Belém (PA). Eles fazem parte das investigações
da CNV. “Eles também guardam muito sofrimento. Torturaram ou assistiram práticas
de tortura e isso os afetou psicologicamente. Tanto que hoje recebem
atendimento”, disse a psicanalista Maria Rita Kehl, membro da CNV.
• Parlamentares
brasileiros pedem liberdade para “os Cinco”. Um grupo de parlamentares brasileiros exigiu
a libertação dos Cinco Heróis Cubanos presos nos EUA durante uma sessão
realizada na Câmara dos Deputados, em Brasília. Os parlamentares, integrantes
de duas importantes comissões da Câmara (Comissão de Relações Exteriores e
Defesa Nacional e Comissão de Direitos Humanos e Minorias) aprovaram que uma
representação parlamentar brasileira vá aos EUA para visitar Gerardo Hernández, Ramón Labañino, René González,
Antonio Guerrero e Fernando González.
• 25% das terras
paraguaias estão em mãos de empresas estrangeiras! É o que diz um relatório
produzido pela FAO e divulgado nesta semana em Assunção. O documento inclui a
advertência do ex-diretor da agência das Nações Unidas Jacques Diouf, que desde
2007 multinacionais e governos estrangeiros intensificaram a concentração de
enormes extensões de terrenos na América Latina, África e Ásia.
“Os latifúndios privados se
multiplicam como praga e esta nova forma de conquista neocolonial aumentou nos
últimos cinco anos, afetando principalmente os países da América do Sul”,
acrescentou. “Arábia Saudita, Kuwait e outros Estados desérticos compram ou
alugam terras para cultivar alimentos, enquanto as multinacionais e os grupos
financeiros concentram edifícios para lucrar e especular com matérias-primas
agroindustriais”, afirmou.
No caso específico do
Paraguai, os dados indicaram que 1,8 milhões de hectares foram comprados entre
2008 e 2010 por empresários franceses, alemães, brasileiros, portugueses,
japoneses e espanhóis.
• Equador aprova lei que reduz lucro dos bancos privados. A Assembléia Nacional do Equador aprovou na noite desta
terça-feira (20) uma lei, enviada em caráter de urgência pelo presidente Rafael
Correa, que aumenta a contribuição dos bancos. Foram 79 votos a favor, cinco
contra e 11 abstenções. Com o resultado, o imposto de renda dos bancos vai
subir de 13 para 23%, o mesmo percentual aplicado a outros setores da economia.
As instituições financeiras, que antes eram isentas, também terão que pagar 12%
de Imposto sobre Valor Agregado (IVA). Será cobrada ainda uma tarifa sobre
ativos no exterior, que fica maior no caso da captação de recursos em paraísos
fiscais. As empresas estão proibidas de repassar os novos encargos para os consumidores
e serão fiscalizadas pela Superintendência de Bancos, que pode multar as
instituições que desrespeitarem a regra.
O
novo imposto sobre os bancos será usado para
aumentar o valor do “bônus de desenvolvimento humano”, uma espécie de bolsa
família equatoriana, de 35 para 50 dólares mensais, a partir de janeiro do ano
que vem. Atualmente, um milhão e novecentas mil pessoas recebem o benefício no
país, entre mães de famílias pobres, idosos e portadores de deficiência.
• Pobreza infantil aumenta na Espanha. A Espanha possui um dos maiores índices de crescimento
de pobreza infantil da União Europeia, indicam dados divulgados na terça-feira
(20). Pesquisa do Observatório Social da Espanha, em conjunto com a
Universidade Pompeu Fabra, revelou um aumento de 45% no número de crianças que
se tornaram pobres entre 2007 e 2009 no país.
Subnutrição, evasão escolar e dificuldade em acessar
serviços de saúde pública estão entre os problemas que esses jovens espanhóis
enfrentam em seu cotidiano. De acordo com a publicação, o cenário se tornou ainda
mais grave entre as famílias de baixa classe social, que foram duramente afetadas
pela crise econômica.
“Na Espanha, está aumentando a pobreza severa. Os
pobres são ainda mais pobres”, explicou Vicenç Navarro, diretor do Observatório
Social, na apresentação da pesquisa em Barcelona. Apesar de não possuir dados
sobre os últimos anos, Navarro afirmou que a situação apenas se deteriorou desde
2009.
