quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Para não esquecer

O carrasco que garroteia as liberdades públicas

Gilvan Freire
 
Atentar contra a pobreza já se sabe que muitos governistas atentam, na medida em que assumem compromissos de resgate social possível que não cumprem. Ou por causa das impossibilidades materiais com que se deparam no governo (que nem sempre têm as condições que imaginavam ter antes de entrar nele), ou porque, ocupando o cargo, se engraçam com coisas fúteis que lhes satisfazem mais as vaidades do que aos compromissos assumidos perante a população. Não seria absurdo dizer que os governos, nas regiões mais atrasadas, satisfazem mais aos governantes do que a quem o elegeu, muito embora o eleitor seja o dono do mandato, dono do dinheiro público e dono das exigências e necessidades de um governo bom e realizador. De um cumpridor de compromissos.
É também comum existirem governantes desatinados, incapazes, indolentes ou desonestos, que colocam o governo à serviço de seus defeitos e governam ignorando a sorte do povo – homens inconseqüentes que não medem o mal que fazem a todos os que precisam de um bom governo na busca de um mínimo de felicidade que é o sentimento-esperança de quem vota na hora da escolha e do voto.
Na Paraíba de RC, há de tudo de um mau governo, como de tudo há de um mau governante. É por isso que, antes de completar dois anos, a gestão desastrosa já tem cara de fim. Pesquisas eleitorais diversas publicadas nos últimos dias, realizadas nas maiores cidades do Estado, trazem dados assustadores sobre o desempenho do governante. Os conceitos ‘péssimo’ e ‘ruim’ somados são demolidores.
Mas não é só porque RC quase nada fez daquilo que esperavam os que o elegeram. É a forma como ele pouco faz e muito não faz que estarrece. Ele conduz o governo como um trem desgovernado que avança sobre uma multidão, devastando tudo, embora ele seja o maquinista e esteja dentro da cabine. Parece um pesadelo. É um horror!
Contudo, entre os maiores males causados pela má gestão de RC, está a violação das liberdades públicas, consistente na tentativa de garrotear a autonomia dos poderes, através da asfixia financeira, e o encurralamento especifico do Poder Legislativo, promovendo campanhas publicitárias de descrédito da instituição e formação de má imagem pública de seus membros.
Nada, entretanto, equivale ao desmonte dos servidores e a perseguição movida às suas organizações classistas, tudo com o objetivo de esmagar qualquer tentativa de reação ao governo por parte dos sindicatos e associações.
O caso dos servidores fiscais do Estado é bastante emblemático, pois a truculência do governo atinge direitos adquiridos da categoria, mas, de modo muito incisivo, praticamente elimina sua organização funcional histórica e os papéis desse setor como máquina de arrecadação do Estado e alimentador financeiro do governo. Ou seja, para desmantelar os núcleos de reação ao autoritarismo governamental, o governador destrói o principal núcleo de sustentação da própria administração.
Analisando esses aspectos gravemente danosos da gestão, sem precedentes na história da Paraíba, conclui-se que se precisássemos de um governante com tão clara determinação para vencer o povo e implodir o Estado, dificilmente teríamos outro melhor que Ricardo Coutinho.
*Gilvan Freire é de São Mamede(PB, estudou em Patos(PB), onde foi líder estudantil e vereador. Já foi Deputado Estadual duas vezes e presidente da Assembleia. Foi Deputado Federal candidato a Governador da Paraíba em 1998. Atualmente tem banca de advocacia. Atua também na mídia.

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