Segundo dados da Cruz Vermelha e da Save the Children,
existem cerca de 2,2 milhões (27%) de crianças em situação de pobreza relativa
no país. “A pobreza infantil está sendo uma das caras mais dramáticas da crise
atual”, assegurou Carlos Chama, responsável por programas com jovens na Cruz
Vermelha.
• EUA ampliam presença militar na Espanha. Naufragada em crise e com desemprego cada vez mais
alto, a Espanha tem ainda que conviver com a presença de tropas estadunidenses
em seu território.
Pelo novo acordo assinado com o governo espanhol, os
EUA vão ampliar a presença militar no país e a Base Naval de Rota, na cidade de
Cádiz, passará a ser utilizada por quatro navios do tipo “destróiers”
carregados com mísseis balísticos da OTAN a partir de 2014.
• Homenagem ao ditador espanhol? A homenagem ao ditador espanhol Francisco Franco, marcada para o dia 2
de dezembro em um edifício público, foi cancelada na sexta-feira (23) pela
empresa responsável por alugar e prestar serviço no estabelecimento. A decisão
foi anunciada depois da denúncia de Cayo Lara, coordenador federal da Esquerda
Unida, contra o evento e de extensa repercussão na mídia nacional.
Sob o lema “Francisco Franco
presente!”, admiradores do militar foram convidados a participar da celebração
dos 120 anos de seu nascimento no Palácio de Congressos de Madri, que pertence
ao Instituto de Turismo da Espanha, vinculado ao Ministério de Indústria,
Turismo e Comércio. O evento, descrito pelos organizadores como um “ato
de afirmação”, já estava sendo divulgado com o local, a data e o preço dos
ingressos (30 euros) confirmados.
Os franquistas reclamam que
a celebração do aniversário de Franco não é ilegal e reivindicam o direito de
“prestar homenagem hoje, amanhã e sempre, tanto em lugares públicos – mantidos
com impostos de todos os espanhóis – como privados, a uma das personalidade
mais relevantes da História da Espanha e Chefe de Estado durante quase 40
anos”.
Sob a ditadura de Franco,
pelo menos 113 mil pessoas desapareceram e milhares perderam suas vidas em
decorrência da perseguição política. O ditador, que assumiu o poder por meio de
um golpe, colaborou com o regime nazista.
• Cuidado com o Google!
Julian Assange, o
criador da WikiLeaks e atualmente refugiado na embaixada do Equador em Londres
dá o aviso: “Uma guerra invisível e
frenética pelo futuro da sociedade está em andamento. Uma rede de governos e
corporações vasculham tudo o que fazemos”.
Na entrevista ele mostra como somos vigiados em todas
as nossas visitas na internet. “É só olhar o Google. O Google sabe se você é um usuário padrão deles, o
Google sabe com quem você se comunica, quem você conhece, o que você pesquisa,
potencialmente sua orientação sexual, sua religião e pensamento filosófico. Sabem
mais até que sua mãe e talvez mais do que você mesmo”.
• Um homem de verdade!
Natan Blanc é um jovem israelense de 19 anos. No último domingo (18) foi
conduzido solenemente para a prisão em Tel Aviv. Seu crime? Ele se recusou a
tomar parte nos ataques de seu país contra a Faixa de Gaza! “Como cidadãos e
seres humanos, temos um dever moral de recusar a participar desse jogo cínico.
É por isso que eu decidi recusar entrar para o Exército Israelense em 19 de
novembro de 2012”, diz o jovem em uma carta que denuncia a “onda de militarismo
agressivo” em Israel.
Moriel Rothman, de 23 anos, é um escritor e poeta
israelense que também se recusou a servir o exército e saiu da prisão em outubro
passado. Ele criou um blog através do qual denuncia as ações do exército
israelense e divulga documentos e atos como o de Natan Blanc.
Eis um trecho da carta de Natan: “Como
representantes do povo, os membros do gabinete não têm qualquer dever de apresentarem
sua visão para o futuro do país, e podem continuar com esse círculo sangrento,
sem fim à vista. Mas nós, como cidadãos e seres humanos, temos um dever moral
de recusar a participar desse jogo cínico. É por isso que eu decidi recusar
entrar para o Exército Israelense em 19 de novembro de 2012”
O movimento “refuseniks” é formado por cidadãos
israelenses que se recusam a ingressar nas Forças de Defesa de Israel para
atuar além da fronteira da linha verde, que é a fronteira reconhecida pelas
Nações Unidas como legitimamente pertencente ao Estado de Israel, e que datam
de 1967.
O movimento surgiu em meio aos bombardeiros entre
Israel e o Líbano, em 1982, quando pilotos da Força Aérea Israelense decidiram
não bombardear civis e não tomar parte em operações militares fora de Israel.
De 1982 para cá, os “refuseniks” cresceram e criaram uma rede internacional de
solidariedade, que hoje em dia conta com uma rede de financiamento para ajudar
às famílias dos que se recusam ao serviço militar que, além de enviados a
prisões militares, perdem o direito ao soldo.
Para conhecer mais sobre o movimento: www.yeshgvul.org ,
• E nenhum grande
jornal noticiou. A chamada “grande imprensa” não passa mesmo de um joguete nas mãos dos
grandes interesses e, principalmente, dos EUA. Vergonhosamente, nenhum grande
jornal noticiou o ataque de Israel ao centro internacional de imprensa, em
Gaza!
No quinto dia dos ataques de
Israel contra a população da Faixa de Gaza, em uma operação criminosa que
chamam de “operação Pilar Defensivo, aconteceu mais um ato que deveria estar
estampado em todos os jornais como um verdadeiro ataque ao direito de informar,
um verdadeiro ataque contra a liberdade de imprensa. Aviões israelenses
bombardearam um centro de imprensa na Faixa de Gaza deixando feridos ao menos
oito jornalistas que trabalhavam no local. Um deles foi obrigado a amputar a
perna.
Entre os veículos de
comunicação que utilizavam o centro atacado por Israel estavam não apenas o
canal de TV do grupo de resistência Hamas, mas também a rede Al Quds, a SkyNews
e a Arabiya. A TV Russia Today também anunciou que seu escritório foi
danificado. Outra sede bombardeada abriga a audiovisual alemã ARD. E logo após
o ataque, oficiais do Exército de Israel admitiram saber que havia jornalistas
estrangeiros no local.
• Nosso compromisso com Israel é sólido como uma rocha! Essas foram as palavras da secretária de Estado dos
EUA, Hillary Clinton, ainda durante os ataques israelenses contra a Faixa de
Gaza. Ou seja, sua declaração era um aviso de que o governo Obama não iria
aceitar qualquer medida contra Israel e que apoiava o bombardeio contra a
população civil palestina.
A declaração foi feita na terça-feira (20) e serviu de
aviso. “La Clinton” reuniu-se com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, para
reafirmar que seu governo dava total apoio às atrocidades cometidas. “O compromisso
dos Estados Unidos com a segurança de Israel é sólido como uma rocha e
inquebrantável”, disse ela.
• Protestos diante da
Casa Branca. Nossos jornais não mostraram, mas no domingo (18) milhares de pessoas
ser reuniram diante das grandes da Casa Branca, em Washington, para protestar
contra os ataques da aviação de Israel contra a população da Faixa de Gaza.
Depois da manifestação, os participantes caminharam até a sede do jornal
Washington Post para protestar contra a linha editorial do jornal apoiando as
ações de israelenses e fazendo propaganda da empresa Luckeed Martin, fabricante
de armas que estão sendo usadas contra os palestinos e matando crianças.
Também no Canadá houve um
grande protesto que levou milhares de pessoas às ruas nas cidades de Toronto, Vancouver, Ottawa e
Calgary.
• Faixa de Gaza vai continuar
sob bloqueio. O fim do bloqueio israelense à Faixa de Gaza não está entre os termos do
acordo de cessar-fogo estabelecido na quarta-feira (21) entre o governo
israelense e autoridades palestinas, segundo informações do jornal britânico Guardian.
De acordo com o pacto negociado com a mediação do Egito e dos EUA, Israel
aceitou a obrigação de encerrar incursões e ataques no território palestino,
mas não de finalizar outras iniciativas na Faixa de Gaza e na Cisjordânia. Por
conta do bloqueio, cerca de 75% dos edifícios do território palestino
danificados na investida militar israelense de 2009 ainda não foram reconstruídos,
afirmou uma pesquisa das Nações Unidas de setembro deste ano.
• Padre que luta contra a “escola de assassinos” foi
excomungado. Na segunda-feira (19), o
Vaticano decidiu pela excomunhão do padre Roy Bourgeois, fundador do movimento School of the
Americas Watch (SOAW), um grupo pacifista que há anos luta pelo fechamento da
Escola das Américas, também conhecida como “escola de assassinos” por ter
treinado militares golpistas e torturadores em toda a América Latina.
A decisão foi tomada pela
Congregação Vaticana para a Doutrina da Fé em razão das constantes declarações
do padre Roy a favor da ordenação de mulheres como sacerdotes. O padre Roy
Bourgeois foi indicado, em 2009, para o Premio Nobel da Paz e fundou o
movimento contra a “escola de assassinos” depois do assassinato de padres
jesuítas em El Salvador, em 1989.
• EUA: 1% mais rico
fica com 40% da riqueza! Um documento tomando por base as declarações de imposto de renda nos
EUA mostra claramente o grau de concentração de renda naquele país. Segundo os
dados que foram divulgados durante a semana, existe uma “super elite” onde vive
1% da população, formada por executivos financeiros, profissionais de finanças,
donos de escritórios de advogados, proprietários imobiliários e médicos.
Os que vivem neste “mundo
feliz” estão vendo seus lucros crescerem na mesma proporção em que são feitas
as desregulações dos mercados e outras medidas legais para superar a crise
financeira. Por outro lado, 99% padecem com as consequências diretas da crise e
se distancia cada vez mais do “topo da pirâmide”.
Estas conclusões constam do
estudo feito pela Stanford University, em
2011, e que serviram de argumentos para os protestos do Occupy Wall Street
quando diziam que o movimento era “dos 99% contra o 1%”.
• Protestos e greve nos EUA. Além de extensas filas e lojas lotadas de consumidores, o dia mais movimentado
do comércio estadunidense conhecido como “Black Friday” também foi marcado por
protestos e paralisações de funcionários que aproveitaram a data para exigir
melhores condições de trabalho. A gigantesca rede de varejo Walmart foi uma das
empresas mais afetadas pelas manifestações de sexta-feira (23), com greves em
46 estados, segundo a organização de trabalhadores.
Nos EUA, tradicionalmente, a temporada de compras do
Natal é inaugurada no dia seguinte do feriado de Ações de Graças, com descontos
nas principais marcas e lojas do país. Apesar de não ser feriado nacional, a
data ficou conhecida como “Black Friday” e representa um importante evento para
a economia do país, tendo consequências, até mesmo, no PIB.
A organização trabalhista OUR Walmart, que reúne
milhares de membros em todas as filiais do país, já havia organizado a
paralisação “em protesto contra as ações contínuas da rede em retaliação
àqueles que se manifestam por melhores pagamentos, por seguros-saúde
acessíveis, por melhores condições de trabalho, por horários justos e acima de
tudo, respeito”.
Pela primeira vez na história de 50 anos da empresa,
pelo menos mil funcionários de diferentes filiais deixaram os seus postos para
aderir à greve. Os 1,4 milhões de empregados da rede não são protegidos por uma
organização sindical (a Walmart proíbe) e, recentemente, entregaram mais de 20
denúncias contra a empresa por práticas trabalhistas injustas no Conselho
Nacional de Relações do Trabalho.
• Recorde de estadunidenses pobres. O “Dia de Ação de Graças”, tradicional nos EUA, foi
marcado por um índice negativo: 42,2 milhões de estadunidenses pobres aguardam
pelo auxílio do governo para comprar alimentos. O número foi divulgado pela
organização Sunlight
Foundation que alerta para o crescente número de pessoas nos EUA que dependem
do “bônus alimentação” (chamado de Food Stamp) para garantir o mínimo
necessário para continuarem vivos. As estatísticas recentes mostram que há 12
milhões de desempregados e mais de 40 milhões de pobres no país.
Nenhum comentário:
Postar um comentário